História Valley Star - Confusions Around You - Kentin - Boys Meeting

“Depois de tanto tempo, será mesmo que ela virá para cá?” este pensamento não saía da cabeça de Kentin. Um garoto pouco sociável, porém movido a enfrentar qualquer coisa.

Andando em direção ao dormitório masculino, sua dúvida foi solucionada: lá estava Seren junto de Nathaniel, o coração de Kentin acelerou. A garota fazia-o lembrar-se de uma pessoa muito importante de seu passado. “Como pode? Anos e ela continua com este rosto delicado e lindo, os cabelos cresceram, mas brilham como antes”. Seren o encarou por poucos segundos, Kentin estremeceu de vergonha, não sabia onde enfiar a cabeça. “Será que ela me reconheceu?”, a garota desviou seu olhar sem o cumprimentar, Kentin teve sua resposta.
No dormitório masculino alguns garotos se reuniam em um quarto.

- Morreu! Finalmente, agora é minha vez! - Falou Castiel, um garoto de cabelos vermelhos e olhos acinzentados, normalmente mal-humorado, para Armin. O qual sempre foi muito habilidoso em jogos digitais. As únicas coisas que ele desejou mesmo ter levado ao Colégio Interno e não se arrependeu, foram seus consoles.

Entregou o controle a Castiel e deitou em sua cama. Sentado no chão estava seu irmão gêmeo, uma cópia perfeita, porém mais chamativa. Enquanto Armin tem cabelos negros e um visual mais básico, Alexy tem cabelos azuis e usa roupas bem coloridas e destacadas.

- Hey, Ken!

Ken passava perdido em seus pensamentos pelo corredor, "por que tinha que ser o Nathaniel para apresentar o colégio a ela?". Escutou a voz fina e alta de Alexy o chamando, deu meia volta e se dirigiu ao quarto.

- E ai...

- Sente-se, vamos conversar. – Disse Alexy.

Castiel se jogou no chão e gritou raivoso e desapontado:

- Aaaaah! Que droga, como você consegue ser tão bom nesse jogo?! Eu não consigo passar nem da primeira missão. - O garoto suspirou. - Vamos comprar algo pra beber! Esse quarto está um forno, ainda mais agora que esse “militarzinho” chegou. - Castiel olhou para Ken com desprezo.

Kentin passou muito tempo em um Colégio Militar, seu pai o forçou, pois o garoto era maltratado na escola e não reagia. Giles (seu pai) não admitia isso, portanto fez com que seu filho treinasse e “deixasse de ser um banana”, palavras dele.

Os meninos se levantaram e seguiram até a cantina. Ao descerem a escada do dormitório Castiel esbarrou em Nathaniel, os dois tinham uma rixa pessoal desde os primórdios.

- Ei, olha por onde anda! - Castiel murmurou.

Nathaniel o ignorou e seguiu em frente. Ken pensou: "Esses dois se amam mesmo". Lembrou de ter visto Seren ao lado de Nath e falou:

- Nathaniel estava com uma aluna nova.

- Eu não sabia que Nathaniel era tão galanteador assim... – Brincou Alexy.

Ao imaginar Nathaniel com Seren, Ken responde tímido e irritado:

- Nããão!! Nada disso, ele estava só sendo educado e apresentando o Colégio para ela. – "Eu espero, pelo menos...".

- Ah sim! Nathaniel e seus serviços idiotas pelo Colégio. – Falou Castiel.

Chegaram na cantina e Castiel foi até o balcão:

- Um refrigerante de dois litros.

A moça foi até a geladeira e trouxe uma garrafa grande. Castiel entregou o dinheiro e disse:

- Pode me dar o troco em balas?

A moça colocou alguns chicletes e pirulitos em um saquinho e o entregou.

- Falou! - Castiel saiu.

- De nada! "Educadinho"... - Disse a moça.

