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História Valente - Parte II - Capítulo XI - Revisado


Escrita por: Aella

Notas do Autor


Olá, pessoal. Acho que esse novo capítulo vai agradar muita gente. Digo apenas isso: muita coisa nova está acontecendo ao mesmo tempo! ahaha Aproveitem a leitura C:
Capítulo gigante pra vocês pra mostrar que eu estou na ativa e estou inspirada! haha

Capítulo 11 - Parte II - Capítulo XI - Revisado


Fanfic / Fanfiction Valente - Parte II - Capítulo XI - Revisado

Becca

 

Estava na hora e eu sabia disso. Sabia perfeitamente bem, e ainda por cima queria fazer isso. Queria tirar isso a limpo logo, não gostava de ficar com situações ambíguas nas mãos. Entretanto, eu ainda relutava em virar a esquina, chegar até a casa de Aidan e enfrentar Mathias, mesmo tendo acabado de ser atacada pelo meu maldito antigo irmão de alcateia e estar toda maltrapilha na rua.

 

Ao menos Clayton estaria na casa, tanto para eu poder desabafar sobre o que havia acabado de me acontecer – e que, na verdade, ainda não havia me caído a ficha ainda –tanto para me fazer sentir mais segura do que eu queria. Mas mesmo com Clayton lá, eu sabia que minha conversa com Mathias seria longe dele, longe dos ouvidos dele. Seria muita sacanagem de minha parte não dar a Mathias a privacidade que ele merecia. Eu tinha gostado de nossos momentos juntos, e ele era um cara legal. Eu tinha de ser justa com ele, tanto em relação a sua privacidade, quanto a não o iludir mais.

 

‘Vamos logo, Rebecca. Você está com medo disso? Depois do que nós acabamos de enfrentar?’ – Bexi tentava me incentivar, mas estava mesmo é me dando uma bronca. – ‘Estamos sendo fortes, segurando as pontas, justamente para conseguirmos ser completamente sinceras com Mathias. Depois disso, podemos refletir sobre o que acabamos de passar. Sozinhas.’

 

– Sim, Bexi, você tem razão – admiti. – Precisamos fazer isso para podermos lidar com o resto.

 

Respirei fundo e, como um soldado no campo de batalha, avancei. Não bati na porta, pois aquela casa agora era minha também e eu possuía uma cópia da chave. Eu era da alcateia, eu me aceitava como sendo da alcateia. Na verdade, já não conseguia me imaginar em qualquer outro lugar. Busquei um pouco mais de força nesse pensamento para me ajudar, no pensamento de que eu jamais estaria sozinha novamente, sendo isso bom ou ruim. Eu sempre teria meus irmãos, prontos para pularem ao meu lado na luta, e eu ao lado deles.

 

Clayton, para minha surpresa, não estava na sala nem na cozinha. Já era quase meio dia, portanto eu duvidada que ele estivesse tirando uma soneca. Mathias também não estava em nenhum lugar do primeiro andar da casa, então decidi subir as escadas.

 

Enquanto subia os degraus, percebi que achava estranho Mathias não ter vindo correndo ao meu encontro ao me farejar. Minha loba até se sentiu um pouco ofendida, mas tentei lembrá-la de que isso poderia facilitar nossa separação. Estava tudo muito quieto na casa de Aidan, e a casa inteira cheirava a âmbar e hortelã, o cheiro específico de Mathias, como se ele tivesse andado para lá e para cá, pela casa toda, por toda a extensão da manhã. Captei também o cheiro de uma terceira pessoa, desconhecida, mas presumi que fosse apenas mais algum solitário do Mathias.

 

Fui espiando por todos os quartos de hóspedes, mas sem encontrá-lo em nenhum deles. Já estava tentada a ir para o quintal e ao Prédio de Questionamento quando me veio à cabeça de que ele poderia estar no quarto do Aidan.

 

‘Ele não estaria lá, estaria?’ – perguntou, duvidosa, minha loba. Pois eu discordava, achava que era uma possibilidade, só não sabia o que ele estaria fazendo lá.

 

– Mathias? – chamei-o em voz baixa, segundos antes de espiar pela porta do quarto.

 

Lá estava ele, o homem de cabelos longos pelo qual eu havia sido enfeitiçada, mas também pelo qual o feitiço havia se quebrado. Segurava um porta-retratos em mãos, sentado na cama de Aidan.

 

– O que está fazendo aqui? – perguntei, mas não quis parecer acusatória, pois já ia quebrar seu coração dali alguns minutos.

 

Ele se virou, e vi que sua expressão já estava carregada de tristeza. Entretanto, ela logo mudou, pois ele certamente deu uma boa olhada em mim, minhas roupas, e o cheiro de Maxwell que sem dúvidas me impregnava.

 

– O que aconteceu com você? Você está bem? – O alarme em sua voz era claro, o que me deixou ainda mais triste por ter de deixá-lo. Ele se importava comigo. O espanto em sua voz não era apenas porque eu estava uma bagunça, mas era agravado porque ele certamente sentia que eu havia estado em perigo pois, até onde ele sabia, minha loba não tinha voltado.

