História UnLost - Equaling

P.O.V - Halsey 

Ontem à noite, eu me igualei aos terríveis. Agora estou correndo, com medo.

Alguma vez você já fez algo que pensou nunca ter coragem de fazer ? 

Alguma vez, você estava vivendo sua vida normalmente, tentando superar suas dificuldades e repentinamente, veio algo e estilhaçou o seu mundo inteiro?

Alguma vez você fez algo que destruiu a sua consciência ?

Eu fiz tudo isso comigo mesma, ontem à noite.

Eu havia chegado ao meu não-luxuoso porém aconchegante apartamento, tirado minha jaqueta de couro e a jogado no sofá, junto ás chaves da minha Harley Davidson. Tudo o que me preocupava naquele momento , era se o pedaço de pizza que havia dentro da minha geladeira estaria bom o suficiente para ser minha janta.

Eu estava sentada na bancada da minha cozinha, com os pés descalços e cansados sobre a mesa,saboreando a pizza gelada. 

Meu celular tocava insistentemente, "Nass" era o que aparecia no visor.

Depois que atendi, recebi um convite para ir tomar um drink em um pub com meus amigos.

Eu, como a boa garota que era, aceitei o convite do meu amigo sem pensar duas vezes.

Logo, eu já estava com minhas botas de salto,e minha jaqueta de couro, estacionando minha moto em um lugar seguro, e depois indo em direção às três pessoas que me conheciam à anos. 

Nass, Stacy, e Jheff.

Stacy me observava com o mesmo sorriso largo de sempre. Jheff estava de costas, junto a Nass, que parecia tentar convencer o enorme segurança a deixá-lo fazer algo.Uma pessoa normal jamais insistiria tanto, qualquer coisa, a um segurança daquele tamanho. Mas Nass não era uma pessoa normal.Ele era mais insistente que uma pessoa normal.Ele era mais escandaloso que uma pessoa normal. Ele era mais engraçado que uma pessoa normal. Ele era mais companheiro que uma pessoa normal. Ele era mais burro que uma pessoa normal. Ele era mais rico que uma pessoa normal. E era principalmente e inacreditavelmente mais bonito que uma pessoa normal.Por isso, nós conseguimos entrar no pub lotado, e sentar na melhor e mais cara mesa do local.

Eu estava bebendo uma mistura de algo extremamente amargo, com algo extremamente doce, que Jheff fez parecer uma boa escolha. Depois, eu bebi várias outras coisas, e estava enroscada em um cara, que alternava seus beijos entre meus lábios e meu pescoço.Estupidamente, eu havia deixado ele me me levar para o lado de fora.Estávamos nos amassos, em uma parede mais afastada, até que eu ouvi alguns gemidos.

Não eram gemidos de prazer, eram gemidos de dor.

Desvencilhei-me do cara que estava comigo, o qual até agora não sei o nome e continuo não me interessando.

Caminhei rápido , seguindo os gemidos, até que encontrei Nass , caído ao lado da minha moto. Seu abdômen, que costumava chamar atenção por ser definido, estava ensanguentado.

- Nass  - Eu gritei me ajoelhando ao seu lado - Está tudo bem , eu estou aqui.

Eu estava desesperada.

- Stacy. - Ele falou com a voz falha.

- O que tem a Stacy, Nass ? - Eu perguntei chocada, ele estava morrendo e pensando na Stacy ?

- Ela fez isso. Ela fez isso. - Ele falou segurando minha mão com força. 

- Você está delirando Nass, eu vou chamar ajuda. - Eu falei , procurando com a minha mão livre o celular em meus bolsos.

- Não, não.  Ela me esfaqueou . - Ele disse deixando lágrimas escorrerem por seu magnífico rosto.

- HALSEY ! - Ouvi a voz de Stacy gritar. 

- Ela vai matar você. Fuja. - Ele disse.

Antes de eu conseguir me mexer, senti sua presença atrás de mim.

- Oh minha nossa, o que ouve aqui ? - Stacy disse, parecendo realmente surpresa.

Eu não sabia em quem acreditar.

- Eu amo você Halsey. - Nass falou - Fuja. - Ele suplicou. - Ela fez isso porque ficou com ciúmes de você.

