A tarde de domingo passou de forma agradável para Lu Han e Sehun que passearam pelas vielas históricas de Shichahai e comeram em um dos restaurantes tradicionais da região. O coreano estava encantado com tudo que via e comentava que este era um dos lugares em que Xiao Bai tinha dito que o levaria.
- É um bairro muito famoso aqui de Pequim, pode ver como está cheio de turistas.
- Aqui é incrível! Luge, vamos alugar um barco? Ouvi dizer que é um programa comum aqui para ver o pôr-do-sol – o menor o encarou – isto é, você acha que tudo bem fazermos isso?
- Sim, vai ser ótimo para fechar o dia.
Depois de curtirem o fim do dia no lago, se sentaram em um dos bares e jantaram ao som de músicas variadas. Voltaram para o apartamento do mais velho e, antes de deitarem, Lu Han lembrou que precisava ter passado na farmácia.
- Eu vou descer na farmácia, já volto aqui.
- Não está se sentindo bem? – perguntou preocupado.
- Não é isso – sorriu – eu preciso pegar uns itens de higiene e...
- Ah sim...
- Quer alguma coisa?
- Não, obrigado.
O menor saiu do apartamento e Sehun se jogou na cama, se sentindo feliz pelo dia perfeito que havia passado ao lado do chinês. A campainha tocou e ele levantou num pulo, pensando que poderia ser Tao ou o mais velho que esquecera a chave, mas ao abrir, se surpreendeu com quem estava ali.
- Sehun?
- Caiqin? O Luge não está em casa... Você precisa de alguma coisa? – observou ela entrar e dar uma breve olhada no ambiente.
- Eu queria conversar com ele. Você está morando aqui? – perguntou com ar desinteressado.
- É o que parece, não?
- Você diz a ele que eu passei aqui? Não posso ficar esperando.
- Eu aviso. Boa noite.
Ela se despediu e saiu em seguida.
- Hoje foi o dia das visitas, né?
- Sim! Se o plano fosse ficar dormindo o dia todo ninguém teria aparecido.
- Você diz dormir sozinho, né?
- Sim, sozinho – riu do comentário alheio.
- Veio mais alguém enquanto você esteve fora.
- O Tao? Ele foi grosseiro com você?
- Não, não foi ele.
- O Baek? Apesar que se fosse ele ficaria por aqui...
- Também não...
- O porteiro? O síndico? A vizinha de baixo?
- Por que a vizinha de baixo viria? – cruzou os braços.
- Ela já me pediu pra cuidar do gato dela.
- Humm, mas não também. A Caiqin veio aqui.
- E o que ela queria? Não tem mais nada dela aqui.
- Disse que queria falar com você e pediu pra eu te avisar da visita.
- Se for importante ela vai me ligar – sorriu.
Os dois estavam apreensivos em descobrir o sexo do bebê e mal podiam esperar para ouvir o nome do chinês ser chamado pelo médico, o que não demorou a acontecer. Depois de algumas perguntas, o chinês deitou na maca para ser examinado.
- E então, doutor, é menino ou menina? – Sehun olhava atentamente para a tela do ultrassom.
- Acho que vocês terão que ter mais um pouco de paciência – o médico falou pouco tempo depois – a posição que o bebê está não permite vermos o sexo hoje.
Eles andavam lentamente até a saída do consultório, felizes por estar tudo bem nos exames, mas um pouco desapontados por ainda não saber se seria um menino ou menina.
- Posso dormir lá hoje?
- Pode. Só não repara na bagunça, estou organizando tudo pra mudança...
- Mas você não se muda só na terça?
- Sim, mas como vou passar o final de semana no seu apartamento, preciso adiantar algumas coisas.
- Hum...
- Não é nada demais, só algumas roupas e calçados que uso menos.
Lu Han segurava uma placa com o nome do pai de Sehun enquanto o mais novo tinha se afastado para ir ao banheiro e comprar um chá para o menor que estava com sede. O que ele não esperava é que o casal apareceria justo nesse momento. Ele sentiu um frio percorrer sua espinha, mas lançou um sorriso acolhedor ao ver os mais velhos se aproximarem.
- Lu Han? – o homem perguntou e ele assentiu – é um prazer conhece-lo.
- O prazer é meu, Senhor Oh e Senhora Choi. – fez uma breve reverência.
- Cadê o Sehun?
- Ele foi comprar um chá e já deve estar voltando.
- E como vocês estão?
- Estamos bem – colocou a mão na barriga – mas ainda não sabemos o sexo, só na próxima consulta.
- O Sehun disse que a consulta seria agora...
- Foi quinta, mas não deu pra ver, porque o bebê estava virado...
