Fiquei intrigada com o acontecido, eu não era a única naquele lugar sombrio. Estava destemida a encontrar essa tal pessoa pois poderia me dar algumas respostas, como por exemplo onde estávamos e o porquê de eu não conseguir cerrar meus olhos.
Comecei a caminhada e apesar de não ter dormido, não me sentia nem um pouco cansada, mas estava faminta. Alguns metros à frente encontrei um pequeno lago com alguns peixes, eu não sabia pescar, mas mesmo assim adentrei o lago e tentei pegar algo. Demorei bastante tempo para pegar o primeiro peixe, mas com o passar do tempo peguei a prática. Encostei os que consegui pegar em uma pedra e preparei uma pequena fogueira para frita-los.
Após o meu “café da manhã”, segui minha jornada em busca do autor dos desenhos, no caminho me deparei com as mais belas paisagens, vi pássaros, cervos e até coelhos a correr pela linda e clara grama, era como se houvessem apenas algumas partes sombrias e escuras na floresta e para o meu azar, eu havia acordado em uma delas.
O céu começou a escurecer, mas não perdi meu tempo atrás de uma caverna para descansar como da última vez, eu nem podia mais dormir! Então passei a noite em claro desenhando nas árvores. Quanto mais escuro o céu ficava, mais os vagalumes iluminavam o local, parecia que eles faziam isso para me auxiliar na minha arte.
Novamente encontrei os desenhos daquela pessoa misteriosa, da última vez não consegui identificar o que ele significava, mas desta vez estava bem nítido, eram homens montados em cavalos e apesar de simples, eram desenhos encantadores. Isso queria dizer que eu estava no caminho certo, estava cada vez mais perto de encontrar o que procurava.
Um pouco antes do sol raiar, fui até o lago, comi alguns peixes e segui em minha jornada. Andei por horas, e quanto mais eu andava mais desanimada eu ficava, -E se eu estiver indo para o caminho errado? E se eu estiver apenas correndo atrás de algo que nem se quer existe? –Pensei. Tinha uma grande probabilidade de meu pensamento estar correto, eu entrei em pânico. – Eu não estou sozinha aqui, eu... eu não quero estar- E no desespero, comecei a chorar, sentei no chão com as mãos nos olhos e chorei. Assim que retirei minhas mãos dos olhos, me deparei com um garotinho de aproximadamente 8 anos.
-Por que você está chorando Claire? –Perguntou o doce menino.
-Você é o garoto que fez os desenhos nas árvores?
-Claro né! - Ele olhou para mim com uma cara de deboche, como se fosse algo óbvio.- Por onde você andou? Eu estava desesperado a sua procura.
-Como assim? Eu nunca te vi na vida, e além do mais, eu nem sei onde estou.
-Ai meu Deus, MESTRE, venha por favor! – Gritou ele
Em alguns instantes aparece um homem na minha frente, ele era alto, vestia roupas pretas e um chapéu que cobria seu rosto. Ele não disse uma palavra a mim, só me olhou com cara de espanto e me guiou até uma casa muito antiga. Ele se virou para mim e disse:
-Bem-vinda novamente Claire.
Assim que estas palavras foram pronunciadas, senti um arrepio descendo minha espinha, nesse exato momento me lembrei da única memória que tinha do meu passado, a do homem na frente da casa me esperando. Será que isso foi uma lembrança ou um pressagio?
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