História Unpredictable - Unthinkable

Haru

Ok, eu estava meramente atrasada para o colégio, na verdade muito. Tudo isso por causa de um trabalho que eu, como exemplar estudante, só lembrei de fazer as dez da noite. E, para piorar, nem meus irmãos tinham acordado. Então, a gente chegaria muito atrasado! 

Eu poderia ter continuado a dormir como qualquer pessoa normal e preguiçosa faria, mas eu realmente precisava entregar o trabalho de biologia. 

Me arrumei em três minutos. Graças à Deus que eu tinha tomando banho antes de dormir, se não, iria pra escola fedendo mesmo. Peguei minhas coisas e saí correndo pra porta. 

Como a gente mora longe da escola-tipo, longe mesmo.- acordar 7:00 para uma aula que começa as 7:30 já é um puta atraso. Além do trânsito de Seoul ser caótico de manhã, temos que pegar um metrô e dois ônibus pra chegar na escola. 

Ou, de um jeito mais caro, pegar o ônibus expresso, que chega lá em 15 minutos, o que faríamos mas somente hoje. 

No caminho parei para pensar no quão ferrada eu estou. Faltam dois dias para essa tão esperada festa, o que me deixa super nervosa. E quando eu estou nervosa começo a ser muito, muito, muito hiperativa. Do nada, puxo vários assuntos e foi assim que eu consegui fazer amizade com Kai (ou Kim Jongin, como quiser). Segunda-feira o encontrei sozinho na aula vaga de química e simplesmente fui falar com ele- na aula de química se juntam as sala e nos encontramos porque somos a partir do K-. Contei minha vida toda para ele e meus problemas também, mas ele não só ouviu e resolveu até falar que Krystal estava afim dele, e ela é namorada de Chanyeol. Pesado. 

No intervalo, por incrível que pareça, ele até se juntou à nossa mesa ao invés de sentar na dos riquinhos metidos com suas três líderes de torcidas- nada contra mas duas delas são bem mesquinhas e chatas, a outra é Krystal, que eu não tenho opinião formada, ainda!- que não pararam de olhar, quer dizer, fuzilar Kai. Até Sehun, que, bom, é meu amigo, estava olhando feio pro moreno. 

Bom, chegando na escola é óbvio que fui recepcionada por Park Chanyeol, com seus olhos de psicopata, me observando fixamente a cada passo que eu dava. Me senti tão desconfortável, que lancei um famoso olhar para ele de "perdeu o cu na minha cara?". Ele riu e voltou a falar com seus amigos me ignorando completamente. Menos mal. - Pensei.

Encontrei Minseok no caminho da aula de Biologia e seguimos juntos. Ele me contava de um jogo que viu na televisão e que queria voltar a ser jogador, porém Chanyeol nunca iria deixar:

ㅡ Ele não manda em você, ué. Siga seus sonhos!- Sorri e continuei andando.

ㅡ Queria ter a positividade sua mas, ele me ameaçou se eu não saísse do time da escola, ou jogasse em outro.- Disse de cabeça baixa. Já havíamos estrado na sala.

ㅡ Juro pra você, eu vou cortar ele em pedaços depois, vender no mercado livre.- Falei com raiva.

ㅡ Você consegue passar de fofa e positiva, pra psicopata e negativa. Eu tenho medo de tu!- Encolheu o corpo na cadeira, comecei a rir e dei um tapa nele.

ㅡ Mas é sério, esse garoto me dá no nervos! Que raiva.- Eu disse olhando para frente. 

A professora chegou e nossa conversa encerrou. 

Ela começou a explicar sobre um trabalho quando satã subiu à terra e entrou na sala. Brincadeira. Digo, Chanyeol. Acompanhado de seus fieis cavalheiros, quer dizer, amigos.

Era só o que me faltava, ele provavelmente mudou de sala para encher meu saco. Garoto irritante! 

Olhei para professora e fingi prestar atenção no que ela falava, desviando dos seres que procuravam cadeiras para sentar. Havia uma mesa vazia bem atrás de mim, rezei internamente para que Deus tenha piedade de mim e não deixe Park Chanyeol notar aquele lugar...

