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História (Un)Lucky Girl - Trust Me - Especial YoongixWendy


Escrita por: Lady_Dragon

Notas do Autor


Olá!! Tudo bem com vocês?
Aqui está o primeiro cap extra que vocês tanto queriam <3
AVISO!
Dei o melhor de mim nesses dois, pq eles tinham a relação "mais complicada".
hehehehe

Muito obrigada pelo carinho <3

Capítulo 20 - Trust Me - Especial YoongixWendy


Fanfic / Fanfiction (Un)Lucky Girl - Trust Me - Especial YoongixWendy

- Mas você deveria avisar alguém Wendy! – Foi o que aquela voz alterada de Irene disse através do celular.

 A menina nada disse, apenas apertou a curva do nariz com os dedos recém-molhados por conta da louça que lavava. Respirou fundo balançando a cabeça.

- Eu não posso Juhyun, isso foi um caso, e nem sabia que ele era casado. – Prendeu o aparelho entre o ombro e secou as mãos no avental. – Agora esse cara não para de me ligar... Pelo menos ele não sabe onde eu moro. – Olhou para a pequena abertura que tinha na cozinha que dava a visão parcial do salão, o sino de pedidos havia tocado e ela precisava trabalhar. – Preciso ir, mas te ligo quanto terminar o meu expediente.

 Escutou algo rápido do outro lado da linha e desligou. Empurrou a porta de madeira e pegou o pequeno bloco de notas e saiu em direção à mesa dos clientes.  Há cerca de um mês Wendy conseguira um emprego na cafeteria no centro de Seul. Era um lugar muito bonito, sem esquecer-se de dizer elegante. Ela arriscaria dizer que era tipicamente inglesa, por sua quantidade de maneira escura e papeis de parede florida em duas cores. Os aromas se misturavam diversas vezes, trazendo-lhe uma sensação de aconchego. Ervas para chás, café recém-moído, as essências usadas para os bolos. Tudo aquilo a fazia lembrar-se da sua avó, que morava no Canadá.
 
 Em questão de serviço, as coisas fluíam bem, sem pratos ou xícaras quebradas, atrasos, até mesmo seu chefe era um homem fofo de se lidar. Sempre educado e de bom humor. O que a incomodava era um homem que há muito tempo Wendy havia se relacionado, talvez duas ou três vezes? Mas quando descobriu que ele tinha uma família, tratou logo de terminar tudo. Ela não era o tipo de pessoa que pretende acabar com a vida alheia.
 Envolver-se com qualquer tipo de homem não era seu problema, sempre que eles fossem solteiros.  Uma noite. Dizia ela. Então não se preocupava em saber mais nada de suas vidas.

 Mas aquele cara sabia mais de Wendy do que ela mesma. O que ela iria fazer? Aquela situação não estava totalmente fora de controle – pelo menos era isso o que ela achava – porém, ligar para a polícia dizendo que há alguém a seguindo estava fora de cogitação por dois motivos;

1° Ela não conseguia provar que as ligações eram deles e também não existiam fotos da perseguição.

2° A esposa dele era delegada.

 Como Wendy explicaria a mulher que o marido havia a traído e ainda perseguia a ex-amante.

Amante. Pensou ela com desdém. Odiava até o som daquela palavra. Poderia ser xingada de tudo, menos de amante. Wendy não cobiçava homens casados, cheios de grana e um péssimo relacionamento para destruir e ter tudo para si. Queria apenas beber e se divertir nas baladas com os amigos.

 Entregou o pedido da mesa doze e retirou a franja dos olhos sorrindo de maneira amigável para os clientes. Quando pretendia voltar para cozinha ouviu uma voz familiar a chamar. Virou a cabeça na direção das mesas e sorriu ao ver Hoseok e aquela expressão sempre amarga de Yoongi.

- Boa tarde meninos! – Sorriu para Hoseok e logo encarou o outro que apoiava a cabeça em uma das mãos. – Que surpresa ver você aqui, socializando.

- Pois é... Hoseok disse que tinha uma funcionaria nova e gatissima, mas até agora só via a sua desgraça!

 Ela perdeu o sorriso e cogitou seriamente em bater aquela bandeja com força em sua cabeça, mas a mão quente de Hoseok tocou a sua lhe chamando a atenção.

- Esqueça o enfezadinho do oceano. – Wendy riu pegando o bloquinho. – Eu quero o de sempre e pra ele um chocolate quente, por favor.

 Ela acenou brevemente e ignorou qualquer outra coisa que Yoongi pudesse falar.

- Porque ser tão desagradável Suga? – Hoseok finalmente perguntou recebendo apenas um levantar de ombros. – Que estupidez.

- Ela sabe que estou brincando. – Declarou sem encara-lo, observando outro cliente passar pela porta.

- Não importa Yoongi, suas brincadeiras não são engraçadas, podem magoa-la! – O colega pareceu bem irritado com aquilo, bufou rapidamente cruzando os braços. – Nem ao menos elogiou o novo cabelo dela... Como você é ridículo!

 Yoongi o olhou prestes a responder mais se calou ao notar alguém se aproximando. Wendy parecia um pouco mais pálida do que alguns instantes. Lançava breves olhares para as mesas atrás de si e suspirava tensamente. Colocou um Milk-shake e um pedaço de bolo a frente de Hoseok e o copo de chocolate quente ao seu lado. De repente segurou seu pulso a fazendo se assustar, estava ligada no automático. Sem entender a própria ação Yoongi a soltou e riu fraco.

- Não colocou veneno aqui certo? – A frase saiu apenas para descontrair. Wendy negou com a cabeça e soltou os ombros.

- Você já tem veneno demais escorrendo pela sua boca, apenas tome cuidado para não morder a língua e morrer...

 A frase saiu tão áspera e bruta que nem ele conseguiu debater aquilo. Ela se curvou rapidamente e praticamente voltou correndo para dentro da cozinha. A observou até sumir entre as portas que balançavam em direções opostas acabou percebendo que não fora o único a olha-la. Ouviu um riso sarcástico do amigo que lhe chamou a atenção.

