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História Unknown Love - Isabela e Téo


Escrita por: alvera_Nanew02

Notas do Autor


Notas finais, explico tudo.
Segundo melhor OTP do universo da TV 💜
Um casal desses bicho 😻😻

Capítulo 68 - Isabela e Téo


Fanfic / Fanfiction Unknown Love - Isabela e Téo

- Ben. – Sorri correndo pra seus braços. – Que saudades. – Aspirei seu delicioso perfume.

- Eu também estava de você pequena. – Me apertou mais ainda. Depois de alguns seguidos se separamos sorridentes com as mãos juntas.

- Você veio até aqui pra mim ver.

- Não conseguiria passar muito tempo longe de você... Então é aqui o seu novo lar? – Olhou ao redor.

- Sim. Até é legal, mas não é a mesma coisa.

- Não sei como escolheu vim, sem nem ser preciso. Eu mim sentiria em uma cadeia.

- Eu vim pela Manu. Não quero me separar da minha irmãzinha. Ainda mais agora depois de tudo o que aconteceu pra ela.

- Ah, então você não quer se separar dela, mas se separa de mim? Tá bom. Okay. Eu sobrevivo disso.

- Ah, para de drama vai. – Ri e ele sorriu. Aproximei nossos rostos e lhe beijei soltando nossas mãos indo à sua nuca.

- O que acha de sairmos daqui? – Ben perguntou parando o beijo.

- Não se preocupe, essa escola não é como as outras que há rumores. – Voltei a lhe beijar

- Não. – Separou novamente e eu lhe encarei.

- Não quer me beijar?

- Não, não é isso. Eu quero, muito.

- Então o que houve?

- Estou perguntando se não quer fugir. Do colégio.

- Está louco? – Quase gritei tirando minha mão dele.

- Qual o problema? Já fugimos várias vezes.

- Mas não é a mesma coisa. Aqui não é o mesmo colégio que costumávamos estudar. Aqui é um colégio externo.

- Bora, eu não posso ficar aqui por muito tempo. Quero ficar com você. Mas não aqui. Esse colégio tem meia hora só de visita.

- É melhor não. Já está escurecendo. A Manu pode...

- A Manu sabendo se cuidar. A propósito ela estaria viva agora depois de ter fugido com o namorado que mal se conhecem?

- Ela não fugiu com o namorado. Ela foi passar uma temporada pra conhecer a família dele porque sabia o quão era difícil eles se encontrarem. E minha mãe sabia disso. Não é como uma simples fugida Benjamin.

- Tá bom. Desculpas. Você defende e sente demais a dor da Manuela. É por isso que resolveu vim pra cá.

- Quer saber? Eu não quero ouvir você falar da minha irmã como se ela tivesse sido manipulada a namorar o Joaquim. Já pode ir.

- Desculpa. Achei que vim aqui era a melhor, mas estou enganado. Só queria um tempo contigo antes de voltar.

- Olha, tá bom. Eu vou, mas só essa vez.

- Prometo que não vai se arrepender. – Sorriu. – Mas primeiro troca essa roupa. – Ri.



- Por quê me trouxe aqui? – Perguntei com a maior cara de tacho quando conseguimos entrar – diz ele que era porque tinha um amigo daqui que liberou a nossa passagem.

- Me lembrei que em todas as nossas aventuras nunca fomos em uma balada. E talvez essa seja a última vez que se vemos, então.

- Que me levasse pra andar de balão, eu não me importava. Seria mais romântico prapó nossa última vez.

- Ah, para de ser careta, você vai gostar. – Pegou minha mão me puxando pra dentro.

- É hoje que minha asma ataca. – Murmurei assustada com cada pessoa que passava naquela multidão que tinha pra até o balcão de bebidas. Ele falou algo pra o barman e logo me deu um copo. – Que é isso? – Gritei por causa da música alta.

- Pode beber, é o mais leve que tem aqui. – Gritou também.

- Tem certeza?

- Sim, é melhor que vodka. – Riu tomando o seu de vez. Cheirei a bebida. – Não cheira. – Fiz careta. E ele riu. – Eu disse. – Tomei coragem e virei o copo como ele fez. A bebida desceu queimando minha garganta e eu comecei a tossir.

- Eca. – Ele gargalhava da minha cara que fazia.

- Em três copo você se acostuma. – Pediu mais outros.



Com certeza aquela não era à bebida mais leve que tinha. Zorra, eu tava elétrica.

- Des pa cito. – Eu gargalhei quando ele cantou.

- Não canta assim. – Disse com a voz embolada me arrepiando e ele gargalhou também.

- Assim como? – Separou o rosto de perto de meu ouvido.

-Sexy, me excita. – Levei as mãos em seu peito.

- Tá, ta legal você ficou bêbada muito mais rápida que esperava.

- Eu não tô bêbada. Ainda, não. – Peguei seu copo e me afastei.

- Pera não bebe... – Ele suspirou frustado. – Não devia ter bebido.

- Tarde demais. – Lhe entreguei o copo vazio. – Um gosto estranho. Tem certeza que é o mesmo que eu estava tomando? Não parece Tequila. – Ele abriu a boca pra falar mais nada saiu. – Bom, tanto faz, quero mais.



Ele me entregou o copo mais eu peguei o dele.

- Isabela, não bebe o meu. Por isso eu peguei outro.

- O que tem no seu que não posso beber? É o mesmo.

- Só não bebe. Me dá. – Tentou pegar mais desviei.

- Ahw. – Levantei o indicador em seu rosto. – Eu quero esse. Beba esse. – Ele suspirou e concordou.

- Você... Tá mui... Gostoso. – Minha voz saia embriagada. – Você vez plástico?

- Não, eu não fiz plástica.

- Então... – Arrotei e senti uns horríveis gostos. – Naceu gostoso?

- Depende do ponto de vista.

- Obri... gado por ter trago eu... e o Nemo.

- Que Nemo?

- Meu amigo... Bob Esponja.

- Como?

- Você tá surdo? Meu amigo Dino, disgraia.

- Que Dino Loka?

- Cadê você, que ninguém viu?

Desapareceu, do nada sumiu

Tá por aí tentando esquecer

O cara safado que te fez sofrer

Cadê você? Onde se escondeu?

Por que sofre se ele não te mereceu?

Insiste em ficar em cima desse muro

Espera a mudança em quem não tem futuro

Cantei gritando sendo que nem era a mesma música que tocava.

(Não era assim que queria por essa música, mas como eu fiz uma promessa tenho que comprir)

- Para Isabela. Não é essa música. Tem gente olhando.

- Sabe? Eu gosto muuuuito de você... Mas eu sei que isso doe. Doe muito como se uma faca caísse em meu pé.

- Do que está falando? Você tá bêbada.

- Dizem... – Engoli um bolo na garganta. – Dizem que os bêbados são os únicos que falam a verdadeira verdade... Eu te protejo de todos que te julgam, mas no fundo eu sempre sei que não devia.

- É melhor a gente ir. Vou pagar um motel pra você passar a noite. – Pegou meu braço.

- Eu não quero ir. – Choraminguei com ele me puxando.

- Dois copo e você já está pirada. – Ele murmurou.

- Eu não tomei dois copo. Eu tomei... – Contei com os dedos. – Hey, você viu o Nemo? O Patrick não pode ficar sozinho. Vamos voltar e buscar meu amigo B1, ele tem medo das pessoas que podem fazer mal a ele. O B2 diz que tem pessoas muito mal no mundo, querendo nos destruir. Você acha que alguém seria capaz de machucar uma pessoa pra conseguir o que quer?

- Por favor, Isabela, não faça essas perguntas sem pé.

- Mas eu tenho pé. Aqui oh. – Ele revirou os olhos continuando a mim puxar pra o ponto de táxi. – Meu pé é bonito? Se for bonito eu tenho pena deles, porque eles estão doendo demais. Ficam com o rosto amassado.



- Por quê me trouxe aqui? Não era pra mim pro colégio?

- Você não pode voltar nesta situação. – Suspirou desabotoando sua camiseta.

- Ah, entendi... – Sorri mordendo o lábio caminhando até ele.

- Estendeu o que? – Franziu a testa confuso.

- Você quer dormir comigo, mas, eu sou virgem.

- Isabela...

- Tudo bem... – Voltei a desabotoar sua camiseta pra ele. Juntei nossas respirações. – Eu também quero muito você. – Sussurrei entre seus lábios.

- Isabela, é melhor não. – Segurou meu pulso parando de desabotoar.

- Por quê não? – Lhe empurrei na cama e fui pra cima dele fazendo uma trilha de beijos até seu pescoço enquanto volto a desabotoar sua camisa. – Eu sei que quando as pessoas dizem que você olha pra minha bunda, é verdade.

- Sim, tá certa, mas eu não quero agora.

- Tem certeza? – Selei um beijo em seu pescoço e desci a mão. – Não é isso que parece. – Dei um aperto firme em seu membro e ele arfou. Sorri entre sua pele e mordi puxando com os dentes. – Mas agora não quero mais. – Levantei lhe deixando incrédulo. – Meus olhos sangram.

