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História Utopia - Cavalo dado não se olha os dentes


Escrita por: caulaty

Capítulo 3 - Cavalo dado não se olha os dentes


Não era a primeira vez que ele visitava a mansão presidencial, mas a decoração já parecia diferente. O Presidente nem havia morrido ainda – mas certamente estava em algum cômodo dos andares de cima, deitado em uma cama imensa, pálido, de boca semi-aberta, esperando que a doença o corroesse – e Gregory já tomara a casa para si, tornando o ambiente muito mais sofisticado e sombrio ao mesmo tempo.

Kyle estava nervoso. Já podia ouvir um som de Ópera italiana baixinho ao fim de um corredor longo, estreito, com um papel de parede de rosas pretas e diversas fotos em sépia da família nobre, fundadora de Utopia. O corredor parecia não ter fim. O homem mecânico andava à frente dele, guiando o caminho. A luz da sala ao final do corredor ficava cada vez mais próxima.

A sala que se revelou era muito mais aconchegante do que ele esperava, bem iluminada por um lustre imenso de cristal. Gregory estava de pé no centro, em frente a um sofá vermelho antigo de veludo, cantando junto ao som de uma vitrola que reproduzia Madame Butterfly. A voz de Gregory era metálica, preenchendo a sala em dois tons. Ele abria os braços dramaticamente ao cantar; um de seus braços era feito de carne e osso, o outro era feito de metal e fios de cobre, engrenagens. Seu rosto dividia-se da mesma forma. Um de seus olhos era azul claro, extremamente humano, enquanto o outro era sintético, uma pequena esfera que rolava dentro de uma cavidade metálica que cobria metade do seu rosto. Seus cabelos eram muito loiros, próximos a um tom de dourado, tão diferente dos de Kenny, bem domados com uma quantidade inapropriada de gel. A perna esquerda, assim como o braço direito, era mecânica. Kyle lembrava-se muito bem de quando Gregory sofreu o acidente, com doze anos de idade, que o deixou dessa forma.

-Meu querido. - Ele disse ao colocar os olhos no ruivo, abrindo um sorriso malicioso, interrompendo a cantoria pela metade.

O robô se pôs ao lado da porta, com as mãos nas costas.

Havia uma bandeja prateada na mesinha de centro com um jogo de porcelana, um bule fumegante com uma pintura delicada de crianças brincando com um cachorro no quintal. A mesma imagem era reproduzida nas xícaras. Gregory começou a servir o chá de pé, curvado, mantendo um sorriso que expunha os dentes.

-Eu sabia que você era pontual. Você bebe chá, não bebe?

Kyle umedeceu os lábios, com receio de se mover. Olhou em volta da sala iluminada, repleta de flores de bibelôs.

-Uhn. Claro. - Respondeu, hesitante. E era verdade, embora ele não pretendesse beber nada que Gregory lhe entregasse.

-Sente-se, por favor. Eu prometo que será uma conversa breve.

Kyle obedeceu. Gregory fez um sinal para que o robô abaixasse o volume da vitrola, o que ele também fez prontamente. Gregory sentou-se no sofá oposto ao que Kyle se colocara, pegando duas rodelas de limão de uma vasilha de cristal para colocá-los junto ao píres antes de entregar a xícara delicada ao outro. Kyle segurou o chá sobre os joelhos sem fazer qualquer menção de bebê-lo.

-Eu sei que você é um homem extremamente ocupado, Kyle. Veio que está de uniforme ainda. Como foi o treinamento hoje?

-Foi... Foi bom. O senhor me chamou por alguma razão específica?

-Ah, sim, é claro. - Ele prosseguiu enquanto servia sua própria xícara do líquido cor de mel do bule redondo e delicado, usando sua mão humana. Kyle aproximou a xícara do próprio rosto para cheirar seu conteúdo. Parecia ser capim-cidreira. - Você bem sabe, meu amigo, eu valorizo muito o seu trabalho. Não estaríamos bebendo essa especiaria da terra se não fosse por homens como você.