Tarde demais, o garoto deu um sorrisinho logo que me viu e sentou justamente ali. Comecei a me perguntar por quê os riquinhos trocaram de sala e por quê a sala dos bolsistas?! Claro que eu sou o motivo, mas chegar a esse nível é de dar nojo! 
Tentei ignorar pelo resto da aula orelhudo atrás de mim, o que não foi fácil porquê ele começou a fazer todo tipo de barulho irritante. Idiota. Teve uma hora que ele simplesmente começou a me cutucar, eu ignorei de primeira mas depois de um tempo, quando a professora estava saindo da sala, só olhei para trás com uma cara infernal. Só faltava fumaça sair da minha cabeça:

ㅡ Dá para parar?- Falei entre os dentes.

ㅡ Você vai na festa?- Ele deu um sorriso. Virei para frente e ele me puxou de volta.- Eu perguntei se você vai a festa!- Seu sorriso cínico desapareceu e um Chanyeol pegando fogo apareceu.

ㅡ Park Chanyeol, se você quiser me ver de vestido apertado, pelo menos disfarça!- Falei alto rindo também. Todos da sala começaram a zoar ele.

ㅡ Escuta aqui!- Ele puxou meu braço.- Se você não estiver lá, ajoelhada, me pedindo perdão, dê adeus a sua vida fajuta aqui em Seul, e talvez na Ásia toda, Kim Haru.

ㅡ Uau, você sabe meu nome, grande coisa!- Voltei a olhar para frente.

ㅡ Você está mexendo com fogo, Haru!- Disse perto de meu ouvido e levantou da carteira. Irritante! 

~No Intervalo
 

Dessa vez, Kai não sentou com a gente. Mas não deixou de nos cumprimentar quando passou por nossa mesa. Seus amigos logo o chamaram quando o mesmo parou aqui. Se tem uma coisa que eu percebi deles é: Manipuladores. Literalmente. 

Meu irmão estava menos falante hoje, na verdade quase inaudível, até sua respiração estava sem som, volume zero. E eu juro que não sabia o que aconteceu. Minseok tentou a sorte mas recebeu um belo vácuo:

ㅡ Ok, ele sinceramente não quer falar com ninguém hoje.- Xiumin levantou a mão em sinal de desisto.

ㅡ Deixa ele, deve estar cansado.- Baekhyun o nosso novo amigo, também bolsista, defendeu Jongdae.

ㅡ Ok, ok! Enfim, vamos conversar sobre a visita e estadia inusitada de Park Chanyeol e seus amiguinhos á nossa sala.- Minseok simplesmente puxou assunto, enquanto devorava seu bolinho.

ㅡ Achei que você estava de dieta.- Zoei o fominha.

ㅡ Desisti dela ontem, quando minha mãe trouxe uma pizza. Caraca, quem não resiste à calabresa da pizzaria italiana?- Todos riram da desistência rápida de Xiumin.- Enfim, quero saber, o que vocês acham?

ㅡ É óbvio que foi por causa da Haru aqui.- Luhan, também novo amigo, ele se juntou conosco junto de Baekhyun.- Vocês viram o jeito que ele falou com ela, ué.

ㅡ Verdade!- Baek concordou.- Aliás, Haru, ele não te machucou? Parecia ter doído.

ㅡ Não, não. Estou bem, aquele idiota vai me pagar!- Rangi os dentes. 

ㅡ Eu acho que ele só está sem saber o que fazer já que você é a única que conseguiu enfrentar ele durante todos esse anos, e ainda ser novata.- Luhan disse com uma maçã na boca.

Não havia contado pros meninos o que havia acontecido na sala do zelador, e nem irei.

ㅡ Concordo com o Lulu!- Minseok deu um hi-five com Luhan.

ㅡ Lulu? Que intimidade é essa?- Perguntei sarcástica.

ㅡ Bléh!- Mostrou a língua.- Conheço ele á mais tempo que você.

Eu retrucaria, porém o sinal tocou e eu teria mais duas horas de dor e sofrimento. 