- Ah, mas agora quem quer sou eu. – Puxou meu braço me derrubando em cima dele e me virou ficando por cima começando logo um beijo. – Você mim fez voltar uma coisa, que tinha desistido de fazer.

- Não entendi.

- Pensei alto. – Dei de ombro e ele voltou a me beijar.



Minha cabeça latejou. Abri os olhos cansados encarando uma parede cor cinza e uma porta tabaco. Não era essa a cor de meu dormitório. Remexi na cama com a mão na cabeça. Doía como nunca doeu em toda a minha vida.

- Onde eu estou? – Minha voz mal saiu encarando aquele teto totalmente diferente do que estava acostumada. Criei coragem pra sentar e gritei quando o lençol cai de meus seios. Minha cabeça doeu, mas o que fiz só foi esconder meus seios novamente. Ao meu lado Benjamin sentou assustado com o grito.

- O que foi? – Levantei da cama se cobrindo com o lençol.

- Por que estou nua? Por que você está nu? – Perguntei assustada lhe observando de cueca – por ter pego o lençol.

- Nossa, Isabela, pensei que tinha acontecido algo pior. – Bufou se levantando e olhando o celular. – Vish, eu tenho 15 minutos pra estar no aeroporto. – Correu pra colher as roupas.

- Não mim diz que isso é verdade.

- É sim. – Disse vestido a calça.

- Como pode? Você sabia que não estava pronta pra isso.

- Você que pediu.

- Eu estava bêbada. – Gritei. – Você poderia ter um pingo de consideração, sabendo que sou, que era virgem.

- Eu tentei resistir.

- Mas não o suficiente pra um amigo ter feito isso. – Gritei novamente.

- Desculpas, também não tava tão sã.

- Só me diz que usou preventivo. – Tentei me acalmar.

- Não tinha. – Sorriu amarelado.

- Porra Benjamin!

- Desculpas, compra uma pílula. – Passou por mim pra sair.

- É assim? Compra uma pílula?

- Sim, simples. Tenho que ir. – Beijou meu rosto mas continuei incrédula. – Já paguei, pode ir normalmente. Quando chegar em casa te ligo. – Lhe observei caminhar novamente pra porta. Ele abriu e saiu. – A propósito, adorei a noite. – Sorriu malicioso e fechou a porta. Sentei na cama com a respiração falhada. Como ele pode fazer isso, sabendo que não tinha condições pra pensar direito?



Eu voltei pro colégio, caminhando, abraçando meu próprio corpo enquanto pensava em tudo aquilo. Não sabia como voltar, mas também queria entender porque meus pés acertaram em cheio o caminho.

Eu pulei o muro novamente, e voltei a caminhar abraçada com meus braços. As pessoas me olhavam, em cada passo que dava no corredor. Não era atoa, eu estava um caos. Meu cabelo estava bagunçado, meu rosto deformado de lágrimas sujas com a maquiagem que usava. Minha cabeça estava baixa, e quando levantei minha gêmea estava a minha cópia. Nos se olhamos e transmitimos o mesmo sentimento que sofríamos.

Nunca acreditei nesses boatos de que Gêmeas podem sentir a mesma coisa que ambas sentem. Eu sentia o que ela sentia neste momento. Eu sentia minha dor, em dobro. Talvez por lhe ver nesta situação, não sei, mas sei é que minha dor só piorou.

Corremos ao nosso encontro. Nos imaginava em câmera lenta, e quando se abraçamos, parecia que toda aquela dor, havia ido embora, e pela primeira vez naquele dia nublado mim senti segura.

Era isso que minha gêmea proporcionava.

[...]

- Subornado uma criança de 7 anos? – Uma voz falou. Parei e se virei vendo um lindo, garoto de cabelo encaracolados. - Que feio. – Negou com a cabeça com a mão no queixo.

Meu Deus que homem era aquele!

Evitei esses pensamentos e arqueei a sobrancelha.

- Tenho mais 10 reais aqui, você quer também? – Lhe desafiei sarcástica.

- Me chamando de criança? – Arqueou as sobrancelhas também.

- Como diz o ditado: Se a carapuça serviu. – Sorri irônica caminhando pra as frente pra sair. Ouvi um riso dele mais continuei a andar.

- Sou Téo. – Ele diz ficando ao meu lado.

- E eu estou de passagem. – Olhei o papal que havia anotado antes de sair do quarto de Joaquim.

- Grossa. – Quem ele pensa que é pra mim chamar de grossa?

- Idiota. – Retruquei não querendo lhe dar umas boas morais.

- Surpreendente. – O garoto riu.

- Sabe o que é mesmo surpreendente? – Eu disse se virando pra ele. - Eu está conversando com um garoto que nunca vir na vida, enquanto poderia está atrás do menino que é a vida de minha irmã. Sabe o que é surpreendente? É eu ter fugido das grades daquele inferno, pra ir atrás da felicidade de minha irmã. Sabe o que é surpreendente? Eu ter

Parei de falar quando senti falta de ar. Não era atoa, desde de cedo que fico correndo pulando de janelas, agora quando vou falar minha asma volta. Queria pegar a bobinha na minha jaqueta, mas e eu não conseguia tentando puxar ar.

- Hey, calma. Respira. - Pediu ele. - Vamos, acompanhe minha respiração. – Fiz o que ele pediu. Não demorou muito e logo eu já sentia meus pulmões com ar novamente. Peguei a bobinha da jaqueta e usei por ainda estar cansada. Guardei novamente. - Você tem problema de respiração? – Concordei suspirando. - Por que não me contou?

- Eu te conheci agora, bocó. – O garoto coçou a nuca envergonhado.

- É mesmo. – Diz seu rosto estava vermelho.

Sorri de canto. Um menino que mal conheço, acabou de ficar preocupado comigo Brasil? É isso mesmo?

- Bom, é melhor eu procurar ele. – Ele sorriu fraco e acenou com a mão. Acenei também é se virei, logo voltando a virar pra ele. – Aliás meu nome é Isabela.

- Nome lindo, Isabela.

- E novamente repito: estou de passagem. Mas também espero te ver novamente. Agora eu tenho que ir mesmo. - Se apressou.

- Claro, tchau. - Acenou com a mão novamente.

- Tchau. - Virou pra sair, mas virou pra ele novamente. - Tem certeza que não quer o dinheiro? Sabe? Vai que você conte.

Ele abriu a boca inconformado. Joguei a cabeça pra trás gargalhando.

                        ATUALMENTE

- Isa. – Sai dos devaneios e se virei pra ela. Minha tia suspirou e negou.

- Ele não vem? – Minha voz saiu baixa.

- Eu sinto muito. – Concordei com a cabeça baixa. Ela me acolheu nos seus braços e eu não recusei.



Quando descemos, falei com todos principalmente minha vó, que fazia tempos que não a via.

Ela tinha uma mania de sempre que vim ver, dizer que estou magrinha, mas hoje foi diferente. Eu sinceramente não sei o que pode acontecer hoje depois que contar toda a verdade.

Todos foram pra a mesa, mas eu continuei na sala.

- Oi, eh. – Suspirei não sabendo como começar a dizer. – Como você já deve saber, hoje marquei uma jantar com minha família para falar sobre a gravidez. E eu gostaria que estivesse, mas você não veio. Eu entendo que depois daquilo, você não queira mim ver, mas eu quero, quero muito. Você havia mim pedido algo, mas eu não consigo cumprir. Você tem mim ignorado totalmente, e eu não consigo pensar o porquê. Você sabe, eu não vou tirar meu filho, e porque ainda insiste em mim evitar? Eu não entendo. Eu tenho me recordado da nossa primeira vez que se vemos, eu estava mal, mas você conseguiu tirar um sorriso de mim quando se preocupou sendo que nem mim conhecia... Eu vou contar toda a verdade, mas se não quiser que conte tudo aquilo que quis fazer pro meu filho, eu não conto. Admiro tudo que fez e jurou fazer por nós, mas na verdade, tudo que fez, só foi um motivo pra criar um sentimento por você, e você praticamente mandou eu esquecer. Nenhum homem iria querer assumir uma criança que não é sua, e você estava disposto, talvez seja isso que mim encantou em você, mas se não for eu não sei o que é. Desculpas se não controlo meus sentimentos.

Soltei o dedo da tela, enviando a mensagem de voz.

                          TÉO

              ANTERIORMENTE

- Sabrina, eu não quero ouvir.

- Mas eu quero falar!

- É problema seu! Eu não quero.

- Um dia você mim perdoa, o outro você vem com patadas. Você é muito bipolar.

Olhamos pra porta quando ouvimos um barulho.

- Quem é? – Perguntei alto. – Entra. – Lhe empurrei pra dentro do guarda roupa novamente. – Julia? Manuela? Helena? – Fiquei surpreso ao vê-la aparecer na porta. – O que faz aqui?

- Minha tia mora aqui. – Arqueou a sobrancelha.

