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História Unnatural Rosemary - Capítulo I - Who Lotta Rosie


Escrita por: ABorralheira

Notas do Autor


Olá,
Ao longo de toda a história easter eggs de Supernatural e outras séries e filmes serão espalhados pelo enredo. Se você encontrar, comente! Encontre as referências.
Boa Leitura.

Capítulo 2 - Capítulo I - Who Lotta Rosie


1 – In The Beginning  

Era pouco mais de sete da manhã quando um carro preto estacionou na frente de uma lanchonete. O modelo, um Chevrolet Impala 67, embora antiquado, estava bem conservado. O ronco suave se misturava com o rock que estava tocando baixinho, poderia ser Kansas ou Creedence. O som parou antes de podermos saber. Do lado do motorista saiu um homem alto e corpulento. Vestia calça jeans desbotada, sapatos grosseiros e uma camiseta preta por baixo de uma blusa verde, sobreposta por uma jaqueta de couro marrom. Tinha a pele branca, embora tocada pelo Sol. O cabelo loiro estava com um corte baixo e espetado. Os olhos variavam do azul para o verde e do verde para o azul. Estava com o rosto sério e parecia cansado. A porta do carona se abriu e um homem ainda mais alto que o primeiro saltou para fora.  Este também usava jeans desbotados e calçados brutos. Vestia uma camisa xadrez por baixo de uma jaqueta esverdeada. Os cabelos castanhos, um pouco mais compridos, se estendiam até seu queixo e contrastavam com os olhos verdes. Antes de fechar a porta observou o primeiro homem entrar na lanchonete e suspirou. Parecia mais preocupado do que cansado. 

— Você pode dizer de novo? Porque nós viajamos cinco horas para ver essa mulher? – A voz do homem loiro soava irritada. Comia panquecas e bacon e aparentava estar a ponto de explodir.

— Dean, eu te disse. Essa é a nossa melhor tentativa. Nós precisamos da tradução. – O homem de cabelos castanhos estava com as mãos dentro dos bolsos da jaqueta e uma xícara de café puro parado à sua frente. Suspirava como se repetisse aquela frase pela milionésima vez.

— Professor Morrison, ele não pôde ajudar? Ele nos ajudou com aquele problema das amazonas. Fico enjoado só de pensar nisso. – Dean pensou em algo desagradável e seu estômago revirou.

— Professor Morrison foi quem indicou ela, ok? Nós demos sorte.

— Sorte? Nós dirigimos cinco horas Sammy! Cinco horas pra longe do que quer que seja que está matando aquelas pessoas. – Dean agora estava descontrolado, mas sussurrou o final da frase com medo de que alguém ao redor pudesse ouvir. O rosto vermelho e consternado.

— Exatamente, Dean! O que quer que eu faça? Nós não sabemos com o que estamos lidando. Nossa melhor pista está aqui e nem Bobby ou Morrison conseguiram nos ajudar, ok? A mulher é um especialista. Pelo que Morrison falou não existe uma língua que ela não reconheça, certo? E ela estava só a cinco horas de distância. Poderia estar do outro lado do país! Se você queria tanto, deveria ter ficado lá. – O tom de voz de Sam tinha subido alarmantemente. Mais do que cansado, ele estava estarrecido. Passara muitas noites tentando descobrir algo e não teve escolha a não ser pegar a estrada. Algo no tom de Sam, ou no seu olhar, fez Dean recuar um pouco. Dean abriu a boca para falar, fechou sem dizer nada. Ficou olhando para o irmão por alguns segundos e disse:

— E deixar você sozinho com o meu bebê? É... Claro. Vamos indo então.

— Ela não está aqui ainda.

— O que?

— Ela disse nove horas, não são nove horas.

Dean revirou os olhos e voltou a sentar.

— Especialista ham? Ela é tão velha quanto Professor Morrison?

— Eu não tenho certeza.

— O que?

— Eu não tenho certeza. Pelo que Morrison falou, ela não se formou há muito tempo. Ele falou dela como se ela fosse um prodígio ou algo assim.

Dean revirou os olhos e soltou uma risadinha de canto de boca. – Ótimo. Uma CDF. Eu dirigi cinco horas por uma CDF. Ela provavelmente é igual à Velma do Scooby-Doo. Obrigado, Sammy.

 

2 – When a Stranger Calls

Duas semanas antes, Sam e Dean saíram do Colorado em direção ao Kansas para investigar uma série de desaparecimentos e mortes. Bobby Singer, o velho caçador, estava cobrindo um caso de vampiros em Seattle e encaminhou os Winchesters para seu estado natal. Três pessoas foram encontradas mortas em circunstâncias espantosas. Bobby não se lembrava de ter visto algo parecido anteriormente e pretendia juntar-se aos meninos quando acabasse com o ninho em Seattle.