••••
D-1 

Cá estou eu, no shopping. Sim, no shopping. Fui arrastada pela minha tia, que descobriu sobre essa festa e me fez faltar aula para comprar roupa. Andamos o shopping inteiro atrás de alguma loja que seja mais em conta até que finalmente achamos uma em liquidação. O que era raro em Seoul, bom pelo menos no shopping. Minha tia me puxou até a loja e foi logo me enfiando num provador. Pegou todo tipo de roupa possível, e jogou em cima de mim. Talvez ela tenha se desesperado um pouco, mas só um pouco. Depois de um tempo, achei uma roupa* que ficou ótima em mim, não que eu tenha que me preocupar mas eu usaria ela depois da festa. Me senti linda nela também, nossa. Saí do provador com a roupa, para mostrar para minha tia, que estava nervosa já:

ㅡ Tá linda, mas precisamos de um sapato.- Ela disse e foi procurar um. Depois de dez segundos ela voltou.

ㅡ Aqui!- Me entregou.- Coloca esse.

Calcei o sapato e me olhei no espelho.

ㅡ Pronto! Vai arrasar amanhã!- Minha tia ficou atrás de mim e colocou as mãos no meu ombro.

Vão arrasar comigo na realidade.

ㅡ Agora, podemos comer? Tô morrendo de fome.- Falei fechando o provador.

ㅡ Me dá logo a roupa que eu vou pensar!- Disse sarcástica.

ㅡ Kim HyeJin!- Chamei a pela nome.

ㅡ Ok, ok! Anda logo.

A gente pagou as roupas e fomos até a praça de alimentação. Tiramos várias fotos também para enviar no grupo da família como sempre fazíamos, sou bastante ligada á eles. Os meninos me mandaram mensagens perguntando porque eu não fui á aula, só respondi que havia saído com a minha tia e falaria com eles depois. Também recebi uma mensagem de um número desconhecido dizendo: "Um dia."

Ele só pode estar brincando comigo. Eu odeio Park Chanyeol! 

Voltei a prestar atenção em minha comida. Tentei comer mas meu estômago estava embrulhado, se eu comesse vomitaria. Droga! 

ㅡ Haru-ah, você não estava com fome?- Minha tia perguntou.

ㅡ Me deu um mau estar, não se preocupe, devo ter comido algo ruim ontem à noite.- Falei.

ㅡ Então se não quer comer agora, vamos levar para casa, seria desperdício deixar aí. Você mal tocou na comida.- Ela pegou o Sanduíche e embrulhou de volta.

(...)

Já eram oito da noite. Eu estava no meu quarto, esperando a morte ou alguém dizer que eu sou a rainha da república dominicana, mas a gente tem que seguir em frente. É óbvio que eu faria o que Chanyeol ordenou-me a fazer, e depois seria humilhada pela elite escolar até a nossa formatura, mas eu não deixaria ele mexer um tiquinho na vida da minha família.

Resolvi parar de morgar, peguei minha roupa e entrei no banheiro. Demorei bastante tempo no banho, cantando para espantar meu nervosismo. Cantei várias músicas, duas OST de She Was Pretty e algumas aleatórias aí. Saí do box e me enxuguei. Coloquei minha roupa e fui pegar minha maquiagem no quarto. E quando eu olhei para cama, tomei um susto:

ㅡ Garoto? O que você está fazendo aqui?- Perguntei com raiva já. 

ㅡ Só queria ter certeza que você fosse á festa, então eu mesmo irei te levar.- Chanyeol levantou da cama.

ㅡ Como você sabia que eu morava aqui? Quem te deixou subir? Por quê não mandou algum dos seus empregados me buscar? Por quê você é um idiota sem coração nojento?- Comecei a andar de uma lado pro outro.

ㅡ Eu tenho meus contatos. Sua tia. Por quê eu fiz questão de estar aqui. E por quê acha que eu não tenho coração?- Ele levantou da cama e chegou perto de mim. Bem perto.

ㅡ Porque.... porque....- A essa altura ele já tinha colado seu corpo ao meu. Deixei o nervosismo de lado e o empurrei.- Por que, Park Chanyeol? Olha o que você está fazendo comigo. Tudo isso só para mostrar para todo mundo que você é um psicopata disfarçado, e que ninguém pode jogar nessa tua cara de porcelana que você não passa de um marmanjo vagabundo!- Disse tudo o que estava preso na garganta olhando em seus olhos. 

ㅡ É...É melhor você se apressar, eu estou esperando lá embaixo. Não demore!- Ele disse e saiu.