Eu olhei para Stacy,a procura de algo que fizesse sentido,e eu encontrei.

Encontrei raiva em seu olhos,e um sorriso tenebroso em seus lábios.

Em seguida ela veio em minha direção, com uma coisa que brilhou ao refletir a luz fraca do poste. Uma faca.

Eu me esquivei rapidamente, e ela continuou vindo em minha direção. 

Ela tentou me deferir mais alguns golpes, e quando me dei conta, eu havia tomado a faca de sua mão, e passado de um lado a outro em seu pescoço.

Stacy estava caída no chão,e em poucos minutos estaria morta.

Jheff presenciou a cena. Ele correu até Stacy, ao mesmo tempo em que pegava o seu celular para ligar para alguém.

- Preciso de ajuda, presenciei um assassinato. - Ele falou ao telefone, e antes de dizer o endereço, eu joguei a faca na direção do seu pescoço.

Ela ficou lá cravada, até que o corpo de Jheff caiu sem vida no chão.

Nass fazia sinal para que eu me aproximasse dele.

Eu me ajoelhei ao seu lado.

Ele me entregou seu celular, e fez sinal para que eu tirasse algo de seu bolso esquerdo.

Era um saquinho pequeno, de veludo, preto. Junto a ele estava um envelope pequeno. 

Ele sorriu. Aquele sorriso inigualável. 

Levou uma de suas mãos até a minha, que segurava o pequeno embrulho,e a outra ele levou até meu rosto.

Acariciou minha bochecha,e escorregou seus dedos para minha nuca, me puxando até seus lábios.

Ele me deu um beijo calmo,mas cheio de sentimentos.

- Eu amo você Halsey. Eu sempre quis que você fosse mais que minha melhor amiga. Você é e sempre será a mulher mais incrível que já existiu na minha vida. Você não fez nada errado. Eles eram pessoas ruins. - Ele falou com a voz mais firme que conseguiu. - Não se culpe. Você fez um favor para o mundo.

- E-eu também amo você Nass. - Eu falei , deixando lágrimas escorrerem pela minha face.

- Não chore. - Ele disse passando o polegar novamente em minha bochecha - Eu estarei sempre contigo. Nunca esqueça que eu amo você. Feliz aniversário.

Ele me puxou novamente para um beijo. Eu coloquei minhas mãos em seu rosto e o segurei firme.

Só naquele momento é que eu percebi que eu realmente amava o Nass. Que eu o queria para mim.

Mas já era tarde demais.

Seu beijo foi ficando cada vez mais lento.

- Estarei sempre contigo. Eu amo você. - Ele sussurrou entre os beijos.

Até que seus lábios pararam de se mover.

Suas mãos caíram sem vida ao lado de seu corpo.

Eu não queria acreditar.

Luzes vermelhas e azuis começaram a piscar atrás das árvores. 

A polícia estava vindo. Eu precisava sair dali.

Peguei o envelope, o saquinho de veludo,e o celular de Nass.

Então me levantei, dei uma ultima olhada no que havia acabado de fazer, e corri.

Corri.

Corri.

Corri até mais pulmões queimarem como se estivessem parando.

Hoje, eu acordei com meu celular tocando.

Eu estava caída no meio de um bosque. Toda suja. Minha testa estava cortada, e eu não fazia ideia de como tinha ido parar ali, até que comecei a revirar meus bolsos para achar meu celular.

Eu achei o celular de Nass.

Eu achei um envelope e um saquinho de veludo preto.

E só depois o meu celular.

Então, assim como a chuva começou a cair de repente, minhas lembranças da noite passada voltaram de uma vez só.

Eu havia entendido meus sentimentos pelo Nass.

Nass estava morto.

Eu havia matado as pessoas que eu convivi durante anos, e que eram meus melhores amigos, sem nem perceber .

Bem que dizem, que quando se convive muito com certo tipo de pessoa, uma hora ou outra você se torna igual elas.

Ontem à noite eu fiz algo que eu nunca ousaria nem se quer me imaginar fazendo.

Eu matei duas pessoas.

Ontem à noite, eu me igualei aos terríveis. E agora estou correndo, com medo.