 

– Estou bem agora, não aconteceu nada demais – ocultei. Eu precisava terminar as coisas entre a gente antes de seguir para o próximo assunto, em prol da minha sanidade mental.

 

– Você saiu sozinha. Não me esperou acordar nem me chamou. – Eram apenas afirmações. Fizeram-me abaixar a cabeça, com vergonha de meus atos.

 

– É verdade. Acabei mentindo para Clayton sobre onde eu iria, e reconheço que não deveria. Só queria um pouco de espaço. – Apesar de preocupado, pude ver em seu olhar que ele queria me esganar por eu ter me colocado em risco. De novo. – Encontrei Maxwell, mas tenho certeza de que depois do nosso encontro, ele não irá nunca mais me incomodar. – Eu não tinha exatamente certeza disso, apenas desejava fervorosamente que fosse verdade. – Não sei exatamente como, mas minha loba está comigo. Bexi está comigo.

 

Deixei que Bexi se manifestasse através da cor dos meus olhos, para provar a Mathias que estávamos juntas. Com isso ele pareceu ficar mais aliviado, pois sabia que eu como lobisomem conseguia tomar conta de mim mesma. Na maioria das vezes.

 

– Vocês brigaram? Você está ferida? Me conte o que aconteceu! – insistiu. – Foi sua escolha ir sozinha, mas não está dando certo com esse cara. Temos que nos livrar dele!

 

– Mathias, está resolvido, tá legal? Já me acertei com ele. Não podemos mandá-lo embora. Se ele for, os seus amigos também vão. Precisamos dos lobos dele para dar forças à alcateia. Não posso deixar Aidan na mão; não posso ser duplamente responsável pela vulnerabilidade da alcateia.

 

Decidi não comentar sobre eu ter saído desacompanhada – eu não tinha o que dizer a respeito daquilo. Era verdade. Se algo aconteceu na floresta, foi porque eu só fazia coisas estúpidas em minha vida, e daí decidia enfrentar minhas emoções e o mundo sozinha. Foi pura sorte Bexi ter voltado justamente quando eu mais precisei, e eu não esqueceria mais quão sortuda eu havia sido.

 

– O que está fazendo aqui? – Escolhi repetir minha pergunta de antes para trocar o assunto, desejando com todas as minhas forças que parássemos de falar sobre coisas que remetiam a Maxwell Kentner.

 

– Você já viu isso? – perguntou-me de volta, ao invés de me responder.

 

Curiosa, decidi me sentar ao seu lado e examinar a foto que ele tinha em mãos. Achei que seria a foto de Aidan com sua mãe e seu pai, que eu havia visto mais cedo, mas percebi que não se tratava da mesma fotografia. Olhei na mesinha de cabeceira de Aidan para checar, e vi que, de fato, a fotografia que eu havia visto continuava em seu mesmo lugar.

 

– Onde achou isso? – Eu quis saber, mas Mathias apenas negou com a cabeça.

 

– Não importa, olhe para a foto.

 

E eu olhei, olhei mesmo. Analisei-a pelo que me parecia ter sido horas. Aidan era mais novo na imagem, um Aidan recém-saído da adolescência. Estava na frente do que parecia um colegial e usava um terno com gravata borboleta verde, sua cor favorita. Seu cabelo, antiquado, estava arrumado para trás com gel. Ele parecia de fato um mauricinho, mas um mauricinho muito atraente. Quase perdi o fôlego só de olhá-lo. Entretanto, o que me distraiu dele era a mulher que estava em seus braços, cujos lábios ele estava beijando. A mão direita de Aidan segurava-a carinhosamente pela cintura, e a mão dela repousava sobre seu peito.

 

– Onde achou isso? – perguntei novamente, para tentar me distrair da foto.

 

– Quer mesmo saber? Achei na gaveta dele, aqui, do lado da cama.

 

Aquilo doeu em mim, apesar de eu não saber o porquê. Ele guardava essa foto do lado de sua cama? O que o faria se apegar a uma memória dessas por tantos anos? Olhava-a, será, toda noite antes de se deitar?

 

Voltei a analisar a mulher, sentindo-me mesquinha, mas não conseguindo evitar. Ela estava deslumbrante nessa foto, os cabelos brilhantes, o corpo sedutor. Ela tinha cabelos negros ondulados e cheios de vida, que batiam mais ou menos até a altura de seus seios, bem delineados pelo vestido dourado que usava. Vestido esse, inclusive, que deixava à mostra parte de sua perna esquerda. Era alta e esguia, conseguindo alcançar a boca de Aidan sem muitas dificuldades. Apesar de ambos estarem arrumados, a beleza dela era natural. Era daquelas mulheres que precisavam de pouco esforço para deixarem um cara de queixo caído. Seus olhos azuis estavam semiabertos, graças ao beijo que trocavam, mas encarava os olhos negros semiabertos de Aidan de uma forma muito íntima. Parecia que os dois conheciam cada minúsculo segredo da vida um do outro.

 

– O que você estava fazendo mexendo nas coisas dele? – ataquei-o, honestamente mais incomodada por ele ter me mostrado a foto do que por ter a achado.