- Ela não está. Já pode ir.

- Por que está tão grosso comigo?

- Vai embora, Isabela!

- Não, eu não vou embora até mim dizer o que está acontecendo! – Quase gritou caminhando até mim. – Você ficou assim só porque não aceitei que assumisse a criança?

- Acha que iria ficar triste só porque não aceitou? Pelo amor de Deus. A criança não é minha pra que eu deva lutar com a guarda.

- Então porque está assim, caralho!

Ela olhou pra o guarda roupa quando Sabrina fez algum barulho. Isabela estava pronta pra abrir, quando apressadamente levei as mãos em seu rosto virando pra mim e lhe beijei. Ela estava surpresa quando logo depois se separei. Não tirei minha mão de seu rosto, e continuei a lhe encarar surpreso por ter feito isso na frente de Sabrina, literalmente – já que ela estava no guarda roupa que estava ao nosso lado e tinha uma brecha quer podia ver tudo.

Isabela voltou a mim beijar, e mesmo surpreso correspondi. Uma de minhas mãos, desceram pra sua cintura colando nossos corpos, e a outra entrou em seu cabelo. O beijo estava necessitado. Ela queria isso, tanto quanto eu. Pelo calor do momento, lhe empurrei no guarda sem desgrudar nossos lábios. Sua mão passeou em meu peito por cima da camisa, mas logo foi pra debaixo dela.

- Tá, chega! – Ela mim empurrou quando Sabrina saiu do guarda roupa ao seu lado.

Eu tinha esquecido literalmente que ela estava aí, e ainda por cima tinha empurrado Isabela lá enquanto nos beijávamos.

Sabrina cruzou os braços mim encarando, enquanto Isabela mim olhava parecendo não acreditar.

- O que ela está fazendo aqui, Téo? – Isabela perguntou com a voz baixa mim encarando com os olhos tristes e magoados.

Olha a merda que tinha causado!

Não consegui falar, e ela percebeu saindo do quarto. Corri pra ir atrás dela.

- Se você sair desse quarto. – Sabrina disse quando ia sair. – Pode se considerar um cara morto.

- Eu tenho que falar com ela. – Sai correndo antes que ela venha dizer mais algo. Quando cheguei na escada, eu a vi caída no chão se levantando. – Isabela! – Desci a escada correndo, ela olhou pra mim se levantou mais rápido e voltou a correr pra cozinha com a mão na barriga. – Espera Isabela! – Corri mais rápido e puxei sua mão fazendo-a parar, lhe prendendo na parede. – Você se machucou? – Perguntei preocupado por ela ainda não ter tirado a mão da barriga. – Tá doendo? Deixa eu ver. – Dizia ofegante e se ajoelhei levantando a sua camisa. Eu respirei aliviado e sorri agradecendo, ao ver que só tinha dito um pequeno ferimento na coluna. Colei minha testa ainda sorrindo aliviado. Levantei a cabeça pra ela. – Sente dor? – Ela negou e eu voltei a sorri mais tranquilo, com a testa colada em sua barriga. Não sabia direito sobre essas coisas, mas sabia que se ela não sentiu dores, ou até vazamento, é porque está tudo bem. – Desculpa... – Sussurrei na ponta de sua barriga. Não era pra ela que estava pedindo desculpas, mas sim pro bebê por quase ter lhe colocado em perigo.

Eu não sabia o que tinha, por está ali, ajoelhado, pedindo perdão a um bebê que ainda pode estar em um tamanho de um feijão e quem nem vai escutar. Mas eu sabia que se acontecesse algo com essa criança, meu Deus, eu nunca mim perdoaria. Eu tinha um afeto por esse bebê, como se esse filho fosse meu.



- Você quer? – Perguntei – quando terminei de colocar um bandete em sua ferida - olhando o mesmo pote que Isa estava olhando, onde continha mendorado. Isa concordou sem abrir a boca. Peguei o pote, e coloquei ao seu lado. Ela pegou um pacote e abriu sem mim encarar. – A Sabrina e eu, somos só amigos. – Comecei e ela continuou calada – comendo o amendoim – desde daquilo tudo que fiz. – Ela estava a aqui antes das meninas chegarem, e acabou que ela se escondeu no guarda roupa, desde de então... – Ela concordou ainda comendo de um em um. – Olha, me desculpa por isso tudo. Eu te beijei porque queria abrir o guarda roupa, e iria ver que ela estava lá. Mas você acabou mim beijando de volta e... Eu não sei o que podia acontecer se ela não tivesse interrompido. Enfim... Não quero que pense outra coisa. Eu e você, não tem como existir nada. Não crie expectativas. – Isa passou a mim encarar e eu senti como se estivesse hipnotizado pelo o gato de botas.

Ela balançou a cabeça concordando, amassou o pacote vazio e pegou outro, jogando o vazio no lixo e saiu pela porta dos fundos. Eu suspirei guardando o pote.

                 ATUALMENTE

- ... Nenhum homem iria querer assumir uma criança que não é sua, e você estava disposto, talvez seja isso que mim encantou em você, mas se não for eu não sei o que é. Desculpas se não controlo meus sentimentos...

Era a terceira vez que ouvia sua voz neste áudio, mas foi só agora que tomei coragem e levantei.

                         Isabela

- Eu quero falar algo. – Minha voz saiu alta pra todos ouvirem, e foi isso que aconteceu. Minha tia apertou minha mão, e eu senti o medo percorrer a minha espinha quando encarei meus pais.

- Deixa eu falar algo. – Minha tia pediu e eu concordei. Ela olhou meus pais. – Independente do que Isabela venha dizer, eu quero e peço muito que sejam cautelosos com ela neste momento, e que não julgue ela sem saber a explicação antes. Independente do que ela venha dizer, eu espero mesmo que todos vocês fiquem do lado dela sempre.

Sorri fraco e agradecida pra minha tia Helena. Eu amava muito essa mulher.

- Vocês estão me assustando. – Minha mãe riu nervosa.

- Eu estou grávida. – Um silêncio reinou na mesa. Eu sentia medo, do olhar de meu pai. Era frio. Minha vó estava na mesa situação que mamãe, de boca aberta.

- Como? – Mamãe perguntou quebrando o silêncio. – Isso é alguma brincadeira?

Neguei e ela olhou pra Helena.

- Você sabia disso?

- Sim.

- Você sabia disso e ainda acobertou? – Quase gritou com ela.

- Ela não tem culpa. – Lhe defendi e minha mãe mim olhou. – Ela mim ajudou muito esses últimos dias.

- Como deixou isso acontecer?! – Ela levantou da cadeira e eu mim encolhi. – Pensei que havia deixado claro o que deve saber, e que iria mim contar quando a acontecesse. Como você deixou isso acontecer, Isabela!

- Rebeca, não grita com a menina assim. – Minha tia mim abraçou quando comecei a chorar. – Por favor, entende o lado dela. Deixa ela explicar.

- Não tem que passar sempre a mão na cabeça dessas meninas, Helena. Ela sabe o quão é difícil ter essa responsabilidade. Eu tinha explicado a essas meninas, e uma aparece dizendo que está grávida! Eu não tenho que ficar entendendo lado de ninguém aqui. Isso se chama irresponsabilidade!

- Você não sabe o quão Isabela passou pra estar aqui contando isso pra vocês. – Minha tia se separou se levantando, quase gritando. – Eu pedi quer invés de dizer, ouça o lado dela. Ouça tudo o que ela passou pra estar aqui hoje. Por que eu aposto, minha sobrinha não estaria aqui hoje dizendo isso se não fosse o Téo.

- Ah, só falta dizer que o pai é ele! – Riu sarcástica.

- Talvez eu seja. – Todos olharam quando Téo apareceu na sala de jantar. – Ou talvez não. Mas eu posso garantir, que sua filha não estaria aqui agora ouvindo acusações sem poder se explicar. Ela marcou esse jantar, pra poder se explicar e dizer toda a verdade, e a senhora dona Rebeca, não deixa ela falar. Olha pra sua filha, veja o quão ela está assustada e com medo. Mas sabe de uma coisa? Você não sabe o quanto é lindo o sorriso dela, só de pensar o futuro dessa criança. Ela passou por maus bocados pra estar aqui agora.

- Agora só falta dizer que ela tentou se suicidar. Por favor né? – Riu seco. – De primeira pensei que você era um garoto bom pra minha filha, mas agora.

- Eu salvei a sua filha! Eu imaginava outra pessoa surtando, mas não você. Imaginava você do lado dela.

- Por quê defende tanto ela? É porque você foi irresponsável de não ter se prevenido?

- Não, o filho não é meu.

- Então de quem é? Do dedo que não é.

- Por isso mesmo que você tem que ouvir o que ela tem pra dizer.

- Filha, é melhor deixar ela falar. – Minha vó disse calma colocando a mão em seu braço. Mamãe voltou a sentar e mim encarou batendo com os dedos na mesa, impaciente. Eu engoli em seco com todos os olhares pra mim. – Então, filha, diga.