 Do Kansas, os irmãos foram levados até Iowa, onde mais três pessoas foram mortas, e então para o estado da Pensilvânia, onde a primeira vítima já havia sido feita.  Os dois trocaram os jeans surrados por ternos pretos e bem apessoados e dirigiram-se à Universidade de Princeton, em Nova Jersey, onde encontrariam  Rosemary L. Brown. Sam havia conhecido esse nome na noite anterior. Ele e Dean recorreram a um antigo conhecido para ajudá-los.

 Professor Morrison, um acadêmico de idade avançada, que ajudara os rapazes em um caso em Seattle algum tempo antes, não pôde traduzir ou se quer reconhecer os símbolos que estavam grafados nas pequenas pistas deixadas para trás. Desse jeito, indicou a Sam o nome de uma mulher que lecionava na Universidade de Princeton, a pouco menos de cinco horas dali e era um fenômeno na área. Não tinha muita experiência, mas era um gênio. “Um gênio”, ele dizia. Contrariando Dean, Sam discou os números no celular e esperou. A pessoa do outro lado não foi imediata e o celular chamou algumas vezes antes de uma voz feminina atender. A ligação foi breve e confusa. Sam não podia dar detalhes do que estava acontecendo e queria apenas confirmar que L. Brown estaria em Princeton ao amanhecer.

— Professora L. Brown? Aqui é agente Johnson do FBI. O professor Morrison da Seattle University me indicou você. Temos uma pista, deixada na cena de um crime, em um idioma desconhecido. Você estará em Princeton ao amanhecer? Nove horas? Até lá.

Dean estava furioso. Sete pessoas estavam mortas e, de acordo com o que houve no Kansas e em Iowa, mais duas iriam morrer em Brookville, na Pensilvânia, mas Sam queria dirigir cinco horas até Princeton. Sammy argumentou que essa era a única chance. Eles não poderiam prever quando ou quem seria atacado da próxima vez. Havia poucos padrões entre os sete mortos. A melhor pista, a única pista, estava em Princeton e eles precisavam ir. Os dois dirigiram noite adentro e chegaram a Princeton ao amanhecer.

3 – Family Remains

 No dia em que Dean presenciou a terrível morte de sua mãe, o peso do mundo caiu sobre suas costas. Naquele dia, enquanto John tentava resgatar sua esposa de um teto em chamas, ele entregou o pequenino Sammy nos braços do pequeno Dean e disse a ele que levasse seu irmão para fora. Talvez John nunca tenha entendido o que ele estava dando a Dean naquele momento: a responsabilidade de cuidar, salvar e proteger. Dean nunca se livrou dela. Dean Winchester não tem pesadelos com monstros ou com o período em que esteve no inferno. Dean tem pesadelos com as pessoas que não conseguiu salvar, se sente responsável por cada uma delas. Ele é um soldado e sua única função é salvar vidas. “Salvar pessoas, caçar coisas. O Negócio da Família”. Essa é a vida de Dean. Portanto, não é difícil imaginar como estava a cabeça de Dean enquanto forçava o Impala arrancar em direção à Nova Jersey, para longe do lugar onde ele sabia que pessoas iriam morrer.

Dean queria socar Sammy por fazê-lo ir. Embora soubesse que Sam tinha razão e que não havia nada que ele pudesse fazer em Brookeville, ele estava dilacerado por dentro e a ponto de sucumbir. Com Sam não era diferente. Samuel sentia-se derrotado. Fazia três semanas que eles estavam rodando em círculos, sempre chegando tarde demais. Nem mesmo Bobby conseguiu ajudá-los a solucionar o que estava acontecendo. Sam estava cansado. Lia e relia sem parar, passara muitas noites sem dormir. Sabia que Dean estava a ponto de explodir e queria manter a calma, embora o desespero estivesse tomando conta dele também. Sam não tinha certeza se Rosemary poderia ajudar, mas precisava acreditar que sim. Procurou sobre ela na internet, embora os dados disponíveis fossem poucos.

Apesar de agarrar-se àqueles pequenos pedaços de papel, não deixava de estranhar essa anomalia. Porque essas pistas estavam sendo deixadas para trás? Será que a polícia tinha razão? Será que esse não era um caso para eles? Como poderia? Sabiam muito bem o que tinham visto. Humanos não fariam aquilo, então o que faria? Nada fazia sentido e sua cabeça estava começando a girar. Pensou em tudo isso até adormecer. Quando acordou, Dean estava estacionando em frente a uma lanchonete em Princeton. Tocava Creedence baixinho.

