História Until Dawn - A Vida Continua - Consulta

Escritório do Doutor Hill - 8:00

Uma semana se passou e estamos levando a nossa vida normalmente. Pelo menos alguns de nós... Sinto coisas dentro de mim que não consigo explicar... Sentimentos mistos: obsessão, raiva e desejo de amar e de me vingar ao mesmo tempo...

O escritório é bem grande e aconchegante. É predominantemente branco e tem um quadro de uma fazenda com um espantalho atrás de sua mesa.

- Bom dia! - Disse o Psiquiatra - Como está se sentindo essa manhã?

- Não muito bem. – Digo sem nenhuma emoção - Mas estou com vida.

- Isso já é um motivo para gratidão, não é?

- Depende da vida que a gente tem.

- Hum... entendo...

Ele faz algumas anotações e manda um olhar enigmático seguido de uma pergunta para mim.

- O que tem pensado ultimamente?

- Ajeito-me na poltrona e começo a pensar.

- Tantas coisas boas... ruins...

- Pode especificar? – Perguntou colocando a mão no queixo.

- Na vida e na morte. Principalmente na morte. Uma não existe sem a outra. A morte seria um fim ou talvez um novo início.

- Algum... é... motivo específico?

- Sinto que meus dias estão acabando nesse mundo. Será possível adivinharmos o momento de nossa morte?

- Por que diz isso? Está doente?

- É mais ou menos isso, doutor! – Dei um sorriso breve.

- Posso recomendar um amigo médico que pode lhe ajudar... Talvez ele te encaminhe para algum especialista que cuide do seu caso.

- Infelizmente, meu caso é sem jeito doutor. A medicina não consegue curar certas coisas.

- Quer falar sobre isso? Sobre essa doença?

“Sofro com uma maldição! ”, pensei.

- Não há nada o que falar doutor! Eu já aceitei que não sou imortal, mas... eu quero deixar uma última marca no mundo.

- Isso é bom! Você não perdeu sua vontade de viver.

Ele não diria isso se soubesse o que pretendo fazer em breve...

- Não mesmo!

- Entendo. E se... esses forem seu últimos dias nesse mundo? O que pensa em fazer?  

- Quero passar meus últimos momentos com meus amigos. Vai ser um momento inesquecível e especial.

 O despertador do doutor tocou. Ele estava tão focado na consulta que até se assustou.

- Bem... Isso vai ter que esperar. Continuaremos nossa conversa na próxima sessão.

Tive que controlar o riso na frente do meu terapeuta. Ele não faz a menor ideia do que pretendo fazer...

Algum tempo e lugar no futuro

Sam corre desesperada com todas as suas forças. Seu fôlego já começa a faltar, suas pernas estão doloridas por causa do esforço. O rosto dela está sujo e ela está com o braço ferido. Ela levanta a cabeça e olha ao redor ligeiramente

- Ah meu Deus! - Dizia em desespero – Ah, meu Deus, Mike!

Ela olha para trás e vê aquele celeiro do ao longe, que era tão belo, em chamas. As chamas dançavam no céu em labaredas enormes e alaranjadas. Então, Sam escuta um tiro. Seu coração acelera a um ritmo descompassado e sua cabeça começa a girar.

- Não! Não! Não! – Gritava em desespero.

 Ela ouve o segundo tiro. Em desespero, tenta correr para socorrer, mas é agarrada por trás por alguém que a impede de correr. Uma das mãos tapam sua boca para que não grite. Uma lágrima cai lentamente de seu olho esquerdo. Parecia que havia chegado seu fim...