- Eu não consigo. – Minha voz falhou e eu se levantei saindo correndo.

André tinha pedido pra contar tudo, mas depois de tudo o que ela dizia, eu não queria ser pressionada porque sabia que no final, ela iria jogar na cara que tinha amizade com Benjamin.

Eu corri mais ainda, quando Téo mim chamou. Eu parei ao sentir uma dor terrível na ponta de minha barriga. Levei a mão em meu estômago assustada e apavorada. Eu tinha acabado de bater minha barriga, contra o sofá, e quando já fui perceber Téo já estava ao meu lado gritando em pânico.

- Helena! – Ele gritou mim segurando, e eu só sentia dor atrás de dor.

- Tá doendo. – Disse entre gemidos e lágrimas quando senti um molhado nas minhas pernas. – Meu filho, Téo. Nosso filho.

- Calma, vai ficar tudo bem. – Ele me abraçou. – Helena!

                     TÉO

“Meu filho, Téo. Nosso filho”

Sua voz entrava em meus pensamentos, desde de que cai na real o quer ela disse. Ela disse que o filho era nosso, como?

Estava eu, Helena, Manu, e sua vó na recepção do hospital. Helena não tinha deixado Rebeca vim, mas isso não impediu da mãe ter ficado em pânico. Seu pai, não pediu, não impediu, não fez nada, só estava sem acreditar e acabou ficando em casa com a mulher. Eu nunca vi Helena, tão irritada como ficou com Rebeca quando viu o estado de Isabela. Ela estava impaciente com a demora de saber notícias de Isa e o bebê, e rodava pra lá e pra cá. Sua vó estava ao meu lado, com afagando minhas costas, enquanto eu olhava o ponto fixo do chão só pensando em sua palavra.

Quando levantei a cabeça, vi uma mulher saindo da ala de emergência e vindo até nós. Era tão, André. Bom, ignora o fato disso, minha cabeça está um pouco maluca.

- Você são parentes da Isabela Agnes, certo? – Todas se levantaram, mas eu continuei sentado esperando o que ela vier dizer.

- Sim, como ela está? – Helena perguntou nervosa.

- Ela está bem. Conseguidos fechar o cérvix, podendo assim controlar o sangramento e evitar aborto. A criança está bem, mas a paciente vai precisar ficar de repouso. Agradeça aos céus, foi Deus que fez que ela não perdesse a criança. Sua gestação ainda era começo. – Ela sorriu e Helena pode voltar a respirar normalmente, agradecendo.

- Graças a Deus. – Helena abraçou Manu aliviada.

- E ela está acordada? – Sua vó perguntou.

- Sim, sim. A propósito ela pediu pra chamar um Téo. Sugiro que seja você, certo? – Me olhou e eu concordei. – Então, vai vim? – Desviei a cabeça pro lado suspirando sem lhe responder. – Acho que isso é um não. – Riu soprado.



- Vem, é aqui. – Ela me acompanhou.

- Você por acaso tem algum parentesco com um menino chamado

- André? – Ela olhou pra trás.

- Sim.

- É meu filho. – Riu, parando em uma porta.

- Uau, vocês se parecem muito. Principalmente o sorriso.

- Pode apostar, não é o primeiro a dizer isso. Mas quando ele crescer mais, ele não vai se parecer muito comigo. Aos seus 20, ele se parecerá mais com o pai. Os traços vão mudando aos poucos.

- Eu duvido. Tenho certeza de que o sorriso vai continuar o mesmo. – Rimos e ela abriu a porta mim dando espaço pra vê-la. Isabela estava deitada, acariciando a barriga enquanto olha o lado oposto que estava e cantava baixinho. Sorri agradecido pra a mãe de André e ela saiu fechando a porta em silêncio. Caminhei até ela sem fazer nenhum barulho. Sua voz mal saia de seus lábios, e seus olhos estavam fechados. Levei a mão em cima da sua e ela mim encarou. – Você disse que o filho era nosso.

- Desculpa, é que eu estava em pânico. Não sabia direito o que falava. Desculpas mesmo, eu... – Lhe calei a beijando-a. Tirei minha mão da sua, levando em seu rosto. Separei nossas bocas e deixei a testa colada e os olhos fechados sentindo sua respiração quente.

- Tá tudo bem. – Sussurrei. – Vai ficar tudo bem. – Beijei sua testa e ela concordou sorrindo fraco.



- Por que me defendeu?

- Porque não aguentaria ver sua mãe dizer aquilo sem poder deixar se explicar.

- Eu pensei que seria mais difícil com o papai. Cadê eles?

- Sua tia recusou que Rebeca venha. Helena estava furiosa. – Ri soprado.

- Eu não quero contar a eles que é de Ben. Eles iria atrás dele, e eu não quero.

- Como não vai contar pra eles? Eles tem que saber pelo menos quem é o pai, Isabela.

- Eu não quero contar. Não agora.

- E que desculpa vai dar a eles?

- O mesmo que vou dar pro meu filho, que ele não tem pai. – Um silêncio reinou no quarto, e só quebraram quando bateram na porta. Se levantei indo pra um canto o quarto.

- Como é que está minha netinha? – Nina disse sorrindo.

- Vovó. – Isa sorriu e ela entrou junto com Helena e Manu.

- Espero que não tenha atrapalhado vocês dois, é que estávamos tão nervosas querendo ver nossa menina que não evitamos. – Brincou Nina.

- Não, não atrapalhou. – Olhou pra mim e eu desviei o olhar pro lado.

- Então é verdade que terei bisneto? Ah que emoção! Já estou imaginando o chá. Vai ficar tão lindo aquele rosinha básico.

- Vó, está cedo ainda pra essas coisas. E nada de rosa, rosa é muito mocinha.

- Mas ela vai ser uma mocinha filha. Eu vou comprar um sapatinho lindo que eu vi pra ela.

- Não, vó, a criança deve estar do tamanho de um feijão e a senhora está imaginando uma menina.

- Temos que ser rápido, Isa. Logo logo você vai estar com a barriga gigantesca! O tempo passa voando e ninguém percebe.

- A senhora está exagerando.

- Ah, você nunca vai entender. – Revirou os olhos. – Quando sair do hospital, eu vou te ensinar uma receita divina pra você fazer pra minha bisnetinha lindinha. – Paparicou com o rosto na barriga. Isabela riu junto com Helena e Manu. – Você pode mim chamar de mãe velha, viu pequena?

(“Mãe velha” 💔😿 Minha bisa costumava mandar todos seus netos e bisnetos chama-la assim 😞🙀)

                   Isabela

O vento levava meu cabelo, enquanto eu estava abraçada em meus próprios braços. Minha varanda nunca se tornou tão lindo e natural, como esse dia.

- Filha? – Eu virei a cabeça pra trás quando meu pai mim chamou. Era a primeira vez que o via depois de todo ocorrido no jantar. Ele caminhou até mim e firmou meu rosto lhe olhando. – Eu vou estar aqui, pra o que precisar. – Sorri de canto e lhe abracei.

[...]

- Vamos, André, você merece. – Insistir.

- Não, não.

- Julia, fala pro seu namorado parar de ser careta. – Mandei.

- André, pare de ser careta. – Julia diz concentrada olhando ao redor. André revirou os olhos.

- Eu não estou no clima pra festa, Isabela.

- Mas é seu aniversário, você tem que estar. – Suspirei vendo sua cara. – Olha, eu entendo que perdeu seu pai recentemente e não quer nada com a vida. – Ignorei seu rosto e continuei. – Mas pelo menos uma festinha? Um bolinho? Uma velinha, pronto, uma velinha!

- Não!

- Affz, você é um chato. – Bufei e ele revirou os olhos novamente.

- Tenho que ir. – Concordei. – Promete não fazer nada no meu aniversário? – Arqueou as sobrancelhas.

- Prometo. – Levantei o dedinho, ele riu juntando os dedinhos. Ele saiu andando, e eu encarei Julia. No mesmo momento ela correu quando Carlos apareceu.

- Carlos, sabe do Rafael?

- Não, tem dias que não vejo ele. Pergunta ao Bruno aí. – Apontou pra Bruno que vinha na direção deles.

- Bruno, Bruno. – Correu. – Tem noticias do Rafael?

- Não faço idéia.

- Tá bom, valeu. – Voltou pra perto de mim.

- Pensei que tinha acabado a amizade com ele.

- E tinha, mas, tem tempo que não o vejo no colégio. Estou preocupada. E se tiver acontecido algo?

Encolhi o ombro sem lhe responder e ela suspirou.

- Escuta, e o que André respondeu?

- Ele se recusa a festejar algo. E pior que o aniversário dele já está batendo na porta. O que devemos fazer? – Cruzei os braços e deixei o corpo cai na parede, suspirando.

- Acho que devemos respeitar o pedido dele. Eu sei o quanto é difícil perder um pai. Mesmo eles não sido tão próximo como eu era com meu pai, é a mesma dor que atormenta.