- “Ela sabe que estou brincando”. – Repetiu ele com uma voz infantil, comendo mais um pedaço do bolo. – Recebeu uma rasteira de dois pés no peito com salto quinze...

- Wendy estava estranha. – Comentou sem se importar com a provocação. – Pálida e nervosa.

- Isso foge do assunto... – Resmungou Hoseok, depois olhando para a cozinha. – Deve ser problemas com o chefe ou algo assim.

 Foi então que Yoongi deixou a xícara sobre a mesa e encarou o colega.

- Como assim “o de sempre”?  Há quanto tempo vem aqui?

- Não é da sua humilde conta! – Sorriu colocando o canudo nos lábios.

 Yoongi pegou dois saches de açúcar e jogou em sua direção. Resmungou algo não muito compreensivo e voltou para o chocolate.

 Talvez tivessem passado três ou quatro minutos, mas Yoongi jurou que foram horas, pois pode observar o comportamento estranho do homem sentado ao lado da porta. Levantou algumas boas vezes até o banheiro, parou e observou o balcão e depois voltou ao seu lugar.
 Tendo aquela experiência de “marginal” por conta das brigas de rua. Algo que ele não se orgulhava muito, porem o ajudava a ser mais atendo com o movimento ao redor. Yoongi tinha certeza que aquele cara seguia ou esperava alguém da cafeteria e aquilo o deixou agitado.

 Hoseok recebeu a ligação da avó pedindo para que passasse no mercado, então teria que ir embora. Ele até pensou em acompanha-lo enquanto pagavam a conta no caixa, pensando em quanto tempo demoraria a chegar em casa caso pegasse trânsito. Mas seus pensamentos foram brutalmente interrompidos pelo som estridente da bandeja caindo no chão. As pessoas olharam em direção ao barulho curiosas, Wendy estava puxando o próprio braço das mãos daquele homem de cabelos negros enquanto ele dizia coisas que eles não conseguiam ouvir, mas pela expressão dela, algo gentil não deveria ser.

Depois de conseguir se soltar e pegar a bandeja a menina saiu correndo para a cozinha recebendo olhares um tanto reprovadores e até estranhos.

- Ela estava chorando? – Perguntou Hoseok preocupado tentando encontra-la através daquela abertura. – Yoongi...

- Você precisa ir, eu fico.

 Seu tom saiu autoritário e firme. O colega o encarou e viu seu olhar fixo no homem que sairá pela porta e caminhava pela calçada até desaparecer na esquina. Hoseok não soube se o deixava sozinho ou ficava para evitar qualquer tipo de problema. Já que Yoongi não tem a fama de pessoa mais calma do mundo.
 O homem de barba longa que parecia ser o chefe estava visivelmente preocupado conversando baixo com outra funcionaria que explicava a situação entre a porta da cozinha e o balcão. Ele mexia no bolso do avental como se procurasse algo e a funcionaria apontou para Yoongi logo depois seu olhar fora em direção a ele.

- Rapaz! – Chamou com um tom mais alto. – Por favor...

 Ele deixou os pensamentos furiosos de lado. Queria ter saído para ir atrás daquele idiota, mas preferiu controlar a raiva antes que fizesse algo pior. Aproximou-se do mais velho curvando-se rapidamente, o homem tocou em seu ombro o levando para dentro.

- Você é amigo da Wendy certo? – Seu sotaque era diferente, provavelmente inglês. Yoongi acenou com a cabeça de maneira positiva. – Ela se trancou no banheiro dos funcionários, por favor, veja se está tudo bem.

- O que houve? – Perguntou enquanto o acompanhou e bateu brevemente na porta que ficava afastada dos equipamentos da cozinha. – Wendy... Sou eu.  – Não ouviu uma resposta.

- Aquele homem, chama-se Rick, não sei dizer a quanto tempo ele vem aqui, mas sei que é a terceira vez que ele perturba minha funcionaria.  – Balançou a cabeça irritado, cruzou os braços suspirando. – As outras meninas disseram que é somente com a Wendy, nunca chegou a assediar as outras...

 Aquela raiva voltou a crescer dentro dele o fazendo fechar os punhos com força. Ele sabia que aquele desgraçado estava agindo de maneira estranha.  Mas porque Wendy não disse isso para ele? Ou alertado qualquer um deles?

- Vou ligar para a polícia, fazer uma queixa. – Exclamou o homem. – Por favor, leve-a para casa. Não farei Wendy passar por mais nervoso, tenho câmeras de segurança então posso identifica-lo.

 A única coisa que ele realmente ouviu fora o leve-a para casa. O resto era de como ele poderia encontrar aquele tal de Rick e lhe descer uma série de socos e chutes até nunca mais querer mexer com nenhuma mulher. Principalmente a dele.  Jason era o nome do chefe, ele saiu dali dizendo que providenciaria a ocorrência o mais rápido possível.  Yoongi suspirou batendo na porta mais uma vez, encostou a testa fechando os olhos.

- Wendy-ssi... – Seu nome saiu mais como um sussurro, ele tentou girar a maçaneta e a porta se abriu.  O banheiro não era grande, ele a encontrou encolhida ao lado do pequeno espaço que havia ao vaso. Cabeça escondida entre os joelhos pode ouvir seu choro abafado e aquilo o deixou ainda mais bravo. – Ei... – abaixou-se tocando devagar em seus cabelos.  – Vai ficar tudo bem... Estou aqui.

 Aquela calma que sua voz sairá não era dele, sabia disso, mas não adiantava perder o controle naquela situação. Ela estava visivelmente assustada. E ele extremamente puto.

 Wendy soluçou mais uma vez, não olhou diretamente em seus olhos, mas o abraçou.  Yoongi não disse nada, podia sentir seu corpo inteiro tremer. Ele tinha a impressão que aquele ataque não fora o único, ela ainda escondia algo, mas, deixou de lado por enquanto.

