Sehun arrumava as malas em seu apartamento e cantarolava uma música qualquer. Ele já havia assinado os papeis rescindindo o contrato de aluguel e agora só restava terminar de levar seus pertences para o novo lar que dividiria com o mais velho. Apesar de feliz com a mudança, ele sentia um aperto no peito que julgou ser ansiedade, mas logo descobriria o real motivo. Seu celular vibrava insistentemente na bancada da cozinha e ele atendeu ainda sorridente.
- Alô? – o que seguiu após isso o petrificou e fez seu sorriso sumir. Sua mão livre ficou apoiada no local onde o celular estava antes de tocar e seu corpo pendeu para trás, sendo amparado pela parede. As palavras que pronunciou durante a ligação foram formuladas com dificuldade e tudo que ele fez ao desligar o telefone foi olhar em volta a procura da carteira e das chaves do carro.
Logo que chegou ao hospital, Sehun perguntou em qual andar Lu Han estava e subiu até lá, encontrando o médico conversando com as enfermeiras.
- Boa noite, sou acompanhante do Lu Han – disse ao se aproximar. O médico olhou para ele e se apresentou, se afastando da sala ao lado dele.
- Sou o doutor Li, você é o namorado dele, Oh Sehun?
- Sim, sou eu. Como ele e a Danbi estão? – perguntou mesmo temendo a resposta.
- Estamos preparando ele para uma cesárea de emergência e o bebê ficará internado na UTI neonatal, então poderemos tratar o seu namorado.
- Mas não é muito cedo para ela ficar internada? Ela não tem nem seis meses...
- Se não fizermos isso podemos perder os dois, você está ciente do que ocorreu com ele?
- Não, eu estava em casa quando recebi a ligação do hospital...
- Bem, parece que o local que em que ele trabalha foi assaltado e os invasores agrediram ele e os outros funcionários que estavam lá.
- E o que ele tem? – o rapaz estava ficando irritado com as poucas informações que recebia.
- Diversos hematomas pelo corpo e descolamento da placenta devido a uma lesão no abdômen... – uma enfermeira chamou o médico e ele se retirou em seguida.
O coreano sentou-se no banco da sala de espera e escondeu o rosto nas mãos, rezando para que nada pior acontecesse. Decidiu ligar e avisar sua família, além de telefonar para Chanyeol e para seus amigos e os amigos do namorado. Os pais do menor chegaram e ele os atualizou com as informações e todos ficaram ali esperando por mais notícias.
Depois de horas sem nenhuma informação, o médico saiu e falou sobre o sucesso da cirurgia e os cuidados e riscos do bebê que agora estava internado na UTI neonatal.
- Como o sistema imunológico dela é imaturo, ainda não produz anticorpos e não se defende das infecções de uma maneira tão vigorosa, temos que ficar atentos e ser pacientes.
- Mas ela vai sobreviver, não vai?
- Não podemos dar garantia disso, senhor Oh.
- Eu posso vê-la? Ou ver o Han?
- Vou pedir para a enfermeira lhe acompanhar até a UTI neonatal.
Os pais de Lu Han foram autorizados a visitar o filho, mesmo ele estando sedado. Nesse meio tempo Chanyeol e Baekhyun chegaram no hospital e encontraram Peng e Xiao Bai na sala de espera.
- Já falaram com o Sehun? – o coreano mais baixo perguntou preocupado.
- Não, acabamos de chegar e nos disseram que ele foi ver a Danbi na UTI...
- Como assim? – o gestante arregalou os olhos e sentiu um aperto em seu peito, pois ele sabia que era um momento delicado para o bebê.
- Parece que tiveram que tirar para garantir que os dois ficassem bem... – Peng, que tinha conversado mais ao telefone com o amigo explicou. Todos ficaram em silêncio quando Sehun apareceu com os olhos vermelhos e sussurrou com voz chorosa.
- Ela é tão pequenininha! Não é justo que esteja passando por tudo isso! – Chanyeol o abraçou e ele chorou ao ser acolhido pelo maior.
- E o Han, como ele está? – Xiao Bai perguntou assim que o coreano se soltou do abraço.
- O médico disse que ele está estável. Os pais dele foram visita-lo. Tenho medo da reação dele ao ficar sabendo que fizeram o parto emergencial...
O temor de Sehun se concretizou quando, pela manhã, o menor acordou e sentiu um vazio em seu ventre, logo se desesperando e precisando do socorro do médico e das enfermeiras. Mesmo escutando que a filha estava bem na medida do possível, ele percebeu na conversa do médico que isso não significava muito no momento. Ele estava quase inconsolável e só se acalmou um pouco quando o namorado lhe contou que tinha ido vê-la.
- Ela é tão pequena... O doutor disse que precisamos ter paciência, que esse é um período delicado – entrelaçou seus dedos aos do menor – nós precisamos ser fortes, Han.
- Por que isso tinha que acontecer, Hunnia? – a voz embargada saiu baixa.
- Eu não sei, Han, não consigo entender também. Mas estou feliz que você está bem. Senti tanto medo de perder vocês dois, não sei o que seria de mim – beijou a mão do chinês e depois deixou um breve selar na testa do amado.
Lu Han já tinha recebido alta e voltado a trabalhar, mas sua atenção era toda para seu celular, com medo de perder alguma ligação do hospital. Ele e o maior passavam todos os dias para ver a pequena que estava internada a quase um mês. Apesar do sofrimento e estresse que toda a situação trazia, ele sentia cada vez mais esperança de que a filha ia sobreviver.
Ele saiu da revista assim que terminou de escrever sua coluna e já se preparava para pegar o elevador quando se deparou com a ex-noiva na recepção.
- Han, tudo bem? Eu soube o que aconteceu...
- Estaria melhor se a Danbi não estivesse internada na UTI. – as olheiras fundas e a expressão cansada mostravam o quão difícil estava sendo para ele toda a situação.
- Eu sinto muito por tudo isso.. Estou rezando para que ela se recupere bem.
- Obrigado. Eu estou indo ao hospital agora...
- Posso ir junto? – ela pediu um tanto quanto receosa...
- Se não se importar de ver o Sehun por lá também...
- Apesar do que você fez e das nossas brigas, eu gosto de você. Não da mesma forma, mas me preocupo.
- Eu sei e agradeço seu apoio. – ele chamou o elevador e no momento em que chegaram ao térreo, seu celular tocou e ele sentiu um frio percorrer a espinha.
- Alô?
- Boa tarde, senhor Lu Han?
- Pois não? – o coração batia acelerado e as mãos estavam geladas.
- Aqui é a enfermeira Wang, do Hospital Central de Pequim...
- Tá tudo bem com a Danbi?
- O senhor pode vir ao hospital agora? O doutor Li precisa conversar com o senhor.
- Cl-claro, já estava a caminho daí mesmo. – terminou de falar com a moça sentindo um bolo de lágrimas se formar em sua garganta.
Ele e Sehun olhavam apreensivos para o médico que soltou um suspiro pesaroso e começou o relato que deixou o casal quase sem chão.
- Como eu já havia dito, nessa idade a proteção contra doenças não está completamente desenvolvida e infelizmente ela teve uma piora no quadro e lamento dizer que são poucas as chances de uma recuperação. Nossa equipe está fazendo tudo o que está ao nosso alcance para que ela estabilize.
O mais velho abraçou o namorado e começou a chorar e dizer coisas em meio ao choro, se negando a aceitar o que acabava de ouvir. Sehun o apertou em seus braços e acariciou suas costas, deixando algumas lágrimas rolarem por sua face.
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