- Ele vai fazer 18 anos, merece coisa melhor do que ficar em casa. Mas eu entendo, não vou mais insistir. – Levantei as mãos. – O que vai dar pra ele?

- Não sei, realmente não sei. – Suspirou. – Escuta, mudando de assunto, quando vai fazer a consulta?

- Daqui a três dias. – Sorri. – Na verdade, eu estou muito ansiosa. Eu vou poder finalmente ouvir o coraçãozinho dele, ou dela não sei. Por que não vem comigo? A Manu não vai poder, minha mãe aceitou que estou grávida mais vai trabalhar.

- Não vai dar, minha mãe pediu pra o filho de uma amiga dela começar mim ensinar porque minhas notas estão baixas. – Revirou os olhos. – Pensei que ela tinha deixado essa idéia de lado, mas parece que não.

- Pra quê outra pessoa sendo que você tem um namorado nerd?

- Ela diz que isso vai mim desconcentrar, e eu tenho 99% de certeza.

- E o 1%?

- Será minha outra distração.

- Ele é gato?

- Por isso será meu 1%. – Gargalhei.

- Deixe André saber disso. – Falei rindo começando a andar quando o sinal tocou.

- Ele sabe, menos a parte em que acho o menino gato. Mas ele até concordou.

- Estranho ele concordar.

- Não, não é estranho, um dia ele zombou de mim porquê confundi o que é conotação e denotação.

- Super concordo com sua mãe e André. – Ela me olhou de canto de olho quando zombei dela rindo. – Qual é, isso se aprende desde do 6 ano.

- Não é porque você fala em inglês com meu namorado que deve zombar.

- Ninguém manda filar a aula de inglês.

- Você nasceu na Inglaterra, e André sabe falar inglês desde dos 5 anos. – Falou incrédula.

- E espanhol. Sabemos falar espanhol. Aliás, Joaquim também sabe falar um pouco espanhol e inglês, ele aprendeu quando tinha quatorze com André e se comunicou bem lá na Inglaterra. Fez até amigos, e olha que os meninos são burros e não sabem falar português... – Ela me olhou. – Foi mal... Mas veja pro lado bom, a Manu também é burra e não herdou o português da mamãe como eu. Então não existe só você. – Ela me olhou de novo. – Foi mal novamente. – Entramos na sala.

- Pede pra sua tia, talvez ela queria ir contigo.

- É, é uma boa idéia. – Ela concordou sentando ao lado de Carlos, e eu ao lado da Manu.

[...]

- O que está havendo?

- Não está acontecendo nada.

- É a terceira vez que a diretora liga pra reclamar, Téo. Por quê está filando sempre, sendo que todos os dias você está saindo pela aquela porta na manhã. – Ele não respondeu. – É algo com sua mãe? Está com saudades de ficar lá, ou eu tenho feito algo pra querer voltar?

- Não, não é isso.

- Então o quê é! Por quê está sempre saindo da escola? – Ela limpou a garganta quando mim viu na porta da cozinha. Téo olhou pra mim.

- Perdão, não queria atrapalhar. – Pedi.

- Não, não tem problema. – Minha tia disse. – O que houve?

- A gente ficou de ir na consulta.

- A consulta. – Bateu na própria testa. – Eu esqueci completamente. Não vai dar pra mim ir. O Téo arranjou um problemão comigo, e se não ir ainda hoje, ele pode ser expulso do colégio.

- Claro, entendo. Bom, acho que vou ter que remarcar. – Sorri amarelado e se virei pra sair.

- Não. – Se virei. – Eu entendo que queira ir. O Téo vai contigo.

- Como? – Ele perguntou incrédulo e ela lhe encarou séria. – Tá, bom, eu vou. – Bufou desistindo de encara-la sério.

- Ótimo, ainda bem que não precisamos discutir, certo?

- Certo. – Revirou os olhos. – Vou vestir uma blusa e já vamos. – Falou comigo e saiu.



Já estávamos na clínica esperando ser chamada. Desde de que saímos, não conversamos pra nada. Ele estava ao meu lado, com os cotovelos na perna, enquanto olhava pro lado aleatório. Eu queria perguntar o que ele sempre fazia fora da escola, mas no mesmo momento não queria se intrometer em seus problemas.

Se levantei e percebi seu olhar em mim, mas continuei a andar pra beber um pouco d’água. Quando ia tomar, uma criança apareceu na minhas pernas. Era um menino, ele parecia ter quatro anos. O garotinho era loirinho, pele clara, e usava uma roupa combinada de homem aranha. O mesmo mim encarava e depois encarava o meu copo.

- Você quer? – Apontei pro copo. Ele ficou me encarando calado, mas logo concordou. Joguei metade da água em um jarro de flores e lhe entreguei o copo com a outra metade, sorrindo. O menino pegou com as duas mãos e bebeu sem tirar os olhos de mim. Demorou alguns segundos e ele me devolveu o copo. – Uau, bebeu tudo, tava com sede né? – Acariciei sua cabeça e ele confirmou me fazendo rir. – Qual seu nome?

- Felipe. – Sorriu balançado seu corpo. Seu sorriso parecia travesso, gaiato.

- Felipe, não já mandei parar de correr? – Uma mulher jovem apareceu repreendendo.

- Desculpa, mamãe. – Meu Deus que voz incrivelmente fofa ele tinha, pedindo desculpas! Apaixonada real.

- Tudo bem, volte pra seu pai. Mas sem correr. – Ele concordou, mas foi a mesma coisa dela disser corra. Ele correu trovoado pra o pai que havia se estava sentado duas cadeiras ao lado de Téo – que por acaso, olhava o mesmo menino correr até o pai. A gente riu e ela mim olhou sorrindo. – Espero que ele não tenha te incomodado.

- Não, não, ele só queria um pouco de água. – Levantei o copo vazio.

- Uma distração e ele desaparece sem nem a gente perceber, mas obrigada mesmo assim. – Sorriu agradecida.

- Não tem de quê. – Ela olhou o filho que estava rindo nos braços do pai, enquanto ele fazia cócegas na barriga do filho. – Ele parece bem agitado.

- Porquê ele é agitado. Percebeu as mãos sujas de tinta de caneta? – Concordei. – Pois é, foi ele que aprontou isso. – Riu junto comigo. Quando eu disse que aquele sorrisinho era de travesso, eu não estava errada. – Eu tive ele muito nova, foi uma responsabilidade enorme pra mim e meu marido, mas também foi a melhor coisa que ganhamos na vida. Minha mãe diz que ele é abençoado. “Oh criança abençoada” ela diz. – Riu no final.

- Ele é muito bonito.

- Obrigada. – Sorriu agradecida. – Acho que é a nossa vez. Se vemos por aí.

- Claro. – Acenei com a mão e ela acenou pegando o Felipe no colo e seguindo com o marido pra umas das salas. Joguei o copo fora e voltei a sentar ao lado de Téo que encarava algo aleatório na mesma posição. – Por quê minha tia estava discutindo com você? – Ele me olhou quando perguntei tão de repente.

- Ela já explicou. Porque eu seria expulso por faltas na caderneta. Tem mais de um mês que não entro na sala de aula, literalmente.

- Por que?

- Por que o quê?

- Por que está filando aula, Téo?

- Virou Helena agora é?

- O que é que tem de mal, contar?

A recepcionista chamou meu nome e apontou com a caneta pra o final do corredor dizendo o mesmo local em voz alta, quando uma mulher saiu de lá. Concordei e levantei.

- Boa sorte. – Téo desejou.

- Você não vem?

- Por que eu iria ir?

- Por que era pra isso que queria alguém vindo comigo. – Ele me encarou e olhou pro lado. – Olha, se não quiser eu posso ir sozinha. Não nasci grudada com ninguém, nem com minha própria irmã não nasci grudada, imagine depender de alguém pra isso. – Bufei caminhando irritada pra o corredor. Bati de leve ouvindo um entre. Quando abri a metade da porta uma mão apareceu empurrando. Encarei Téo, e voltei a bufar entrava na sala. – Babaca. – Ouvi um riso dele quando murmurei.



Téo estava ao meu lado, quando a médica começou a passar uma maquininha na ponta da minha barriga. Respirei fundo tentando controlar meu coração. Eu estava prestes a ouvir o coração do meu filho, era muita emoção. Foi quando ela deu mais outro deslize, que ouvi pela primeira vez.

- Está ouvindo? – A doutora sorriu pra mim. Senti minha mão ser apertada, e uma mão em minha cabeça. O meu sorriso era enorme, só ouvir seus batimentos cardíacos. Na tela aparecia meu ventre, e eu só podia estar vendo o paraíso. – Não sei se você vê, mas aqui é ele. – Apontou pra tela e meu sorriso não podia ficar maior. Olhei o Téo, e ele sorriu pra mim apertando minha mão. Fechei os olhos quando senti ele beijar minha testa, e uma lágrima rolou no mesmo momento.

- Obrigado por ter feito eu não desistir. – Sussurrei ainda de olhos fechados.