 

– Leia atrás – mandou, ignorando novamente o que eu tinha a dizer e tirando a foto do porta-retratos.

 

Eu não queria obedecê-lo, minha loba quis contrariá-lo, mas minha curiosidade falou mais alto. Se eu já estava sentindo um vazio dentro de mim depois de encarar a foto, tal vazio ficou ainda maior após ler o recado da garota.

 

“Querido Aidan,

Sei que agora começa uma nova etapa em nossas vidas, uma etapa muito importante para o futuro que queremos montar juntos. Você irá para Columbus estudar jornalismo, e eu o respeito muito por isso, por ter conseguido entrar em uma universidade tão almejada. Nunca duvidei de você querido, apenas sinto pelo tempo que vamos ter de passar longe um do outro. Estarei aqui em Cincinnati te esperando, para você me visitar sempre que puder.

Fique tranquilo, esperarei por você o tempo que for necessário, e cuidarei muito bem de meu sogro e minha sogra favoritos. Eles sentirão muita saudade sua, Aidan, você sabe como você é o garoto de ouro deles. E o meu também.

Quero que fique com esta foto para quando tiver saudades de mim, quando não estiver tão ocupado paquerando as meninas do campus. Nossa formatura foi um dia muito especial, talvez o mais feliz da minha vida.

Obrigada por sempre estar ao meu lado, Aidan, seja na formatura, seja quando eu ralava o joelho e você cuidava de mim, seja quando estaremos juntos no altar.

Com meu eterno amor,

Fiona.”

 

– Por quê? – consegui proferir, enquanto ainda digeria aquelas palavras. –  Por que me mostrou isso? Por que me fez ler isso? Isso é claramente pessoal, você não deveria ter me mostrado. Inclusive, não deveria ter mexido nas coisas de um Alfa que nem é seu. Não deveria sequer ter entrado no quarto dele.

 

– Só estou aqui pois segui teu cheiro até aqui, Rebecca – falou, como se fosse uma justificativa.

 

– É diferente! – protestei. – Aidan é meu Alfa.

 

– Continua sendo uma invasão de privacidade.

 

Pegou a foto de minhas mãos e a inseriu de volta em seu porta-retratos, em seguida guardando-a na gaveta. Não pude deixar de pensar no que mais eu encontraria naquela gaveta, o que mais do passado de Aidan – de Fiona – eu acharia.

 

– Você não tem nenhum direito de me acusar. Você nem é da minha alcateia!

 

– Rebecca, admita, você não está brava comigo! Está brava por causa da foto. Não por eu ter achado a foto, mas por ela existir!

 

– O quê? – Eu e Bexi estávamos espantadas com ele.

 

– Sim, é isso mesmo. Aquela foto fez você se sentir mal. Fez você se sentir inferior e insignificante, não é mesmo?

 

– Basta! – gritei, tremendo de raiva. – Você não tem o direito de me acusar de nada. Apesar de tudo, você não me conhece tão bem quanto acredita!

 

– Não preciso te conhecer muito a fundo para ver como você ficou atordoada. – Suas palavras me calaram e fiquei apenas encarando a colcha de Aidan. – Eu sei o que você veio fazer aqui agora, Becca – falou após alguns segundos de silêncio, sua voz mais calma, tentando me acalmar também. – Você acha que eu não consigo juntar as peças do quebra-cabeças? Você acorda depois de um longo tempo e só vê a mim presente para te confortar do jeito que deseja. Você me dá bola, me enche de expectativas, e depois você simplesmente vai embora. Sem ao menos um bilhete. Contudo, achou empolgação o suficiente para vir até o quarto de Aidan para, certamente, matar as saudades que tem dele antes de sumir por horas.

 

– Tudo o que você disse é verdade, e me desculpe por isso – sussurrei. – Mas o fato de eu ter sumido era porque eu precisava pensar. Ter um pouco de privacidade e pensar. Não tenho mais esse direito?

 

– Tá legal, Rebecca – cortou-me. – De qualquer modo, eu sei o que você veio fazer. Só espero que saiba exatamente o que está fazendo.

 

– O que quer dizer?

 

– Quer saber por que te mostrei a foto? Pra você pensar bem antes de me dizer adeus. – Eu conseguia perceber a mágoa em cada palavra de Mathias.

 

– Eu não estou entendendo o que uma coisa tem a ver com a outra!

 

– Rebecca, Aidan já teve, ou quem sabe ainda tenha, alguém. No mínimo ainda carrega coisas do passado que não está pronto para soltar. Não vá desperdiçar algo sincero para ser a segunda opção no coração de alguém.

 

Arregalei meus olhos, não acreditando nas palavras dele. Eu não conseguia nem distinguir o que me deixava mais incrédula: o fato de ele achar que eu estava dando um fora nele por causa de Aidan, ou no fato de ele estar convicto de que eu seria a segunda opção de Aidan.

 

Eu não seria segunda opção. Não seria, certo?