Uma viatura da policia estacionou em frente à cafeteria. As pessoas que passavam pela calçada lançavam seus olhares curiosos para o vidro tentando saber o que se passava la dentro. Já os clientes, cochichavam entre si vendo os dois homens fardados caminharem com pressa e firmeza até o escritório atrás do salão. Sempre com a expressão séria e as mãos postas sobre o cinto onde carregavam a arma. Ao chegarem, encontraram três pessoas, dois homens e uma mulher que mantinha a cabeça baixa encostada sobre a mesa grande perto da janela. Observaram rapidamente que havia leves hematomas em seus braços e antebraços, olharam aquele rapaz que andava de um lado para o outro extremamente inquieto e irritado enquanto o mais velho tentava inutilmente acalma-lo. Com indiferença – coisa que fazia parte do papel de um policial – escutaram o relato, coletaram as fitas de segurança que o dono do local os entregou e pediram para que fossem a delegacia para registrar a queixa.

 Aquilo era tudo o que Wendy não queria.

 As mãos escondidas entre as pernas evitava que os outros soubessem que ainda tremia, estava tão nervosa. Seus olhos percorriam toda aquela delegacia. Desde da sala de interrogação até o corredor estreito que levava as celas provisórias para os delinquentes recém capturados. Ela se sentia uma delinquente. Respirou fundo pensando em mil e uma mentiras ou maneiras de se livrar daquilo, mas nada, nenhuma ideia realmente boa lhe surgia na mente.  Olhou para o lado esquerdo onde poder observar Yoongi de braços cruzados ainda com a expressão fechada, encarava o vidro como se analisasse o ambiente do lado de fora ou simplesmente dormindo de olhos abertos.  Ele sabia a verdade, ela lhe contou a verdade e por isso estava daquele jeito.

 Quando o policial sentou a sua frente naquela mesa branca e começou a lhe fazer perguntas Wendy não teve outra opção a não ser dizer a verdade. O olhar reprovador e fuzilador de Yoongi a deixava mais aflita.

 A mais de seis meses, Wendy havia se relacionado com um homem no bar, onde acontecia uma comemoração qualquer que ela nem ao menos se lembrava, pois estava bêbada. Aquela foi a ultima festa onde ficou perdida no centro e Seulgi foi busca-la.  Depois daquele dia, ela foi proibida de ingerir álcool sem a supervisão de qualquer colega, sendo assim, todos os lugares que ia, estava acompanhada por Seulgi – ou por qualquer outros dos meninos, Yoongi era um deles -.  A segunda vez que o encontrou foi em uma boate muito frequentada por ela e as colegas. Seulgi notou o como aquele cara agia estranho, desde que chegara até abordar Wendy, mas ela não havia notado nada, nunca pensou que existiria maldade em suas ações. Que estupidez. Pensou consigo mesma.
 Na terceira vez, já intrigada pelas coisas que sua amiga lhe disse, vasculhou seus bolsos quando saiu para o banheiro. Dentro da carteira sua aliança estava escondida e uma foto de sua esposa e filha presas ao lado onde ficava as notas de dinheiro. Não precisava nem dizer o que Wendy sentiu naquele momento. Raiva, tristeza... vergonha.  Tudo parou por ali, ela saiu e foi embora sem ao menos olhar na cara dele. Queria ter o xingando e talvez jogar a cadeira do bar nele, mas, ela também estava errada... Não estava?

 Estava com as mãos postas sobre a mesa com os dedos entrelaçados e relatava tudo o que conseguia para aquele homem. Não conseguia parar de sentir-se envergonhada, queria chorar, seu peito se fechava, a respiração falhava e tudo só parecia piorar. O policial pediu seu nome e ela disse. Rick Kwon.

- Desculpe... Richard Kwon? – Ele pareceu vacilar por alguns instantes parando de digitar e a encarando. Wendy acenou de maneira positiva e ele nada disse. – Com sua licença. – Levantou-se e saiu.

 As mãos tremulas foram escondidas entre os seus longos fios de cabelo agora loiros, sabia muito bem aonde aquele homem estava indo. Abaixou a cabeça mais uma vez e chorou. Onde sua mãe havia errado na sua criação? Será que a culpa era dela? Porque Wendy insistia em ser tão desmiolada daquela maneira? Beber, ficar até altas horas na rua, perder os sentidos... O que fazia da vida? Não sabia...

 Soluçava tanto que fazia seu peito começar a arder. Que vergonha SeungHwan! Estou decepcionada. Era aquilo o que sua mãe lhe diria se soubesse o que estava acontecendo. Saiu dos próprios pensamentos quando a mão quente de Yoongi tocou a sua de repente a fazendo abrir brevemente os olhos. Ele estava ali, ao seu lado, deitado sobre o próprio braço a encarando, mas ele não tinha um olhar de julgamento ou até mesmo aquela expressão sempre amarga. Ele a confortava.

- Pare de me olhar assim... – Escondeu o rosto entre os braços. Estava envergonhada.

- O que? Não estou te olhando de nenhum jeito! – Zombou ele trazendo a cadeira para mais perto. – A culpa não é sua... – Acariciou seus cabelos e sussurrou logo depois. – Olha pra mim Wendy.

 Ela não queria, ainda queria saber como ele poderia olha-la sem ao menos lhe dar uma boa lição de moral. Porque era o que ela realmente precisava, o choque de realidade era forte demais. Já um pouco impaciente, o rapaz a puxou e retirou os braços que cobriam seu rosto, rinha olheiras profundas, a ponta do nariz e os olhos vermelhos de tanto chorar, ela insistia em manter a cabeça baixa.

- Onde está aquela garota que pulou o muro de um hospício desativado comigo? – Questionou passando a manga de sua blusa sobre seu rosto molhado. – E que depois saiu correndo dos policias com o salto quebrado? – Ela riu fraco balançando a cabeça. – Ah e que três dias depois bateu em um cara uma tampa de lixo?

- Foi um cano velho... – O corrigiu com a voz rouca e ele riu. – E a briga era sua, não minha...

