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História (Un)Lucky Girl - The Greatest - Especial JiminxSeulgi


Escrita por: Lady_Dragon

Notas do Autor


Oi! Tudo bom? hihihih
Mais um especial pra vocês e esse é especial pq eu quis fazer algo mais fofinho então não tera cenas explicitas hahaha
Desculpe se decepcionei alguém por causa disso!

Obrigada e boa leitura.

Capítulo 21 - The Greatest - Especial JiminxSeulgi


Fanfic / Fanfiction (Un)Lucky Girl - The Greatest - Especial JiminxSeulgi

Há momentos na vida que nada é pior do que uma decepção. Seja ela amorosa ou não. No caso de Seulgi era profissional.

 Seulgi estudou pedagogia pela insistência de seus pais. Hoje trabalha em uma creche com diversas crianças e algumas com necessidades especiais, mesmo odiando aquela faculdade, não podia negar o seu amor por crianças e até mesmo ensinar. Mas ser professora de história, português, não era o que ela queria. Seu sonho era dançar. Queria dançar e ensinar a dançar. Porém, seus pais negaram isso, porque na visão deles, aquilo não era uma profissão, não a sustentaria. Deixou os sonhos de lado e seguiu em frente.

- Seulgi!

 Ela virou com os olhos atentos para aquela mulher de cabelos curtos e vermelhos que sorriu de maneira gentil.

- Já está na hora de ir, tem um rapaz lá fora esperando por você.

-Ah, sim, obrigada. – Suspirou pesado já sabendo bem quem poderia estar a esperando.

 Pegou o casaco no armário e acenou para algumas crianças que brincavam com os blocos coloridos. Os dias passavam depressa, mas nenhum deles era exatamente diferente dos anteriores. Abriu o portão e soltou os ombros de maneira exausta.

- É o que? A segunda vez essa semana? – Perguntou após escutar o trinco do portão. – Não tem mais o que fazer da vida Jimin?

- Tenho, mas o que custa vir te buscar as vezes? – Respondeu com um sorriso no rosto, mantinha as mãos dentro do casaco a observando. – Mas a cada dia parece mais amarga.

- Talvez porque você enche o meu saco? – O olhou de canto e riu ao ouvir seu resmungo. – Você é insistente demais.

- Ou você que é chata demais. - Recebeu um tapa no braço. – Ai!

-Cala a boca.

 Caminharam um pouco até o estacionamento, foi silencioso como na maioria das vezes, Seulgi sempre tinha os pensamentos longe demais para puxar qualquer assunto. Não era uma pessoa de lamentar-se dos problemas ou decisões, mas apesar do silencio exterior, sua mente devaneava alto sem descanso.

- Jungkook me disse que Irene vai fazer uma festa para descobrir o sexo do bebe. – Jimin disse de repente a tirando dos pensamentos.

- Bebes... – Corrigiu sem tirar a atenção das pessoas que caminhavam nas calçadas. Pode ver pelo canto dos olhos Jimin encara-la. – Pois é

- GEMÊOS? – Sua foz saiu animada. – Caraca, Taehyung deve estar sambando no teto!

-Essa é a parte boa, ele não sabe. – O encarou após ouvir batidas no volante. – Até parece que você que vai ser pai. – Riu.

- Ah, vai dizer que não está assim também? – Lhe lançou um breve olhar logo voltando a atenção no farol. – Taehyung sempre quis ter a própria família e apaixonado como ele é, vai ter um infarto.

- Verdade. – Concordou com um aceno. – Estou feliz que Juhyun esteja bem, ela está animada e chorou muito quando descobriu que eram dois. – Sorriu ao lembra-se daquela expressão surpresa no consultório. – Eles merecem essa felicidade...

 Jimin não gostou muito daquele tom de voz, era muito melancólico. Pensou em questiona-la, mas não teve tempo já que seu celular tocou o interrompendo. Seulgi nem esperou pedir e puxou o aparelho do bolso da frente de sua calça.

- Sim? – Ela atendeu, a voz do outro lado também era feminina e parecia animada. – Ele não pode atender, está dirigindo, posso... Ah, claro... – A garota falava rápido e não deixava que terminasse. – Certo... Mas, como... – Encarou a tela do celular, ela havia desligado na sua cara. – Ela desligou que má educada!

-Quem era? – Ficou curioso, pediu o celular depois de paparem em mais um farol, leu o nome na lista e estranhou. – Laila? O que ela disse?

