Rosemary já estava acordada quando o dia começou a raiar e uma mancha vermelha surgia no céu. Tinha o hábito de, algumas vezes por semana, acordar antes do Sol nascer para meditar. Sentava com as pernas cruzadas e coluna ereta, as mãos pousadas sobre os joelhos, como uma estátua de Buda, Rosemary respirava compassadamente. Com os olhos fechados, a cabeça um pouco baixa e a boca entreaberta, tentava manter a mente vazia. Dali a poucas horas receberia a visita de um investigador federal, mas ainda não sabia ao certo do que se tratava. Recebera uma ligação na noite anterior: o caso em questão trazia como pistas, pequenos pedaços de papel que precisavam de tradução. E embora o idioma e os símbolos no papel fossem desconhecidos, Rosemary poderia ajudar. Falava muitas línguas e tinha um conhecimento cultural e linguístico muito amplo, embora sua especialidade fosse História Geral e Antiga.
Abriu os olhos. Pensou em um poema português, blasfemou em francês: “Merde!”. Não conseguiu manter a mente vazia. Olhou mais uma vez para a mancha vermelha no céu, agora acompanhada pela bola de fogo que vinha aquecendo sua pele e intensificando as cores no horizonte. Sempre que via o nascer do sol Rosemary pensava em Apep, a serpente que combatia o deus Rá ao cair de toda a noite. Os egípcios acreditavam que todas as noites Rá, o Sol nascente, fazia uma viagem pelo mundo noturno e, quando estava prestes a voltar, Apep tentava impedir o nascimento do Sol e era morta, repetitivamente, por outro deus que defendia Rá. Assim, quando Rá brilhava no horizonte, trazendo o dia, ainda víamos vestígios do sangue de Apep. Rosemary olhou mais uma vez para o horizonte, a tempo de ver o sangue de Apep se dissipando e dando lugar a um céu azul e um Sol amarelo e escaldante. Pensou em como seria o dia em que Apep vencesse Rá, pensou na voz do investigar com que falara na noite anterior. Algo a incomodou. Levantou-se e foi preparar um café.
Rosemary já estava acordada quando o dia começou a raiar e uma mancha vermelha surgia no céu. Tinha o hábito de, algumas vezes por semana, acordar antes do Sol nascer para meditar. Sentava com as pernas cruzadas e coluna ereta, as mãos pousadas sobre os joelhos, como uma estátua de Buda, Rosemary respirava compassadamente. Com os olhos fechados, a cabeça um pouco baixa e a boca entreaberta, tentava manter a mente vazia. Dali a poucas horas receberia a visita de um investigador federal, mas ainda não sabia ao certo do que se tratava. Recebera uma ligação na noite anterior: o caso em questão trazia como pistas, pequenos pedaços de papel que precisavam de tradução. E embora o idioma e os símbolos no papel fossem desconhecidos, Rosemary poderia ajudar. Falava muitas línguas e tinha um conhecimento cultural e linguístico muito amplo, embora sua especialidade fosse História Geral e Antiga.
Abriu os olhos. Pensou em um poema português, blasfemou em francês: “Merde!”. Não conseguiu manter a mente vazia. Olhou mais uma vez para a mancha vermelha no céu, agora acompanhada pela bola de fogo que vinha aquecendo sua pele e intensificando as cores no horizonte. Sempre que via o nascer do sol Rosemary pensava em Apep, a serpente que combatia o deus Rá ao cair de toda a noite. Os egípcios acreditavam que todas as noites Rá, o Sol nascente, fazia uma viagem pelo mundo noturno e, quando estava prestes a voltar, Apep tentava impedir o nascimento do Sol e era morta, repetitivamente, por outro deus que defendia Rá. Assim, quando Rá brilhava no horizonte, trazendo o dia, ainda víamos vestígios do sangue de Apep. Rosemary olhou mais uma vez para o horizonte, a tempo de ver o sangue de Apep se dissipando e dando lugar a um céu azul e um Sol amarelo e escaldante. Pensou em como seria o dia em que Apep vencesse Rá, pensou na voz do investigar com que falara na noite anterior. Algo a incomodou. Levantou-se e foi preparar um café.
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