 

‘Nós não temos nada a ver com Aidan e sua vida amorosa. Não ligamos de ser segunda ou última opção, não é?’ – Não consegui respondê-la, pois sinceramente não tinha certeza, e o fato de ela estar querendo confirmar comigo mostrava que Bexi também não estava certa.

 

– Becca, o que eu senti por você foi verdadeiro, garanto. Independentemente do que ocorreu ou deixou de ocorrer em Las Vegas, eu me importo de verdade com você.

 

– Mathias-

 

– Deixa eu falar, Becca. Deixa-me falar tudo que eu tenho pra falar, daí sim você decide com quem quer ficar.

 

– Não é por isso que eu estou aqui – foi minha vez de cortá-lo. – Não vim aqui com o propósito de escolher um dentre vocês!

 

– Mas é isso que está fazendo e é isso que vai acontecer – rebateu. – Você não lembra da química que nós tivemos? Em tão pouco tempo, nos conectamos. Isso é algo raro, Rebecca. – Apenas o ouvia, decidindo respeitar o momento dele de falar. Ele tinha esse direito, afinal. – Você lembra quando você me contou que eu cheirava a âmbar e a hortelã?

 

– Como não lembrar? – suspirei. – Você havia me dito que eu cheirava a camélias e chuva fresca.

 

– Exato. Você foi a única que até hoje sentiu meu cheiro verdadeiro, meu cheiro específico. Pelo menos, que eu tenha conhecimento.

 

– E você o único a sentir o meu – confessei, mas sem contar a ele que, além do cheiro dele, eu também conseguia sentir o de Aidan.

 

– E você sabe o que isso significa? Tem alguma ideia?

 

– Não, não sei. Não entendo o motivo de eu sentir seu cheiro, não sei nem o motivo de ele existir.

 

– Ele existe para você poder achar aquela pessoa que lhe é importante – explicou, repousando sua mão em cima das minhas, que descansavam em meu colo. – O cheiro específico sinaliza um par, uma outra metade. Quando um lobo sente o cheiro específico de outro, isso é um sinal de que a pessoa em questão é mais do que ideal para ser a companheira do outro.

 

– E-eu não sabia.

 

– Entende agora, Rebecca? Não é concreto, não é uma regra e não precisa ser realizado, mas é um sinal da natureza de que os dois seriam eficientes juntos, felizes juntos. Faz parte de quem nós somos, da espécie. Nem todos os acasalados sentem os cheiros uns dos outros, mas os que sentem… os que sentem são casais unidos, casais para se temer. Juntos, enfrentariam o mundo, e venceriam.

 

O que isso queria dizer? Que eu deveria ficar com Mathias, que eu estava fazendo uma besteira tremenda em minha vida? Mas e Aidan, o que isso implicaria sobre Aidan? Queria dizer que ele também sentia meu cheiro – já que eu sentia o dele? Se sim, por que nunca havia me dito nada? Será que desejava nunca ter sentido? Desejava não ter esse tipo de intimidade comigo?

 

– Mathias, eu… não sei o que achar disso.

 

– Não tem o que achar, Rebecca – suspirou. – É o que é, são fatos. Agora, se você quer ignorá-los para fazer outra coisa, daí a escolha é sua, e eu vou respeitá-la. Só não queria deixá-la ir sem saber sobre isso, nem sobre aquilo. – Apontou para a gaveta da mesinha de Aidan, onde a foto dele e de Fiona permanecia guardada há anos.

 

– D-desculpe, Math. – Peguei suas mãos e as apertei. – Isso não é o suficiente para mim. – respondi, surpreendendo-me com minha certeza e paz de espírito perante a decisão.

 

– Eu não sou o suficiente para você, você quer dizer. – Bufou. – Você quer alguém importante, alguém impressionante. Afinal, sou apenas um solitário indisciplinado, um zé ninguém.

 

– Não, não é nada disso e não ouse insinuar que é por interesse! – protestei, mas eu sabia que, para ele, nada mais do que eu dissesse faria diferença. – Eu só não sinto mais o que sentia antes. Acho que... acho que eu caí por você porque queria ser como você. Seu estilo de vida me cativou.

 

– Só por isso?

 

– Não! Não, sei! – Eu estava muito frustrada com a reação dele, mesmo sabendo que ele tinha o direito de ficar chateado. Apesar de minha própria inquietação, não larguei suas mãos. – Foi bom, foi verdadeiro para mim, pelo menos enquanto durou. Agora vejo que não sinto mais o mesmo, e não quero fazer você perder tempo e esforço.

 

– Perder tempo e esforço porque você já foi fisgada, né? Eu sei. – Levantou-se, balançando negativamente a cabeça.

 

– Não! Do que está falando?

 

– Chega, Rebecca, já ouvi o que tinha que ouvir. Vou procurar um hotel, não ficarei mais hospedado aqui. Quero te dar seu espaço. Mas não vou embora, não até Aidan voltar. Prometi ficar aqui com meus amigos para ajudar você e ajudar a alcateia, e é isso que farei. Depois disso, não sei para onde irei. Não voltarei à Vegas, mas também, você não precisa saber para onde vou. Não quero que me procure.