- Não entendi quase nada. – Resmungou ainda irritada. – Algo sobre não participar de uma audição com você.  – Seulgi se assustou quando o carro parou de repente, os pneus “cantaram” e ela o encarou. – Enlouqueceu Jimin!?

 Ele nem ao menos a escutou, saiu do carro com pressa com o celular em mãos, andava de um lado para o outro na calçada esperando que sua ligação fosse atendida. Seulgi continuava surpresa com aquele ato, o observou agitado e aparentemente transtornado falando ao telefone. Soltou-se do cinto de segurança, saiu correndo em sua direção depois de vê-lo socar o muro, segurou com dificuldade seu braço antes que lançasse o celular para longe.

- JIMIN! PARA! – Praticamente abraçou seu braço para tentar pará-lo. – Se acalme pelo amor de Deus!

- AQUELA MALDITA! – Esbravejou batendo as costas naquele muro, abaixou-se cobrindo o rosto, o sangue escorria pela mão ferida. – Ela vai usar a minha coreografia com outra pessoa...

- Jimin... – Seulgi ajoelhou-se, hesitou por alguns instantes, mas enfim acariciou seus cabelos. – O que houve?

 Estava completamente devastado, ergueu minimamente o rosto para encara-la. Seulgi sentiu como se seu coração fosse pisado e destruído. Ele soluçava, assim como uma criança que acabara de bater a testa na porta. Não precisou que dissesse nada, o abraçou deixando que chorasse. Jimin poderia ser insistente, chato e até mesmo birrento, mas não era uma pessoa má, vê-lo daquela maneira sempre despertava seu lado protetor.

 Seulgi dirigiu deixando-o em silencio com os próprios pensamentos. Laila era sua colega no curso de dança, eles estavam a meses criando uma coreografia para participarem de uma audição. Os dois primeiros colocados ganhariam uma bolsa integral na faculdade de artes de Seul. Mas Laila foi chamada por outra companhia e aparentemente levou as gravações dos ensaios. Aquele era o sonho de Jimin. E ela compreendeu seu desespero.

- Que desgraçada, ela levou tudo. –

Ele havia voltando do escritório de seu professor com a esperança de suas suspeitas serem apenas suspeitas. Mas aparentemente estava falando sozinho, Seulgi admirava todos os cantos da sala de ensaio, passou os dedos sobre as barras de exercício e mexeu no aparelho de som. Parecia fascinada.

- Seulgi.

- Oi? – Virou-se rapidamente quando sentiu a mão dele sobre seu ombro. – Desculpe, estava longe. E então ela levou as gravações? – Ele acenou de maneira positiva. – Garotinha traidora.

- Não acredito nisso, meses de trabalho para no final morrer na praia. – Sentou-se ao lado da caixa de som mexendo nas unhas. – A prova dissertativa não pesa tanto quanto a audição... Adeus faculdade.

 Seulgi entendia completamente aquele sentimento. Tudo o que mais gostava ser deixado de lado e os esforços irem escorrendo como água para o ralo.

- Quando é o teste? – Perguntou ainda pensativa.

- Daqui duas semanas. – Jimin limpou rapidamente as lagrimas silenciosas e a viu tirar o casaco e a bota. – O que está fazendo?

- Não deixando você desistir do seu futuro. – Ela estendeu a mão. – Eu sei o que é abandonar aquilo que mais ama, não quero que desista.

 Ele segurou sua mão. Seulgi lhe transmitiu mais do que segurança, determinação. Ela havia sido obrigada a abandonar seus sonhos, mas não deixaria que ele fizesse o mesmo, seriam as duas semanas mais pesadas que ambos já tiveram. Seulgi estava acostumada a ajudar Jimin e seus problemas, mas aquele, tornou-se algo pessoal.

Fazia muito tempo que Seulgi não dançava, apensar de ainda continuar com sua flexibilidade e boas expressões corporais, os músculos já não estavam mais acostumados com tanto exercício, resultando dores em todas as articulações existentes. Chegou a ser arrastada pelos pés pelo amigo já que não conseguia manter-se firme. Ela nunca ansiou tanto que seu horário de trabalho terminasse, a sensação de estar novamente dentro de uma sala de ensaio era maravilhosa, o cansaço não importava, nem mesmo as dores no corpo a impediam de dançar.