4 – Who Lotta Rosie

No horário combinado, Sam e Dean seguiram pelos corredores do prédio principal da Universidade até a sala em que aparecia escrito “Rosemary L. Brown – Departamento de História” em uma porta de madeira grande e pomposa. Dean bateu e, alguns segundos depois, a porta se abriu. Uma mulher por volta dos vinte e sete anos de idade, baixa estatura, pele branca e olhos castanhos sorriu para Sam e Dean. Os cabelos âmbar com mechas douradas estavam repicados e caíam até um pouco abaixo dos seus ombros, formando pequenas ondas. Usava uma calça jeans que ia apenas até a altura das canelas, um scarpin amarelo, uma blusa branca e um sobretudo azul. As unhas estavam pintadas de vinho e no pescoço carregava um pequeno colocar dourado com um pingente redondo de vidro, que estava preenchido com um pó branco.

O queixo de Dean caiu.

— Bom dia! Como vão? É um prazer conhecê-los.  – Embora entusiasmada, a voz era suave e firme. Dean mostrou o falso distintivo.

— Eu sou agente Young, esse é o agente Johnsson. Nós estamos aqui para falar com a professora L’ Brown.

— Claro, podem entrar. Falamos-nos por telefone ontem à noite, Certo?  Eu estava esperando vocês. – Os meninos se entreolharam e entraram na sala. Foi Sam quem perguntou:

— Professora Rosemary "El" Brown? – A frase saiu  cautelosa e surpresa. Ele e Dean olhavam para a mulher a sua frente com descrença e choque.

— Lessa Brown. O “L” é de Lessa. Minha mãe era brasileira. – Rosemary falava com naturalidade, desenvoltura e simpatia. Percebendo a cara que os meninos faziam, emendou – Desculpem, tem alguma coisa errada? - Dean quebrou o silêncio:

— Desculpe, nós estávamos imaginando alguém...

— Velho e Chato? – Rosemary riu – Você não é o primeiro e infelizmente não será o último. Por favor, sentem-se. – Rosemary estendeu o braço em direção às duas cadeiras a sua frente e foi sentar-se atrás da escrivaninha. A sala também não era nada como Sam e Dean haviam pensado. Ampla e bem iluminada, belos quadros dispostos nas paredes brancas, parecia ter saído da Design&House Magazine. Tinhas muitos livros espalhados em estantes e nichos. No centro da sala havia um grande carpete bordado em forma de círculo, a escrivaninha principal e duas cadeiras. Algumas plantas estavam distribuídas em lindos vasos coloridos. Dean reparou em uma foto de Rosemary sorrindo em um dia ensolarado com um gato preto e branco no colo. – Vocês estão aqui por uma tradução?

— Sim – Sam tirou um plástico de dentro do bolso do terno – Nós encontramos isso na cena de um crime e não conseguimos identificar os símbolos que estão aí. Professor Morrison da Seattle University nos indicou você.

— Professor Morrison? Seattle University? Eu não sei se o conheço – Enquanto falava Rosemary abria a gaveta e colocava luvas de borracha nas mãos. Assumira uma postura séria e didática. Desembrulhou o plástico com delicadeza e olhou fixamente para os pequenos pedaços de papéis, quatro ao todo, que colocou sobre sua mesa. Por um segundo, Rosemary alisou um dos papéis. Então abriu uma gaveta à sua esquerda e tirou uma lupa. Durante o que pareceu anos para Dean, Rosemary analisou papel por papel através da lente, então olhou fixamente para Sam e Dean – Onde esses papéis foram encontrados?

— Nas cenas de crimes em Kansas, Iowa e na Pensilvânia – Sam olhava Rosemary enquanto Dean andava pela sala. A cabeça em Brookeville, na Pensilvânia – Você consegue identificar esses símbolos? – Rosemary olhava para o papel com tanta concentração que não prestava muita atenção às palavras de Sam.

— Em que circunstâncias esse papel foi achado? – Agora Rosemary falava sem olhar em direção a Sam, estava fazendo anotações em um bloco de papel e foi Dean que interrompeu:

— Isso é assunto confidencial. Você pode decifrar o que está aí? – A voz de Dean soava ameaçadora e irritadiça. Embora tenha se surpreendido com a beleza e simpatia de Rosemary, não conseguia parar de pensar em Brookeville.

