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História Valsa para quem partiu - Rodopia, Minseok, na sala de pintura


Escrita por: Nevermore_

Notas do Autor


Voltei com uma pequena side!fic de Branco, e já deixo o aviso de que não é preciso ler a outra para ler esta xD a não ser que queira saber como se conheceram e etc.

Link nas notas finais de músicas para acompanhar a leitura (indico escutarem!)

Capítulo 1 - Rodopia, Minseok, na sala de pintura






 

O que vem lá adiante é a tristeza.

De mãos dadas com as lágrimas, usurpando qualquer lembrança ou sentimento pândego.

Conseguiam mais uma vez.



 

Os dedos finos seguravam com firmeza o pincel. Não se pode, nessas horas perder a concentração.



 

O que vem lá adiante é a solidão.

De mãos dadas com o escuro e a letargia, arrastando-se pelos cantos.



 

Matizando a tinta, entre o laranja e o branco.

Mais branco do que laranja.


 

Pêssego? Não. Mais claro ainda.


 

A pele pálida e aveludada que um dia os dedos calejados pelo tempo, outrora tocaram.



 

Deslizaram, sucumbiram.

Apertaram, acariciaram.



 

O que vem lá adiante é o vazio.

De mãos dadas com o espaço e o tempo, não incontingentes.

 

O tic-tac do relógio torto na parede tingida e respigada.

 

Outrora um retrato ali havia, já não mais.





 

O que vem lá adiante é o desespero.

De mãos dadas com a agonia e a dor. No âmago, dor perene de uma perca.

 

Rodopiava na sala. Girava os calcanhares no chão. Sobre a tinta e uma tela e outra.



 

Bagunça, desolação, mas ainda um coração batendo.




 

Apenas um?

Sim, um só, agora.



 

De lá pra cá. O pincel tocava a tela trançada fio por fio. A imagem ia se formando.

 

Limpe o pincel na água cor chá.



 

Um dia amou, no outro, não mais.




 

O que vem lá adiante é a insanidade.

De mãos dadas com a despedida precoce de um amor outrora vivido como nunca.





 

-Será que podes, sim? Erguer teu queixo à acima?

-Como quiseres, ma petit.






 

Agora, o roxo, o lilás, o púrpuro.


 

Violetas pintadas com amor e carinho. Plenitude nos olhos brilhantes que já há tempos se apagaram.

Uma cortesia para quem lhe serviu o vinho naquela tarde.





 

Rodopia, Minseok, na sala de pintura.






 

Uma cor só?

Sim, o preto. Minha cor favorita, você.






 

Cabelos brancos. Tão claros e níveos.






 

O que vem lá adiante, é Lu Han.

De mãos ocupadas, carregando a tela com certa rubrica ao canto.

Alma plissada, que mau respira.

 

Outro dia, rapaz janota.

Em seu funeral, pele fina como papel seda.

Mas ainda belo.





 

Agora vem o bege, da sarja. Enrole o pincel e deslize. Mescle as cores na paleta.






 

O que vem lá adiante é a concentração.

De mãos dadas com o perfeccionismo de uma pintura servente de lembranças do passado.

 

As mãos devem ser sutis ao segurar o vaso lascado, de barro vermelho.

 

Não se pode, nessas horas, dilapidar tinta.





 

-Está pronto! Vê?



 

Gritou, eufórico. Louco, beirando a sandice.




 

O auto retrato de seu amor verdadeiro.

Sem modelo e nem cor.

Por que cor é luz. E sem luz, os olhos não captam cores.






 

O que vem lá adiante, é o fenecimento.

Sem mais.










 

“O verdadeiro valor de um homem não pode ser encontrado nele mesmo, mas nas cores e texturas que faz surgir nos outros.”

Albert Schweitzer




 


Notas Finais


Ouçam enquanto leem > https://www.youtube.com/watch?v=unCVi4hYRlY

Branco > https://spiritfanfics.com/historia/branco-5285459

Espero que tenham gostado <3


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