 Algo que ninguém pensou em comentar era como os dois tornaram-se próximos naquelas semanas, mesmo com anos de amizade, ombros emprestados para choros e desabafos nada havia os unido tanto quanto a dança. Ela sorria com facilidade de seus comentários bobos e ele apaixonou-se de novo, aquele era um lado que nunca conhecera dela. Ninguém disse nada, apenas deixaram que eles mesmos percebessem.

Duas semanas passaram mais depressa do que puderam imaginar. Graças a Irene e seus contatos eles tiveram lindos figurinos, não era obrigatório para a audição, mas estavam tão incríveis que esperavam que valessem uma boa impressão. Seulgi estava mais nervosa que o próprio rapaz que apenas observava as pessoas serem chamadas pouco a pouco.  Tinha sido uma boa ideia lhe oferecer ajuda? E se ele não passasse por culpa dela? Por ter errado algum passo? A ansiedade perturbava-lhe a mente. 

- Park Jimin.

A mulher que segurava uma prancheta chamou e Seulgi sentiu que seu almoço poderia voltar a qualquer instante. Entraram na sala que tinham grandes janelas, o espelho da parede estava coberto por uma cortina branca, a frente estava à mesa com três cadeiras e uma delas continuava vazia.  Deixaram as coisas em um canto e posicionariam no centro.

- Qual seu nome? –A mulher fez a pergunta para Seulgi que se assuntou com sua aproximação repentina.

-Kang Seulgi, algum problema?

- Seu nome não consta com a parceria do rapaz... – Checou as folhas mais uma vez e a encarou. – Não pode participar se não foi inscrita.

- Mas... – Jimin começou a falar mais fora interrompido.

- Ah ela pode sim, cale a boca Karla e volte pra porta!

  Aquele homem de cabelos brancos penteados para cima entrou na sala com sua pose autoritária, usava óculos escuros e sentou-se na cadeira jogando a bolsa no chão.

- Mas senhor Valdo...

- Calada! – Tirou os óculos já irritado, encarou o casal a frente. – Você veio apenas para acompanha-lo?

- Sim... – Respondeu tensa.

-Vão fazer o meu tempo valer a pena? – Ela acenou com certa duvida. – Ótimo, então podem começar. – Sorriu calorosamente dando contraste a sua aparência carrancuda.

 Eles se olharam por alguns instantes não querendo questionar aquele homem.  Karla, a mulher com a prancheta, resmungava em voz baixa enquanto colocava o CD no aparelho próximo a mesa dos professores.  Antes mesmo da musica começar, Jimin passou a mão sobre a cintura dela, aproximou o rosto seu ouvido e sussurrou.

-Assim como não desisti disso... Não vou desistir de você.

 Ela o amaldiçoou por todas as gerações existentes. Como se uma pequena chave tivesse sido girada e fez seu coração acelerar. Estava levando tudo no profissional, sem contato visual, aproximação era sempre medida para que não houvesse segundas intenções, mas algo foi diferente depois do que disse. Seulgi não estava mais na sala de ensaio, onde seus olhos poderiam desviar-se para o espelho, ou afastar-se alegando que havia errado. A vaga de Jimin dependia de seu desempenho.

 A música começou, agora eram somente eles. Ela decidiu esquecer sua teimosia e deixar que as emoções falassem por si só.

                                              “Estou ficando sem fôlego, mas eu
                                              eu tenho vigor
                                              estou correndo agora e fecho meus olhos
                                              Bem, oh, eu tenho vigor...”


Mesmo que no fundo ela nunca quisesse admitir que Jimin tivesse a conquistado, era obvio que sim. Dançar com alguém, não é algo simples, é preciso que ambos estejam na mesma conexão, tanto dos passos quanto energeticamente falando. Caso contrario, não à verdade nos sentimentos transmitidos.

 O fato de Jimin ter sido traído pela sua amiga, a afetou de maneira intensa. Ela se via na tristeza de seus olhos, desistir daquilo que mais amava fazer.  Seulgi traiu a si mesma quando sucumbiu a vontade de seus pais, dando ouvidos aos seus pensamentos venenosos a desencorajando a seguir seu sonho.

                                                  “Não desista, eu não vou desistir
                                                 Não desista, não, não, não
                                                 Não desista, eu não vou desistir
                                                 Não desista, não, não, não...”.