- Exato. – Sorriu acariciando sua bochecha erguendo seu rosto. – Mesmo assim, entrou na briga. – Por alguns instantes ela conseguiu encara-lo, mas logo tentou olhar para outro lugar, Yoongi não deixou e apenas juntos seus lábios de maneira rápida porem suave. – Então porque não deixou que eu entrasse nessa por você? Esconder algo desse tipo, é suicídio Wendy. O que aconteceria se ele não se limitasse apenas em te seguir ou ligar e se esse babaca lhe atacasse mais vezes como hoje?

 Ela não conseguiu responder já que fora chamada por uma voz feminina para a sala principal. De todas as delegacias espalhadas por Seul, eles tinham que ir justo naquela. Yoongi segurou sua mão e negou-se a solta-la até quando entraram na sala, mesmo que aquela mulher queria conversar com Wendy sozinha, ela teria que dar um tiro em sua testa. Pela história contada, a Delegada era a esposa do delinquente.

O olhar reprovador e até um pouco furioso daquela mulher imponente lhe lançava com certeza  faria abaixar a cabeça e confessar qualquer tipo de crime que tivesse feito. Até aquele pequeno que fora grudar chiclete na cadeira do professor na terceira série.  A delegada era alta, seus cabelos eram castanhos com algumas luzes claras nas pontas, estavam presos em um longo rabo de cavalo, os óculos de grau estavam sobre a mesa onde ela mantinha-se em silencio com as mãos entrelaçadas em frente ao rosto. Estava pensando ou planejando levar Wendy até um beco e espanca-la até desmaiar por ter se envolvido com seu marido. Mas logo notou, ela não usava a aliança no dedo.

- Wendy, certo? – A menina se sentou à sua frente e o rapaz manteve-se de pé atrás dela. Ela acenou de maneira positiva, percebia o quanto estava abalada apenas por seus pequenos gestos. Ombros encolhidos, mãos junto ao colo, as olheiras ao redor dos olhos. – Meu nome é Soye Kwon, Delegada desse distrito. – Puxou algumas folhas de papeis recém impressas e colocou os óculos passando rapidamente pelas linhas, bateu brevemente as unhas sobre a mesa e voltou a encarar a menina de cabelos descoloridos. – Vejo que foi de encontro com Richard?

 Ela sentiu o veneno saindo em suas palavras e lhe infectando os ouvidos parecendo paralisar os membros do corpo. Uma amante, sempre uma amante. Pensou.

- Não, ele foi ao encontro dela, enquanto trabalhava. – Yoongi falou logo em seguida ríspido entendendo o sentindo daquela frase mal-intencionada.

 A mulher o encarou não gostando muito de ser desafiada. O analisou de cima a baixo como se já tivesse o visto.

- E você é? – Perguntou com certa ironia na voz.

- Namorado dela! – Wendy levantou brevemente a cabeça vendo a expressão de surpresa da delegada. Yoongi foi tão confiante naquela frase que até ela mesma acreditou.

- Não sabia que esse tipo de garota conseguia namorado... – Suspirou rapidamente com um ar de indiferença deixando o rapaz ainda mais irritado.

 Wendy lhe segurou a mão em um pedido silencioso para que dissesse nada. Ele respirou fundo mantendo o olhar fixo naquela mulher desagradável.

- Estamos juntos a três meses. – Aqueles dois poderiam dar as mãos e saírem saltitando por campos floridos, a mentira deles era como uma cumplicidade, funcionava perfeitamente. – E gostaria de entender o que quer dizer com “esse tipo de garota”?

 Claro que ela sabia o que queria dizer. Se tivesse sozinha naquela sala, com aquela energia maldita de pressão e culpa, teria abaixado a cabeça e acenado concordando que era aquele tipo de garota. Porém, a presença de Yoongi mudava aquilo, sempre sentiu-se mais corajosa ao lado dele, talvez seja por isso que fazia besteiras como pular muros de locais abandonados e depois sair correndo da polícia. Por isso brigavam e competiam sem receios. Eram idênticos.
 E, mesmo com medo, não deixaria aquela mulher lhe humilhar mais do que já sentia.

 Soye inclinou o corpo levemente para trás encostando as costas na cadeira, voltou a bater os dedos sobre a mesa. Retirou os óculos e apertou a curva do nariz. Sentia-se cansada.

- Escute, vamos ser claras. – Apoiou os cotovelos sobre os papeis e a encarou. – Não nos conhecemos pessoalmente, mas nos conhecemos. – A menina acenou em concordância. – Então, me diga, Wendy, porque está aqui denunciando meu Marido? Foi você que se envolveu com ele e acabou com o meu casamento, agora diz que ele abusou de você?

 Aquilo estava sendo um absurdo na visão do garoto que começava a ficar irritado com aquela falsa confiança da mulher. Esse era o problema das autoridades. São repletas de problemas pessoais e culpam a primeira pessoa que encontram por julgá-las abaixo de si. Ele quis responder, mas Wendy apertou sua mão mais uma vez.

- Sim, me envolvi com um homem a seis meses atrás duas vezes, ele não usava aliança e dizia ser solteiro. – Começou ela reunindo toda a coragem que ainda tinha. – Quando descobri a foto e a aliança escondida tratei de ir embora e nunca mais vê-lo e fiz isso. Mas foi ele que começou a me ligar e aparecer em meu serviço, estava em todos os lugares que eu ia...

 Wendy se calou por alguns instantes e respirou fundo.

- Eu sinto muito pelo seu casamento, posso ter parte de culpa, mas, eu não sabia, sinceramente não sabia que ele era casado. – Sentiu como se seu peito fosse prensado por diversos socos. – Rick vem me seguindo a muito tempo e não tive coragem de dizer a ninguém e estava me assustando e hoje ele tentou me levar para fora do meu trabalho, dizendo que me amava, mas eu não queria e nem ao menos sinto o mesmo. – Passou as mãos sobre os braços.- Sinto muito...