- Faria isso quantas vezes quiser, só pra te ver sorrir como agora.

- Você é maravilhoso.

Ele sorriu e pegou o papel que a médica tinha estendido para mim.

- Não, deixe que eu limpo. – Falei quando ele começou a limpar o gel da minha barriga.

- Não, eu limpo. – Sorriu voltando a limpar.

Sim, ele era maravilhoso.



- Finalmente chegamos... – Sai do carro mim deparando com aquilo.

- Em casa. – Téo suspirou sorrindo.

- Que lugar é esse, Ofélio?!

- O menino Téo que mandou virmos pra cá.

- Bem vinda, ao vilarejo dos sonhos. – Téo sorriu pra mim. – Sua vó mora aqui.

- Minha vó mora... O quê?!

- Ah, para de ser careta, vem, você vai gostar. – Pegou minha mão puxando. – Meus pais mora aqui.

- Você falta aula pra ficar com seus pais? – Falei incrédula. – Que eu me lembre, o Pedro nunca disse que eles estão doentes e essas coisas pra você vim aqui.

- Não, eu não falto aula pra ficar com eles, porque se fosse minha mãe metia o pau em mim por estar faltando. Tecnicamente mal vejo eles.

- Então o que mim traz aqui? – Ele me olhou quando entramos em uma igreja.

- Téo! – Olhamos pra dentro e a garota loira soltou algumas caixas vindo correndo até ele. Ela abraçou ele com vontade, enquanto ele sorria amarelado pra mim. Soltei sua mão e abracei meus braços.

- Olá, Sabrina. – Ele separou ela e a menina me encarou sorrindo com a mão em seus ombros. – Não apresentei vocês antes, mas ela é Isabela. Isabela, Sabrina minha...

- Ex.

- Eu ia dizer amiga. – Ele lhe corrigiu sem jeito e ela riu.

- Olá... – Sorri falsa.

- Téo, ajuda a Dóris? Ela está se matando pra fazer o nó. – Sabrina pediu.

- Na verdade...

- Vai lá, eu vou ficar bem. – Lhe disse. Ele suspirou frustrado e foi até a menininha nos deixando sozinhas.

- Ele é um garoto muito bom. – Tentei puxar assunto e ela arqueou a sobrancelha.

- Não conhece tão bem como eu conheço.

- Está dizendo que ele é um garoto ruim? – Disse sem acreditar.

- Estou dizendo que não sabe a terça parte do que ele já passou, pra querer se achar dizendo que gosta dele.

- Não é porque vocês já namoraram que deve passar na cara de que sabe mais coisa que eu, que cheguei agora.

- Se considera namorada dele só com um beijo? Em que mundo vivemos hein. – Riu.

- Na verdade não foi um, foi dois, e não me considero namorada dele pra sua opinião. Mas tenho certeza de que se formos, nunca o trairia com um amigo como você. O Téo é maravilhoso, e ele cuida de mim, principalmente meu filho. Ele cuida, como se fosse o pai. – Minha voz abaixou no final.

- Mas ele não é, e querendo ou não, isso sempre vai sempre ser lembrado por ele cada vez que ver a criança, e cada lembrança, vai ser como uma faca atolada em seu peito. Porque ele vai lembrar, que não existe um pingo de sangue no corpo da criança, que não vai existir nenhum traço de parentesco. Vai dizer ele sofrer com cada pensamento desses, Isabela? Ou vai fugir? – Ela sorriu cínica quando não respondi sua pergunta. Se virei e sai da igreja correndo, a deixando sorrir em paz.

Piranha vagabunda.



Meus dedos passearam na parede, calmamente.

- Sua mãe amava esse quarto. – Minha vó diz.

Quando sai da igreja, eu tinha saído procurando de a casa da vovó. Eu nunca tinha ido lá. Eu tinha nascido na Inglaterra e nunca tinha saído de lá. A gente só se via, porque era a vovó que ia pra lá nas férias de fim de ano – mesmo que demore séculos.

- É tão simples. Não parece a cara da mamãe.

- Por quê você só viu, uma Rebeca totalmente diferente desde de que nasceu. Não que ela tenha mudado sua personalidade e tal, mas estou falando de condições. Mas o jeito caipira dela nunca saiu. – Sorriu.

- Disso eu posso concordar com a senhora. – Ela riu.

- Vem, senta. – Pegou meu braço e mim fez sentar de frente pra ela. – Como soube que era aqui que eu morava?

- Não sabia, eu vim com Téo. – Sorri amarelado.

- Ah, sim, ele está ajudando a fazer uma peça teatral com algumas crianças. Que bom que ele trouxe você. Mas não conta pra Fiorina, ela não pode saber.

- Que peça teatral?

- É, a igreja evangélica está preparando uma peça para umas crianças. Elas vem de fora.

- Mas às crianças vem sempre aqui pra ensaiar?

- Não, não, eles ensaiam na cidade mesmo. Só vem aqui hoje pra apresentar.

- Então quer dizer que Téo não vinha pra cá. Ele sempre esteve na cidade. – Pensei alto.

- Como?

- Nada. Então, como é essa peça?

- Não sei direito, mas o que eu sei, é que o pastor escolheu um orfanato da cidade, porque aqui não tem crianças com necessidades especiais e lá tem. Ele quer trazer elas pra cá, pra mostrar que independente de tudo, são crianças, um presente de Deus. Mas além disso, também é pra poder arrecadar fundos pra poder reconstruir o lazer deles como eles realmente merecem. Eles estão trabalhando nisso, faz um mês, e eu tenho fé em Deus que vai dar tudo certo e que será uma peça maravilhosa. – Juntou as mãos olhando pro céu sorrindo. – Eu gostei que ele te trouxe pra ver. Téo tem uma alma tão linda. Assim que ele soube, concordou na hora. Não só porque ele é um menino bom, mas também porque ele já passou por o que essas crianças passaram, e quis muito passar uma mensagem pra elas.

- Como? – Ela me olhou.

- Como o quê?

- Téo já passou por tudo isso?

- Não sabia? O Téo já teve deficiência visual, Isabela.

- Mas como? – Levantei da cama sem acreditar. – Se fosse verdade eu teria sabido. Minha tia teria contado.

- Não depende dela contar, Isabela. É ele que tinha que contar isso pra você.



Téo me olhou quando eu caminhei em passos pesados até ele que estava ajeitando algo na rua.

- Por que não me contou? – Fui direta e ele riu com a testa franzida.

- Contou o quê?

- Que já foi cego. – Ele olhou umas crianças que estavam perto da gente.

- É melhor conversamos em um outro canto. – Pegou minha mão mas eu puxei.

- Não, eu não quero.

- Por favor. – Pediu e eu só sai porque as criancinhas começaram a nos olhar. Fui pra um canto distante do local em que arrumava o palco pra apresentação. Cruzei os braços e lhe encarei. – Eu ia te contar.

- Ah, é? Quando? – Perguntei sarcástica.

- Hoje, eu ia contar hoje. Eu te trouxe aqui, porquê queria ter mostrar o porquê estava faltando as aulas. Você ficou irritada comigo, porque não tem respondi, e resolvi trazer você aqui. Hoje as crianças fariam uma peça, e além disso, eu não queria deixar você quando saísse da clínica porque você estava feliz e eu gosto de ver você feliz.

Sorri com a cabeça baixa. Só queria saber se esse homem era real.

- Me ajuda a organizar? Essas crianças precisam de um lar melhor, comida melhor, médicos melhores. – Sorriu estendendo a mão.

- Só pelas crianças. – Ele riu concordando quando brinquei. Peguei sua mão rindo e ele mim puxou pra perto de uma garotinha – que Sabrina havia lhe chamado de Dóris a poucos minutos atrás.



- Téo, meu filho. – Olhei pra trás e uma mulher vinha correndo em sua direção com os braços abertos. Ela tinha sotaque de italiano.

- Mamma. – Téo foi até ela e lhe deu um demorado abraço. – Como a senhora está linda. – Disse se separando e olhando sorrindo.

- Ah, obrigada. Pelo menos alguém reparou. – Quis rir quando ela disse soltando indireta pra um cara ao lado que revirou os olhos.

- Olá, papà. – Téo riu abraçando o cara.

- Quando Mateus disse que você estava aqui, eu vim correndo. Ele anda tão triste esses dias porque não está falando com ele. Não entendo porque voltou a falar com Sabrina e não com ele.

- Fiorina, por favor. Não fala dele na frente do bambino. Olha a cara dele. – O pai de Téo disse.

- Não, está tudo bem. – Ouvi Téo dizer. Resolvi deixar de existir espera-lo e carreguei uma caixa. Quando estava pronta pra deixa-los a sós Téo falou. – Ah, gente, essa é Isabela. – Olhei pra eles e eles mim encararam.

- Seu cabelo... – A mãe dele disse apontando pra sua cabeça. – Seu cabelo. – Repetiu quando não entendi.