 A atenção dos professores estava presa em seus movimentos, o mundo tinha desaparecido para aqueles dois, a sincronia de movimentos com as batidas da musica faziam que sorrisos discretos surgissem em seus rostos sempre sérios. Dança é algo a ser apreciado, não é qualquer pessoa que consegue transmitir os sentimentos, a verdade está nos olhares, nos toques singelos e na expressão de seus rostos. Dança é mais do que um entretenimento.

                                                “Eu sou livre para ser a melhor, estou viva
                                                Eu sou livre para ser a melhor esta noite, a melhor
                                                A melhor, a melhor, viva
                                                A melhor, a melhor, viva...”.


 Jimin passou os dedos levemente sobre sua bochecha, não se importava mais com a vaga, se conseguisse ficaria feliz, mas estar ali, dançando com Seulgi era melhor do que qualquer coisa que poderia ter imaginado. Era linda somente falando, mas dançando, concluiu que era simplesmente maravilhosa.  Estava literalmente enfeitiçado.

 A musica estava quase acabando, Jimin segurou sua mão para fazer o próximo movimento, mas ela de repete se soltou, apoiou as mãos em seu ombro, seus olhos brilhavam de outra forma e então foi surpreendido com um beijo. Um beijo rápido, mas que foi intenso o suficiente para fazê-lo sorrir depois que ela voltou a se afastar. Ela sorria também.

                                                   “A melhor, a melhor, viva
                                   (Não desista, não desista, não desista, não, não, não)”



 Depois daquilo Seulgi não sabia onde esconderia o rosto, sentia a acaricia singela dele sobre sua bochecha, a musica tinha acabado, estava ofegante, mas aquilo era o de menos. Afastou-se para curvar-se, Jimin segurou sua mão entrelaçando os dedos e se abaixou junto a ela. Pediram para que esperassem do lado de fora assim como os outros candidatos para que pudessem avaliar quem seriam os dois escolhidos.

 Seulgi pegou a bolsa, saiu com rapidez. Martirizava-se por ter feito aquilo, onde estava com a cabeça? Odiava quando dava razão aos seus impulsos. 

Estava no corredor, ainda distraída com seus pensamentos confusos quando foi puxada pelos ombros, as costas foram de encontro a parede, antes que reclamasse Jimin a beijou, impedido até mesmo de raciocinar. Ele nunca notou o quanto desejava fazer aquilo, para dizer a verdade, nunca pensou que um dia quisesse tanto alguém. Estar com ela era completamente diferente, levava broncas, tapas e alguns xingamentos, mas também sempre era aconselhado depois de fazer suas burrices, Seulgi nunca julgou seu jeito meio promiscuo de ser, talvez tenha sido por isso que ela não se aproximava.

- Porque foge? – Ele afastou-se minimamente, Seulgi desviou o olhar abaixando a cabeça o fazendo rir baixo. – Vai dizer que foi um erro?

- E não foi? – Evitou encara-lo. – É estranho...

- Pare com isso, olha pra mim. – Disse sorrindo fazendo-a erguer o rosto.  – Obrigado, pelo que fez...

 - Espero que consiga.

-Não tem tanta importância agora, não quando eu tenho você para me apoiar.

 -Idiota... – Resmungou recebendo um abraço.

- Jimin? Você veio. – Aquela voz foi reconhecida pelo rapaz que se afastou de Seulgi incrédulo com aquela afirmação. – Quem é ela?

- Você tem coragem de falar comigo ainda Laila? – Sua expressão já não era amistosa. – Depois de levar a MINHA coreografia para seu teste? Não tem vergonha?

 Laila era uma linda garota de olhos verdes e cabelos ruivos, seu rosto tinha sardas cobertas pela maquiagem, o sorriso no canto dos seus lábios acusava sua péssima personalidade. Não tinha nenhum um pouco de culpa pelo que havia feito.  Ela cruzou os braços e balançou a cabeça.

- A companhia que me chamou é uma das melhores e aumentaria as minhas chances de passar sem problema.  – Seulgi nem acreditou naquilo, era tão cara de pau que nem ao menos tentou mentir. – Não teria tempo para fazer outra coreografia, sinto muito por isso.

- Faça um favor... – Seulgi caminhou a sua frente. – Admita que não é boa o suficiente, não foi capaz de criar algo então roubou.

- Quem é você? Não deveria nem estar aqui, não sabe das minhas capacidades. – Irritou-se a encarando de maneira séria.