O ruivo franziu as sobrancelhas, incerto de como responder. Em vez disso, abaixou o rosto para tomar uma das rodelas de limão em seus dedos e espremê-lo dentro do líquido.

-Utopia é um lugar maravilhoso, não é? - Gregory prosseguiu sem fazer contato visual com o outro, como se falasse para um grande público invisível. - Repleto de possibilidades mágicas. Mas também temos nossas limitações. É aí que entram homens como você, os aviadores, dispostos a enfrentar os céus e os horrores do mundo lá debaixo para fornecer tudo o que nossa cidade precisa. Todos os relatórios que recebo do seu trabalho são nada menos do que sublimes, Kyle. Sublimes. Eu ouvi dizer que você faz maravilhas com seu avião. Eu realmente espero ter a oportunidade de ver isso ao vivo um dia.

Quanto mais palavras saíam da boca de Gregory, mais Kyle se sentia deslocado da realidade da cena. “Ele não sabe”, era tudo o que podia pensar. “Ele nem faz ideia”. Deixou escapar um gemido baixo quando Gregory finalmente se calou para beber um gole de chá, encarando-o com seu olho azul e o outro mecânico, esperando algum tipo de reação. Kyle gaguejou.

-Obrigado, senhor. - Disse com uma entonação de dúvida, mas pareceu suficiente para Gregory, que abriu um sorriso largo.

-Você não precisa me chamar assim. Veja, não há ninguém por perto. Não pense que eu me esqueci dos meus amigos de infância, apenas porque meu pai está... Oh, pobrezinho. - Ele virou o rosto para cima. - Você deve ter ouvido os rumores de que ele não irá muito longe.

-Sim. Eu sinto muito.

-Eu também, meu pobre pai... Fez muito pela República, por nossa cidade. O triunfo de Utopia é a causa da vida dele. Eu pretendo sustentar esse legado com toda a honra possível. Ele me nomeou como seu sucessor, é claro.

-Naturalmente. - Kyle murmurou, fingindo que bebia um gole do chá. O líquido estava quente contra seus lábios. Por mais que tivesse visto Gregory serví-lo do mesmo bule com que servira a própria xícara, continuava hesitante em consumir qualquer coisa daquela casa. Sobre a mesa de centro, havia também uma vasilha de biscoitos sortidos recém-saídos do forno.

Gregory pareceu imerso nas próprias divagações durante alguns instantes. Bateu com as duas mãos nas coxas, alisando a calça rosa bebê que vestia. A camisa por baixo do seu terno tinha babados brancos. Ele era como um boneco mecânico dentro de uma casa de bonecas vitoriana, assombrada e encantada ao mesmo tempo.

-Bem, você deve estar se perguntando o que isso tudo tem a ver com você. - Disse enquanto se levantava.

Caminhou dançando sutilmente ao ritmo da ópera que contaminava o ambiente em um volume muito baixo. A luz alaranjada do fim de dia penetrava as janelas de cortinas abertas, tocando o ambiente como uma pintura. Gregory foi até um carrinho de chá ao lado do piano, trazendo-o para perto da mesa de centro. O dourado que cobria seus membros robóticos reluzia no sol. Ele tirou a tampa de cristal de um bolo confeitado com cobertura rosa muito semelhante à cor da calça dele, morangos e suspiros.

-Ouça, querido. Não direi sandices sobre a forma que papai governou esta nação, ele o fez muito bem. Mas ele vivia com a mentalidade de um período que já não existe mais. Há algumas coisas que pretendo mudar em nosso governo e precisarei de homens como você ao meu lado.

-Gregory, eu não entendo onde você quer chegar com isso.

-Você entende a importância do seu cargo, Kyle? - Ele perguntou fazendo um profundo contato visual, segurando uma espátula na mão humana. Começou a cortar o bolo com ela, prosseguindo. - Um capitão piloto precisa ter perfeita saúde física e mental. Precisa ser astuto, inteligente, destemido. Saber tomar decisões de forma rápida e inquestionável. Você é tudo isso.