Caraca, juro que achei que ele ia me dar um tapa ou sei lá. Que bom que não deu se não eu teria denunciado. 

Achei meu estojo de maquiagem e fui para o banheiro. Escondi minhas sardas e passei delineador. Ok, já está ótimo! 
Peguei minha bolsa e saí do quarto. Vamos nessa.

Cheguei na sala e Jongdae que estava conversando com Chanyeol- Traídor- soltou um "Wow!". Ignorei e puxei Chanyeol do sofá. Parei para prestar atenção nele, estava bonito, de terno e tudo. Pena que não vale um pingo disso tudo:

ㅡ Pode chegar tarde, eu falo com a mamãe.- Chen disse.

ㅡ Não vai mesmo?- Perguntei antes de ir a porta, senti o olhar de Chanyeol em mim.

ㅡ Você sabe que eu odeio festas. Dá um alô pro pessoal por mim.- Soltou um beijo e a gente saiu.

Park Chanyeol trouxe seu carro nada extravagante para nosso bairro. Se fosse no Japão, adeus carro. O cavalheiro abriu a porta para mim:

ㅡ Hm, obrigada!- Foi a única coisa que falei até seguirmos caminho.

Eu estava desconfortável, ele podia bater o carro e me matar a qualquer momento. Puts, por quê eu fui xingar ele? Ele vai me matar!!! 

Tentei parecer confortável mas na verdade eu queria pular do carro. Até que ele puxou assunto:

ㅡ Você não é daqui, não é?- Chanyeol perguntou.

ㅡ Não. Sou do Japão.- Tentei sorrir mas não rolou.

ㅡ Sabe, não precisa ficar nervosa. Não é como se eu fosse te matar?- Ele sorriu.

ㅡ Não, só me humilhar na frente do terceiro ano inteiro, talvez até da escola, ou da Coréia.- Olhei para janela.

Senti o carro parar. A gente não tinha chegado, pelo que eu vi no convite, a casa é mais longe, quase na saída de Heundae. 

ㅡ Por que paramos?- Olhei para ele... Me arrependi de ter olhado. Ele estava me olhando fixamente! Pronto agora vou ser estuprada, grande vida. 

ㅡ Já que você insiste eu posso anular essa proposta...- Ele começou falando. Nunca sorri tanto na minha vida.

ㅡ Isso é sério? Você não tá brincando comigo? Se estiver brincando comigo eu te empurro nessa avenida-

ㅡ Se, você fingir ser minha namorada por um mês...-Ele me interrompeu.

ㅡ O QUÊ? VOCÊ É LOUCO? Prefiro ser humilhada a ser sua namorada por um mês.- Falei sem pensar.

ㅡ Sério? Olha o que você disse.- Ele falou sorrindo ligando o carro de novo.

ㅡ Ah! Eu vou me arrepender tanto mas é 100% menos pior, não é?- Respirei fundo.- Ok, eu aceito. Mas por quê isso agora? 

ㅡ Krystal terminou comigo porque está apaixonada pro Jongin, mas não quero que isso se espalhe. Queria que as pessoas pensassem que eu já superei ela e estou saindo com você. Todos dizem que você é bonita, mesmo sendo bolsista e tal.- Ele disse na maior normalidade.

ㅡ Você liga tanto para o que as pessoas falam, não é mesmo?- Suspirei.- Pera aí, você concorda que eu sou bonita?

ㅡ E-Eu não disse isso.- Gaguejou.

Se Minseok estivesse aqui, diria que eu fiz Park Chanyeol gaguejar.

ㅡ Aham!- Concordei irônica.

ㅡ Não pense que eu goste de você, garota. Estou fazendo isso pela minha reputação. 

ㅡ Eu não falei isso.- Sorri vitoriosa.

ㅡ Aish, você é irritante!- Ligou a rádio e olhou para o trânsito.

Estava tocando Thumping do Kim Min Seung, uma das OST de She Was Pretty. Comecei a cantar junto, sem ligar para Chanyeol.

"Kungkungkung daeneun gaseumi malhae

I soril deureobwa salmyeosi rarara

Meosjin eumak gata deo areumdawo

One two three four neomu manheungeol

Jeo haneul ttangmankeum saranghae rarara

Ijen malhaebolge naega neol jikyeojulge."

