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História Until the end - Uma história sobre lobos


Escrita por: Lunnah_Byu

Notas do Autor


Olá, hoje eu fui mais pontual :v

Cheguei com mais uma para a minha saga "uma fanfic por dia", e com uma temática que eu queria a muito escrever <3

Eu tenho uma paixão por historias em universos místicos e fantasiosos. Sempre gostei de imaginar outros mundos ou mundos antigos, então eu me empolguei quando criei esse plot <3

Ela não é uma ABO, pelo menos não segue as "regras" de uma, então, se você lê ou já leu alguma, não tente comparar, pois essa é apenas uma fanfic com "lobos".

Sem muita enrolação, eu espero que vocês gostem~

Capítulo 1 - Uma história sobre lobos


Fanfic / Fanfiction Until the end - Uma história sobre lobos

 

 

 

 

Uma história sobre lobos -

 

“O inverno parecia incessante. Cada vez que eu sentia o frio sobre minhas patas¹, conseguia sentir minha alma sendo congelada.

Quantos dias haviam passado? Dez ou vinte? Um mês ou dois meses? A brancura não me deixa calcular. Apenas ver o vapor sair de meus lábios e esperar que conseguisse acordar no dia seguinte. ”

 

 

 

 

– Tem certeza de que quer ir? Sabe que posso pedir ao Alpha para que mande outro em seu lugar – Encarava o outro a guardar algumas coisas dentro de um pequeno saco feito de pele.

 

– Não me trate assim, sabe que não gosto de ser visto como um impotente – Deixou que um rosnado baixo saísse ao fim de sua fala.

 

O maior dos dois encolheu-se antes de se levantar e tomar o outro entre seus braços. Trouxe-o mais perto que pode, até que ambos ouvissem os batimentos de seus corpos vivos.

 

Jihoon sabia o quanto era importante para Soonyoung, o albino era tão importante quanto. Tratou de circundar o pescoço do mais alto para conseguir um impulso necessário para se pôr no colo do mesmo. Contornou as bochechas do maior com a ponta do nariz e os olhos fechados, sentindo-o fazer o mesmo até que se encontrassem em um beijo de esquimó.

 

– Eu vou voltar Soonyoung... Acredite. Confie em mim dessa vez – Sibilou tocando os lábios ressecados e frios.

 

– Eu te amo Jihoon. Amo-te tanto que me dói ter que deixa-lo ir – Deixou uma leve mordida sobre o lábio felino.

 

– Estarei de volta antes que perceba.

 

Não era o que o albino gostaria de ouvir, mas não poderia impedir o moreno de cumprir com o seu dever na matilha. Quando o sol se pôs, alguns dos melhores caçadores, machos e fêmeas, saíram das limitações da matilha e seguiram em busca da caça. Voltariam em um mês caso tudo ocorresse como o esperado.

 

A era dos lobos estava ruindo. A raça tão poderosa dos Wolves estava sendo aniquilada e perdendo toda a sua imponência. Todos sabiam disso. Esse era o motivo pelo qual passaram a enviar caçadores e guerreiros para áreas cada vez mais afastadas dos limites criados pelos ancestrais.

 

Quando fora mandado, a meses atrás, o grupo de Soonyoung conseguira comida suficiente para duas estações. O lobo de pelugem branca havia apostado todo o seu esforço para que Jihoon não fosse escolhido tão cedo, contudo, fora em vão.

 

No momento em que o uivo foi ouvido e o fogo aceso pelas flechas flamejantes, toda a matilha deveria prever que haveria uma disputa por alimento com aquele grupo de exilados.

 

Mais da metade de todo o alimento que o grupo de Soonyoung havia conseguido foi perdido naquele confronto, obrigando os superiores a mandarem um novo grupo antes que o inverno se tornasse mais rigoroso.

 

Jihoon não estava pronto, e Kwon Soonyoung menos ainda. Mas o bando precisava do moreno.

 

Saíram em um grupo de doze, sendo ele o menor, e talvez o mais ágil. Andaram por sete noites e seis dias até que ultrapassassem as montanhas que os mantinham protegidos.

 

De fato, a grama do vizinho era mais verde e seus campos mais vastos. Para aqueles com o faro aguçado, o cheiro da caça sufocava, tamanha era sua variedade e quantidade. Para aquele que sentia com os ouvidos, os muitos sons adentravam sua mente de maneira imprecisa, causando certo desconforto, mas seus olhos roubavam a atenção para todo àquele cenário magnifico.