- Ahn... – o casal falou juntos. – Nós compramos algumas coisas, espero que não se importem.
- Claro que não, ficamos muito agradecidos...
- Mãe, pai! – o mais novo chegou e abraçou os mais velhos.
- Tudo bem meu filho? Ele parece ser um amor de pessoa! Tão bonito e educado! – a mulher elogiava em coreano, deixando o menor deles sem entender nada.
- Não é? – Concordou com um largo sorriso no rosto. – Vamos para o carro, eu ajudo vocês com as malas. Aqui está seu chá, Luge – entregou o copo ao chinês que agradeceu.
Já no apartamento, Lu Han já se sentia mais à vontade com os mais velhos e sorria animado ao lado do coreano ao abrir os presentes que receberam para o bebê. Entre os itens, o que mais tinha eram roupas e produtos de higiene, tudo muito colorido. Eles conversavam sobre seus palpites quanto ao sexo da criança e apenas a senhora Choi e a mãe de Lu Han pensavam ser uma menina.
- Sehun, você lembra da barriga da Hara, não lembra? A do Han se parece muito com a dela.
- Ai mãe, acho que isso de formato não quer dizer muito sobre o sexo.
- Já falei isso a ela, meu filho.
- Minha mãe também acha que será uma menina, mas meus primos todos tiveram meninos, então acho bem provável que seja um menino também.
- Outra razão para ser menina. Na nossa família, apenas uma prima de segundo grau do Sehun teve menino.
- Por via das dúvidas nós decidimos por fazer um quarto com tons de creme e marrom. Depois podemos colocar cor na roupa de cama e brinquedos.
- E vocês vão morar juntos então? Han, você está morando aqui?
- Pai, a gente ainda está decidindo sobre isso... – Sehun ficou desconfortável com a pergunta, pois esse era um assunto que eles não conversavam e o mais velho até estava se mudando para outro apartamento.
- É uma opção nós dividirmos o apê, mas temos que analisar várias coisas, como trabalho, faculdade e espaço, né Sehun?
- É, isso mesmo. Ainda mais que a mãe dele vai passar os primeiros meses mais perto pra ajudar...
O senhor Oh mudou o assunto ao perceber que era ainda algo delicado para os rapazes e, depois de serem acomodados no quarto de hóspedes, saíram todos para jantarem juntos. O chinês aproveitou a oportunidade para provocar o mais novo e seduzi-lo a fim de que tivessem uma noite agitada. Ele deixou os primeiros botões da camisa desabotoados e o cabelo estava um tanto desalinhado. Colocou uma das calças mais justas e fez gestos sutis para o mais alto, que captou suas intenções e retribuiu com olhares e toques por baixo da mesa.
A semana passou rapidamente e na noite de sexta, o chinês decidiu oferecer um jantar no apartamento novo para seus amigos e pediu ao coreano que chamasse os dele também. Ele finalmente foi apresentado ao amigo de infância de Sehun e ao notar a interação entre os dois, sentiu-se um pouco enciumado, pois o coreano não saía de perto de Peng. Baekhyun notou o que atraía a atenção e se aproximou.
- Não tá conseguindo disfarçar é?
- Disfarçar o quê? – perguntou emburrado.
- O incômodo de ver o Sehun com o Peng...
- Pior que tá difícil mesmo, mas não acho que eles tenham algo, é só que eu me sinto deixado de lado... Ele me apresentou pro amigo e só!
- E você também não ficou conversando com o rival né?
- Estou agindo feito um adolescente – reclamou – e ainda preciso falar com o Tao...
- Aconteceu mais alguma coisa?
- Eu te conto outra hora, aqui tem muita gente.
Todos conversavam na sala quando Lu Han se afastou para o quarto e foi seguido por Tao.
- Han, será que a gente pode conversar? – o mais alto disse se apoiando na porta.
- Podemos... na verdade devemos, né?
- Você não tem mais falado comigo e eu sei que fui um pouco inconveniente, mas...
- Um pouco? – riu soprado – você ficou me julgando e me criticando esse tempo todo desde que te contei sobre a gravidez.
- Eu sinto muito por isso. Me desculpe, mas é que eu... – se aproximou do menor e segurou o rosto deste entre suas mãos – eu gosto de você – selou os lábios rosados e entreabertos.
Sehun viu quando os dois amigos pegaram o corredor em direção ao quarto e ficou curioso para saber o que acontecia, então seguiu até lá e parou na porta, ficando chocado com a cena que presenciou. Se encostou na parede pelo lado de fora e escutou o que veio na sequência.
- Faz tempo que eu tento esconder esse sentimento e quando você me contou que tinha dormido com um cara eu surtei...