Por incrível que pareça, ele cantou comigo. E a voz dele não é tão ruim. Aí droga, preciso lembrar que ainda odeio ele:

ㅡ Por quê você mudou de ideia de uma hora pra outra? E não me diga que foi por causa de sua reputação e blá blá blá.- Olhei para ele e abaixei um pouco o som. 

ㅡ Eu não sei. Mas não pense que seremos amigos, eu nunca faria isso se fosse realmente importante afinal vocês bolsistas não merecem um tiquinho de minha atenção.- Ele disse, juro que vi seu nariz sendo empinado.

ㅡ Eu odeio você e seu jeito nojento.- Grunhi de raiva. Aumentei o rádio e voltei a cantar.

(...)

A festa estava animada até. Eu poderia estar me divertindo mas Chanyeol não desgrudou de mim. As pessoas que passavam só olhavam para gente. Ok, isso seria 10 vezes pior que ser humilhada por eles todos. Na semana seguinte só falariam sobre "Kim Haru ser a nova vítima de Park Chanyeol." ou "Park Chanyeol saindo com uma bolsista." ou simplesmente "Quem é a bolsista saindo com Park Chanyeol?". Me sinto exposta, que nem a Taylor Swift e olha que ninguém vazou áudio meu no snapchat... Ainda!  

Teve uma hora que ele foi conversar com seus amigos e eu consegui sair dali. Tentei procurar Xiumin ou alguma cara conhecida mas o máximo que encontrei foi gente se pegando e bebendo. Resolvi ir para o jardim. Sentei em algum banco aleatório ali. Aquela casa era tão enorme que do lado do salão de festas, havia um jardim e no meio dele uma fonte. Parecia um castelo. Odeio gente rica. Mentira, só tenho aquela inveja mesmo. 

ㅡ Está fazendo o que aqui fora, Haru?- Jongin se aproximou, me dando um susto.

ㅡ Pensando na vida.- Disse sem ânimo.

ㅡ Você não está mesmo namorando Chanyeol, está?- Ele sentou do meu lado.

ㅡ Olha pra minha cara de quem aceitaria um pedido de alguém como ele.- Puxei seu rosto em minha direção.

ㅡ Então como? Ele está se gabando todo lá. Sehun ficou até sem graça.- Ele disse.

ㅡ Numa realidade boa, eu perdi uma aposta.- Dei um sorriso forçado.

ㅡ E na nossa realidade... Hein?- Perguntou.

ㅡ Eu meio que quebrei a primeira regra de convivência nessa escola, no primeiro dia de aula, que é afrontar Park Chanyeol. Ai desde então estou nessa.- Suspirei derrotada.

ㅡ Ele está te forçando a fingir namorar com ele por isso?- Disse indignado.

ㅡ Era isso ou ele destruiria tudo que minha família construiu.

ㅡ Dessa vez ele passou dos limites, sério! Que babaca.- Ele parecia irritado.

ㅡ Qual é, você é o melhor amigo dele. Eu sei que ele nao é a melhor pessoa do mundo mas...Não deveria falar merda pelas costas dele.- Eu disse. Avistei um garçom e peguei dois copos de alguma bebida alcoólica ai.

ㅡ Você acha que eu não falo isso na cara dele?- Ele perguntou e pegou um dos copos. Virou tudo na cara dura.

ㅡ Ah sei lá...- Virei meu copo.- Vou voltar pra lá, ficar perto do barzinho e beber um monte.- Me levantei.

ㅡ Não sabia que era uma alcoólatra.

ㅡ Estou bebendo e estou viva. Tem gente que não está bebendo e está morta.- Cantarolei. 

ㅡ Bebum!- Ele disse me empurrando.

Antes de dar uma hora da manhã, Krystal fez um anúncio aos calouros e desejou um Fighting para todo mundo. Depois começou a tocar aquelas músicas eletrônicas que as meninas tentam sensualizar dançando e os meninos viram machos alphas. Ok, tentei descrever o máximo que pude. Sorry. 

Fiquei bebendo no bar como se eu tivesse terminado um relacionamento. Se bem que o sentimento é o mesmo. Triste, sozinha e sem amor. 