 

– Fiquem sempre perto da matilha, não se distanciem ou serão deixados à própria sorte. Estamos em território inimigo, não podemos ampará-los quando toda a matilha deixada precisa mais de nós – O líder proferiu ríspido sem retirar os olhos de todo o território.

 

Hesitantes, concordaram todos.

 

◄ 🐾 ►

           

A caçada estava prosseguindo de maneira próspera.

 

O grupo, com atualmente sete lobos, haviam abatido grandes presas, que serviram de alimento para os mesmos e para a matilha deixada para trás.

 

O céu já se tornava claro quando todos se levantavam para continuar com a caminhada. Depois de um debate entre os membros restantes – quatro fêmeas e três machos – foi decidido que estariam voltando para o lar, com a próspera caçada.

 

Seguiam o caminho inverso, avistando os mesmos vastos campos, agora menos brancos. As mesmas montanhas com apenas os picos ainda cobertos de neve. Caminharam até que as árvores crescessem ao redor, modificando a paisagem.

 

Era a floresta das árvores negras. Com seus troncos retorcidos e alguns espinhos nos pequenos arbustos perto do solo.

 

 

 

 

“Não foi possível ter um segundo sequer para pensar em uma saída. Em um momento, pude ver todos da matilha ficarem desnorteados por algo que eu não sentia, e no momento seguinte, vários deles apareceram. Escondidos, camuflados na paisagem.

Possuíam armas como as nossas e utilizaram para atacar todos os que viram. Eu presenciei todos os meus companheiros caírem pelas patas sem garras² daqueles de quem tanto nos alertavam.

Nos olhos claros do líder, vi a ordem para correr antes que suas pupilas se tornassem opacas e sua cabeça fosse cortada de seu corpo.

Então eu corri. ”

 

 

 

 

Jihoon corria, mas ainda conseguia ouvir as passadas pesadas sobre a terra enlameada. Os gritos e o som das lanças e flechas em sua direção. Quando achou estar livre, uma forte dor atingiu-lhe o braço junto a sensação de um líquido quente colorindo suas roupas.

 

Sangue. Jihoon havia sido atingido por uma flecha.

 

Quando raciocinou o suficiente para urrar de dor, perdeu a concentração e escorregou no terreno viscoso, derrapando até um desnível. Caíra de bruços no que parecia um tapete de grama com um buraco grande o suficiente para o esconder. E foi o que fez. Com a agilidade que o restava, limpou o sangue da grama com as garras, criando a ideia de que havia rolado para níveis mais baixos do terreno.

 

Adentrou o buraco descobrindo ser uma passagem para outro lugar. Seguiu sem pensar duas vezes, sua vida dependia daquela saída. Caminhou por mais alguns minutos até que chegasse a uma saída: uma parte desconhecida da floresta.

 

– Qual criatura deve ter cavado esse túnel? – Perguntou a si mesmo observando a paisagem.

 

Tudo parecia mais vivo, como se o inverno não tivesse penetrado naquele pequeno espaço. Talvez tivesse entrado no território das ninfas, pois sentia uma aura misteriosamente aconchegante por ali.

 

– Talvez eu devesse ficar... – Mas era isso que queriam. Que ele se encantasse e virasse parte daquela floresta. Era isso o que faziam com os inimigos.

 

Um barulho estranho por entre as árvores o acordou do transe deixando-o com presas e garras em alerta. Foi quando uma lebre brotou dos arbustos.

 

– Tsc! Ser insolente... – Quando seu estomago gruniu, o moreno já estava a caçar a lebre por entre as árvores e galhos, enquanto a paisagem se tornava mais branca.

 

Faria de tudo para sobreviver.

 

Alcançou o animal em poucas passadas, derrapando de bruços sobre a neve enquanto fincava as garras. Lee Jihoon era um animal, um lobo. Misericórdia não lhe convinha no momento, então apenas mordeu o pequeno mamífero diretamente no pescoço para uma morte rápida e tratou de comer a carne.

 

 

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"Lembro-me de quando a noite caía e o breu noturno dominava tudo ao meu redor. Eu deveria me abrigar antes que tudo escurecesse e o mundo se tornasse visível apenas aos meus ouvidos"

 

 

 

 

 

Talvez haviam se passado semanas. Duas pela textura do sangue nas roupas de pelo e pelo corpo. Estava frio demais para que se banhasse em algum rio, então aquelas seriam as marcas de sua sobrevivência.

 

Sentiu que o anoitecer se aproximava quando percebeu que as criaturas diurnas já estavam a se recolher em suas tocas. Precisava se apressar para encontrar uma caverna profunda.

