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História Urban Angel. - O gosto da liberdade.


Escrita por: Menmaaa-chan

Notas do Autor


Todo mundo rezando 4 me nos vestibuliiiiiim!
RETA FINAL DESTA FIC!
Comentem! Favoritem!

Capítulo 14 - O gosto da liberdade.


Fanfic / Fanfiction Urban Angel. - O gosto da liberdade.

Sasuke


As crianças nas ruas da praia do leme admiravam os cabelos rosados de Sakura, acho que ela deveria parecer uma espécie de boneca Barbie gigante para elas. Ela apenas sorria docemente. As ruas atrás dos hotéis eram escuras pela grande quantidade de árvores em contraste com ruas largas e táxis amarelos encostados. Agarrei sua cintura ao perceber os olhares dos homens para ela, entramos em uma das padarias. Haviam muitas pessoas tomando café e conversando, as vezes mais estrangeiros que brasileiros. Nos sentamos  em frente ao balcão cujo uma moça morena anotava os pedidos.


—Da última vez que vim, comi algo muito bom em uma das cidades no Estado de Minas Gerais se não me engano. Cada parte desse lugar tem uma cultura rica... Talvez possamos visitar mais vezes. -Sugeri. Sakura sorriu. 


—SIM! -Ela concordou com aquele olhar animado de sempre. Me voltei para a moça do balcão. 


—Bom dia! Aqui eu acho "pan de queija"? -A moça deu uma gargalhada gostosa típica das pessoas daqui. E eu acho que mesmo Sakura não entendendo português o meu ato lhe rendeu vergonha alheia. Senti a cara queimar. 


—Pão de queijo? -Havia pronunciado errado, Sakura me olhava segurando um riso.


—"Pa-un"?


—Isso pão! -A garota ensinava com paciência 


—"Paun"! -Tentou Sakura


—"Paun" paun de queija. Queijo! -Repeti rindo. 


—"Paun" de queijo. -Repetiu Sakura.


—Dois por favor. -Pedi me voltando para a moça. 


—É pra já! -Ela foi pegar os pedidos. Sakura me encarou.


—O que é isso? Que pedimos? -Dei de ombros olhando a moça a depositar no balcão os pedidos.


—Algo para beber?


—Como se diz... Gomen... Orange juice? Meu português é meio ruim. -A moça gargalhou.


—Keep calm. Orange juice huh? For she too? -Agradeci a Deus mentalmente que a comunicação melhorou quando partimos para o inglês.


—Yes, please!


—Ok. -E então mais um tempo se passou até que as bebidas foram depositadas ao lado do pão de queijo. Peguei o meu pão o partindo no meio observando o vapor sair dele. Sakura fez o mesmo, e então fiquei bem atento vendo-a provar aquilo. Os olhos verdes brilharam.


—Meu Deus! Isso é muito bom! 


—Que bom que acertei na escolha. -Ri comendo um pedaço.


x


Karui esticou um tecido azul na areia branca e quente de Copacabana, Quente era pouco... Estava quase fervendo. A mulher morena se deitou no mesmo e nenhum homem conseguia não admirá-la. Faria isso se fosse solteiro, Karui não fosse minha amiga e esposa de Chouji e se eu ainda não conhecesse a mulher da minha vida. Sakura. Os olhos verdes encaravam as águas azuladas da praia, ela observava pequenas ilhas um pouco distantes e também um grande cruzeiro, Sakura passou a olhar a sua direita observando a curva da praia maravilhosa em contraste a selva de concreto. 


—Vou te levar a todas! Pretendo te levar a Ipanema e ao Leblon. Depois na praia da Barra e a praia da reserva. Quero chegar à Praia de Grumari. Cada dia uma praia. -Disse por fim. Sakura deu alguns pulinhos. 


Ela voltou a observar as pessoas e os hotéis luxuosos  contrastando com uns de classe média. Não sei quantas fotos ela me fez tirar na calçada da praia mais popular do Rio. Tomei um pouco da cerveja gelada que havia comprado em uma das barracas da praia. Não tinha como tomar bebidas tão fortes em uma praia quente como o Rio sem morrer alcoolizado. Me sentei ao seu lado, ela me encarou fechando os olhos quando acariciei seu rosto.


—Bonita não? -Ela perguntou.


—Estou olhando algo mais perfeito. -Sakura revirou os olhos. Ri, levei a mão a barra de sua saída de praia.