Ele girava o bolo na travessa enquanto dizia todas essas coisas que pareciam ecoar pelas paredes em vez de propriamente entrar pelos ouvidos de Kyle. O ruivo se debruçou para colocar a xícara sobre a mesinha de centro.

-Se o senhor quer prestar congratulações, deveria ter chamado o Coronel Stanley. É graças a ele que o nosso desempenho é tão bem sucedido.

-Ah, o Coronel é um grande homem. Eu não tiro o mérito do trabalho impecável de Stan. Mas... Não se engane, Kyle. - Gregory finalmente pegou um pratinho da pequena pilha no carrinho para servir um pedaço de bolo e esticá-lo ao outro. - O que você tem não pode ser ensinado. Você sempre foi diferente dos outros. Percebo isso desde a nossa infância... A sua fúria, a sua paixão. Nada nem ninguém poderia te parar quando você tomava uma decisão. Eu sempre o admirei muito por isso.

-Eu fico muito lisonjeado.

-E deve mesmo. - Gregory usou a mão mecânica para correr o dedo pelo topo do bolo, acumulando uma boa camada de cobertura de morango para chupar do seu dedo com um gosto excruciante. Kyle ainda segurava seu prato com o pedaço intocado de bolo. Parecia ser de isopor, como se uma coisa tão bonita não pudesse ser realmente comestível. - Você tem um dom. Um coração de leão, em uma guerra, é muito valioso. Eu quero que você saiba que eu estou disposto a cuidar muito bem de você.

Agora, Kyle voltava a sentir-se bastante inquieto.

-Diga-me uma coisa, você não tem família, tem? - Gregory continuou no mesmo tom imutável, tranquilo, prepotente.

-Minha mãe ainda é viva.

-Isso é muito bom, mas eu me refiro a alguém que compartilhe o lar com você. Eu tenho pensado a esse respeito, sabe? Na importância de ter alguém.

Kyle se ajeitou no sofá e umedeceu os lábios, prendendo a respiração por alguns segundos sem perceber. Deixou o prato de bolo sobre as coxas e levou uma das mãos à testa, que acumulava um pouco de suor.

-Eu acho que não estou entendendo, Gregory. - Foi tudo o que conseguiu dizer sem que a voz oscilasse. Sentia sua garganta apertada.

-Eu prezo muito pela saúde de todos os meus aliados. Em especial aqueles que eu considero pessoalmente, como você. Eu imagino que você sinta falta de companhia, não? Alguém com quem conversar... Alguém que cuide do seu lar enquanto você presta um grande serviço à nação.

Kyle esticou-se para deixar o pedaço de bolo sobre a mesinha de centro e tomou a xícara em suas duas mãos, bebendo com mais anseio do que pretendia. A possibilidade de haver veneno naquele chá tornava-se quase atraente.

Talvez Gregory não tivesse a intenção de soar tão macabro toda vez que abrisse a boca. Kyle podia conceber que grande parte da qualidade horripilante de sua fala tinha a ver com sua condição robótica. As cordas vocais dele eram um híbrido entre o natural e o sintético. Toda vez que Gregory abria a boca, era como se dois tons quisessem sair ao mesmo tempo. Um era humano, carregado de expressão. O outro simplesmente parecia inabalável o tempo inteiro, não importava o que ele dissesse. Por algum motivo, a mescla das duas vozes parecia sempre mal intencionada.

-Você não se sente sozinho?

-Eu tenho o céu. Um homem como eu nem poderia constituir família. O céu é minha verdadeira amante.

Por algum motivo, pegou-se pensando em Kenny, na reação destemperada e inconsequente de superproteção. Era verdade que alguém com o seu estilo de vida jamais deveria se apegar a um outro; seria cruel demais fazer alguém passar por tamanha agonia de nunca ter certeza acerca da segurança do seu bem amado. Com Kenny, as coisas eram um tanto diferentes. Ele compreendia, pelo menos na maior parte do tempo, que ninguém pode proteger ninguém.