 

Avistou uma ao que pareciam ser cem metros de distância de si, por entre árvores retorcidas, seguro o suficiente para que as criaturas maiores não o alcançassem. Esgueirou-se pelo galhos e troncos, deixando um pouco do sangue grosso marcando as cascas.

 

Ao chegar na caverna, não tardou a deitar e rolar sobre as folhas velhas e enlameadas. Despistar seu cheiro era essencial, por mais que ele não sentisse. Quando julgou ser suficiente, reuniu as mesmas em um pequeno montinho, criando um lugar mais confortável para pernoitar.

 

 

 

Era por volta das duas da manhã quando os ruídos o acordaram. Seu olfato poderia ser muito ruim, mas ninguém deveria subestimas sua audição. Dizem que uma deficiência é compensada em outros sentidos. O moreno conseguia ouvir a respiração pesada, o tilintar das folhas sobre as patas firmes e fortes. Talvez fossem lobos de outra matilha, ou algo pior: um tigre.

 

Fez o máximo para passar despercebido. Não moveu um musculo sequer, muito menos respirou. Pode ouví-lo fungar, a procura de seu cheiro. Jihoon implorou aos Deuses para que a camada de folha e lama o protegesse, mas o menor não sabia que seu sangue havia manchado algumas árvores.

 

Jihoon queria se encolher, mas o barulho o denunciaria. Deixou que o felino rondasse a área até que desistisse ou chegasse à conclusão de que não havia nada ali.

 

Foram as cinco horas mais agoniantes para Lee Jihoon.

 

Quando o grande predador decidiu procurar por outra presa, o sol já havia dominado o céu, clareando todo o caminho. O moreno esperou mais alguns minutos até que julgasse seguro sair, sentindo a claridade machucar sua vista.

 

Estava cansado. Não havia dormido nada, mas precisava continuar em busca do caminho de volta para a matilha.

 

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“O tempo já não me ajudava mais. Um ano parecia ter se passado e eu continuava perdido, sem saber para onde prosseguir. Com o tempo, a paisagem começou a se modificar e, depois de tempestades e nevascas, o tempo se tornava mais quente e o gelo derretia.

Foi quando notei que praticamente três meses já haviam se passado e eu continuava em minha busca.”

 

 

 

 

Enquanto se aquecia no monte de folhas dentro da árvore oca, Jihoon fitava o céu. Pensava em sua matilha, lembrava das mortes que presenciara e do ataque que sofreram, este que obrigou o grupo a sair para outra caçada.

 

Pensava em Soonyoung.

 

– Eu não consegui manter minha promessa, Soonyoung-ah... – Suspirou deixando que as lagrimas percorressem o rosto e tocassem seus lábios feridos – Me desculpe...

 

Naquele momento, todos os sentimentos guardados vieram o fazer companhia. Jihoon estava atordoado, sozinho e com medo. Sobrevivera por três meses, mas não sabia quanto tempo mais iria aguentar sozinho.

 

Foi quando se virou para o céu noturno novamente e observou as estrelas – Estão tão lindas... – Claro, as estrelas!

 

Como não havia lembrado delas até agora? Talvez, depois de retirar todo o peso dos sentimentos dos ombros, conseguiu pensar com mais clareza.

 

Quando criança, por ser muito menor do que os outros, passava horas dentro de casa, lendo os livros de sua mãe – e foi caçoado por ter tal interesse, afinal, era apenas para as jovens lobas, que gastavam o tempo com leituras, até que crescessem e se interessassem pela arte da caça entre outras, antes apenas para machos.

 

Naqueles livros aprendera como ler as estrelas e, nas noites de verão, passava horas observando-as e gravando suas posições, como um mapa.

 

O moreno tratou de se lembrar de todos os ensinamentos daqueles livros e fitou o céu como se estivesse magneticamente atraído por ele. Passou mais uma noite sem dormir, observando a todos os pontos brilhantes no céu a procura da constelação que o levaria de volta para casa.

 

Quando o sol começou a clarear o horizonte e os pontos a se mesclarem com o azul celeste, Jihoon terminava de repassar seu caminho pela quinta vez. Levantou-se em um rompante, estalando os ossos do corpo e orou para que Lynx³ o guiasse de volta a sua matilha.

 

 

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Estava caminhando a três dias, apenas parando para dormir e comendo o que aparecia pelo caminho. Mantendo o ritmo, chegaria mais rápido que o esperado. Suas esperanças apenas aumentavam à medida que se aproximava das montanhas.