—Não vai tirar isso? -Não sei se pelo calor que fazia mas seu rosto tornou-se rubro.


—Ah eu...


—Esta com vergonha do biquíni? Veja as moças ao redor. É normal biquínis desse tamanho por aqui. Elas gostam de se bronzear e ganhar marcas do biquíni. Se quer saber, me parece mais divertido do que o que as norte americanas fazem. -Disse por fim. Sakura me encarou com um sorriso zombeteiro. 


—E o que elas fazem? -Sakura perguntou. Ri. 


—Top less! -Disse a verdade. Sakura riu. 


—Sei que deve estar cozinhando aí dentro, vamos... Vamos dar um mergulho. -Sorri me referindo ao vestido que ela ainda usava. Sakura suspirou e assim ela tirou aquela peça atraindo os olhares para ela. 


A abracei guiando-a para a água o que foi uma péssima idéia já que estava muito gelada. Sakura ria do plano mal elaborado e também tremia os lábios de tão frio.  A água estava calma, a puxei para mim a abraçando. Lhe acariciava o rosto perdido em como ela era linda. Ela se soltou mergulhando, e eu estava atento, algumas vezes naquela areia formavam-se valas em que eu e o idiota do Naruto caímos muitas vezes dando trabalho a Hinata.


x


Tudo que passou naquela praia Sakura provou.


—Cuidado com as bebidas Sakura! -A alertei. 


—As alcoólicas! Eles tem um tipo de bebida chamada cachaça. É muito alcoólica e as bebidas tipo frapê de frutas por aqui, são misturadas com isso. -Sakura assentiu com a cabeça. 


—Agora eu quero provar. -Disse ela animada. Logo ela mordeu de novo um espeto de camarão encharcado de limão.


—Você vai dividir! -Reclamei lhe roubando um pedaço de comida. Sakura sorriu.


—Uchiha... Que gesto sem etiqueta. -Que insulto, eu era a lady inglesa que Sakura jamais seria!


—Minha etiqueta não pode ser contestada por você que me ensinou a comer frango com a mão.  -Revirei os olhos. E realmente tinha certo prazer em ver a cara de mau humor de Sakura em ter que dividir comida comigo, me fodi quando percebi que "camarão" não agradava meu paladar. Ela sorriu vitoriosa. O sol estava a se pôr deixando o lugar em uma cor dourada. 


Relembrei das crises de riso de Sakura com os "capotes" que eu levei. O mar havia se agitado. Duas ondas quebraram em mim e acabei com a bunda cheia de areia. É... Acho que entendo a crise de riso. Karui vestiu uma saída de praia, os cabelos de Sakura estavam duros de tanto sal. Recolhemos todas as embalagens de produtos que consumimos para jogar no lixo. Infelizmente nem todo o pessoal que ali frequentava tinha esta consciência. Na verdade Sakura me fez pegar tudo... Mas tinha que concordar com ela.


x


Paguei a morena no quiosque pelas cadeiras e o guarda sol alugado e ela abriu um sorriso caloroso pedindo que voltassemos. O cheiro do mar era bom e intenso e Sakura parecia bem cansada. Fomos para o hotel nos despedindo de Karui.  Dentro do elevador me encostei na parede e Sakura percebeu meu cansaço.


—Você também parece cansada. -Ela concordou se encostando em mim. Alguns segundos se passaram e chegamos ao nosso andar. Entramos no apartamento, ia me jogar no sofá mas levei um tapa na nuca.


—Já pro banho Uchiha. -Disse Sakura. Aquele gesto me irritou, desde quando ela manda em mim? Desde quando eu passei a achar isso normal?


—Haruno... acha que manda em mim? -Sakura me encarou extremamente irritada e eu achei que tinha ganhado o jogo mas sua face se suavizou, ela retirou a saída de praia e a parte de cima do biquíni rodando-a entre os dedos revelando os seios. Seu olhar predatório me fez engolir em seco. Ela encarou os próprios seios e logo corou as bochechas.


—Fiz as famosas marquinhas. -Ia caminhar até ela mas ela correu se trancando no banheiro. Me fodi.


—Essa é sua punição Uchiha! -gritou ela.


—Golpe TERRIVELMENTE baixo Haruno. -Disse indo para a cozinha me sentindo realmente enganado.