 

– Mathias…

 

– Adeus, Rebecca. Foi bom enquanto durou.

 

Observei-o sair do quarto e fechar a porta, deixando-me sozinha. Era estranho como eu me sentia segura no quarto do meu Alfa, segura a ponto de chorar sem sentir vergonha.

 

Chorei por Mathias, por ter de dizer adeus de uma forma tão estúpida e tão definitiva. Chorei por Aidan, não sabia o motivo, mas chorei por ele. Chorei pelo que me aconteceu com Maxwell. Sentia-me suja, imunda, enraivecida e um pouco decepcionada por não o ter matado ali mesmo.

 

Depois de ter segurado minhas emoções para parecer forte e inabalada na frente de Max, para intimidá-lo, agora eu e minha loba estávamos em pedaços. Cogitei tomar um banho, mas não tinha forças para me levantar. Apenas via o travesseiro coberto pela colcha de Aidan ficar cada vez mais ensopado de lágrimas. Chorei por Scarlet, por não saber onde estaria ou como conseguiu libertar minha parte lupina – eu tinha um instinto de que ela era a responsável. Chorei pelas burradas que fiz em Las Vegas. Se eu não tivesse sido tão inconsequente, poderíamos estar todos em casa, felizes e unidos.

 

Ouvi a porta se abrir, e virei-me imediatamente, limpando meu rosto desesperadamente para tentar disfarçar ao menos a quantidade de lágrimas que já haviam caído. Não encontrei Mathias nem Clayton na porta, como eu havia esperado. Não encontrei Aidan, como talvez eu desejasse lá no fundo encontrar. Não encontrei ninguém conhecido, apenas uma mulher enraivecida.

 

Ela estava com o sangue nos olhos, isso era claro. Havia tempos que eu não via alguém tão possuída pela raiva como ela. Os nós de seus dedos estavam brancos de tão forte que fechava seu punho, pronta para bater em alguém até não conseguir mais. Seus olhos verde claros estavam semicerrados, querendo ver sangue escorrer.

 

– Quem é você? – perguntei em voz baixa, envergonhada por essa completa estranha me encontrar no estado em que eu estava.

 

– Nossa, eu certamente não esperava que você fosse assim tão patética – disse com escárnio. – Sinceramente não esperava ver a fêmea que pegou o meu namorado aos prantos na cama. Foi tão decepcionante assim? – Deu uma risada ofensiva. – Nunca imaginaria que Maxwell fosse cair por alguém como você.

 

Nesse momento eu já não estava entendendo mais nada do que estava acontecendo, mas ao menos a chegada da mulher havia me distraído o suficiente para me fazer parar de chorar e me dado uma chance para me recompor. Limpei novamente o rosto. Agora, ao menos, as lágrimas haviam parado de cair e minha visão não estava mais embaçada.

 

– Não estou entendendo – consegui falar com um tom de voz mais digno. – Quem é você e o que quer aqui? Quem te deu permissão para entrar?

 

– Ah, aquele cabeludo rabugento estava de saída. Mathias se não me engano é o nome dele. Não parecia se importar que eu ficasse. – O quê, ela conhecia Mathias? – E já que você quer tanto saber, sou Kenna Korte, a loba que vai colocá-la em seu devido lugar e ensiná-la a não mexer com o homem dos outros, mesmo que eles sejam uns desgraçados que não valem nada.

 

– Eu não sei o que você acha que eu fiz, mas eu não o fiz – falei, quase ao mesmo tempo em que ela avançava para cima mim.

 

Surpreendida, fui presa contra a cama, meus punhos presos pelas mãos fortes dela e ela em cima de mim, dominante.

 

– Você enlouqueceu? O que está fazendo?! – berrei.

 

– Ué, justamente o que eu disse que faria, pondo você em seu lugar. – Fincou suas unhas compridas em meus pulsos, fazendo-me estremecer de dor e sentir o cheiro de meu próprio sangue fresco. Aidan iria perder um belo edredom.

 

– Saia de cima de mim, agora – ordenei, tentando fazê-la sentir minha dominância, jogando um pouco da minha energia para ela ver do que eu era capaz.

 

Ela ficou momentaneamente atordoada, mas somente o suficiente para eu me soltar dela e pular para fora da cama, deixando-a sentada lá. Não demorou muito e ela já havia voltado ao normal.

 

– Não fui informada de que você não era das submissas – confessou. – Até te admiraria por isso. Acontece que você continua sendo uma piranha. – Proferiu essas ofensas e partiu para cima de mim novamente.

 

‘Meu Deus, que mulher insana!’ – Bexi estava assustada e ofendida com ela. – ‘Precisamos acalmá-la para saber o que diabos ela acha que a gente fez.’

 

Concordei com ela enquanto me esquivava das investidas da tal Kenna. Pulei por cima da cama de Aidan e saí correndo corredor afora, buscando um espaço maior para lutarmos.

 

– Está fugindo de mim, é isso mesmo? Típico de alguém como você fugir de briga – rosnou entre dentes, correndo em meu encalço.