- Claro que não sei, porque não tem nenhuma!

 Seulgi teria dito mais coisas, porem os candidatos foram chamados para sala. Jimin ainda sentia-se traído, mas não valia apena discutir com Laila, sabia que de nada adiantaria, ela já havia usado sua coreografia.  Ficaram ali parados por alguns instantes esperando mais uma vez aquele outro professor de cabelos estranhos. Quando ele passou pela porta, algumas pessoas se curvaram e logo mandou que se levantassem.

- Tivemos ótimas apresentações e outras que... bem preferia ser cego. – A sinceridade dele chegava a doer e intimidar. Apontou para algumas das pessoas no final daquela fileira. – Vocês podem tentar ano que vem, obrigado e espero que melhorem.

-Nossa... – Sussurrou Jimin. Aquele homem era estúpido demais, não precisava trata-los daquela maneira, levou uma cotovelada rápida de Seulgi, um sinal para ficar calado.

- Vocês quatro, sim essa de blusinha azul horrível. – A menina abaixou a cabeça envergonhada. – Vocês foram bem, mas infelizmente não foram bem o suficiente, mas estão convidados a tentarem novamente. – Acenou para porta sem se importar muito.  – Mark Uposh, nominho difícil. – Resmungou ajeitando os óculos de grau. – Laila Hall, a ruivinha certo? – A menina acenou. – Me explique porque seu nome está com esse rapaz Mark, mas também com o rapaz Park Jimin?

- Fui convidada pela companhia para ingressar e

- Não foi isso que perguntei. – A interrompeu. Virou em direção a Jimin. – Me explique rapaz, sem historinhas ou explicações.

- Ela simplesmente me deixou. – Disse simplista. Claro, não queria ter dito aquilo, mesmo que Laila quisesse prejudica-lo, ele não gostaria de fazer o mesmo. Mas poderia mentir?

- E ainda roubou a coreografia dele.  – Seulgi completou sem medo encarando o homem que ergueu uma das sobrancelhas.

 Foi à vez de Jimin cutuca-la.

- Mentirosa! – Laila exclamou em defesa, mas se calou quando recebeu uma bolinha de papel na cabeça.

- Quando alguém cria algo, os traços, a essência da pessoa fica na criação. – O homem disse. – Diga, Seulgi certo? – Ela confirmou. – Você veio ajuda-lo, acho lindo isso, em quantos dias criaram outra coreografia?

- Só tínhamos duas semanas senhor... – Comentou. – Treinamos ela todos os dias, Jimin trabalho muito nela.

- Certo. – Apontou o lápis para Laila. – Você tem carisma, não negarei, mas era obvio que a dança não era de vocês, já que seu parceiro estava fora de sintonia. – Ela mordeu os lábios irritada abaixando a cabeça. – Eu sou estrangeiro, estou aqui porque me esforcei muito, e não admito dançarinos que tentam passar a perna em outros por pura maldade ou porque acham que se destacaram. – Tirou os óculos e encarou Seulgi e Jimin. – Parabéns a vocês dois, o talento falou mais alto.

- Mas, senhor, eu não... Não

- Bem-vindos a Faculdade de Artes de Seul. –

 O homem interrompeu Seulgi lhe dando um sorriso amigável, levantou-se pegando alguns papeis e saiu. Ela estava sem chão, como se pisasse em nuvens, o que tinha acabado de acontecer? Jimin a abraçou exaltado de alegria balançou-a de um lado para outro distribuindo beijos sobre sua bochecha. Aquilo era mais do que inacreditável.

 Saíram de lá animados, ainda sem acreditar, ligaram para todos os amigos possíveis, tinham que comemorar. Seulgi estava atordoada, as coisas passavam em sua mente depressa, o dinheiro guardado de seu trabalho poderia ajudar a pagar o resto da faculdade. Ficou um pouco triste por ter que diminuir a frequência que via as crianças, mas com certeza seria para algo melhor. Será que se adaptaria a rotina de estudos mais uma vez? Bem, teria que se acostumar.

  Estavam todos em um bar, era um lugar confortável com diversas comidas, até um karaokê antigo.  Irene não podia beber, Wendy tentava beber por ela, mas era impedida por Yoongi que batia em sua mãe diversas vezes dizendo. “Não, menina má!”.  Hilário, suas barrigas chegavam a doer de tanto rir. Yeri dividia o microfone com Jungkook e Sooyoung discutia com seu colega. Não sabia por que brigavam, mas ela era engraçada, dava tapas em sua cabeça o fazendo resmungar ainda mais.

