História Until You're Mine. - Perfect.

Daryl Dixon.

Beth ainda está deitada ao meu lado no banco de trás do carro, seu rosto está sereno envolto de uma confusão de fios loiros sedosos, não sei o que essa mulher está fazendo comigo, mas estou virando um viadinho de merda que fala de amor. A algum tempo atrás isso teria me deixado puto e apavorado na mesma proporção, agora só consigo ficar apavorado, aterrorizado em como uma coisa tão pequena e delicada pode ter se tornado tudo, a maioria dos meus pensamentos são limitados a  " O que aquela loira desaforada está fazendo? " " Ela está em segurança? "   É muito provável que eu vá ter um aneurisma de preocupação do que ser morto por esses vermes. Ela se remexe ao meu lado prendendo toda minha atenção, ela resmunga alguma coisa enquanto se aperta contra o meu corpo, sua respiração condensando no ar, eu abro minha jaqueta e deixo que ela se encoste em meu peito para ficar mais quente, não consigo deixar de lembrar da bronca sobre minha vestimenta que ela me deu antes de sairmos. Ergo minha cabeça de tempos em tempos vigiando a mata e o tal Marcos, não confio minha bunda a esse merdinha nem fodendo, ainda é madrugada e logo eu terei que levantar para troca de turno, volto meus olhos para o rosto de Beth depois de constatar que nada está errado, admito que se tornou um hábito, olha-la o quanto eu posso e não precisar me preocupar com ninguém, ela é tão bonita, quando penso não consigo me lembrar de nada, em toda minha vida, que seja mais bonito que ela. Não consigo lembrar de ninguém sendo mais paciente comigo, não teve ninguém em meu coração até Beth Greene aparecer e toma-lo para sí como se fosse doce em mão de criança, embora não consiga dizer as palavras para ela, eu sei, meu corpo e coração sabem, que jamais vou voltar a sentir isso por ninguém, Beth Greene será o único amor que vou viver.

Eu encontrei um amor para mim

Querida, mergulhe de cabeça e me siga

Bem, eu encontrei uma garota, linda e doce

Eu nunca pensei que você era a pessoa que me esperava

Me viro para o vidro quando ouço dois baques leves no mesmo, Marcos está de pé ao lado do carro batendo em seu relógio de pulso, eu aceno com a cabeça e ele espera, puxo devagar o braço de Beth de cima do meu tronco e sento devagar no banco, assim que deixo seu braço descansar onde eu estava deitado seus olhos azuis se abrem, sonolentos e perdidos.

- Daryl, aconteceu algo? - Sua voz está baixa e rouca pelo sono, ela se senta enquanto esfrega os olhos para espantar o sono, seus fios rebeldes são ignorados e caem desordenados em suas costas, era quase sexy, na verdade era sexy como um inferno, mas na atual condição eu não deixei minha mente ir muito longe.

- Estou apenas trocando de turno com bostinha, volte a dormir loira. - Ela olha feio para o modo como chamei o merdinha do Marcos, eu lhe ignoro, ela olha para fora e depois volta a me olhar, seu corpo se inclina sobre o meu e deixa sua cabeça pender para frente  juntando nossos lábios, eu seguro sua nuca enquanto aprofundo o beijo, suas mãos pegam meus cabelos, apertando os fios entre os dedos, eu junto nossos lábios uma última vez e me afasto, ou ficaríamos aqui até amanhecer, suas mãos soltam meus cabelos e seu corpo volta a se deitar, eu termino de descer do carro e fecho a porta caminhando até onde consigo ter uma boa visão de onde estamos, sem surpresas, em algumas horas o dia iria amanhecer e nós voltaríamos as buscas, O bostinha do Marcos já está roncando no banco da frente do carro, daqui apenas consigo ver os joelhos de Beth, que estão elevados. Por algumas horas tudo parece bem,o dia começa a clarear, estou sentado no chão com as costas apoiadas num tronco, viro minha cabeça quando escuto o barulho da trava da porta do carro, Beth está descendo, ela alonga os braços e depois puxa os cabelos para longe do rosto, a mesma bagunça sensual da noite anterior, suspirando enquanto arruma suas roupas, ela finalmente se vira me dando a visão de seu rosto cansado, seus olhos azuis vibrantes me reviram inteiro, ela começa a caminhar em minha direção, para em minha frente e se abaixa ficando entre minhas pernas, suas mãos apoiadas em meus joelhos, sorrindo abertamente, aquele sorriso que deixa qualquer um feliz, até mesmo eu. Ela se inclina beijando minha testa, minha bochechas e depois minha boca, meus lábios antes frios se esquentam rapidamente, ela morde meu lábio inferior o puxando levemente e então solta unindo nossas bocas uma última vez.

- Bom dia, Sr. Dixon. - Eu reviro os olhos e ela solta uma baixa risada com a provocação bem sucedida, ela levanta seu corpo e me olha de cima, ainda rindo, eu agarro suas pernas a juntando a mim outra vez, seu corpo vem sem resistência, apoio minha cabeça em seu abdômen liso, suas mãos seguram o meu cabelo, fazendo uma leve carícia em meu couro cabeludo.

