História Until You Wake Up - My Father, A Bottle, Whiskey

No capítulo anterior:
"Ficamos assistindo até umas 2:00 da manhã e então finalmente pegamos no sono."

Abri os olhos lentamente e olhei para o lado. Bella estava dormindo.
Quase saltei do colchão me colocando em pé quando vi a hora no relógio ao lado da TV.
12:15. Eu preciso estar na Hot Style 13:30. Corri pro meu quarto e escolhi uma calça jeans azul, meu All Star uma camiseta branca e minha jaqueta de couro. Tomei um banho de no máximo 15 minutos, me arrumei fiz uma maquiagem simples com apenas delineador e rímel, nem comi nada e deixei um bilhete para Bella, lembrando-a de onde eu tinha ido e que ela podia se sentir a vontade.
Corri para o ponto de ônibus e uns dois minutos depois o ônibus chegou.
A Hot Style ficava a mais ou menos 20 minutos dali, ainda chguei 10 minutos adiantada.
Entrei e fui direto falar com a secretaria.
-Com licença?_Digo morrendo de vergonha, pois sofro com minha timidez, mas faço o possível para não deixar isso interferir em minha vida.
-Pois não?_Responde a moça ruiva atrás da mesa.
-Oi, eu sou a Callyna e me ligaram daqui ontem pedindo para que eu viesse para a entrevista de emprego.
-Ah sim. Aguarde só um momento._Ela sorriu e pegou o telefone ao seu lado, apertando a discagem rápida.-Wesley, a senhorita Callyna está aqui para a entrevista de emprego._Ela deu uma pausa ouvindo o que a pessoa do outro lado da linha dizia.-Tudo bem._Desligou o telefone e voltou a olhar para mim.-Okay, Callyna.Pode entrar._Apontou para uma grande porta de vidro atrás de si.
-Obrigada._Sorri. Caminhei até lá e entrei. Haviam três portas grandes, marrons de madeira. Li a placa acima de cada uma delas, até que vi que na última estava escrito "Wesley Buckley".
-Deve ser essa._Resmunguei baixinho.
Bati na porta e ouvi um "pode entrar".
Abri a porta e adentrei a sala, que era toda decorada com belos quadros de garotas lindas e miniaturas de câmeras fotográficas.
-Olá! Deve ser Callyna, certo?_Um homem moreno e de olhos verdes, que aparentava ter uns 35 anos, se levantou e veio em minha direção, me cumprimentando.
-Isso mesmo._Sorri.
-Bom eu sou Wesley, como já deve saber._Deu um sorriso simpático._Sente-se por favor._Disse apontando para a cadeira a frente de sua mesa e se sentando em sua grande cadeira forrada a couro novamente.-Tem alguma experiência com edição, Callyna?_Perguntou Wesley me encarando.
-Sim. Tenho diploma do curso profissionalizante que eu fiz ano passado._Entreguei-lhe o diploma. Ele avaliou por alguns instantes e o colocou sobre a mesa.
-Muito bom. Tem algum trabalho feito para mostrar de exemplo?_Por sorte eu havia levado meu pen-drive na bolsa também.
-Sim. Aqui._Entreguei o pen-drive a ele.
Ele o pegou e ligou no computador. Sua expressão pareceu boa quando viu meus trabalhos já editados.
-Olha, devo confessar que estou surpreso. É raro ver uma garota tão jovem fazendo coisas de tão alta qualidade assim. Meus parabéns, Callyna._Senti meu rosto corar, mas tentei disfarçar a vergonha.
-Muito obrigada_Sorri.
-Bom, aqui funciona assim... Você começa às 13:00 e vai até as 18:00._Tudo sumiu da minha mente por um instante. Aquilo signigicava que...
-Eu... Estou contratada?_Perguntei animada.
-Tecnicamente sim. Você ficará aqui por uma semana como editora temporária para vermos como se sai. Mas algo me diz que não será problema pra você._Sorriu.
-Nossa. Muito obrigada. E quando eu começo?
-Você começa na segunda._Eu não estava acreditando! Segunda-feira eu já teria um trabalho. Um teste por enquanto, mas já é um trabalho.
-Okay. Estarei aqui.
-Muito bem. Foi um prazer conhecê-la, Callyna._Disse Wesley se levantando da cadeira e apertando minha mão.
-O prazer foi meu. Muito obrigada mais uma vez.
-Que é isso... Não há de que._Me virei em direção à grande porta de madeira e sai pela mesma.
Atravessei a porta de vidro e me despedi da secretária.
Segui praticamente saltitante até o ponto de ônibus para voltar pra casa, torcendo para que Bella ainda estivesse lá pra eu contar a ela a novidade.
Cheguei e abri a porta quase ao mesmo tempo em que Bella.
-Oi! Já está indo?_Pergunto desanimada.
-Já. Eu preciso fazer uma coisa. E como foi a entrevista?_Ela perguntou enquanto invertiamos os lugares, ela saia para fora da minha casa e eu entrava.
-Tecnicamente a vaga já é minha!_Falei sorridente.
-Ai amiga! Que notícia ótima!_Ela me abraçou.-Ah, antes que eu me esqueça... Obrigada por ontem. Não sei o que seria de mim sem você._Voltou a me abraçar.
-Não precisa agradecer. Amigas são para isso._Sorri e ela retribuiu.
-Agora preciso ir mesmo... Depois a gente se fala ta?
-Okay._Nos despedimos com um beijo no rosto.
Onde será que ela estava indo com tanta pressa?
Estou morrendo de fome, mas resolvi que não faria comida, então peguei um pouco de dinheiro e sai para ir no McDonald's que ficava bem perto da minha casa.
Cheguei lá e pedi meu lanche. Me sentei naqueles banquinhos altos que tem perto do balcão.
Ao meu lado estava um cara virado de costas pra mim, parecia discutir em voz baixa com a garota de olhos azuis á sua frente.
Meu lanche finalmente chegou. Estava comendo quando o cara ao meu lado se vira para ir embora e quase se tromba comigo.
-D-desculpe._Ele diz sem jeito nem me olhando direito. Parecia nervoso, mas ele era bonito, devo dizer.
Seus olhos pareciam ser claros, cabelos desgrenhados e castanho claro. Várias tatuagens que ficavam bem visíveis por ele estar com uma regata.
-Tudo bem..._Resmunguei ainda mastigando o hambúrguer que estava em minha boca.
E então ele caminhou para fora dali. Deixando a garota sentada sozinha e quase chorando, mas alguns minutos depois ela também foi embora. Terminei de comer, paguei e segui caminho de volta pra casa.
Chegando, percebi que o carro do meu pai estava na garagem. Eles haviam chegado, por sinal.
-Pai, mãe?_Grito quando entro pela porta da sala.
Ninguém respondeu. Devem ter saído de novo.
Subi para meu quarto e me troquei. Coloquei um short Jeans preto e uma camiseta do Ramones.
Me deitei na minha cama e fiquei mechendo no celular, depois de uma hora ouço um barulho que vem lá da sala. Era a porta sendo fechada com força.
Logo escuto som de passos vindo em direção à porta do meu quarto. Não me preocupei, pois certamente era minha mãe ou meu pai.
A porta é aberta com força e vejo meu pai parado ali, acabado, com uma garrafa de bebida na mão e me encarando.
"Ah, não. De novo não."