 

Ela ficou vividamente enraivecida por eu estar, aparentemente, fugindo. Dava para ver que ela precisava fisicamente descontar sua raiva em alguém, e no caso a escolhida tinha sido eu. Desci as escadas dois a dois e cheguei até a sala, posicionando-me defensivamente atrás do grande sofá branco da sala de estar.

 

– Eu já vou fazê-la se ajoelhar perante mim, você verá. – A morena me alcançou, dentes afiados à mostra. Nós nos circulávamos em torno do sofá.

 

– O que você quer de mim, afinal? – exigi. – O que você acha que eu fiz?

 

– Eu não acho, eu sei. Cheguei na floresta apenas momentos antes de você ir embora. – Cuspiu em minha direção, por pouco não acertando meu pé.

 

– Você é louca! – gritei para ela, irritando-me. – Eu não sei o que acha que eu fiz, mas sou inocente. Ainda é atrevida o suficiente para invadir o lar de uma alcateia que não é a sua e invadir um momento muito pessoal meu!

 

– Nossa, feri seus sentimentos, lobinha? Como eu pude ser tão ousada, ferindo os sentimentos da queridinha de Maxwell? – Sua voz engrossou no final, sinalizando que sua loba estava prestes a tomar o controle. Seus olhos verdes ficaram escuros como esmeraldas, e eu tive a certeza de que ela estava muitíssimo irritada comigo.

 

– O que esse filho de uma égua tem a ver com qualquer coisa? – Sentia Bexi saindo de seu cantinho em minha mente e tomando o controle. Virei-me por um breve segundo para ver meu reflexo na grande televisão e confirmei minhas suspeitas. Meus olhos estavam azuis como gelo.

 

– Esse filho de uma égua é meu namorado, ou ao menos era. Já foi tarde, inclusive. Mas éramos felizes, até você aparecer na fita.

 

– Olha aqui, sua desequilibrada, – Dessa vez foi a minha vez de avançar, parando com o nosso joguinho de ficar circulando o sofá. – Eu já passei por muita coisa nesses últimos dias. Não estou com paciência para viver seu pequeno drama, tá bom?

 

Quando viu que eu me aproximava, Kenna deu um sorriso maléfico.

 

– Está bem. Você tem razão, é melhor terminarmos isso de uma vez.

 

Correu e empurrou-me com seu ombro, de um jeito que me fez pensar se ela já não havia jogado em um time de futebol americano, fazendo-me cair em cima da mesinha de centro da sala e quebrando-a completamente. Senti alguns cacos de vidro da mesa se alojando nas minhas costas, mas contive qualquer sinal de dor. Transformou-se rapidamente e já estava em cima de mim, seu hálito lupino e caninos afiados na minha cara impulsionaram minha própria transformação.

 

Ali estávamos, loba cinzenta de olhos azuis aparentemente dominada, e loba de cor creme com olhos verdes subjugando-me. Ela rosnava alto em meus ouvidos e, assim que viu que eu já me transformara, tentou morder-me repetidas vezes no focinho. Consegui escapar por questão de milímetros de suas mordidas, empurrando-a para trás com minhas patas traseiras. Rapidamente fiquei em pé para encará-la.

 

Ela rosnava tanto, mas tanto, que parecia um cachorro que havia contraído raiva. Eu não estava amedrontada por ela, mas sim sentindo-me mal. Por que ela estaria assim? O que Maxwell teria feito e dito para ela estar em tamanho estado de aflição?

 

Não tive tempo para pensar a respeito, porém, pois Kenna jogou-se contra mim novamente, empurrando-me contra o segundo sofá da sala, tentando encurralar-me. Saltei por sobre o sofá e a circulei, conseguindo pegá-la por trás. Mordi sua pata traseira para fazê-la mancar, mas ela virou-se tão rapidamente que conseguiu me dar uma cabeçada que me deixou tonta.

 

Aproveitando-se de minha tontura, colocou-se sobre mim novamente. Encarou-me nos olhos para me provocar, e então abocanhou meu pescoço, tentando fazer com que eu me submetesse a ela.

 

Infelizmente, ela não me conhecia.

 

Fingi ter sido dominada para fazê-la relaxar, e então dei uma patada em seu rosto com a maior força que eu consegui. Ela caiu no chão ao meu lado com um alto ganido de dor. Aproveitei a situação para eu mesma dominá-la. Prendi seus ombros com minhas patas e cheguei bem perto dela. Bufei em sua cara, como que dizendo que agora estava tudo acabado, e abocanhei seu pescoço.

 

Rosnei para fazê-la parar quieta, mas ela não parava de jeito nenhum. Debatia-se feito um bagre, irritando-me ainda mais. Tentei mantê-la presa com tanto afinco que, quando consegui outra brecha para morder-lhe o pescoço, acabei perfurando-o com os dentes, mesmo não tendo sido minha intenção. Isso a deixou ainda mais enraivecida comigo, conseguindo forças para alcançar meu ombro com a mandíbula e morder-me em troca.