Sakura:


Tudo naquela viagem estava indo bem, Sasuke continuava sendo a melhor companhia do mundo. Sempre gentil, carinhoso ao seu modo enigmático. Mas eu estava preocupada... Sasuke havia admitido me amar, uma vez e agora não sabia o que éramos, de verdade. Isso me deixava insegura. Andes dele, eu me sentia como se eu não conseguisse me libertar. Sasuke me deu asas. Me ajudou a tomar as rédeas da minha vida,  de mim, mesmo a minha libido eu havia encontrado e com ele, tudo foi obtido pelo carinho, pelo amor, pela doçura. 


Algum dia nós teríamos que conversar sobre esse... Faz de conta. Se ele ainda era um faz de conta, sabe, nós. A água gelada levava o sal e a areia do meu corpo, encarei um shampoo de limão extremamente tentada... Sasuke me conhecia bem. Ri com isso. Lavei os cabelos, usei um sabonete líquido de umas flores específicas daqui e eu realmente o adorei, acho que nunca suei tanto por causa do calor que fazia no Rio e estava agradecida por esse banho.


 Me enrolei em uma toalha branca e sai do banheiro encarando os últimos raios de sol, passei por um corredor claro cheio de retratos, muitos de Naruto, Hinata e Sasuke. Tinha um com Hinata extremamente vermelha de raiva, Sasuke e Naruto visivelmente bêbados, ri. Me sentei na beirada da cama encarando a enorme janela, o prédio ficava bem no rumo de pequenas ilhas, pessoas iam embora da praia e quiosques se abriam, podia se notar em alguns deles pessoas montando equipamentos de som. Meu coração se apertou porque lembrei de certo alguém! Ele estaria mesmo alinhado em sentimentos comigo? Eu deveria me preparar para quando ele quisesse me descartar, ou percebesse a loucura em que nos metemos? Essa burrice parecia ser algo cada vez menos sem sentido a cada dia com ele. Senti algo me abraçar com força.


—Por que está chorando Sakura? -O abracei escondendo o rosto em seu peito. Eu havia mesmo chorado? Percebi agora.


—N-nada. -O abracei forte como se ele pudesse sumir.


—Sakura...  -Ele me fez o encarar segurando meu rosto delicadamente. Dei meu melhor sorriso.


—Não foi nada.


—Mesmo?


—Hai.


—Eu fiz alguma coisa? -Ele sabia o quanto ele ficava lindo perguntando aquilo?


—Iee. -Voltei a abraçá-lo. Sasuke acariciava meu cabelo.


—Vou te levar para fazer algo essa noite. Podemos ir a Lapa, ou a um bom restaurante...


—Podemos passear na orla essa noite, ela é bem comprida. -Disse escolhendo algo mais simples.


—Ou podemos passear na orla. -Repetiu Sasuke rindo beijando minha testa.


—Eu só vou ir tomar um banho.


—Hai. -E assim ele foi. Desembaracei os cabelos e eles secaram bem rápido, optei por um vestido branco bem solto que ia até acima dos joelhos e um decote v. Sem maquiagem, encarei meu cabelo no espelho... Estava muito comprido... Acho que vou cortar. Senti uma sensação um pouco ruim no estômago. Sasuke entrou no quarto com uma toalha amarrada na cintura. Ele era lindo, os cabelos negros estavam lambidos e grudados no rosto, a parte de trás parecendo um ninho porque ele os enxugou. Sasuke me encara maliciosamente.


—Você sabe que pode me usar senhora Uchiha. Não precisa torcer para a toalha cair. -Ele sorriu, desviei o olhar. A sensação incômoda havia passado. Ele tirou a toalha me encarando bem sugestivamente, ele era uma espécie de Deus pecaminoso na minha vida! 


—SASUKE... Deveria ser proibido um homem ser tão bonito, gostoso, cheiroso e gentil! Eu só não vou te atacar agora porque eu realmente quero sair! Mas é com dor que eu faço isso! -Berrei e corri dele escutando sua gargalhada gostosa. Me joguei no sofá da sala. Algum tempo depois Sasuke apareceu usando uma bermuda branca e uma camisa simples azul escura.


—Vamos? -Sorri em resposta correndo até ele. Saímos do Hotel parando na calçada.