 Seulgi estava com o celular em mão, encarava a tela apagada, queria ligar para seus pais, mas algo a impedia. Enfim, desbloqueou e discou o numero. Seu coração quase parou quando ouviu seu pai do outro lado.

-Seulgi? Querida, tudo bem?- Sua voz tinha um tom preocupado. – Raramente nos liga.

- Estou bem pai...É que... – A saliva desceu com dificuldade, colocou a mecha de seu cabelo atrás da orelha respirando fundo. – Eu consegui uma bolsa na melhor faculdade de Artes de Seul, vou cursar dança.

 Ouviu um riso do outro lado da linha, e ela não gostou daquilo.

-Sério querida? –Aquele mesmo tom de deboche que já ouvira antes. – Pensei que já havia crescido dessa brincadeira de bonecas, vai mesmo gastar tempo e dinheiro com isso?

-
Uma bolsa pai... Eu

-Você o que? Se destacou? – Riu mais uma vez. – Acha mesmo que é talento? Esse povo não sabe de nada, apenas te passaram pelo rostinho bonito. – Ela ficou em silencio, seus olhos lacrimejavam e escorriam pelo rosto. – Seu emprego na creche é respeitoso, cuidando do futuro das crianças, pare de sonhar e coloque os pés no chão!

-
Seulgi? – Wendy se preocupou ao vê-la soluçar com a mão sobre a boca.

-Não me peça dinheiro quando ficar pobre com essa sua ideia ridícula... Puff, dança que ridicu-

 O celular foi arrancado de sua mão e desligado. Jimin sentou ao seu lado, limpou as lagrimas acariciando seu rosto delicadamente, juntou seus lábios em um beijo terno com gosto salgado. Ela encostou suas testas e soluçou.

- Porque eles não podem me apoiar? – Perguntou recebendo um abraço. – Nunca pedi nada...

- Você tem a mim... E nossos amigos. – Disse apontando para os colegas que estavam preocupados os observando ao redor da mesa. – Vamos apoia-la até se quiser dançar bêbada na mesa.

 Ela riu fazendo os outros a acompanharem.

- Provavelmente a segunda pessoa bêbada seja eu! – Wendy disse erguendo um copo apoiando o cotovelo sobre a mesa.

- Ei, solta isso ai!

 Yoongi tentou tirar aquele copo de sua mão. Ela riu mais uma vez , Jimin beijou seu rosto acariciando seus cabelos. Ele sorriu de forma animada enquanto a observava.

- Seremos os melhores alunos!

- Obrigada.

 Selou seus lábios rapidamente ouvido Yeri chamar a atenção de todos.

- Eu tenho um comunicado! – Disse animada subindo na cadeira ajeitando a blusa.

- Deus queria que não seja uma gravidez.... – Irene apoiou a mão sobre a testa realmente tensa, deixando a menina com o rosto completamente vermelho, fazendo os colegas chorarem de rir.

- Unnie! Não é nada disso! – Bateu o pé na cadeira. – Quero dizer que Jungkook me deve um mc lanche feliz, porque eu acertei que eles ficaram juntos.  – Apontou para Jimin e Seulgi.

- Tem que dar o lugar todo pra ela! – Zombou Taehyung.

- Yeri para mãe Dinah! – Jungkook brincou lhe dando um abraço.

- NADA DE MÃE! – Gritou Irene.

 Era inacreditável como aquelas pessoas eram fora de série. Seulgi sorriu, riu, esses eram seus amigos, viu Jimin brigar com Hoseok pelo ultimo bolinho e voltou a rir.

 Família é algo importante, mas a partir do momento que ela apenas te destrói, essa é a melhor hora de se afastar e seguir o próprio caminho, nunca deixando de ama-los, afinal, eles cuidaram de você.

 Lembre-se de nunca desistir do seu sonho, não importa o quanto as pessoas digam ao contrario. Lutar pelo que gosta nunca é um tempo perdido.
                                                                   “Não desista, eu não vou desistir"


Notas Finais


E ai pessoal? Gostaram?
E sim, é a musica da Sia hahahah eu amo essa musica e achei que combinou com o cap.
Espero que tenham gostado, beijos no coração e até o próximo especial!


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