- Você não tem que se desculpar de nada. – Yoongi disse. – Foi ele que a enganou, você apenas seguia sua vida. – A mulher o encarava com os olhos semicerrados, mas aquilo não o assustava, nem um pouco. – O desvirtuado e culpado pelo péssimo casamento era ele, não você.

- Yoongi...

- Ah não, nem tente, fiquei calado por muito tempo. – Resmungou aproximando-se da mesa e a encarando bem. – A culpa é da vítima agora? Você como mulher e oficial deveria ser imparcial sobre alguns assuntos, ele a machucou, perseguiu, e culpa ela por isso? – Sorriu de lado irritado. – Se tudo estivesse bem entre vocês desde o começo ele tem teria tirado a aliança, então haja como uma delegada e não como uma esposa traída, ele está seguindo Wendy!

 A menina se levantou puxando seu braço para distancia-lo da mesa, se Soye quisesse poderia prendê-lo por desacato a autoridade. Aquele garoto não tinha medo do perigo, mas Wendy sabia os limites.

- Você é atrevido demais garoto, a conversa não...

- Ah foda-se! – A interrompeu e Wendy o censurou, mas nem se importou. – Não tenho medo dessa sua lábia. Aceite que tem chifres e faça justiça por alguém que é a vítima e não o culpado. – Ela pediu mais uma vez que calasse a boca, mas não pode, a raiva que sentia daquele cara estava forte e ele precisava descontar em alguém. – Ele tocou na Wendy, a assustou e a machucou, se não fizer nada, pode ter certeza Delegada, eu farei.

- Yoongi! Chega, por favor! – Pediu mais uma vez puxando-lhe a orelha. – Quer ser preso?

- Com certeza ele quer ser preso! – Exclamou irritada e viu a menina colocar a mão sobre a boca do rapaz que responderia mais uma vez. – Meu marido saiu de casa, não sabia onde estava, claro que suspeitei que estivesse com a... outra, mas depois dessa denuncia, vejo que ele enlouqueceu de vez.

- Olha a consciência voltando ao normal... ai! – Ele disse calando-se logo em seguida após sentir o salto da bota de Wendy acertar-lhe os dedos do pé.

- Quero ficar longe dele, a senhora pode ter certeza disso. – Disse Wendy ignorando os resmungos de Yoongi. – Passei semanas até tarde em lugares públicos apenas para evita-lo e não me seguisse até em casa. – A mulher acenou de maneira positiva. – Por favor, me ajude.

 Soye respirou fundo e finalmente levantou de sua cadeira e caminhou até a porta batendo no vidro chamando outro rapaz que sentava em uma mesa próxima a sua sala. Disse alguma coisa próximo ao seu rosto e apontou para eles e logo em seguida saiu se curvando.

- Quero que passe seu endereço para mim, uma viatura ficara de ronda na sua casa, vou registar sua ocorrência.

 Wendy sorriu de maneira gentil, realmente agradecida por aquilo. Ficaram mais um tempo na delegacia passando os últimos dados e endereços. A menina não podia sentir-se mais aliviada por finalmente se livrar de tal peso que carregava a meses nas costas. O medo de sair e encontrar Rick, seu amigo tinha razão, e se ele não se limitasse mais em apenas segui-la e tentasse invadir sua casa? Morava sozinha e algo muito pior poderia ter acontecido.
Antes de irem embora a mulher os chamara mais uma vez, segurava uma pasta amarelada e virava algumas folhas, olhou diretamente para o rapaz e o encarou por cima das hastes dos óculos.

- Seu apelido é Suga? – Perguntou recebendo um olhar curioso e um aceno de cabeça meio receoso. Ela fechou a pasta e riu fraco. – Reconheço um delinquente de longe, sua ficha de perturbações públicas é longa... Acho que vocês se merecem!

 Não disse mais nada e deu as costas levando a pasta debaixo dos braços. Wendy teve que segura-lo pelo gorro da blusa antes que avançasse contra ela e realmente fosse preso por desacato. O temperamento de Yoongi era como de um bipolar, em um momento estava bem e outro poderia matar alguém com os próprios dentes. Saiu xingando a mulher de todos os palavrões possíveis e existentes na face da terra e tudo o que ela podia fazer era rir. Tudo ficaria bem, não seria mais perturbada e não precisava ter medo de ter a casa invadida. Assim ela esperava.
Agora, a única coisa que a preocupava era o fato de Yoongi tê-la beijado. Eles já haviam ficando algumas (varias) vezes, mas Wendy, como a maioria sabe, fugia de relacionamentos porque não se achava boa o suficiente para ter alguém ao seu lado. Ou achava difícil alguém aguentá-la por mais de três semanas. – Seulgi, Irene e Yeri ganharam o prêmio de amigas do ano. -.  Ela queria muito não saber dos sentimentos dele, mas eram tão claros como água. E também evitava acreditar o que tinha por ele era a mesma coisa. Sou complicada demais. Dizia para si mesma a caminho de sua casa.
 
 Quando o taxi parou desceu olhando para o céu que estava extremamente alaranjado em um lindo pôr-do-sol, suspirou de maneira pesada soltando os ombros. Como um dia poderia ter tantos problemas? Resmungou algo em inglês e subiu aqueles poucos degraus até a porta de madeira, girou a chave e entrou quando foi fecha-la novamente alguém a segurou e xingou a fazendo sair dos próprios pensamentos.

- Oh garota! – Reclamou Yoongi entrando e dando um tapa no topo de sua cabeça. – Quer quebrar meu nariz!?

-Aish! – Resmungou passando a mão onde recebera o tapa. – E eu sabia que você ia entrar também o aberração?

 Ela revirou os olhos sentando no chão para arrancar as botas que já machucavam seus pés, deixou-as de lado passando os dedos entre os fios de cabelo, estava pensado em tantas coisas que ficava facilmente distraída como agora. O rapaz sentou ao seu lado encarando a porta.

- Estamos esperando a porta apodrecer? – Perguntou sem tirar a atenção o objeto inanimado.