—Para qual lado quer ir? -Olhei bem as duas direções e optei pelo lado que possuía uma grande pedra. Havia quiosques ali e uma música brasileira ao fundo. Chegando lá o cheiro de comida me atingiu assim como as músicas típicas brasileiras. Havia escutado muito sobre samba, mas não sabia o quanto o som dos instrumentos era gostoso. As pessoas dançando era mais bonito ainda. 


Havia tantas moças de peles lindas, bronzeadas, avermelhadas por serem mais brancas, negras de dar inveja com a sua pele aveludada e brilhante. O que o Sasuke teria visto em mim com moças tão lindas? Mesmo as mais velhas tinham sorrisos perfeitos. Nos sentamos em uma pequena mesa de bancos altos. Sasuke pediu uma tal de "caipirinha" e eu pedi batatas fritas. Um dos moços que tocavam chegou perto de mim.


—E aí gringa, you beautiful! Se é que me entende minha Deusa! Let's dance with me! -O rapaz tinha a pele morena, os cabelos cheios de cachos de dar inveja e um sorriso impecável e cretino. Mesmo sem entender português, sabia ser uma cantada. 


—Ela é casada! -Disse Sasuke em português, com a cara amarrada. Levantei minha mão para mostrar a aliança de casamento. Sasuke corou. 


—Foi mal, quer dizer, Sorry! -Disse o rapaz partindo para outra vítima. 


Estava começando a entender algumas frases ali. Sorri para o moço sem graça me desculpando e ele entendeu, sorriu novamente e saiu. As batatas chegaram e eu comecei a comer com bastante ketchup. Encarei a continuação da enorme pedra onde bem na ponta afastada dos bares ela entrava no mar, havia pescadores e peixes da cor prata em seus anzóis. Sorri os encarando. Naquela noite Sasuke e eu conversamos sobre muitas coisas da viagem, eu até fui tentar dançar samba e aprendi com uma moça super gentil de uma barraquinha de peixe frito. Quando encarava Sasuke, via seu sorriso gentil iluminar seu rosto. Ele me aplaudia incentivando o meu "samba". Aprendi até mesmo palavras em português e eu adorei. Estava suada e com os pés doendo.


—Podemos ir agora Sasuke? Meus pés estão doendo. -Ele sorriu, se levantou e pagou a conta. 


—Vamos? 


—Vamos! -Me voltei para o grupo de moças que me ensinaram a dançar. E lhes mandei um beijo que foi correspondido com frases em português que Sasuke traduziu como "Adeus! Volte mais vezes Sakura!". 


—Você arrasou uns corações não é mesmo? Deu um fora em quatro caras. -Ele disse com uma leve pontada de ciúmes? Foi o que me pareceu. Comecei a rir. 


—Não pense que não vi os dois foras que deu em duas garotas lá! -Disse por fim. Ele corou um tanto sem graça com isso. 


Nós havíamos andado muito e aquela orla era enorme. Resolvi sentar em um dos bancos na praia e encarar o mar. Luzes pequenas cintilavam em cima da água, fechei os olhos sentindo a brisa.  Meus pés doíam, senti saudade de casa,  a dor de pensar que logo ele me descartaria voltou. Me senti muito mal, me senti um estorvo. Engoli em seco. Encarei o chão me deparando com dois pés. Olhei para cima e Sasuke estava com o semblante preocupado.


—Sakura... está chorando? -E então notei que chorava. Tratei logo de limpar o rosto e sorrir.


—Não é nada. -Sasuke me encarou fixamente e depois de um tempo se sentou ao meu lado me abraçando.


—Você sabe que vamos conversar quando chegarmos, você não está bem. Anda muito mais sensível! -Me sentia protegida do mundo em seus braços.


—Olha o churros! -Um senhor gritava de uma barraquinha. Sasuke o encarou e sorriu. Chu o que?


—Você tem que provar aquilo, é muito bom. -Ele se levantou e comprou 2. Sasuke voltava da barraca e logo se sentou.


—Tentamos competir com a Hinata e o Chouji para ver quem comia mais. -O encarei enquanto ele mordia o doce. Ergui a sobrancelha esperando uma resposta óbvia, Chouji!


—Errada! Hinata ganhou! -Sasuke riu e eu fiquei incrédula. Mordi aquela massa, era uma fritura? Um recheio de doce pastoso inundou minha boca, meus dedos estavam sujos de açúcar, mas aquele doce era muito bom.