-É uma relação tão bonita a que você tem com o céu... Os Utopianos muitas vezes o subestimam, por não saberem o que é ter o céu distante. Você pode imaginar? Ah, mas eu sempre soube que você conquistaria as nuvens um dia... É sua verdadeira paixão. Isso me traz lágrimas aos olhos. - Gregory fez uma pequena pausa, apontando para o seu olho mecânico com um sorriso amarelo. - Bem. "Olho".

Kyle estreitou um pouco os olhos e virou o rosto, incerto de se deveria achar aquilo engraçado ou não. Gregory não lhe deu muito tempo para pensar. Estalou os dedos para o mordomo robô que continuava parado em frente a porta, tão silencioso que Kyle se esquecera de que ele ainda estava presente.

-Lazarus. - Gregory disse ao mordomo. - Está na hora. Não prolonguemos mais o suspense.

O robô assentiu com a cabeça e obedientemente deixou a sala com as mãos nas costas. Gregory voltou a cobrir o bolo com a tampa de cristal e empurrou o carrinho de chá de volta ao ponto em que estava antes. Isso fez com que Kyle deixasse a xícara sobre a mesa de centro, compreendendo que a hora do chá havia terminado. Gregory tirou do bolso um pequeno lenço rendado com suas iniciais bordadas e o utilizou para limpar a mão mecânica. Ele era um homem todo revestido de ouro, literalmente. O ouro reluzia toda vez que ele passava em frente às janelas, reagindo com a luz do sol.

-Eu decidi lhe dar um presente. Observo uma melancolia tão grande nos seus olhos há muito tempo... - Gregory prosseguiu, seus sapatos oxford fazendo barulho no piso enquanto ele caminhava, dando a volta no sofá para se colocar atrás de Kyle. Guardou o lenço no bolso novamente. - E acho que encontrei a solução. Você precisa de uma companhia fiel que o espere em casa, que tal isso?

Kyle riu um tanto nervoso, virando o rosto para enxergá-lo, descansando o braço sobre o encosto do sofá.

-Você vai me dar um cachorro?

O olho azul de Gregory oscilou de forma estranha, com um brilho quase perverso. O canto de seus lábios subiu sutilmente.

-Você pode encarar dessa forma.

Era extraordinário como tudo dentro daquela sala parecia impecável, saído de um sonho. O piano branco de cauda, os móveis vitorianos, o lustre, a porcelana por toda parte, almofadas de veludo e estampas de damasco, era uma verdadeira casa de bonecas. A re-ambientação é importante para o contraste que veio em seguida. Toda aquela perfeição era um retrato da cidade de Utopia, não podia ser confiável e Kyle estava esperando pelo rompimento a qualquer instante.

Foi Lazarus quem trouxe esse rompimento, uma imagem certeira do que Utopia realmente significava. Ele voltou segurando uma corrente, puxando um homem preso por uma coleira. Kyle levantou-se imediatamente, a boca entreaberta e os olhos arregalados por não mais de dois segundos. Seu coração, que havia se acalmado, voltava a bater desesperadamente.

O homem não vestia nada no tronco e nos pés, apenas uma calça marrom que disfarçava a sujeira e era longa demais para as pernas dele, então ele pisava sobre a bainha ao andar. Seu cabelo castanho escuro era longo o suficiente para cobrir as orelhas, boa parte caindo sobre o rosto, ocultando as sobrancelhas grossas e parte dos seus olhos cor de mel. Uma camada fina de sujeira cobria toda a sua pele exposta, que era bronzeada. O que mais gritou aos olhos de Kyle foram as cicatrizes que ele carregava no corpo. Não eram hematomas, eram cicatrizes de cortes mal curados. Ele tinha tatuagens pelos braços, mas a visão de Kyle era turva demais para identificar os desenhos. Era um homem lá debaixo. Ninguém em Utopia tinha tatuagens.