Chanyeol sumiu de vista, pensei que seria a hora certa de dar no pé. Mas eu estava bêbada demais para chamar um táxi ou ligar para meu irmão. Então fui procurar Jongin, o que não demorou muito já que ele estava no começo da pista de dança, tentando dançar:

ㅡ Jongin-ah!- Falei andando quase caindo.

ㅡ Haru! Você bebeu quantos copos?- Ele perguntou como se eu ainda estivesse sã.

ㅡ Me leva para casa oppa.- Eu disse, totalmente bêbada.

ㅡ Credo não me chama de oppa, vamos.- Ele me puxou.

ㅡ Deixe eu te chamar de oppa, oppa!- Fiz birra. 

ㅡ O que está fazendo com ela?- Um cara aleatório com umas orelhas enorme chegou falando. Quer dizer, Chanyeol.

ㅡ Ela está muito bêbada, vou leva-lá pra casa, ué.- Acho que foi Jongin que disse isso. É foi Kai.

ㅡ Não deixe que eu a leve, sou o namorado dela.- O outro cara falou. 

ㅡ Namorado? Que namorado? Eu sou uma amendoboba, me viro sozinha!!- Comecei a falar.

ㅡ Viu? E ela me pediu para levar ela, qual o problema?

ㅡ Você não sabe o caminho!- Aquele primeiro que chegou do nada falou.

ㅡ Tudo bem. Cuida dela! Não vai só deixar ela em casa e vazar.- O que me segurava falou.

ㅡ Por quê eu faria isso?

ㅡ Não seja cínico.- Ele me entregou pro outro cara.

Eu estava tão bêbada que não conseguia mais raciocinar.

Só percebi que a gente chegou no carro quando eu sentei. O cinto foi passado por mim e depois ouvi um barulho de motor. 

ㅡ Por quê você não me pediu para eu te levar? Esqueceu da nossa conversa? Precisa fingir bem, garota.- O cara que dirigia falou. Pera... Chanyeol.

ㅡ Ah não me enche o saco. O outro oppa era 100% mais legal, você é 100% chato!- Mostrei a língua.

ㅡ Por quê eu insisti com você?- Ele suspirou.

ㅡ Eu digo o mesmo, devia ter me deixado lá. Seu chato orelhudo.- Coloquei meus pés no banco abraçando meus joelhos.

ㅡ Até bêbada você não me dá um desconto?- Ele perguntou.

ㅡ Você deveria ter pensado melhor ao invés de simplesmente ameaçar em tirar tudo da minha família.- Falei, sem pensar.- Sabe o quanto de tempo eles tiraram para ter o que temos hoje? O tempo que você nunca gastou para fazer alguma coisa útil. Você acha que só porquê é rico pode ser nojento e fresquinho assim? Você só me da vontade de vomitar.

Ele calou a boca. Finalmente. 

Depois de pensar em vomito, meu estômago começou a revirar, e minha respiração estava rápida. Eu iria vomitar! 

E foi o aconteceu.

Vomitei tudinho no carro de Park Chanyeol.

ㅡ Você está brincando comigo?- Ele parou o carro no acostamento.

ㅡ Eu acho que o vômito está aqui para comprovar.- Limpei minha boca. 

Ele procurou uma flanela de carro e tentou limpar o vômito. Na verdade tentou de primeira e depois de jogou o pano. Consegui limpar quase tudo e joguei a flanela pra fora do carro. Chanyeol pegou um aromatizante e colocou perto do retrovisor.

ㅡ Eu deveria te deixar aqui sozinha, bêbada e com frio.- Ele disse e ligou o carro.

ㅡ Pois eu te faço o favor.- Peguei minha bolsa, abri a porta do carro e saí. 

Bati a porta e comecei a andar. Estava realmente frio então cruzei meus braços tentando me aquecer.

Passou uns segundos, Chanyeol simplesmente arrancou e me deixou naquela rua vazia sem vida. 

Não liguei, afinal, mesmo bêbada, deveria mostrar que sou mil vezes melhor que ele. Mas, depois um tempo, eu simplesmente sentei no chão e comecei a chorar. Pensei em tudo que eu estava fazendo com a minha vida, e o quanto eu odeio Park Chanyeol. Não estava chorando de tristeza e sim de raiva. 