—Uau. -Tão bom que comi de olhos fechados entendendo que foi por isso que Hinata ganhou. Sasuke e eu terminamos o doce e voltamos a caminhar, me cansei muito e ele me levou em suas costas até o hotel. Eu estava me sentindo estranha, meu sentimentalismo não estava ajudando. Ao chegar no apartamento tirei rapidamente as sandálias e pude observar que estava com bolhas.


—Ótimo! -Exclamei.


—Será que eu devo te dar uma aliança mais visível? É isso que dá casar com uma grande gostosa! A competição tá foda Sakura! -Disse Sasuke brincando com um sorriso cretino. Ri. 


—Não precisa se esforçar tanto... Nosso contrato logo vai acabar e você vai me deixar. -Disse chorando, era para ser em tom de brincadeira, mas eu desabei.


—Sakura? -Sua expressão preocupada que me derretia tanto estava ali. 


—Nunca vou te perdoar...  -Disse a ele. Sasuke engoliu em seco. Estava muito preocupado. 


—Sak... Amor... Por que está fa...



—Não posso te perdoar por me fazer amar você! -Disse por fim. Sasuke ficou estático. Sem reação e aquilo me doeu. Ri saindo de sua presença. Sasuke não me amava como dizia. 




Sasuke:


Aquelas palavras ecoaram, um enorme sentimento brotava em meu peito. Uma felicidade absurda queimava meu peito. Felicidade genuína em amar e... Ser amado. 

Então aquela simples frase me fez aceitar novamente o que sentia por ela. Encarava aqueles olhos verdes repletos de vitalidade. Uma pressão se encontrava em meu peito, e então finalmente eu me toquei sobre o porquê de Sakura me atrair tanto. Aquilo me deixou muito feliz, saber de que certa forma, ela sentia algo, que ela me amava. Ia dizer algo quando Sakura começou a correr para o banheiro.


—Sakura? -Fui atrás dela me deparando com a mesma vomitando muito. Até pra vomitar ela era delicada. Não fez sujeira. Estava acostumado com aquilo, Naruto e Itachi sempre passavam por aquilo. A única diferença era o alcoolismo! Me ajoelhei ao seu lado segurando os cabelos dela gentilmente enquanto afagava suas costas. Depois que você é adulto, tem amigos alcoólatras e sobrinhas, vômito passa ser algo fácil de lidar. Minha garota estava precisando de mim, e eu cuidaria dela em qualquer situação. Quando ela terminou se sentou no chão trêmula.


—Sai... -Foi quase inaudível. Ela não havia feito muita bagunça, era só dar a descarga por enquanto. Me levantei e liguei o chuveiro, caminhei até Sakura mais branca que o normal. A peguei no colo colocando-a em cima da pia sentindo o quanto estava trémula.


—Comeu muita coisa duvidosa na praia, não devia ter deixado! Devia ter te alertado, é clima tropical. Alguns alimentos tem procedência duvidosa. Mas em viagens a gente quer provar de tudo. -Passei a mão em sua testa. Ela me encarava cansada e um tanto brava. Peguei sua escova de dentes e lhe entreguei, ela ficou um tempo com a escova na boca e logo a enxaguou.


—Tem força pra ficar de pé?


—Eu me viro... Deve ter sido uma intoxicação alimentar. 


—Shh... diz que sou teimoso e cabeça dura, mas a senhora também, francamente tem prazer em ser uma "irritante sabe tudo?" Ou melhor, "eu dou conta de tudo." -Ela riu entendendo as referências. Ela era a doutora aqui! Ela via Harry Potter tantas vezes que eu acabei gostando. Lhe tirei o vestido encarando o corpo que sempre me tentava. Mesmo que ela fosse o meu fetiche encarnado, ela era a mulher que eu amava. Sabia separar meu desejo por ela, das horas em que ela deveria ser cuidada. Retirei as minhas roupas e ela corou, ia tomar banho com ela porque minhas roupas se molhariam mesmo. A peguei no colo sentando-me no chão praticamente com ela no colo em baixo do chuveiro de água morna. A abracei. Ela se encolheu em meus braços me abraçando e com aquilo eu me sentia completo. Beijei o topo da sua cabeça.


—Que vergonha. -Ela disse por fim. Sorri. 


—Na alegria e na doença, na saúde e na doença e... -Sakura riu. Ri. 


—Você sabe! Estamos juntos pra tudo Sakura Haruno. -Disse por fim. 