- Deixa que eu tiro. – Téo tirou uma folha e riu mim mostrando. Sorri agradecida quando ficamos se encarando. Pegou a caixa da minha mão e beijou minha testa e eu só reparava o quanto eu sou baixinha pra ele.

- Ah, que fofo. – Se assustamos quando sua mãe disse e lhe olhamos envergonhados por ter esquecido deles ali. – Só não gostei da idéia de ter esquecido de contar que está namorando.

- Mamma, não estamos namorando. – A mulher parecia que iria começar a enfartar quando ele disse isso.

- Giuseppe. – Balançou o braço de seu marido. – Nosso filho cresceu e esqueceu de ser homem. – Disse ofegante. Olhei pra Téo e ele me olhou logo revirando os olhos quando viu que prendia o riso.

- Mar, porquê ele teria esquecido de virar homem Fiorina?

- Ele não pediu essa garota aí, em namoro. – Apontou pra mim e o marido revirou os olhos com tamanho desespero.

- Talvez não seja o momento. – A mulher ficou mais espantada ainda quando o marido retrucou.

- É claro que é o momento! – Berrou, assustando uma mulher que passava ao seu lado. – Olha esses dois bambinos. Não são uns fofos? Nosso bambino pegou a caixa da mão dela, tirou a folha do cabelo dela, e beijou a testa delaaa! Sabe o que é beijo na testaaa? É tão “eu cuido de você” e foi isso que ele fez. – Disse encantada.

- Então significa que ele é homem. Um homem carinhoso e cavaleiro.

- ELE NÃO TÁ SENDO HOMEM DE VERDADE! – Berrou novamente assustando nos três e outras pessoas ao nosso redor.

- Aii Fiorina, mas foi isso que você acabou de dizer. – Tentou se explicar.

- Homem de verdade ele pode ser, mas não foi assim que ensinei ele. Demorou demais pra pedir a moça em namoro. – Empinou o nariz com os braços cruzados.

Eu poderia estar com rosto queimando de vergonha. Poderia estar preparando minha banheira e me suicidar como Hannah Baker. Eu poderia estar matando porcos, mas não, eu estou aqui prendendo o maior riso de todos os tempos.

- Mas Fiorina...

- Cala boca que você tá errado!

- Eu tô errado?

- Sim, porque invés de dar o exemplo pra nosso bambino você fica fazendo sapatos pra aquela mulher.

- Dio mio, o que ela tem a ver com nossa conversa, Fiorina?

- Você... Você só anda com ela. – Lhe acusou gaguejando. Téo mandou um sinal com a cabeça e começou a mim empurrar com a caixa. Enquanto era empurrada, eu ouvia os discutir.

- Desculpas, eles ultrapassa os limites as vezes. – Disse caminhando agora ao meu lado.

- Foi engraçado. Ainda mais na parte em que ela disse que você cresceu e esqueceu de virar homem. – Gargalhei e ele revirou os olhos.

- É melhor entregamos o figurino logo para as crianças.

- Você vai participar?

- Não, mas eu não vou poder sentar ao seu lado.

- Por quê? – Quase choraminguei.

- Por quê estarei ao lado do palco pra organizar as crianças que entraram depois. Acredite, elas tem uma energia pior que bateria.

- E como consegue?

- Não sei, só consigo. – Encolheu os ombros. – Acho que é porque eles gostam de mim.

- Ou porque você é crianção que nem eles. – Brinquei.

- Hey, obrigado por ter passado na cara que cresci mas esqueci de virar homem.

- De nada. – Ele me encarou e riu negando com a cabeça. – Já que não vai se sentar na platéia, irei sentar ao lado da vovó. Pra não ficar preocupado.

- Ta certo. Só não some de vista. Aí que realmente ficarei preocupado.

- Você quem manda. – Acenei e mim afastei indo até a vovó que acabara de estar em uma das cadeiras. Sentei ao seu lado e sorri pra ela.

- Gostou daqui?

- Sim. E bem legal.

- Gostou daqui ou gostou de quem lhe trouxe aqui?

- Não viaja. – Ela riu.

- Na próxima, traga sua irmã. Ela também vai gostar.

- Claro, principalmente ela que pegou as características da mamãe. – Vovó riu.



A peça já havia começado, e tenho que admitir, essas crianças são um talento. Fico me perguntando como crianças, tem essa coragem de atuar tão bem assim. Realmente, criança é uma bênção de Deus.

O local estava cheio, e eu não podia ficar mais alegre e orgulhosa de todos eles terem proporcionado isso. A peça estava ótima, e eu não queria que terminasse tão cedo. Infelizmente essa peça só serão 20 ou 15 minutos, porque além de serem crianças elas não podem fazer muito esforço por causa de suas variadas doenças especiais. Mas eu até entendo. Eu também não posso correr muito se não minha asma ataca, ou seja isso é tipo uma obrigação. Mas essas crianças estavam perfeitas, estavam.

Faltava poucos minutos pra acabarem, quando meu celular vibrou. Eu olhei a tela e reconheci aquele número, ficando atômica. Mas como?

                            TÉO

As pessoas saiam, e mesmo eu estando ocupado com as crianças agitadas, minha preocupação só aumentava cada vez mais. Onde ela estava? Ela tinha dito que ficaria ao lado da avó, e no final da peça simplesmente desaparece.

Deixei as crianças na mão da Sabrina e corri até dona Nina que também estava se encaminhando pra sair.

- Dona Nina. – Ela se virou. – Cadê a Isabela?

- Ela tinha dito que iria ao banheiro e seguiu por aquela direção. – Apontou pra o lado.

- Mas o banheiro é dentro da igreja. – Apontei pra a igreja evangélica.

- Aii eu já não sei. Mas não se preocupe, ela rodou esse vilarejo todo e no final acabou encontrando minha casa que por sinal nem sabia que era lá. Esse vilarejo é pequeno, não tem como ela se perder, afinal.

- Ela está grávida. E se alguém machucar ou acontecer alguma acidente? Acabou de acontecer uma peça, onde todo o vilarejo estava presente e no final ela some. Quem perceberia algo assim no meio de uma apresentação?

- Téo querido, obrigada por ter feito minha pressão subir. – Suspirei soprado. Ótimo! Acabei de deixar a vó dela preocupada com uma paranóia minha.

- Senta aqui. Vou procurar ela. – Lhe coloquei sentanda. – Toma, liga pra ela. – Lhe dei meu celular que olhou o mesmo de olhos arregalados.

- Mas... – Sai antes dela terminar de falar. – Como é que faço isso? – Dona Nina sussurrou procurando o botões em um celular de touchscreen. – Celular estranho. Cadê os botões dessa coisa?

(Berro 😂😂 nem vou falar que são minha vó porque as velhas tem celulares melhores que o meu 😂😂)



Eu entrei na sorveteira e Suspirei aliviado por ter lhe encontrado. Ela estava sentada tomando um sorvete, literalmente porque na verdade ela estava brincando com ele.

- Isabela. – Lhe chamei e ela virou a cabeça pra mim. Caminhei até ela apressado.

- Téo. – Ouvi Mateus mim chamar.

- Agora não.

- Téo, eu quero falar com você. – Pegou meu braço.

- AGORA NÃO MATEUS. – Gritei com ele e puxei meu braço lhe deixando pra trás. Isabela se levantou da cadeira e lhe acolhi em um abraço apertado. – O que aconteceu?

- Eu não sei como ele conseguiu meu número. – Disse nervosa e eu sei separei com as mãos em seu rosto.

- Ele quem? O...

- Ben. – Suspirei soprado e lhe coloquei pra sentar. Sentei de frente pra ela, com os cotovelos na perna.

- Você falou com ele sobre o bebê?

- Não, eu não consegui. – Passei o polegar em sua bochecha limpando a lágrima solitária que acabara de cair. – Ele disse que ficou preocupado. Me perguntou porque troquei de número sendo que sabia o número dele pra poder ligar. Disse que sente minha falta...

- E você ainda acreditou?! Olha o que ele te fez! Você está grávida por causa daquele babaca. Ele sabia que não estava consciente e aproveitou da situação.

- Mas foi eu quem começou. Foi eu quem pediu no começo.

- Ele era seu amigo! Deveria ter impedido. Você estava bêbada, e era virgem. Não acha que ele deveria ter parado, se não fosse essa á intenção? – Ela olhou pro lado calada. – Incrível isso! – Ri seco. – Sua tia estava certa, você defende muito ele, e esquece das pessoas que enxergam a verdade. – Se levantei. – Volta pra ele. – Falei caminhando de costas. – Tenho certeza de que ele irá adorar ver ultrassom da criança. Já que é muito melhor do que ouvir o coração. – se virei puxando o cabelo e sai da sorveteria.



Suspirei colocando mais um brinquedo na caixa. Se abaixei pra pegar mais uma, e joguei na caixa novamente. Fui pegar mais outras brinquedo mas alguém foi mais rápido e pegou. Levantei pra olhar e vi Mateus. Ele estendeu o brinquedo. Estalei a língua no seu da boca, e peguei rápido jogando na caixa.

