História Unloveable - It's inhuman to be so cold

Pov Se Hun

- Baeeeeek! Levanta logo, já está tarde, são às seis e meia - ele fazia assim todas as vezes, eu o chamava, ele falava algo sem sentindo e voltava a dormir...esse irresponsável!

20 minutos depois...

-SeHun, garoto besta já são às seis e cinquenta, se eu chegar atrasado na faculdade no meu primeiro dia de aula eu te mato!- gritou ele tirando-me dos meus devaneios. Tá falando sério, eu gritei pra ele levantar!!

Cinco minutos se passaram e ali estava ele, vagando pela cozinha procurando a caixa de leite, quase pelado, ele estava de cueca, sem camisa, cabelos bagunçados, olhos inchados pelo sono, com a bunda e as coxas fartas à mostra.

-SeHun para de me olhar com essa cara de maníaco!- eu nem tinha reparado que o estava observando.

-Desculpa Baek é só que essa sua bunda é gostosa demais, ela merece atenção, sabe que não tenho más intenções. Se não tinha esse sentimento fraterno entre nós eu te dava uns pega!-
falei rindo da sua cara.

-Nem morto eu ficaria contigo, você é uma canalha!- ele falou me olhando feio.
-Também te amo Byun, também te amo- falei mais pra mim que pra ele.

No ônibus

Pov Baek Hyun

Eu estava sentado no ônibus quando o vi, como todos os dias, ali estava ele, alto, magro, vestido de preto com os cabelos rebeldes tingidos de preto e os seus fones de ouvido. Vazio era aquilo que transbordava dos seus olhos, não hoje, não ontem,  e sim todos os dias. Ele estava ali, sem revelar emoções, como se não as tivera. Eu ali me encontrava como todos os dias, Byun Baek Hyun, garoto de 19 anos, sentado no ônibus, tentando decifrar o garoto mais gótico e fechado da face da terra.
Pode parecer impossível mas eu o conheço e ele me conhece, quer dizer, todos os dias nos encaramos. Ele da impressão de ser emo, ele escuta Green Day, Nirvana, e Pink Floyd, sei disso porque ele escuta música muito alta.
O garoto jogava os cabelos para trás cada cinco minutos e cada dez umedecia os lábios com a língua, aparentava ter entre os 18 e 19 anos.

Tive que sair dos meus devaneios quando o bus parou no meu ponto.  Eu desci do ônibus e ele também, o vi desaparecer no meio da multidão. Peguei os meus fones e os coloquei, não hoje eu não queria escutar música, coloquei os fones para ninguém me falar, sim eu fazia isso frequentemente.

Atravessei a rua e vi o Jong In. Ele era muito arrumado e sorria para muitos, sim, ele era conhecido por todos, era popular, gentil, bonito e rico, como todos naquela faculdade. Quando me viu um grande sorriso surgiu na sua face.

-Oi amor- ele me falou piscando e sorrindo maroto.
-Para com isso Kai, eu te vi sorrir para todos!- falei com a cara fechada mas sorrindo no fundo.

-Baek, esse sorriso - apontou com o indicador a sua face -é só para você, mas você não me quer!- falou ele fazendo bico.

Ele brincava, éramos amigos desde muito tempo, ele tinha namorado, o seu nome era Do Kyung Soo, chamado por muitos de D.O, eu o chamavo Soo, ele era o meu melhor amigo. Quando ele me viu veio correndo na minha direção, alargando os braços, eu já estava com um sorriso bobo na cara e com os olhos fechados quando o escutei rir, abro os olhos e....ele tinha abraçado o Kai.

-Muito engraçado Soo- falei batendo palmas de forma exagerada.

-Vem aqui Baek- falou puxando-me pelo braço para depois me abraçar. Ficamos assim por alguns minutos, sentia falta do meu melhor amigo, e percebi que ele também sentia minha falta quando começou a me dar beijos na bochecha, eu odiava quando ele fazia isso!

-Para, não vem com essa coisa gay pra cima de mim não!- ele era muito sentimental.

-Poxa Baek você também é gay!- falou fazendo bico.

-Sim mas não quero esses beijinhos melosos! Você tem o Kai para isso- eu falei levando as mãos aos seus cabelos e os bagunçando.

Ele fez careta e me mostrou a língua. Começamos a falar de coisas aleatórias e das férias depois de dez minutos, o sinal tocou e nos dirigimos para as nossas classes.

Em classe

O professor Hyuk nos falou que hoje não iríamos fazer nada, iríamos conversar sobre a a férias porque era o primeiro dia de aula, mas nos informou que isso aconteceria só nessa segunda, e que a partir de amanhã começaríamos com as lições normais.

Todo mundo falava e comentava como fora o verão. Eu não, o meu verão fora muito animado, cheio de festas, garotos, garotas, drogas e bebidas, mas não me orgulhava disso, então fiquei quieto.

Aquela semana passou em um piscar de olhos, os outros dias também, até aquela quarta-feira...

Quarta-feira

Enquanto a professora de ciências naturais explicava algo eu rabiscava o meu caderno, eu estava no meu mundo, e só sai quando ouvi a porta da classe ser aberta com brutalidade. Todos olhamos naquela direção,  e por aquela porta passou a pessoa que eu menos esperava ver naquele momento, era ele, sim, o gótico das trevas.

A professora indignada o olhou com cara de nojo e falou
-Garoto quem você pensa que é para interromper assim a minha lição?! Os teus pais não te deram educação?!- ele nada respondeu, ela o olhava de cima a baixo com desprezo.

-Você é surdo?!- ela perguntou cheia de raiva. Ele não respondeu, jogou uma pasta cheia de folhas encima da mesa da mais velha e se sentou em uma mesa vazia.

Todos assistimos a cena calados. A professora pegou as folhas e começou a ler, quando terminou olhou para baixo...ela chorava, todos estávamos assustados. Eu ainda tinha a boca aberta quando a senhora enxugou as lágrimas e em seguida falou com extrema educação

-Me desculpe- fazendo uma referência
-Se apresente por favor-  todos olhamos para o mais alto.
-Muito prazer sou Park Chan Yeol, tenho 20 anos e espero me dar bem com vocês- foi o que ele disse, ele parecia entediado enquanto proferiva aquelas palavras, era como se ele fora obrigado a memorizar aquela frase.

-Garotos ele é o filho do dono das redes internacionais da faculdade Spallanzani-
falou a professora fazendo todo mundo se levantar, excepto eu, se passaram dez segundos, todos me olhavam, até ele, mas eu permanecia sentado.

-Baek se levanta- falou Soo em um sussurro, mas todos o ouviram.

-Não- falei e todos me olharam espantados com a minha ousadia -no momento em que ele entrou nessa classe como aluno ele se tornou um de nós, então não vejo o porque me levantar para o cumprimentar- como sempre falei demais.

-Ele tem razão- falou ele vindo em minha direção, parando-se em frente a minha mesa

-Como você se chama?- perguntou olhando em meus olhos fazendo-me estremecer.

-Byun Baek Hyun- falei com um tom duro e confiante que não me pertencia.

Ele abriu a boca para revidar, mas me olhou nos olhos e percebeu que eu o analisava com un olhar que ele conhecia, aquele olhar que ele recusava, aquele olhar que o tentava decifrar, o conhecer, saber mais.

Então ele fechou a boca, suspirou, foi até a sua cadeira e se sentou. Todos nos olhavam, depois de trinta segundos a professora permanecia chocada, mas resolveu continuar a lição.

Aquele dia foi lungo e intenso, talvez intenso demais, eu só queria voltar pra casa e contar a SeHun as novidades sobre o gótico das trevas.