—Eu amo você Sakura, e não... No que depender de mim eu não vou deixar você ir embora! Eu... Não quero que vá. -Ficamos um tempo ali sem dizer nada.


Ela me encarava com os olhos brilhando cheios de lágrimas. Penso que nada precisava ser dito.  Ao menos, não agora. Lhe dei um bom banho, lhe vesti com uma camisa minha e me vesti. 


Era hora, era hora de conversar sério sobre a nossa situação. A coloquei na cama puxando uma cadeira, e então me coloquei à sua frente. Eu devia muitas coisas a ela. E uma delas era ser sincero sobre os meus sentimentos. 


—Só... Só me escute ok? -Respirei fundo. Procurava as palavras. Depois que Elizabeth fez o que fez, eu sempre estive tão certo do que eu era. De como eu era, de como eu deveria ser. Durante os últimos meses com Sakura, eu sabia da gravidade do que eu tinhamos passado e sofrido. Mesmo agora, a verdade sobre Elizabeth não foi completamente digerida. 


Eu também sabia do contexto que me levou a pedir que Sakura entrasse em um casamento de faixada. Eu não sábia se havia feito mais mal do que bem a ela... Mas eu sabia o quanto havia me curado ao seu lado. Eu sabia dos meus problemas com traumas, no meu caso em específico sentia que nem a psicologia podia me ajudar. Então a vida colocou Sakura na minha frente, me pareceu que foi uma forma do acaso ou do destino em me desafiar a seguir em frente... Eu estava vivendo minha vida em função de uma dor difícil do passado. A vida estava me desafiando a mudar. 


Ela estava me desafiando a fazer coisas que eu nunca pensei que faria. Sakura veio para destruir aquele Sasuke amargo, com pena de si mesmo. Encarava a garota miúda de cabelos róseos e rosto angelical a me encarar incocentemente. Ela tinha ideia do quanto ela me mostrou o quanto errei? Procurava as palavras que precisavam ser ditas.  


—Eu achei alguém que eu acreditei que me amava, e eu tive a pior experiência da vida. Você sabe. -Disse amargo passando as mãos pelas cicatrizes. Respirei fundo ainda a encarando. Ela percebeu que a conversa seria profunda. 


—Eu vim de uma estrutura familiar difícil Sakura. Eu acho que no fundo sempre fui carente de afeto. Desde criança... Fiquei em meio a tanta coisas como brigas dos meus pais. Dúvidas do meu pai sobre eu ser mesmo filho dele. Traição dele contra a minha mãe. Maus tratos da parte dele como castigos que envolviam até provação de comida. Isso tudo é vergonhoso pra mim! 


—O que eu sempre quis o dinheiro nunca pôde  dar. Me sentir importante para alguém que não fosse eu e amado. -Disse por fim. Sakura permaneceu ali, com aquele olhar compreensivo para que eu continuasse a falar. 


—Isso fez com que eu não pudesse ver com clareza a pessoa que ela era, quando Elizabeth entrou na minha vida. -Ainda a encarava. 


—Ela tinha psicopatia Sasuke. Mesmo que depois de ser exposta ao que foi. Uma das maiores qualidades de um psicopata é simular emoções, sem sentir nada. -Disse ela com gentileza. Encarei o chão. 


—Mais uma vez, a péssima estrutura familiar e a falta de amor entre minha família alcançou e feriu inocentes. Se ao sofrer abusos, nos sentimos culpados... Quando sua família molda o abusador a culpa é maior ainda. -Disse por fim. Seus olhos tomaram aquele brilho de compaixão. Suspirei. 


—Nem que eu fosse o homem mais forte do mundo eu conseguiria me antecipar ao que ela planejava, por que a sua maldade foi planejada. E mesmo assim a culpa me corrói. Minha mente sabe que eu não tenho culpa. Mas crescer me sentindo culpado e com meu pai legitimando essa culpa, de ter nascido, ser filho bastardo, mesmo que na cabeça dele... Me fodeu muito. Sinto culpa sem querer sentir e sabendo que ela não é minha. -Disse por fim. 



—Quando ela surgiu, confiei nela. Pela primeira vez eu me senti amado de verdade. Importante. Não havia um dia que eu não me empenhasse em fazer com que ela se sentisse a melhor pessoa do mundo. Do meu mundo porque eu... Nunca tive isso. -Fui sincero. Os olhos de Sakura ganhavam aquele brilho choroso. 