Ken suspirou e falou:

- Não liga para ele, acho que existe uma áurea maligna o sobrevoando e o impedindo de ser gentil.

A moça riu, Ken seguiu os outros garotos e sentaram em baixo de uma árvore. O local mais iluminado durante a noite, era tranquilo e uma brisa fresca passava por ali. Começaram a se servir da bebida quando Lysandre passou com Rosalya, sua cunhada. Esta sussurrou algo, Lys se direcionou aos meninos e sentou-se ao lado de Ken.

- Olá, posso apreciar o momento com vocês?

Alexy riu e disse:

- Não há nada a se apreciar aqui, esses moleques só falam merda.

- Não é verdade! – Disse Ken irritado.

- Eu poderia ter ficado no quarto upando. – Armin falou decepcionado.

- Então... Por que você não fala mais sobre a garota nova que você disse ter visto? - Exclamou Alexy.

- Ah...- Ken murmurou tímido.

- Desembucha! O que sabe sobre ela? – Insistiu Alexy.

Ken demorou um pouco para abrir a boca, estava inseguro, mas em seguida soltou tudo que tinha para dizer:

- Bem, eu e ela estudamos juntos quando pequenos. Pelo que eu sei, desde quando ela saiu da nossa ex-escola nunca ficou muito tempo em outra. Os pais dela não param de viajar e ela sempre ia com eles, pelo jeito se cansou.

- Deve ter sido triste, mas emocionante também. Eu gostaria de viajar mais...– Disse Lysandre.

- Pois é, viajar é muito massa, mas com os pais... Blé! – Alexy falou.

- Fica quieto, sempre que a gente viaja nossos pais compram tudo que você quer. – Armin o respondeu.

Alexy riu e disse:

- É, neste ponto é bom, hahaha! Ela deve ter histórias pra contar.

- Mas não vamos a pressionar, deve estar sendo muito estranho para ela depois de tanto tempo sem entrar numa escola normal. – Disse Lys.

- Ah, a única coisa que importa pra mim agora é: Ela é bonita? – Falou Castiel grosseiramente, como sempre.

Todos os garotos voltaram seus olhos para Ken, que corou e não sabia como reagir, queria dizer: “Claro! E muito, seus olhos são roxos como um mar de rosas e seu cabelo brilha como bronze, assim como o de... A única coisa ruim é que ela usa óculos”. Mas o que ele realmente disse foi:

- Sim...

- Só isso? – Disse Castiel.

- É-é... Uma doçura.

Todos se olharam e pensaram que iam ter que tirar as próprias conclusões sobre o assunto. Continuaram conversando sobre coisas aleatórias até o refrigerante acabar, em seguida se levantaram e voltaram ao dormitório.

- Tchau, galera, preciso fazer algo antes de dormir. – Disse Lys saindo em direção ao dormitório feminino.

- O que será que ele tem? Não pode estar traindo o irmão, né? – Falou Castiel se referindo a Lys e seu irmão Leigh, namorado de Rosalya.

- Acho que não. O Lysandre nunca faria algo assim, você conhece ele... – Disse Alexy.

Todos se despediram e Ken entrou em seu quarto, onde encontrou Nathaniel terminando um exercício de matemática.

- Boa Noite. - Ken falou sério.

- Oi, queria falar com você. Eu conversei com a sua amiga. – Nath sorriu.

- Eu vi, mas ela nem se lembra de mim, não da pra nos considerar amigos.

Ken higienizou suas mãos, foi até o espelho e retirou suas lentes, tinha vergonha de usar óculos. Havia sido ridicularizado várias vezes por causa deles, então se adaptou as lentes.

- Tudo que você me falou é verdade, ela cheira a rosas. – Nath fala comovido, com um olhar atrapalhado.

- AAAH?!? Não precisava me lembrar de ter dito isso... – Ken desvia o olhar de vergonha. – Mas, você a cheirou?

- Bem... Não, mas eu pedi pra carregar a bagagem dela e ela se aproximou, daí consegui sentir.