- Eu sempre gostei de você como um irmão, Tao. Por isso me magoei muito com a sua reação. Eu não queria ferir seus sentimentos, mas não insista nisso.
- Por que o Sehun?
- E por que não?
- Então vocês dois... Vocês estão juntos?
- Eu estou gostando dele, Tao – o maior que escutava do lado de fora do quarto sentiu o coração acelerar com a confissão do chinês – e eu gostaria de pedir a você que trate ele bem. Não estou dizendo pra ir lá e fazer amizade, mas pare de pegar no pé dele.
- Sincero e direto como sempre, não? – deu um meio sorriso – bem, eu vou voltar pra sala.
O coreano fingiu que acabava de chegar no quarto, sobressaltando os chineses.
- Luge, tá tudo bem?
- Está sim, só estávamos conversando, né Tao?
- É... bem, com licença – saiu e deixou os outros dois a sós.
- Você estava demorando, fiquei preocupado...
- Mas tá tudo bem.. Precisava conversar com ele... Eu só vou usar o banheiro, já volto pra sala.
- Tá bom... – ele teve o ímpeto de dar um selar nos lábios do menor, mas se conteve.
Ao final da reunião, enquanto todos se despediam e deixavam o apartamento, Lu Han pediu ao coreano que ficasse com ele.
- Ahn, tudo bem...
- Se você tiver compromisso eu vou entender.
- Não, é que... Bem...
- Se não quer ficar, não fica – resmungou chateado e foi para o quarto.
- Não é isso Luge... – foi atrás.
- É o que então?
- Eu tenho medo que você enjoe de mim...
- Por que eu enjoaria? – Perguntou surpreso.
- Bem, até pouco tempo você nem me queria por perto e...
- Sehun, pensando apenas pelo lado fisiológico, carnal... – interrompeu o maior.
- Lá vem... – comentou enquanto revirava os olhos.
- Nós nos damos bem na cama, não acha? – o maior assentiu - eu nunca enjoaria de fazer amor com você. E também... Você me faz tão bem...
- Eu fico, então. – ao falar isso foi abraçado pelo menor.
- Eu preciso e quero muito falar um assunto importante com você – encarou o coreano que agora afagava seus cabelos.
- Você quer falar agora?
- Uma das noites que você dormiu comigo, bem no começo, você disse várias coisas que admirava em mim e...
- Algumas das razões de eu gostar de você.
- Sim, e diferente daquela noite, hoje eu tenho muito o que lhe dizer... eu gosto da forma como você trabalha....
- Você já me disse isso antes – Sehun lhe interrompeu.
- Gosto de como você fica ao meu lado, mesmo depois de eu ter sido tão rude com você e gosto dos seus toques e cuidados... – esperou para ver se seria interrompido novamente. Como isso não aconteceu, ele prosseguiu – eu me sinto seguro com você. Pode parecer estranho, mas a atenção e responsabilidade que você tem com tudo, não só quanto a mim e ao bebê, e o seu jeito firme de se impor... – Suspirou – enfim, essas semanas que estamos convivendo me fizeram perceber o quão especial você é pra mim.
- Luge...
- Eu estou gostando de você, Sehun. Gostando pra valer...
- Tipo apaixonado? – o coreano mantinha um sorriso discreto.
- É, bem apaixonado – apoiou a testa no peitoral alheio, um tanto envergonhado pela confissão.
- Que bom que estamos no mesmo barco – beijou a cabeça alheia antes de afastar os corpos e capturar os lábios do chinês num beijo intenso.
Sehun acordou recebendo muitos beijos pelo rosto e lábios, então abraçou o chinês e o puxou de novo para a cama, fazendo este soltar um murmúrio de surpresa, seguido de uma risada.
- Bom dia, Sehunnie!
- Luge... – sua voz sonolenta saiu um tanto rouca – como você está? E o nosso filho? – passou a mão pela barriga do chinês.
- Está bem. Ele veio chamar o pai dele para o café...
- Humm... Será que ele quer um beijo de bom dia? – perguntou enquanto se inclinava e beijava a barriga.
- Só um? – reclamou e o maior distribuiu mais selares pela região antes de se sentar na cama e beijar os lábios do mais velho que levou uma de suas mãos à nuca alheia e aprofundou o contato. Os dois se separaram e Lu Han saiu de cima da cama. – vou te esperar na cozinha, tudo bem?
- Eu vou ser bem rápido – sorriu para o menor e já foi se levantando ao mesmo tempo em que o outro deixava o quarto. Vestiu-se rapidamente e entrou sorridente no outro cômodo.
Depois de meses ele finalmente conseguira conquistar Lu Han e isso fazia ele se sentir extremamente feliz e seguro em demonstrar seu carinho, sem correr o risco de ser repreendido pelo mais velho.
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