—Um dia Sakura... Cheguei mais cedo em casa e vi um cara em cima dela. -Relaxei os ombros. Respirei fundo tentando reprimir o choro. 


—Logo depois a pessoa que eu amava, mandou me dopar. Mandou me amarrar. Ela me torturou tanto que eu me mijei. -Ri. Hoje isso era motivo de riso. Eu não tinha vergonha desse fato, vá qualquer pessoa passar o que eu passei pra ver se não se mija inteira. 


—Foi de tanta dor! O que Óbito fez com ela, ela fez comigo... Ela só não me enviou uma estaca nos Países baixos não sei por qual motivo. -Ri com escárnio.


—Eu não podia tomar banho, não podia comer, passei fome. Quase o mesmo que ela passou não é? Eu estava sendo penalizado por erros que não foram meus. Eu jamais apoiaria os meus tios. Se ela tivesse me contato... Quem sabe eu não teria sido a Sakura dela? -Disse fazendo-a sorrir. 


—Eu não compactuaria com a escravidão dela, mas ela fez o que fez e isso me destruiu. Levou muitas partes boas de mim. Ao menos eu achava que sim. Uma coisa eu sempre tive certeza, o ódio que sinto por Elizabeth não vem do motivo dela não ter me amado. Vem de eu ter me doado pra alguém que já tinha em mente fazer o que fez. Eu não merecia isso. -Eu estava convicto daquilo. Sakura me encarava atenta. 


—Depois daquilo, enfrentei uma depressão. Cheguei a pesar 60kg. Um psicólogo conseguiu me ajudar na época, ele me deu um espaço para chorar e foi tudo o que ele conseguiu. Não me sentia curado. Me apeguei ao ódio. Me apeguei a vontade de vingança e isso escureceu minha alma. Minha razão. Não bastava o inferno com ela, achei que teria o inferno depois dela. -Admiti. 


—Daí eu achei você, absolutamente igual a ela fisicamente. Que tortura foi! Eu almejava tanto a vingança... Sabe isso é cruel! Não pode ser normal que alguém tenha me feito tão mal e logo depois alguém tão igual apareça. -Justifiquei. 


—Mas você... Me acessou. Você com esse seu jeito puro, eu não falo sobre parecer uma virgem Maria ok? -Ela riu entre as lágrimas de piedade. 


—Você é transparente! O que você pensa fica estampado na sua cara! Seu abraço, suas mãozinhas no meu rosto aquele dia no hotel... Me fizeram pensar desde o primeiro dia, se Deus não havia trocado as garotas rosadas e me mandado a errada. E naquele momento, para reparar seus erros comigo, havia mandado a garota certa. -Disse por fim, meus polegares acariciavam seu rosto. 


—Você tem algo peculiar... Transborda amor em tudo o que faz. Tem paciência quando precisa ter,  fala do que sente até quando não abre esse bocão! -Disse por fim. Ela riu, suas mãozinhas acariciavam meu rosto. 


—Corri de você como o diabo corre da Cruz, até que Naruto e Hinata, em um encontro nosso, soltaram algumas coisas sobre o seu pesadelo com Asuma. Você me acessou mais uma vez! Eu me vi em você. -Admiti. 


—Como não consegui tirar seu abraço, seu cheiro... Seu rosto da cabeça... Você virou uma obsessão. Eu tinha que saber tudo sobre você. Primeiro para descobrir se realmente você não era Elizabeth. Aquela safada seria muito bem capaz de fazer isso se quer saber. -Disse irritado. 


—Meu Deus! -Ela exclamou rindo de como eu me referia a Liz. 


—Coloquei Nara para investigar você é descobri tudo em relação a Asuma. Pensei em usar meu dinheiro desgraçado pra algo bom na vida. Sua liberdade. Em meio as tentativas, os velhos babões de Konoha realmente estavam ameaçando a Uchizaki e Itachi através dos meus escândalos pela mídia. Juntando minha queda abismal por você, a ajuda que deveria lhe dar e a necessidade de me casar... Você foi a escolha perfeita! Você é a escolha perfeita para mim. -Fui sincero. 