— Isso não é um idioma conhecido porque não é um idioma. É uma mistura de línguas e simbologias, a maioria morta. Elas não foram deixadas, onde quer que seja que tenham sido deixadas, aleatoriamente. Eu preciso saber as circunstâncias do crime para ter um Norte, já que existem muitas interpretações possíveis. O problema é que... – Pela primeira vez em algum tempo Rosemary olhou para Sam e Dean, suspirou fundo. Algum pensamento rápido trespassou seu rosto e revirou seu estômago. Sam percebeu.

— Qual o problema, professora?

— Nem essa escrita e nem esse papel são recentes. – A voz de Rosemary saiu arranhada. Ela tinha perdido a objetividade e desenvoltura. Algo a estava preocupando.

— Desculpe, eu não entendi. – Sam parecia ainda mais confuso e consternado. Rosemary parecia ter descoberto algo desagradável.

— O papel não é recente, provavelmente tem centenas de anos. Eu precisaria fazer análises para datá-lo corretamente, mas ele provavelmente é autêntico e é uma relíquia histórica. – Rosemary falou isso com uma espécie de careta no rosto. Dean se sobressaltou. Logo passou por sua cabeça que ela gostaria de ficar com o papel para pesquisa, mas havia algo de sombrio em como Rosemary tinha mudado sua postura, em como ela fora da euforia à cautela. – Eu precisaria de alguns dias para ter uma tradução exata disso - Sam abriu a boca para falar, mas Dean se adiantou

— Nós não temos alguns dias. Nós dirigimos cinco horas porque nos disseram que você poderia traduzir esse papel. Quer saber em que circunstâncias isso foi encontrado? – Dean segurava um dos papéis nas mãos e sacudia-o em direção à Rosemary - Na cena de crime da sétima vítima. Enquanto nós estamos aqui outras pessoas podem estar morrendo. Então você pode brincar de Indiana Jones com artefatos históricos depois, mas nós precisamos saber o que isso quer dizer agora! 

 A bomba tinha estourado. Dean estava no limite há semanas e o que Sam temia aconteceu. Um silêncio se instaurou na sala. Sam havia se levantado e estava tentando encontrar voz para falar. Rosemary tinha se posto de pé e ela e Dean se encaravam. Ele com os olhos cheios de cólera infundada, ela com uma frieza absurda. Dean recuou um passo e ia falar, mas foi interrompido por Rosemary, que tinha mudado de novo. Os olhos estavam fixos em Sam e Dean. A voz soou lenta e perigosa. A beleza alto astral e delicada que tinha deixado os irmãos boquiabertos na chegada, dera lugar a um não sei que feroz, frio e calculista.

— Pode repetir seus nomes de novo? – Rosemary fez a pergunta pausadamente, enquanto retirava as luvas das mãos. Sam se precipitou

— Professora, desculpe o ... – Sam foi interrompido

— Agente Young e ... – A voz dela era baixa e tensa.

— Agente Johnson. – Sam confirmou, ela riu. Sua risada fez com que Dean levasse as mãos à arma que estava em sua cintura e Sam recuar um pouco.

— Young e Johnson – Ela repetiu – Esses não são nomes dos integrantes do AC/DC? – As mãos dela escorregaram para uma gaveta. Dean apertou sua arma.

— Nós somos irmãos. Nossos pais eram fãs da banda – Sam tentou parecer descontraído, mas foi interrompido.

— Não, eles não eram. Vocês não são do FBI, vocês são caçadores.

Tudo aconteceu muito rápido. Dean puxou a arma e apontou para  Rosemary. Rosemary tirou uma arma da gaveta e apontou para Sam. O choque nos olhos dos três era imensurável. – Quem diabos são vocês – Rosemary perguntou.

— Como você sabe sobre caçadores? Quem é você? – Dean gritou.

— Eu perguntei primeiro querido. Quem diabos são vocês de verdade e porque vocês vieram atrás de mim?

— Nós não estamos atrás de você! – Disse Sam

— Ela é uma porra de uma criatura, Sammy! – Berrou Dean

— QUEM DIABOS SÃO VOCÊS?! – Rosemary não estava assustada, mas ser chamada de "criatura" a fez querer atirar em Dean. 

— Winchester. Sam e Dean Winchester. Nós não somos do FBI, nós somos caçadores e somos irmãos. – Disse Sam.

— Winchester? Sam e Dean Winchester? – Agora Rosemary parecia perplexa – Vocês conhecem John Winchester? 

O queixo de Sam e Dean caiu.

— Você conhece o nosso pai? – O choque estava estampado no rosto de Dean.

— Sim – Disse Rosemary, abaixando a arma.  


Notas Finais


Próximo Capítulo : Babe I'm Gonna Leave You


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