-Kyle. - Gregory disse calmamente, com um sorriso largo de deleite nos lábios, divertindo-se com a expressão do outro. Caminhou até o homem e tomou a corrente da mão de Lazarus, que voltou à sua posição original, guardando a porta. - Este é o Toupeira. - Os dedos humanos de Gregory apertaram o maxilar do homem, que tinha a cabeça levemente inclinada para frente. Forçou-o a erguer o rosto, então Kyle finalmente pôde dar uma boa olhada nos olhos daquele estranho. O cabelo continuava cobrindo parte da cara, mas entre os fios, aqueles olhos violentos dançavam entre o castanho e o verde, em um tom amarelado, quase não parecia humano. - Eu o escolhi com muito carinho especialmente para você. Não é o que eu tenho de mais obediente, não vou mentir. Mas ele é muito bom se você souber mandar direitinho nele. Sei que você tem pulso firme para isso.

Kyle permaneceu parado com os braços caídos ao longo do corpo, sem reação. Seu rosto estava pálido, a boca entreaberta, podia ouvir o próprio coraçando pulsando nos ouvidos. Pensou que fosse vomitar. Enquanto Gregory se entretinha com o próprio monólogo, dando um tapinha no rosto do Toupeira – que bufou baixo, mas não reagiu – Kyle tentava dizer a si mesmo que nenhum de seus pensamentos poderia transparecer. Puxou a gola da própria camisa para tentar respirar melhor. Sentia o corpo começar a suar por baixo da roupa.

-Gregory, eu não sei o que dizer. - Disse enfim, com a voz menos trêmula que pôde.

-O que foi? Venha cá.

Quando Kyle obedeceu, cuidadosamente aproximando-se do homem encoleirado, Gregory passava a mão humana pelos ombros nus dele de forma perturbadora.

-Ele é do subsolo. É um espécime tão raro... Você já viu um desses de perto?

Gregory olhava o Toupeira com uma fascinação que revirava o estômago do ruivo, como quem olha um artefato histórico ou um pássaro raro. Kyle sempre soube que a noção de humanidade de Gregory (daquela família, daquela cidade) era bastante distorcida. Engoliu o acúmulo de saliva na boca e encarou o rosto do homem de perto, percebendo agora a tatuagem que havia no pescoço dele, sob a coleira. Queria, mais do que tudo, tirá-lo dali.

-Não, nunca... Nunca vi.

-Eles são criaturas fantásticas. Você vai amar. Eu mesmo o testei.

Enfim, como se despertasse de um transe, Gregory tirou os olhos do homem e voltou-se a Kyle novamente, entregando-lhe a corrente. O capitão contemplou-a por um momento, hesitante, mas decidiu aceitá-la. Houve uma mudança quase que imediata no semblante do Toupeira, que chegou a mostrar os dentes como se fosse rosnar, encarando Kyle fixamente sob os fios imundos de cabelo. Kyle lhe ofereceu um olhar carregado de compaixão, apertando a corrente em sua palma, tentando comunicar com os olhos que logo ficaria tudo bem. O momento foi interrompido por um tapão de Gregory na nuca do prisioneiro, tão forte que o fez pender para frente e se encolher por alguns instantes.

Não satisfeito, Gregory agarrou-o pelos cabelos usando a mão mecânica, puxando sua cabeça para trás violentamente. Aproximou os lábios o ouvido do Toupeira, mas falou em voz alta:

-Olhe para o Capitão Broflovski assim novamente e eu arrancarei todos os seus dedos, sua coisa. Entendido?

-Gregory... - Kyle interrompeu com uma voz gentil, levando a mão ao ombro dele. Sua voz estava novamente firme, tranquila, como se não houvesse nenhuma perturbação. Gregory soltou os cabelos do Toupeira e ofereceu um sorriso forçado, alisando o próprio paletó. Kyle tomou o rosto dele em suas duas mãos para que se encarassem. - Muito obrigao. Pelo chá, pelo presente. Eu sou muito grato ao senhor.

Isso foi o suficiente para deixar o loiro satisfeito. Ele segurou o pulso de Kyle com afeto, abrindo um sorriso honesto agora.

-Meu motorista levará vocês de volta. Você não pode voltar a pé com ele e permitir que a população civil o veja. O Toupeira deixaria as pessoas um tanto... Desconfortáveis.



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