 Ela nada disse de início, mas o encarou o analisando. Yoongi era um garoto estranho.

- Porque eu?

- Porque não você? – Ele a olhou e apoiou a cabeça sobre a palma da mão.

 Claro que havia entendido a pergunta, Yoongi poderia ser tudo menos burro. Ficaram alguns instantes naquele silencio perturbador encarando um ao outro, até ela finalmente olhar para as unhas que tinham o esmalte começando a descascar.

- Quando liguei pra você as três da manhã da quarta-feira, porque eu precisava de ajuda... – Começou. – Você saiu da balada tri bêbada e chegou mais rápido do que as viaturas. – Ela lembrava-se vagamente daquela noite, tudo parecia ter sido um sonho com um Yoongi muito machucado. – Lembra quando ficou presa na chaminé da casa dos meus avós? – Wendy bateu a mão no próprio rosto resmungando fazendo-o rir.

- Que dia desastroso! – Yoongi começou a rir alto, jogou-se no chão com a mão sobre o abdômen. – Aish...

-“Yoongi! Yoongi! Sua amiga subiu no telhado! ” – Lembrava as coisas que o avô havia dito naquele dia. – “Rapaz rápido, ela ta indo atrás do papai-noel invisível! ”- Ele deitou-se por completo no chão batendo a mão sobre a madeira, chorava sem parar de tanta graça que era lembrar daquela cena.

-“Volta aqui véio filha da puta, por três anos consecutivos você esqueceu meus presentes! ” – Wendy começou a rir também, depois de ter dito aquilo praticamente jogou-se de cabeça dentro da chaminé e entalou. – “Gordo lazarento, como desceu por essa bosta! ”

Aquilo tudo tinha sido culpa do rum que o avó de Yoongi insistira em servir para ela. Como Wendy nunca se desfazia de um bom drink. Passou boa parte da noite com as pernas para fora da chaminé enquanto os bombeiros tentavam tirá-la de lá. Ela balançou a cabeça lembrando-se de cada cena, apesar de bêbada ainda recordava de alguns grandes micos. Parou de rir de repente quando puxada pelo pulso com certa força, Yoongi segurou seus braços acima de sua cabeça sentando sobre ela logo em seguida.

- Agora entende porque você? – A olhava de maneira tão intensa e carinhosa, que a deixava de certo modo constrangida. – Somos iguais... – Ela fechou os olhos quando aproximara seu rosto beijando lentamente sua bochecha. – Você surgiu como um tiro, tentando ultrapassar meu colete. – Sussurrou próximo a sua orelha. – Te odeio por ter conseguido! -

- Não sou tão madura quando Irene ou gentil como Yeri... – Seu tom saiu mais como uma lamentação. – Ou inteligente como a Seulgi.

 Yoongi fez questão de revirar os olhos com aquele discurso que o irritava profundamente. Segurou em suas mãos e a puxou para se levantar junto a ele. Wendy o encarava sem muita animação, não tinha medo de olha-lo dentro dos olhos, como se realmente procurasse uma resposta para aquele “Porque eu”. Respirou fundo e acabou abrindo aquele raro sorriso, bagunçou os cabelos loiros da outra que resmungou dando um tapa em sua mão.

-O porque eu quero você não tem nada a ver com ser madura, inteligente ou parecer um anjo. – Viu aquele rosto pálido tornar-se rubro rapidamente, ela abaixou a cabeça tentando inutilmente esconder a vergonha. – E sim porque você não tem medo de me enfrentar, ser completamente doida. – Riu acariciando sua bochecha. – Quem no mundo é doido o suficiente de enfiar minha cabeça dentro da privada? –Ela sorriu lembrando-se da cena. – E não é só por isso, e sim porque admiro sua coragem, como se entrega a alguém de corpo e alma, acaba sofrendo por isso...

- Trouxa é a palavra certa. – Acrescentou erguendo o rosto ainda vermelho para ele.

- Quero ouvir de você agora. – Ela fez uma careta como se não tivesse entendido, mas na verdade estava evitando dizer o que ele queria ouvir. – Não me faça arrancar de você!

-Não tenho nada a dizer, você é grosso comigo por semanas e acha que eu devo me desculpar por palavrinhas bonitas. – Wendy realmente não tinha medo do perigo ou simplesmente gostava de provocar Yoongi. Deu as costas e saiu andando para o meio da sala.

- Ta vendo Deus? Eu tentei. – Disse de repente olhando para o teto. - Eu tento ser romântico, mas olha o que eu recebo em troca. – Avançou em sua direção a empurrando para a parede mais próxima, ouviu sua reclamação quando teve que apoiar as mãos para não bater o rosto. – Você tem que parar de fingir que não sente nada por mim, porque está ficando ridículo!

- Eu poderia ter me machucado Yoongi! – Quase gritou virando o rosto por cima do ombro na tentativa de enxerga-lo. As mãos dele agarram com firmeza sua cintura a puxando contra seu tronco, sentiu seus lábios tocarem seu rosto, ele sorria e tinha certeza que sorria de maneira vitoriosa. – Ridículo é você...

- Ridículo é o quanto te amo... – Ela se calou no mesmo instante. – E não adianta negar, sei que sente a mesma coisa, caso contrário... – Suas mãos invadiram sua blusa, apertaram-lhe a cintura mais uma vez e subiram até seus seios os massageando lentamente. A resposta foi imediata. -  Não derreteria tão fácil!

 Ela amaldiçoava seu corpo por ser tão sensível e entregar rapidamente. Bom, para ser sincera consigo mesma, aquilo era culpa dele. Não queria admitir, não mesmo. Mas estava sendo impossível esconder que ele conseguia lhe arrancar mais do que suspiros em questão de segundos. Segurou seus braços e o afastou virando para encara-lo, ele lhe lançou um olhar curioso sem entender muito bem.

-Como pode dizer isso sem medo? Já decepcionei pessoas demais! – Ele sorriu mais uma vez, ela não entendeu. – Yoongi...