- Ainda irritado comigo? Isso foi a muito tempo, Téo.

- Não estou irritado com você. – Peguei a caixa caminhando pra outro canto cheio de brinquedos.

- Tenho certeza que não tinha ninguém na sorveteira a não ser eu, você e aquela garota. – Coloquei a caixa na cadeira e lhe olhei.

- Eu só não quero conversar. Pode mim deixar terminar isso sozinho? – Pedi sem ser grosso.

- Não, eu não posso. Se esta irritado pode falar, mas não mim deixe sem notícias novamente.

- Olha, Mateus, se quer ficar com Sabrina fique. Não estou nem aí pra Sabrina! Só estávamos trabalhando juntos pra fazer a peça com as crianças. – Disse já alterado.

- Eu pensei que tinha voltado com ela.

- Mas não voltamos, okay? Sabrina é passado, e última coisa que eu quero é mim importar com o que ela faça.

- A questão não é Sabrina e eu, é nós. Você foi pra cidade do nada. Se não fosse seus pais, eu não teria notícias suas tão cedo. Éramos amigos Téo.

- Eu fui, porque meu irmão se casou e iria pular de país em país pra procurar um lar pra morar. Eu queria ficar com ele neste tempo que ele voltou pro Brasil mas ele acabou ficando na cidade e eu acabei gostando de lá. Não tem nada a ver com você ou qualquer outra pessoa.

- Nem da garota que estava contigo? – Sorriu e um revirei os olhos se abaixando pra voltar a pegar os brinquedos. – Vai, diz, o que ela é sua?

- Não somos nada. – Joguei os brinquedos tudo junto e carreguei a caixa indo pra outro canto.

- Duvido. Ela é muito linda pra não ser nada seu. – Lhe olhei. – Sem segundas intenções. – Levantou as mãos.

- Não chama ela de linda de novo, principalmente na minha frente. Eu sei que ela é linda, tá? – Ele riu.

- Está com ciúmes, gosta dela. – Disse rindo e eu coloquei a caixa em cima pra colher os outros brinquedos.

- Sim, sim, tá certo. – Concordei se abaixando pra pegar o boneco. Olhei o boneco e consertei a cabeça. – Mas ela se importa demais com a pessoa errada e esquece das certas. – Disse colocando o boneco na caixa. – É como dizem, vaso ruim não quebra. – Apoiei um cotovelo na ponta da caixa de gente pra ele.

- Ex?

- Um “amigo” se aproveitou dela e acabou que engravidou ela. Ela sofreu com isso mais não foi o suficiente pra ela aprender que ele não à merece.

- Pera, disse que ela está grávida?

- Sim. – Franzi a testa.

- Quantos anos essa menina tem?

- Vai fazer 17, acho que em setembro.

- Está ficando com uma menina grávida? Ficou maluco Téo?

- Qual o problema? – Arqueei a sobrancelha.

- Esse é o problema. Ela está grávida. Você vai ficar com ela e ela vai se iludir pensando que você vai querer assumir uma responsabilidade que não é sua. E desde do momento em que você não é o pai, você não tem que ter essa responsabilidade. Nenhum homem vai assumir uma criança que não é sua.

- Olhe bem seus conceitos, só senti nojo de você. – Peguei a caixa e sai lhe deixando pra trás.

- Só porque disse a verdade? – Gritou e eu se virei.

- Vai em frente, continue pensando assim, só não venha se lamentar quando estiver vazio por dentro.

Sai da igreja levando a caixa de brinquedos pra van e mim despedi das crianças.

(VRÁAAA. tinham tudo pra ser uma amizade linda, mas o nojo reinou 🙎😶😴)

                      Isabela

Mais uma coisa na lista, pra não aceitar que Téo tenha essa responsabilidade.

Eu tinha ouvido o garoto falar pra ele bem no momento em que fui tentar falar com Téo do ocorrido na sorveteria e a verdade era que ele estava certo. Ele e Sabrina estava certos.

Eu sai bem no momento, mesmo isso sendo verdade, no fundo não queria ouvir mais do que já ouvir hoje.

Fiquei em pé, em frente a casa da vovó, com os braços cruzados olhando ele se despedir das crianças na van.

- Corre atrás de seu homem, sua besta. – Vovó berrou comigo na varanda e eu ri olhando pra trás.

- A senhora está uma velha muito moderna ouviu? – Brinquei rindo.

- Só falta saber mexer nesses celulares que você e sua irmã tem. – Rimos juntas. – Adiante logo. Aproveitar que ele sentou no coreto e vá lá. Já está ficando tarde demais pra voltarem pra casa. – Sorriu e entrou dentro de casa.

- Oi. – Sentei um degrau abaixo do dele ao seu lado. – Aqui é bem bonito. Com as estrelas fica tudo melhor. – Tentei puxar assunto.

- Hum...

- Berto.

- Ke?

- Você disse hum, eu disse berto. Humberto. – Ele riu baixo negando com a cabeça. – Olha, desculpa eu não devia...

- Não gosto de lembrar que ele fez isso com você. E é difícil de entender quando você ainda defende ele.

- Perdão. Eu adoro você, Téo, e eu passei quase um mês inteiro sem falar contigo, não quero isso de novo porque eu gosto da sua companhia. Eu sei que você viu o áudio que mandei na noite do jantar, e não tem pra quer dizer tudo aquilo novamente porque também sei que sabe de palavras por palavras. Mas tudo aquilo que eu disse, é a coisa mais verdadeira que já disse pra alguém. Sabe? Quando beija minha testa eu fecho os olhos. – Ri fraco. – E vejo uma menininha de maria chiquinha, e um vestido vermelho sorrindo pra mim. Ela tem uma franja, igual a que eu tinha quando era menor. – Sorri fraco lembrando dela. – É estranho.

- Não é estranho. Talvez seja uma menina. Ou talvez seja o desejo de ser uma garota e fica imaginando.

- Mas não é só isso que acontece quando beija minha testa.

- E o que mais?

- Me sinto protegida.

- Porquê é isso que passo quando beijo você.

Eu abracei sua cintura colocando o ouvido em seu peito.

- Está sentindo? Estou tentando passar proteção em um abraço. - Brincou me apestando fortr

- E como estou sentindo. – A gente riu e ele afogou mais os braços ainda sim mim abraçando apertado.


Notas Finais


Holaaa, chicos e chicas (tentei falar espanhol, mim respeite! 😂)

Eu realmente sinto muuuuito pela demora. Meu celular quebrou, e tive que levar pro conserto. Quando voltou eu já fui logo terminando de escrever o capítulo pra postar. Mas mim deu uma grande frustração. Por que? Por quê eu perdi TODOS os capítulos que havia feito pra segunda temporada. Sim TODOS. Eu já havia feito 11 capítulos super trabalhoso, e simplesmente levou pro conserto perdeu tudo. Eu tive muita mais MUITA sorte de não ter pedido esse capítulo, porque ele já estava quase pronto e se eu perdesse, eu jogaria tudo por ar e não fazia mais porra nenhuma. Pode agradecer a Deus que eu não perdi esse capítulo pq se não não teria mais merda nenhuma rsrsrsrs

Sobre o capítulo, só sei sentir 💞💞💞💞 esse casal é maravilhoso demais. Saudades de Teobela na minha tv. De Majo... ❤❤

Eu JURO que desisto de shippar. Sério, eu só mim ferro shippando casais. Jolari acabou, Mhape ninguém tem noticias, Ruggarol que ninguém sabe o que está acontecendo, Lutteo que só sofre em Soy Luna 2, e pra acabar com meu coração tem aqueles pestes de Clay e Hannah. Maldido seja, coração traiçoeiro... 😥😥😥

E essa menina que Isabela imagina? Será? SERÁ? SERAAA? Só vai saber depois 😌😌😋

Esse aniversário de André. Só vem, SÓ VEM ANIVERSÁRIO DO MEU HOMEM ❤🎉❤🎉❤🎉❤🎉🎉❤🎉🎉❤🎉❤🎉❤🎉❤🎉❤🎉❤🎉❤❤🎉❤🎉
Surpresas prometem neste aniversário, aguardem 👀💜👀💜👀💜👀💜

Eu pretendo voltar o Ben na vida de Isa, e eu posso confirmar: A vida de Téobela será um verdadeiro inferno.

Será trilhões pior que Priscila nesta primeira temporada.

"Não se engane no começo da temporada pensando que será rosas. Quando colher, os espinhos irá te furar" 😶😶🙇

Só deixo essa mensagem pra vocês sobre Téobela. Pq nem Majo e nem Judre serão flores no começo, só eles 😶

Eu não quero falar muito aqui, mas quero agradecer pelos pelos favoritos. Somos 59, só vem 60 🎉Amo vocês demais, muito obrigada ❤

(Falta dois capítulos pra terminar a primeira temporada de Unknown Love 🙊🙊👀🙊🙊)
((Vai ter todos os momentos mais esperados no penúltimo capítulo, ou seja no próximo, e eu vou orar muito pra que gostem 💜))


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