Assim que o casal saiu da sala do médico, Caiqin se levantou e sentiu um aperto no peito ao ver ambos tristes e o ex-noivo ainda chorando.
- O que ele queria? – ela perguntou temerosa pela resposta.
- Ela não está bem e nós não podemos nem visita-la, somente olhar de longe... – Lu Han respondeu num fio de voz.
- O médico disse que não há muito mais o que fazer, que pode ser que ela não resista.
- Eu sinto muito – ela falou chocada com as últimas notícias.
Já no apartamento, os dois deitaram na cama lado a lado e ficaram fitando o teto em silêncio. Na cabeça de cada um passava um filme de tudo que viveram até ali e a incerteza de como seria o futuro. Sehun suspirou e o menor o fitou por uns instantes e então começou a falar o que estava pensando.
- Você acha que é certo tentar se conformar com a perda da nossa filha? Não consigo admitir que isso pode acontecer.
- Não tem certo ou errado Han, mas eu prefiro acreditar que ela vai melhorar, porque não sinto que é a hora de se despedir dela, entende?
- Como assim você sente? Você sentiu que algo de ruim estava pra acontecer? – perguntou.
- Eu passei o dia todo com um aperto no peito, achando que era ansiedade pra mudar pra cá, mas não era. Quando recebi a ligação do hospital que soube o que aquela sensação significava.
- Hum... Você é muito otimista. Pra quem não desistiu de mim...
- Tudo que podemos dar à Danbi é nossa atenção agora, e ter fé.
- Mas eu tenho medo de não conseguir suportar depois, Sehun. Eu não... – começou a chorar novamente e foi abraçado pelo namorado.
Nos dias seguintes os dois se revezaram em visitar a filha na UTI neonatal, sempre ouvindo as mesmas palavras que minavam as esperanças. Era final de tarde e Lu Han trabalhava na sala de espera do hospital, quando o doutor Li sentou ao seu lado. Instantaneamente o choro se prendeu à sua garganta e já podia ouvir a notícia que viria.
- Senhor Lu, sua filha está dando sinais de melhora da infecção. Ainda é cedo para comemorar, mas é algo muito improvável de acontecer com bebês prematuros, então estamos confiantes. – O sorriso que surgiu no rosto do médico iluminou o rosto alheio que deixou um suspiro de alívio sair seguido de um sorriso.
- Ah meu deus! Eu não esperava por uma boa notícia! – Sorriu e deixou o notebook de lado. Agradeceu ao médico e ligou para o mais novo contar a novidade.
Mesmo sabendo que aquilo não era a certeza de que o risco maior passara, o casal estava feliz quando saiu do hospital e foram comer em uma lanchonete na região. Eles haviam contado aos amigos e agora encontrariam Chanyeol e Baekhyun. Assim que o casal de coreanos chegou e se sentou com eles, a conversa fluiu esperançosa a respeito da melhora de Danbi. Eles estavam apreensivos, mas acreditavam na total recuperação da filha.
- E como você está se sentindo com esse barrigão? Está enorme! – o chinês comentou.
- E pesada que você não tem ideia, até parece que tem mais de um bebê! – resmungou com um bico nos lábios.
- O doutor já vai agendar a cesárea?
- Ele disse que a partir da 34ª vamos falar sobre isso...
- Ah sim... – ficou pensativo – quem sabe futuramente eu não passe por isso, não é? – sorriu. – Mas pra mim o que importa agora é minha filhota receber alta.
- Sim, e vocês tem tudo para quando ela for pra casa?
- O quarto está pronto, como você viu. Temos umas roupinhas e produtos, acho que dá para as primeiras semanas... O Sehun e eu temos passado muito tempo no quarto dela e eu quero ir no templo acender umas velas amanhã.
- Posso ir com você? – o mais velho concordou.
Após um tempo sem terem contato, Tao se reaproximou do amigo e o apoiou durante o momento que o menor passava. Mesmo ainda sentindo algo a mais pelo rapaz, ele se esforçou para manter a relação de amizade que sempre tiveram.
O coreano olhava mais uma vez para o cômodo e se certificava de que tudo estava devidamente arrumado e da forma como planejara. Correu até o quarto e acendeu os aromatizantes de ambiente para depois se sentar no sofá e aguardar o namorado.
Ao colocar os pés dentro do apartamento, sentiu o cheiro agradável do jantar e abriu um enorme sorriso ao maior que se levantou do sofá e o abraçou carinhosamente.
- Feliz cem dias de namoro, Luge! – disse isso e selou os lábios rosados do menor.
- Feliz cem dias de namoro, Hunnia! – retribuiu o carinho e apertou mais o abraço – você estava tão quieto que achei que não tivesse lembrado – confessou.
- Eu também pensei o mesmo – riu – venha, eu preparei nosso jantar. – puxou o namorado pela mão até a cozinha e os dois se sentaram à mesa, onde se alimentaram e brindaram a relação e também as boas notícias relacionadas à filha com um bom vinho.
A comemoração continuou no quarto, que foi preenchido com gemidos e juras de amor durante toda a noite.
Após pouco mais de dois meses internada, Danbi finalmente iria para casa. Lu Han e Sehun estavam animados para tê-la no apartamento sob seus cuidados e a mãe do chinês sentia uma alegria imensa ao participar do momento. O doutor Li assinou todos os papeis e passou as orientações aos três, então todos saíram com a pequena nos braços do mais velho, que sorria feito bobo olhando a filha dormir.
Enquanto a filha dormia no berço, o casal a observava em silêncio, mas um sentimento de calmaria tomava o ambiente. A família estava reunida e feliz depois de terem passado por tantas dificuldades.
Amigos e família de Baekhyun aguardavam ansiosos na sala de espera da maternidade. Foi então que Chanyeol apareceu emocionado e com um sorriso largo no rosto, dando as boas notícias a todos. Passados alguns dias tanto o rapaz quanto o bebê, foram para casa e Lu Han decidiu visita-los. Eles se sentaram no pequeno sofá que tinha em frente ao berço e ficaram conversando.
- O Jae é muito dorminhoco, às vezes chego bem perto dele pra ter certeza que está respirando, porque nunca vi uma criança tão calma – comentou.
- A Danbi não é tão quieta assim, mas também não é nada que me deixe de cabelo em pé – sorriu e passou o dedo de leve pela bochecha da filha que dormia em seu colo.
- Já pensou quando os dois crescerem? Vão ser grande amigos né?
- Eu acho que sim! – Respondeu sorrindo. Os dois então deixaram os bebês no cômodo com a babá eletrônica ligada e foram tomar um chá na cozinha e falar sobre os namorados.
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