- Confie em mim, estou morrendo de medo, mas não por pensar que você pode me decepcionar. – A colocou mais uma vez contra a parede trazendo suas mãos sobre seus ombros, a beijou de repente. – E sim ao contrário, tenho pessoas que me detestam lá fora e posso não viver mais do que esperado. – Wendy ficou assustada ao ouvir aquilo, mas antes que conseguisse dizer algo ele a beijou de novo, mas dessa vez de uma maneira mais intensa e só afastaram-se depois um longos minutos. – Então cala a boca e aceita que dói menos!

- Gentil como uma mula... – Ele estava prestes a dar uma resposta, mas foi puxado pela blusa e silenciado com outro beijo. Wendy tirou aquela sua jaqueta e jogou em qualquer canto da sala. – Cala a boca e aceita que meu amor é distorcido.

 Nem se deu o trabalho de retrucar aquilo, já havia conseguido o que queria. Sorriu de canto segurando em suas pernas fazendo-as se cruzarem sobre a cintura. O que fazer quando as duas personalidades eram extremamente parecidas? Nada, apenas aceitar. As brigas seriam inevitáveis de qualquer maneira, assim como a reconciliação.

 Era de se esperar chegarem ao quarto aos beijos e afobados. Mas diferente de todas as outras vezes, eles não queriam simplesmente transar e depois vestirem suas roupas logo para um ir embora as presas. Já passaram daquela fase a muito tempo. E era exatamente isso o que ele estava fazendo naquele momento, olhando-a nos olhos e a impedindo de fazer qualquer outra coisa a não ser sentir.

- Pare de reclamar garota! – Sua voz saiu um pouco abafada por ter praticamente mordido o lábio inferior de Wendy e dizer a frase. Mantinha os braços dela longe do corpo, admirando cada centímetro que via da pele exposta. – Quem manda aqui hoje sou eu!

- Mas eu quero...

- Quer nada! – Interrompeu sorrindo de maneira maliciosa, terminava de amarrar seus pulsos juntos com a própria meia calça dela, que se remexia inquieta debaixo de si. – Darling... – Sussurrou de modo único sobre a curva de seu pescoço, descia a mão sorrateiramente até sua coxa a apertando e com a outra acariciando seus cabelos. – Você é minha e de ninguém mais!

 O único pensamento de Wendy diante aquilo era morrer, mas o morrer era um pouco diferente do que vocês podem ter imaginado. Ninguém quer admitir quando o outro é ótimo em algo, mas ela infelizmente sabia que Yoongi era bom... quando dizemos bom... É, bem, isso fica para os maiores de idade imaginarem.-

 Ele deixou aquelas marcas avermelhadas por todo seu tronco, seios, barriga e não se importava em deixar mais algumas na parte interna de suas pernas. Não queria deixa-la um segundo se quer para respirar, gostava de ouvi-la arfar e tentar controlar os gemidos. Já que sabia que aquele autocontrole não duraria muito. Beijou sua face novamente dando-lhe leves mordidas próximo ao maxilar, juntou seus lábios no exato momento que soltará um gemido baixo ao penetra-la com os dedos de repente. Ah, ele realmente amava vê-la tentando se controlar.

- Aah, eu te odeio!

 Ela gemeu com olhos fechados, realmente o odiando naquele momento. Não conseguia se mexer, e seu corpo necessitava mais do que aquelas provocações. O rapaz riu de maneira anasalada, e a fez protestar quando parou de estimula-la. Conseguiu mais uma vez sua atenção, aquele brilho sedento em seu olhar só o fez a desejar muito mais. Passou a língua nos lábios e levou os dedos direto para a boca piscando logo em seguida.

 Wendy bem que tentou chuta-lo depois aquilo, mas ele foi mais rápido segurando suas pernas e rindo de seu desespero. Mas nem teve tempo de reclamar, sua cintura fora puxada com certa força para que chegasse mais perto dele, sentiu breves beijou sobre suas coxas e logo em seguida sua língua tocar-lhe a intimidade. Seu corpo se arrepiou por inteiro, era completamente enlouquecedor a maneira que ele a tocava, as costas se arqueavam algumas vezes o prazer era tanto que poderia chegar ao orgasmo apenas com isso. Mas claro que ela não se contentaria apenas com aquilo, mexia os pulsos com insistência para que se soltassem, as vezes parava pois não conseguia se concentrar em duas coisas ao mesmo tempo.
 Ele parou mais vez, pode ouvir aquele resmungo baixo, levantou-se para abrir gaveta da cômoda onde sabia que ela guardava alguns preservativos, aproximou-se da cama novamente com aquele pacote entre os dedos encarando aquela mistura de sentimos da garota. Estava irritada, mas também ansiosa. Yoongi sabia o quanto detestava aqueles joguinhos e era exatamente por isso que fazia, sorriu travesso.

- Você é um idiota. – Ela disse sentindo ele apertar seu rosto, a mão esquerda finalmente deslizou das amarras, mas ainda mantinha os braços erguidos. – Vou guardar isso que está fazendo.

- Você reclama de mais! – As palmas de sua mão apoiaram-se no colchão acima dos ombros dela, ficou por alguns instantes a encarando e logo segurou o pulso que ela havia soltado. – Achou que eu não tinha visto, não é?

- Céus, por favor Yoongi. – Ele finalmente a soltou, puxou-a para si, roubou-lhe um beijo e ergueu aquele pacote. – Você não presta!

 Ele acenou afirmando, sabia bem daquilo. Wendy enfim pode agarra-lhe o rosto e beija-lo com certa euforia, puxou para si deitando mais uma vez, desceu as mãos rapidamente para aquela maldita peça que ainda usava. Nem acreditava que ele teve aquela ousadia de ainda estar vestido. Ok, quase vestido. Sorriu satisfeita quando pode ouvi-lo gemer enquanto massageava seu membro, não tardou em colocar-lhe o preservativo, ele apertava sua cintura de forma possessiva trouxe seu corpo para perto, a desejava demais para continuar com aquela brincadeira. Wendy passou seus dedos sobre os cabelos curtos de sua nuca deixando que as unhas arranhassem de leve, não sentou de imediato sobre seu membro o que o fez arfar em protesto, aquilo era o castigo por tê-la prendido. Mas nenhum deles sabia brincar, Yoongi aperto-lhe a coxa e com a outra voltou a masturba-la agora com um pouco mais de intensidade do que antes.