Eu não desistirei de você desta vez

Mas querida, me beije devagar

Seu coração é tudo o que eu tenho

E em seus olhos, você guarda o meu

Estamos voltando para estrada agora, o infeliz do Marcos está dirigindo, estou sentado outra vez no banco de trás, Beth está encostada em mim enquanto olha um mapa que trouxemos, ela franze a testa, faz beicinho, morde o lábio, não sei se ela está estudando o mapa ou se é uma de suas muitas façanhas para me fazer prestar toda minha atenção nela, seja o que for, é o que está acontecendo, ela olha para mim depois de um tempo, sorri e volta a olhar para o papel, é tudo que fazemos durante as duas horas que dirigimos até chegar ao nosso destino, uma loja de roupas, Beth guarda o mapa de volta na mochila e desce do carro, Não gosto de ter que ficar esperando enquanto ela entra com aquele merdinha, mas tentar barrar isso só seria mais uma discussão que eu perco para ela, arrumo minha besta enquanto ela me olha uma última vez antes de sumir dentro do prédio. A mata está calma e consigo ouvir os gemidos dos walkers, tudo permanece silencioso na loja o que me deixa um pouco mais tranquilo, espero que eles terminem  enquanto mato um ou dois vermes que aparecem. De repente o silêncio tranquilo da manhã é substituído por um pequeno estrondo, ouço um grito e me viro pronto para entrar na loja, a porta que a meia hora Beth passou sorrindo agora é aberta por Marcos as pressas e logo depois vários outros corpos se chocando e gemendo vem atrás, mas não vejo um vislumbre do cabelo loiro sedoso. Eu corro até o infeliz enquanto vou eliminando a meia dúzia de walkers, ele corre até o carro, se afastando da confusão que ele mesmo criou, eu chuto o último corpo para longe enquanto enfio minha faca em sua cabeça podre.

- O que aconteceu? Me responde Porra.! - Eu caminho até ele e jogo seu corpo contra a lataria do carro para descontar minha raiva.

- Ela já era, vamos sair daqui. - Eu olho atordoado para ele, minha mãos se desprendem de seus ombros e eu me sinto tonto, O que foi mesmo que ele disse? Eu pisco os olhos repetidas vezes, e antes que eu perceba lhe soco o nariz, ele geme e cai no chão enquanto segura seu nariz sangrando. Filho Da Puta. Eu me viro e recupero minha besta do chão e caminho para perto da loja, paro no meio do caminho e me viro para ele. 

- Se ela estiver ferida, eu mato você, volto aqui e mato você seu filho da puta arregão. - Meu tom fere minha garganta seca de nervosismo, medo, tudo o que se posso imaginar, estou prestes a enlouquecer, virei um completo idiota por causa dela, mas foda-se, ela podia fazer o que quiser comigo, mas não me deixar, com certeza não me fazer ama-la e depois me deixar aqui como se não fosse nada, aquela loira insolente que sempre tem uma resposta inteligente para mim na ponta da língua. Eu me viro para o carro para dizer mais algumas ameaças,mas o merdinha sumiu, por mim que se foda, que morra esse verme por deixar minha garota para trás. Antes que eu seja atingido por outra rodada de depressão eu escuto uma porta bater, é a porta lateral do pequeno prédio e de lá uma Beth furiosa e desgrenhada aparece, eu a recebo nos meus braços o mais rápido possível, meu coração está saltando em meu peito, eu corro meus dedos pelos seus fios loiros que eu gosto tão secretamente, sua pele quente contra a minha, seus olhos azuis brilhantes, não consigo mais ficar sem essas coisas, não consigo mais ficar sem ela.

- O que diabos aconteceu lá dentro? - Sua expressão que tinha ficado tranquila, outra vez se transforma numa careta de ódio, ela passa as mãos nos cabelos e os arruma um pouco. 

- Aquele filho da puta me deixou como distração, ele resolveu não me ouvir quando eu disse para não abrir nenhuma porta, quando percebeu a merda que fez já era tarde, um monte daquelas coisas começaram a sair do cômodo, não deu para conter então ele me deixou lá enquanto tentava salvar a própria pele, quando vi que não tinha jeito corri para saída dos fundos, mas estava fechada, então acabei achando a saída lateral por acidente.- Ela respira fundo e arruma as roupas.

- Vamos embora daqui, aquele cretino fugiu como um chorão, ele que se foda, vamos para casa. - Eu esperava ouvir algum protesto dela, mas tudo o que ela fez foi caminhar até o carro, entrar no carona enquanto jogava sua mochila no banco de trás, eu a segui enquanto deixava minha besta em seu colo, ela sorriu para mim antes de voltar a olhar para janela, eu puxo o seu queixo, ela se vira com uma expressão confusa, mas essa some quando eu beijo sua boca, aperto nossos lábios uma última vez antes de ligar o carro e começão nossa caminho de volta para casa, eu sabia o que tanto ela pensava, traição sempre foi a coisa mais difícil para ela lidar.

Eu encontrei uma mulher mais forte do que qualquer pessoa

Ela compartilha os meus sonhos

Espero um dia compartilhar a casa dela

Encontrei um amor, para levar mais do que meus segredos

Para levar amor, carregar nossas próprias crianças

Ainda somos crianças, mas estamos apaixonados demais

Lutando contra todos os obstáculos

Eu sei que ficaremos bem desta vez