Ouvi um barulho de carro estacionar na minha frente e uma porta abrir:

ㅡ Entra.- Chanyeol falou parando em minha frente.

ㅡ Não!- Funguei.

ㅡ É uma ordem!- Ele continuou parado.

ㅡ Não recebo ordens de você.- Olhei para cima.

ㅡ Aish!- Foi a última coisa que ele disse antes de se abaixar e me pegar no colo.

ㅡ Socorro! Estou sendo sequestrada por esse maluco!- Gritei como se alguém fosse ouvir.

Ele me colocou no carro e fechou a porta, fiz uma cara de emburrada e abracei meus joelhos. Chanyeol ligou o carro pela vigésima vez naquele dia e partiu.

Comecei a chorar de novo. Também de raiva, mas dessa vez de mim mesma por demonstrar fraqueza perto dele.

ㅡ Pare de chorar! Se eu não tivesse voltado, você poderia amanhecer na China.- Ele tentou brincar.

Parei de chorar mas continuei fungando. 

Um tempo depois, percebi que não estávamos pelo mesmo caminho que ele fez da minha casa até a festa. Eu podia estar bêbada mas geografia ainda é o meu forte:

ㅡ Para onde estamos indo?- Perguntei séria.

ㅡ Você acha que sua tia não ficaria preocupada se você chegasse às três da manhã bêbada e suja desse jeito? Além de estar fedendo.- Ele disse.- Vou te levar para minha casa.

ㅡ Ok, mas se for assim, Jongin também me levaria para casa dele. Por quê insistiu em me levar? Você vai me estuprar enquanto eu estiver dormindo?- Perguntei assustada.- Olha eu não pareço ser forte mas eu fiz taekwondo e eu sei quebrar madeira com um chute.

ㅡ Jongin não poderia te levar para casa. Ele está sempre roubando o que é meu.- Falou apertando o volante.

ㅡ Eu hein garoto, não sou nada sua. Deus me livre.

ㅡ Mas eu não disse isso!- Sorriu sarcástico.

ㅡ Ah! Idiota.- Revirei os olhos.

O carro parou perto de um portão. A casa de Chanyeol me lembrava a de Regina George em Mean Girls. Era meramente grande com um jardim enorme nas frente. Com seguranças no portão e duas fontes de anjinhos. Ele parou o carro e saímos. Por dentro a casa era mais bonita ainda, com carpete desde a entrada, uma sala de estar com lustres, vários quartos e uma escada com dois vãos. Me senti num filme americano. 

ㅡ Aqui estão umas roupas da minha irmã.- Me deu as roupas.-Você vai ficar naquele quarto ali.- Apontou para o quarto.

ㅡ Ok, obrigada.- Pisei no degrau e esperei um pouco.

ㅡ Aish! Não consegue nem subir? Você inútil.- Ele disse e me segurou. Subimos as escadas juntos. 

Chegando lá em cima, fui para o quarto e tranquei o mesmo.

Liguei a luz e o observei. Era bem maior que o meu, 10 vezes maior. Deveria ser o quarto de hóspedes mas ainda sim era bem grande. Entrei no banheiro e tomei um banho rápido. Até o banheiro era enorme. O box tinha uma banheira mas eu resisti à tentação porquê estava morrendo de sono. Antes de sair do banheiro, notei que estava chovendo, e com trovões. Não liguei muito, apenas troquei de roupas e deitei na cama. Finalmente um descanso digno! 

Mas antes de entrar em sono profundo, ouvi batidas na porta. Corri para abrir.

ㅡ Oi?- Perguntei para Chanyeol que estava já de pijama.

ㅡ É... Então... Eu meio que tenho... Hm... Sabe como é...

ㅡ Tem medo de dormir sozinho em tempestades como essa?- Arqueei a sobrancelha.

ㅡ Hm... Sim.- Ele disse de cabeça baixa.  Parecia uma criança.

ㅡ O quanto me pagariam se eu jogasse isso na internet?- Ele me olhou furioso.

ㅡ Ok, deixo você dormir aqui, mas não comigo. Pega o colchão ali sei lá. Você é nojento.- Falei e ele comemorou.

Ele deve estar só fingindo para que no meio da noite enfie uma estaca no meu coração. Como se isso não fosse impensável!