- Como você é teimosa... – Seu tom era baixo e rouco, sussurrou próximo ao seus lábios que já não tinham vergonha de soltar gemidos.

 Ela finalmente chegou ao limite, naquelas circunstancias não conseguia competir com ele. Segurou seu pulso o afastando, mordeu o lábio inferior dele com uma mínima força e deliciou-se com o som de seus gemidos roucos quando enfim rebolou sobre seu membro que pulsava intensamente. Suas unhas curtas deixavam leves marcas vermelhas naquela pele suave, guiava sua cintura naqueles movimentos alternados de vai e vem e as breves cavalgadas que ela dava. Aquilo o levaria a insanidade total a qualquer instante.
 O calor chegava a ser sufocante, as janelas fechadas provavelmente estariam embaçadas atrás das cortinas, o tempo lá fora era gélido, mas aquilo pouco importava. Na verdade, nem se importavam se estivesse alguém passado na rua e ouvissem aqueles sons, talvez os vizinhos até estivessem com tampões de orelhas ou fones de ouvido para evitar escutar aquela baixaria. Não era algo fora do comum como estejam imaginando, mas vocês conhecem esses dois, tudo é muito intenso e de certo modo sem controle.
 O pescoço de Wendy estava praticamente todo marcado por aqueles chupões avermelhados de Yoongi que não se continha, mãos dadas acima da cabeça, o suor escorria pelo canto do rosto, um dia ela se perguntou como a parede não caíra ou a cama quebrado. (Sinto muito crianças essa imagem vai ficar no subconsciente de vocês) Era cada vez mais rápido, o desejo era incontrolável, ele encostou brevemente a testa sobre a dela e afundou os dedos em seus fios loiros. (Já disse, a imagem vai ficar no subconsciente de vocês).

- Fica de quatro de mim.

 Não foi um pedido e ela nem ao menos cogitou em discordar. Virou na cama deixando as costas totalmente exposta para o rapaz que passou a ponta da língua nos lábios com a visão. Puxou a cintura dela para mais perto, mas ao invés de penetra-la de uma vez, foi devagar, inclinou-se para frente arranhou de leve as costas com algumas gostas de suor e aproximou-se de seu rosto retirando alguns fios que grudavam ali, apenas admirando seus traços e expressões.

- Yoongi... – Chamou seu nome em gemido manhoso. – Pare de me torturar...Ah, por favor!

 Ele riu fraco e logo atendeu seu pedido. O lençol já havia saído do colchão a algum tempo, Wendy afundava seus dedos entre o tecido na tentativa de controlar-se, mas aquilo estava sendo difícil, podia sentir seu limite. Seu corpo arqueou brevemente, os gemidos saiam arrastados, com a intensidade e a rapidez ela não deteve o prazeroso orgasmo que veio em seguida. O que causou arrepios em Yoong, sentir o membro ser pressionado pela outra, acelerou mais a penetração para prolongar aquele momento e enfim chegou ao seu clímax.
 Dizer as palavras, exaustão, êxtase e outras similares é praticamente deixar vocês dizerem que é clichê, pois realmente é, porém, não há maneira melhor de descrever uma situação dessas. Ou talvez tenha, deixemos isso para outra conversa.

 Wendy estava sentada na beira da cama ainda procurando um pouco da sua estabilidade, passou a mão levemente sobre a perna que tinha aquelas marcar avermelhadas e provavelmente suas costas também estariam da mesma maneira. Praticamente deu um pulo quando sentiu as mãos frias e molhadas do rapaz tocarem a pele quente.

- Ta maluco Yoongi! – Quase gritou a frase, pode ouvi-lo rir e jogar-se na cama. – Pelo amor de Deus, até voltei a pensar depois disso.

-Porque está de pé? – Puxou a barra da sua camiseta que ela vestia. – Não tem pra onde fugir.

- Não estou fugindo. – Resmungou sentando-se na cama, esticou as pernas mostrando aqueles vergalhões vermelhos. – Você me machucou!

-Não te machuquei. – Disse, mas logo acariciou a parte vermelha a encarando. – Machuquei?

 Ela quis tirar uma foto daquele momento. Não era possível existir um lado extremamente fofo daquele rapaz. Wendy riu negando com um movimento de cabeça, ergueu seu rosto e o beijou calmamente.

- Obrigada...

-Pelos arranhados? De nada, é só pedir. – Ela puxou sua orelha com certa força.

- Idiota. – O beijou de novo apoiando em seu peito. – Estou dizendo pelo que fez hoje, na verdade pelo que sempre fez...

- Bom, você parando de fugir de mim, eu aceitarei seu obrigada.

- Da pra ser menos convencido? – Ele negou.

-Não.

 Ela revirou os olhos e riu. Já nem sabiam mais que horas eram, se acordariam cedo ou não. Yoongi fez uma promessa silenciosa de não deixar aquele projeto de insanidade fugir de si mais uma vez. Nunca chegou a amar ninguém, até duvidava de seus sentimentos, mas toda vez que ela sorria ou dizia alguma besteira ele felizmente – ou infelizmente nunca se entende – sabia que amava Wendy e sua pouca falta de juízo. Assim como ela amava o carinhosamente apelidado de “pavio curto”. Eram tão iguais que chegavam se irritar. Mas, não seria isso que os separaria, a vida precisava tomar um rumo certo, talvez com uma estradinha de terra molhada.

 Afinal estamos falando de Wendy e Yoongi que de certo, não havia nada. 


Notas Finais


E então? Bom, ruim, médio, nasce de novo? hahaha
Obrigada mais uma vez por acompanharem a fic <3
Até o próximo extra!


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