 

Ficou feliz quando percebeu que estava mais perto de casa do que imaginava. Três meses vagando aleatoriamente o deixaram a poucos quilômetros das montanhas que separavam as duas terras, ele apenas não havia se dado conta disso.

 

Com mais um dia de caminhada – essa mais longa – o moreno chegara ao sopé da montanha. O céu já escurecia, então o melhor era montar uma toca para se abrigar do frio que dominava aquela região em qualquer estação.

 

 

 

 

“Eu estava em extasiado. Apenas as montanhas me separavam do meu lar. Apenas seis dias e sete noites me separavam da minha família e de Soonyoung.

Quanto mais tentava dormir, mais acordado ficava. Imaginando estar em seus braços, sentindo o calor de seu corpo e a suavidade de seus lábios. Por fim tentei dormir, um longo percurso me esperava na manhã seguinte.”

 

 

 

 

Jihoon acordou com o vento nas orelhas e os fios longos a pinicar os olhos. O crepúsculo ainda não havia deixado o céu por completo, mas deixou a caverna improvisada mais que depressa e pôs-se a caminhar. Não era a melhor hora para subir a montanha, mas o menor não conseguia conter a ansiedade que lhe dominava.

 

Os dias passavam com algumas complicações. Os ventos se tornavam mais fortes para o pequeno aguentar sozinho; era difícil encontrar um abrigo no meio de tantas neves e rochas e os predadores diminuíam em tamanho, mas não em número.

 

Levando mais tempo que o esperado – oito noites –, na sétima manhã, Lee Jihoon terminava de descer a montanha. Sentiu a nostalgia do pequeno vale que separava a floresta dos uivos do sopé da montanha, conseguia ouvir o som do rio a poucos quilômetros de distância.

 

Estava em casa.

 

Quando pensou em seguir pelo caminho mais rápido, lembrou de como deveria estar cheirando e que poderia incomodar o faro da matilha. Precisava retirar toda lama, folhas e sangue que percorreram todo o caminho consigo.

 

– Espere apenas um pouco Soonyoung – Sibilou sorrindo enquanto seguia para o rio.

 

 

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Três minutos de caminhada o levaram àquele lugar. Que parecia mais vivo do que quando partira.

 

Em três meses, tudo parecia novo e vivo, como se ninfas tivessem passado para dar uma nova vida a natureza daqueles bosques. As flores começavam a crescer junto das árvores, mais verdes e fortes.

 

O clima esquentava naquele pedaço da floresta. Como a mata era densa, pouco vento conseguia burlar as arvores, tornando a área menos fria na primavera e inverno. Perfeito para que Jihoon se limpasse sem que sentisse muito frio.

 

Retirou as peles que cobriam seu tronco sem muito problema e banhou com cuidado o ombro ferido. Talvez estivesse pior do que quando fora acertado, mas não pode fazer muito para cuidar dele. Lavou o cabelo que já caia na frente dos olhos, o rosto sujo de lama e sangue e das patas as garras. Balançou o corpo para que o excesso de agua saísse e vestiu as peles que menos tiveram contato com a sujeira.

 

 

 

 

“Eu fui descuidado ao não perceber, ao não sentir os olhares a minha volta. Eles eram muitos, mas minha mente se encontrava ao lado de Soonyoung, sentindo-o afagar meus cabelos e acariciar meu rosto.

Eu deveria ter notado que tudo não passava de um sonho.... Longínquo.”

 

 

 

 

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“Se eu pudesse cheirar, teria sentido o cheiro do sangue assim que me pus a caminho de casa. Era forte e em abundância. Quanto mais perto eu chegava, mais eu ouvia sons que não deveria ouvir; quanto mais perto eu chegava, mais eu me apressava, pois algo estava errado.

Fora, de fato, um massacre. Eu via meus amigos, irmãos e superiores caídos no chão, com marcas de dentes e garras. Corpos desfigurados ou com membros faltando, mas em meio aos mesmos, eu vi os possíveis inimigos em um estado semelhante.

Mas haviam flechas, lanças afiadas e de formatos estranhos, pegadas com formas lisas. Aqueles seres que mataram todo do meu grupo, também haviam matado todos da minha matilha.”

 

 

 

 

Tudo estava destruído.

 

Foram inúmeras batalhas por sobrevivência em vão. A era dos Wolves havia acabado e se aquele não era o último clã de pé, os demais não durariam por muito tempo.