- Você precisa ser sempre tão cavalheiro?

- Não, só tento ajudar. – Nath voltou seu olhar pra tarefa e se focou nela.

Ken se indignou de leve em pensar que Nath havia se aproximado de Seren, pegou seu óculos na cômoda que ficava ao lado da cama e o colocou, se aproximou de Nathaniel e falou:

- Então, qual é a desse trabalho de matemática?

- Não é um trabalho, estou apenas estudando.

- Oh... Não sei porquê sempre esqueço que você é apenas mais um CDF.

- Hey, estou realmente tento problemas pra resolver isso, você conseguiu entender a matéria?

- Hum... Deixe me ver... - Ken puxou uma cadeira, sentou ao lado de Nathaniel e leu o exercício mentalmente.

- Por que você não usa esses óculos durante a aula?

Kentin ignorou, pegou a lapiseira e começou a resolveu o exercício. Nathaniel continuou:

- Eles me lembram a garota nova, como é mesmo o nome dela? Eu não consegui ouvir.

Ken irritado, gritou:

- Seren Dahlia!

- Calma...

- Estou tentando te ajudar com essa merda e você não para de falar. - Ken entregou o caderno com o exercício pronto.

- Você fala de mim, mas você sabe tudo sobre todas as matérias, parece que fica tentando ser quem não é.

- Quem é você pra falar isso? Tentando ser certinho o tempo todo e não aproveitando nada da vida, eu costumava ser mongo assim, mas não sou mais. - Jogou o óculos na escrivaninha e deitou em sua cama. - E sobre os óculos, você sabe como odeio eles, já conversamos sobre isso, você prometeu não falar para ninguém sobre eles.

- Eu não vou falar, só acho idiota você ter tanta vergonha, você fica fofo com eles.

Kentin corou e falou:

- Ve se não demora muito ai, to afim de dormir...

- Daqui a pouco eu apago a luz, já estou terminando aqui.

- Ótimo, boa noite.

Ken fechou os olhos e depois de um tempo adormeceu.

Era 6:30 da manhã, Nathaniel levanta e acende a luz.

- Aah, não!!! - Ken reclama da luz e cobre os olhos com o travesseiro.

Nathaniel se troca rapidamente e fala:

- Levanta ai, vou fazer o café.

A rotina era sempre a mesma, mas Ken nunca se acostumava, todo dia era um sofrimento para levantar ao contrário de como era para Nathaniel, que jamais se atrasava e acordava com o maior ânimo.

Ken descansa por mais 5 minutos e levanta, coloca a primeira roupa que pega no armário e se dirige a pequena cozinha do dormitório, lá estava Nathaniel e outros rapazes tomando café, bebeu uma pequena xícara, pegou um pão e saiu em direção ao bloco B, onde teriam aula de história. Ken foi direto para a sala e deitou em sua carteira, pensou: "Ainda falta alguns minutos pra aula começar", fechou os olhos e acabou adormecendo.

- Ei, Ken! O professor já chegou. - Alguém o chamou.

O garoto abriu os olhos e viu tudo embaçado. Seu olho normalmente demora para focar depois de dormir com as lentes, o que não é recomendado, mas Ken faz do mesmo jeito. Quando sua visão limpou, se deparou com Lysandre entrando na sala ao lado de Seren, ambos rindo. Ken se ergueu rapidamente e fingiu que nada tinha acontecido.

Junto de Seren estava também Rosalya e Violette, elas conversavam. O único lugar livre na sala era ao lado de Castiel, algumas carteiras para trás de Ken. Seren se despediu das garotas e sentou em sua carteira. Ken não parava de encará-la, mas estava tão avoado que nem percebeu que isso pudesse ser um pouco aterrorizante.

Seren o olhou e acenou, “Será que ela se lembrou de mim?”. Ken não a respondeu, virou para frente assustado e continuou pensando.