 

Pulei para longe dela, um reflexo da dor, e a vi levantando-se. Ela sangrava pelo pescoço, pela pata traseira e pelas unhadas que eu havia dado em seu rosto. Sabia que eu não estava em estado muito melhor. Minhas costas sangravam pelo vidro da mesa de centro na qual fui jogada, e agora meu ombro sangrava bastante, pois seus dentes acabaram rasgando minha pele quando pulei para trás.

 

Nós duas respirávamos com dificuldade, tanto pelas feridas, quanto pela raiva, mas agora estávamos imóveis. Estávamos cansadas. Percebi quando ela deu um passo à frente, querendo continuar nossa briga, mas eu já estava farta daquilo tudo. Dei um rugido alto e feroz, como o de um leão, que a fez parar, imóvel. Percebi que tanto o meu poder quanto o dela só estava servindo como um choque temporário, então aproveitei que ela ainda estava sendo afetada pela minha dominância para me transformar de volta.

 

Sua expressão estava confusa quando voltou a si e me viu como humana. Certamente deveria me achar louca, achar que eu estava pedindo para morrer. Contudo, o fato era que eu estava farta já daquela brincadeira, e torcia para ela ter queimado um pouco de sua sede de violência para podermos conversar.

 

– Olha, Kenna, vamos parar com isso. Isso não vai resolver nada. – Ela apenas me olhava com aqueles olhos esmeralda. – Nenhuma de nós vai sair vitoriosa, vamos apenas nos quebrar até algum outro lobo aparecer para apartar a briga.

 

Ela não mostrou reação alguma a minhas palavras, mas ao menos não estava me atacando ainda.

 

– Você disse alguma coisa sobre mim e Maxwell – prossegui com cautela, ciente de que, dependendo de como eu formulasse as minhas frases, ela iria partir para cima de mim sem me dar tempo de transformar direito. – Maxwell tem um jeito de manipular as situações a seu favor como eu nunca vi antes. Creio que o que aconteceu, ou o que você acha que aconteceu, tenha sido fruto das artimanhas dele.

 

Dessa vez ela bufou, mas se sentou, em seguida transformando-se em sua forma humana como eu.

 

– Eu o amava – confessou, pegando-me de surpresa. Eu nunca imaginaria que alguém fosse capaz de amar Maxwell, nem mesmo sua própria mãe. – Não me olhe assim – reprimiu uma risada, do tipo que você solta quando percebe como estava sendo burra após um longo período. – Ele me levou a pensar grandes coisas sobre ele. Ninguém quase falava comigo na alcateia, além dos amigos dele. Então ninguém teve exatamente a oportunidade de me contar como ele era de verdade.

 

– E você descobriu do pior jeito – terminei para ela, enchendo-me de empatia.

 

– Bem, digamos que sim. Mas ainda não estou certa de que você é tão inocente como está querendo me convencer. – Estreitou seus olhos em minha direção.

 

– Vamos ver – suspirei. – Se você diz que chegou pouco antes de eu ir embora, então você deve ter encontrado com ele, não?

 

– Encontrei.

 

– Não percebeu que ele estava ferido? – reprimi o orgulho em minha voz, por ter ao menos tentado retribuir a ele o dano que me causou.

 

– Mais ou menos, ele já estava parcialmente curado. Mas, – Fez uma pequena pausa. – achei que fosse algum tipo de brincadeira de mau gosto entre vocês, não sei. Ele é bastante violento, sei que gosta de brigar.

 

– De fato gosta – admiti. – Mas no caso a briga foi pra valer.

 

Decidi dar um tempo antes de soltar a bomba, até porque eu não tinha soltado a bomba nem para mim mesma. Kenna apenas me olhava, um pouco acuada depois de perceber que tinha juntado as peças totalmente fora de ordem.

 

– Maxwell tentou me estuprar na floresta.

 

E a bomba foi solta.

 

Kenna não conseguiu disfarçar sua cara de espanto, seus olhos virando, momentaneamente, do tamanho de duas luas. Entretanto, vi os músculos de seus braços se contraírem e percebi que isso significava que o instinto dominante dela estava falando mais alto, fazendo-a ter que se segurar para não vir perto de mim e me reconfortar. Ela queria me abraçar, ela queria me proteger, era de seu instinto.

 

– Ele não conseguiu – falei para acalmá-la e acalmar a mim mesma. – Foi por pouco. É uma longa história, mas eu estava momentaneamente sem minha parte lupina. Acontece que eu tenho mais sorte do que juízo, pois ela voltou bem quando eu mais precisei, e ele não conseguiu fazer o que queria. Antes que você pergunte, eu nunca tive nada com ele. – Percebi que ela ficou um tanto confusa e prontamente expliquei para ela o que havia me acontecido nos últimos meses e, também, o motivo de seu ex-namorado ter sido chamado, e permanecido, em Columbus.

 

– Eu, nossa, eu não sabia. Desculpe-me, por tudo. Achei que… achei que… – falou encabulada, mas era minha vez de querer reconfortá-la.

 

– Tudo bem, Maxwell faz isso com as pessoas. – Revirando meus olhos, contei a ela sobre como passei meus três anos na Alcateia de Seattle com ele, e como haviam sido infernais. Ela, em troca, me contou sobre seu breve tempo com o Alfa Joseph e mais ainda sobre a alcateia em que pertencia antes de Seattle.