 

Jihoon não conseguia pensar. O cheiro do sangue era tão poderoso que mesmo suas narinas defeituosas conseguiam sentir. Sentia-se tonto, atordoado, mas furioso. E não mediu esforços quando saiu a procura daqueles que haviam causado a sua destruição. Ele não duraria muito, sabia disso. Nunca fora treinado para um combate com um número tão grande de inimigos. Mas o que teria a perder se tudo já havia sido tirado de si?

 

Cada nova ferida marcava mais seu ódio. Cada gota de sangue inimigo a pintar o solo era uma vitória para si e seu clã. Deixou-se enlouquecer quando lambeu as garras sujas com o sangue inimigo apenas como provocação.

Usava sua agilidade a seu favor, saltando sobre os inimigos e retirando com garras e dentes seus membros, vendo-os agonizar até a morte. O vermelho escarlate a colorir o solo. Mas também sofrera perdas, como quando lhe acertaram a lança de formato estranho acima do pulso e viu uma das patas separar-se de seu corpo. Urrou de dor, mas isso não o parou.

 

Quando as baixas do oponente foram consideráveis, os sobreviventes fugiram para o norte. Provavelmente mais deles viriam, mas Jihoon não tinha mais forças para lutar. Queria apenas deixar a mente vagar em um lugar qualquer. Andou sem rumo algum, seguindo uma voz que imaginava ser de Soonyoung o chamar por entre as árvores.

 

– Soonyoung... – Sussurrava enquanto as lágrimas caiam sem permissão.

 

Diria que já estava a ponto de delirar quando imaginou o albino de braços abertos à sua frente, mas o calor que sentia era real. O peso de seu corpo era real e a queda que sofreram, parando encostados sobre as raízes de uma arvore também era real.

 

– Eu estava te esperando Jihoon-ah... – Tirou dos lábios ensanguentados o beijo que tanto ansiava. Era realmente seu Soonyoung ali.

 

– É você mesmo? – Ainda era difícil acreditar, mesmo sentindo o calor que emanava do mais alto.

 

O rosto poderia estar sujo de sangue assim como as roupas, mas era de fato seu precioso Soonyoung ali. As lagrimas e o sangue não importavam mais, muito menos a dor.

 

– Eu estive procurando por tanto tempo... Eu senti tanto a sua falta Soonyoung... Estava com muito medo.

 

– Mas você encontrou... Estamos juntos agora Jihoon – Tossiu um pouco do sangue que o preenchia por dentro – Eu nunca mais irei te deixar ir...

 

 

 

 

“Nada mais importava. Nem o céu, nem a terra, nem mesmo os inimigos que se aproximavam – eu conseguia ouvi-los chegar. Quanto mais Soonyoung me abraçava, mais protegido eu me sentia e menos me importava com o mundo ao meu redor.

Eu lhe dei um último beijo, aquele que eu mais sentia falta, antes da lança perfurar a nós dois de uma vez. Seu sorriso foi a última coisa que vi, antes que o sangue saísse por sua boca e sua cabeça pendesse para um lado.

Aos poucos fui perdendo a consciência e sentindo o líquido quente inundar minha garganta saindo sem impedimentos por minha boca. O mundo se tornou um peso sobre meu corpo e eu apenas deixei que minha cabeça caísse sobre o peito do meu amado.

 

 

Esse foi o marco do fim da era daqueles que dominaram por gerações. Mas como um Wolve eu morreria feliz, pois havia sobrevivido...

 

 

... até o final.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Dicionário de UTE:

¹ “[...] minhas patas” – Levando em conta que Jihoon é um lobo (uma versão meio “humanizada”), ele irá se referir ao seu corpo do mesmo modo que nos referimos aos dos animais.
² “[...] patas sem garras” – Ele faz uma alusão a mãos humanas.
³ Lynx – A Lince, é uma constelação do hemisfério celestial norte. – Wikipédia


Conseguiu chegar até aqui? Obrigada~

Confesso que enquanto escrevia as partes mais violentas, fiquei com medo de muitos não gostarem ou se sentirem mal ao ler, mas foi necessário, então me perdoem;;
Well, ela não teve um final "feliz", nem muita interação, mas eu amo muito esse plot e espero que tenham gostado tanto quando eu gostei de escreve-lo <3

Obrigada por ter lido, favoritado, comentado~

Amanhã tem mais, não fiquem perdidos (https://spiritfanfics.com/perfil/tsuyochan/jornal/projetos-para-a-hozi-week-6927825).

Até~



Twitter: @fanARTic


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