—Você tem uma história como a minha... De muita dor, sempre achei incrível que mesmo com a sua... Você conseguisse ser tão divertida, gentil, mas principalmente... Amorosa demais Sakura Haruno.  -Sakura continuava a chorar. Me ajoelhei a sua frente, sim eu estava me curvando  para a minha Sakura... O meu amor.


—Você vem me libertando, todos os dias... Você vem me curando, todos os dias. Você vem injetando amor em mim, todos os dias. Eu tenho tanto ciúme porque eu não quero perder meu bem mais precioso. Eu tenho um medo patético, admito, de que qualquer um, seja melhor que eu. No sentido de fazer você se sentir amada, como você merece. Porque eu... Tenho as minhas limitações por causa das dores. Mas você, você me faz reencontrar aquele Sasuke! Aquele Sasuke humilde e cheio de bondade. Cheio de amor para dar que eu fui antes da Elizabeth. Que eu só consigo ser... Por você. -Admiti. 


 —Se alguma vez, pensou que eu havia libertado você dos seus demônios, saiba que foi você! Você me libertou dos meus. -Eu chorava por sentir paz em conseguir colocar tudo aquilo para fora. Era alegria, e ela? Ela chorava junto a mim.


—Então eu...    -Chorava como um menino entre soluços.


—Sou eu! Sou eu quem  tenho que me preocupar se você vai embora, Eu... Não quero que vá, mas eu tenho que fazer o certo... Quando chegarmos a Konoha você estará livre para se decidir independente dos contratos e acordos. Não vou deixar de forma alguma Asuma importunar você. E por Deus, Por Deus Sakura eu quero que fique... Vou sofrer... Muito se você for. -Me debrucei em seu colo ainda ajoelhado, chorando feito um idiota.


—E... Se por último eu puder dizer algo...


—Quem sabe se você ficar, eu não possa mostrar o quanto te amo, e o quanto estou disposto a continuar amando e cuidando de você todos os dias. Seria uma honra que você pudesse escolher estar comigo.  -Dizia entre os meus soluços enquanto ainda a abraçava.


—E se não puder ficar, ou querer ficar porque sou todo problemático, obrigado! Obrigado por tudo! Obrigado por sarar minha alma. Por me mostrar que eu ainda posso ser bom, ter sofrido e ainda dar o melhor de mim. -Agradecia com o coração. 


—Farei o que eu puder para continuar te protegendo, porque amor é isso não é! A gente faz pro outro o que vai fazer bem, sem esperar coisas em troca. -Disse sem ter certeza se ela ouviria. 


—Eu falei mais em 10 minutos agora do que todos esses dez meses com você. Me desculpe, nunca fui bom em falar de sentimentos e pensamentos. -Disse por fim nos fazendo rir. Ela me encarava dentro dos olhos. Chorávamos como idiotas e eu estava feliz por conseguir ser um depois de tanto tempo me sentindo morto. 




Sakura:



Sasuke chorava, não parávamos de nos encarar como dois idiotas fodidos que nada tinham a fazer se não, chorar. Mas era um choro alegre, emocionado. Eu me sentia livre, Livre porque o amor ali era recíproco! Éramos de fato um casal. O puxei para um abraço apertado! Afaguei suas costas é isso nos derrubou na cama enorme nos fazendo rir. 


Era um abraço forte, intenso, que curava todas as dores. Reparava nossas almas, era repleto de compaixão e amor. E por um bom tempo ficamos ali, não importava o calor, o suor... Ele havia conseguido me falar tudo o que estava em sua cabeça e coração. Agora ainda abraçados nos encararmos, apenas isso... deitados naquela enorme cama. Ele encarava meu rosto, uma mão começou a acariciar minha bochecha e eu fechei os olhos.


—Sakura...


-Hm?


—Eu te amo. -Ele disse com a voz falha mas era o suficiente. Beijei-lhe a testa extremamente feliz.


-Eu também te amo Sasuke! Você é... O meu amor! -Ele sorriu com os olhos brilhando, mesmo chorando a peste era linda.


Nos sentimos completos eu acho, Toda a maldade sofrida não existia mais. O sono começava a chegar mas ali permanecemos abraçados, quietos escutando o barulho do mar lá fora. Seu coração batia rápido como o meu. Sentia seu corpo... Seu carinho e seu amor. Me sentia conectada, e a sensação era maravilhosa e então o sono me tomou por completo. Talvez aquela fosse a primeira noite de corações em plenitude do amor.  


To be continued.



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