 

Não pude deixar de me identificar com ela, simpatizar com ela. Pelas suas histórias, era evidente que era não só mais velha, mas há mais tempo loba do que eu, e mesmo assim eu me senti na obrigação de ajudar a ela. Ela estava apenas buscando seu lugar no sistema injusto que eram as alcateias, e havia acreditado que seu lugar era ao lado de Max.

 

– Eu… nossa, você deve achar que eu sou uma surtada – soltou, rindo discretamente.

 

– Bem, tinha sido minha primeira impressão, sim – Ri junto com ela. – Sei como é, ser atormentada por Maxwell. E também sei como é não conseguir controlar minhas emoções, apenas deixar meu corpo fazer o que ele quiser, mesmo que isso seja meter porrada em alguém. – Deu-me um sorriso sincero. – Sei que eu não tenho moral para te dar nenhum conselho, pois certamente teria agido igual a você, mas acredito que você deveria, pelo menos, ouvir o que a pessoa tem a dizer antes de atacá-la.

 

– É fácil falar, né? – suspirou, e eu suspirei junto. Era um drama que eu pensei que vivenciava sozinha, mas agora via que não era a única.

 

Para cortar nosso momento de esclarecimento e conexão, ouvi alguém gritando lá fora e, de repente, vários lobos saltando para dentro da casa pelas janelas. Tive um pequeno déjà-vu de quando os lobos de Aidan vieram atrás de mim em minha casa, – algo que parecei ter acontecido há décadas – mas, infelizmente, esses não eram os lobos de Aidan.

 

Os lobos nos cercaram, olhando ameaçadoramente e maliciosamente para as duas mulheres, nuas e em forma humana no centro da sala. Alguém arrombou a porta, quebrando-a no processo e, para a infelicidade tanto minha, quanto de Kenna, esse alguém era Maxwell Kentner.

 

– Olha só, o que temos aqui? Seria hoje meu dia de sorte? – Lambeu seus lábios de um jeito que me deu um arrepio violento pelas costas e quase me fez vomitar.

 

Olhei para Kenna, mas ela apenas o encarava, vidrada. Não sabia se era porque ainda não o havia superado, ou porque queria arrancar sua pele enquanto seu coração ainda batia. Se fosse a segunda opção, eu estava dentro.

 

– Gregory, Mark, vasculhem a casa. Creio que, pelo horário, a maioria dos lobos não estão aqui, mas é bom verificar. Vejam o andar de cima e no quintal. Eles têm um prédio que pode muito bem ser usado como esconderijo. – Maxwell latia ordens, e seus lobos obedeciam. Após algum esforço, reconheci algumas pelagens. Eram amigos dele de Seattle.

 

– Wyatt? Sam? – Kenna exclamou ao identificar dois lobos que nos rondavam. – O que estão fazendo? Por que estão fazendo isso?

 

Obviamente, como estavam em forma lupina, não podiam responder. Apenas trocaram olhares divertidos e voltaram a nos rondar. Entretanto, Max respondeu por eles.

 

– Querida, Kenna. Veja só, meu sonho finalmente vai se realizar. – Seu sorriso era maléfico e me dava vontade de tirá-lo de seu rosto a tapas. – O Alfa está fora de casa, a alcateia é pequena...

 

– Você veio aqui para protegê-los!

 

– Mudança de planos, Kenna. Essa alcateia agora é minha, e eu faço com os lobos aqui presentes o que eu quiser.

 

– Os solitários – falei, de repente. – Os solitários não vão permitir.

 

– O quê? Seu namoradinho, Mathias? Há, ele está tão abalado agora que certamente nem sabe mais o próprio nome, quanto mais onde seus coleguinhas estão ou o que estão fazendo. Aposto que ele nunca antes quis ficar tão bêbado quanto agora.

 

– O que quer dizer?

 

– Que ele não vem pra te ajudar, Beccinha. E seus supostos amigos solitários, bem, eles têm mais ambição do que Mathias. Não conte com eles para ajudar em nada, Becca, pois eles estão lá fora, fazendo ronda e guardando a casa como bons lobinhos.

 

Os olhos verdes de Kenna encontraram os meus, estampados de medo e indignação. Não tínhamos muita chance, mas tínhamos que fazer alguma coisa. Não sabia onde estavam meus irmãos, não sabia sequer se estavam bem, mas eu não iria deixar que Maxwell fizesse o que quisesse comigo novamente. Não deixaria que Maxwell destruísse meu único lar. Eu iria defender a alcateia por Aidan, nem que me custasse a vida.


Notas Finais


O que acharam, gente? Sério, estou muito ansiosa para saber as opiniões de vocês! Me contem tudo, tudoooo. xD

Saiu o novo jornal dos personagens, dessa vez com a nova loba Kenna!
https://spiritfanfics.com/perfil/bruuhdt/jornal/personagens-dominante-xxv-kenna-korte-9458333

Obrigada pelo apoio de sempre, galerinha. Sério, faz muita diferença! Desculpem qualquer erro~


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