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História Vamos ter um bebê - Contando aos pais


Escrita por: minHye

Notas do Autor


Olha só como voltei rapidinho desta vez! hahah

Capítulo 4 - Contando aos pais


Ao chegar em casa depois da conversa com Sehun, Lu Han se deparou com Caiqin terminando de arrumar as malas.

- O que está fazendo?

- Indo embora, não consigo olhar pra sua cara – ela respondeu secamente.

- Se você quiser ficar, eu posso achar outro lugar ou...

- Você ACHA que eu quero ficar aqui e lembrar a todo o momento o que aconteceu? – ela parou de arrumar a mala e se virou para ele – como pôde fazer isso comigo, huh?

- Eu sei que minhas desculpas parecem vazias, mas...

- Que bom que sabe, nem continue falando. Por mais que você veja um sentido no que fez, para mim foi uma traição e eu não admito isso. Você me traiu com um rapaz! – a moça falava alto e apontava o dedo na cara dele – e ainda engravidou. Isso é... isso me causa repulsa e raiva, sabia?

- Caiqin, por favor...

- Será que pode esperar lá fora enquanto eu termino de pegar minhas coisas? – o rapaz apenas se retirou do quarto e se sentou no sofá da sala. 

 

 

Os dois últimos dias tinham sido intensos para o chinês que via sua vida virar de cabeça para baixo. Ele fitava a mesa enquanto esperava seu amigo aparecer para conversarem. A campainha tocou e ele se levantou prontamente para atender.

- E aí, Han! Tudo bem? – se assustou com as olheiras do amigo, mas antes que perguntasse qualquer coisa o menor começou a falar.

- Tudo péssimo! Quer dizer, não tuuudo, mas quase tudo. Senta aí, quer beber alguma coisa?

- Uma cerveja. Mas o que aconteceu? – olhou em volta e estranhou a falta dos retratos do casal. – Cadê a Caiqin?

- Ela saiu... Saiu de verdade, foi embora.

- Por quê? Quando?

- Ontem à noite. Nós terminamos – passou a mão pelos cabelos. – Vou pegar as bebidas. 

Zi Tao se sentou no sofá e lembrou da noite em que o amigo aparecera na casa dele. Provavelmente ele já estava decidido a terminar, mas qual seria a razão?

- Eu fiz uma burrada enorme – o mais velho voltou e entregou a garrafa para Tao e se sentou também, tomando um gole de sua água.

- Você fez? – olhou surpreso, pois pelo que conhecia do amigo, ele era muito correto no que fazia.

- Sim, daquelas que você pensa "ah, ninguém vai ficar sabendo", mas aí aquilo cresce e toma proporções que você tem de lidar com ela.

- Você a traiu e ela descobriu?

- Não. Eu a traí e contei sobre a traição. – O maior arregalou os olhos como se não acreditasse no que ouvia – eu sei que parece estúpido contar que transou com outra pessoa, mas é que eu não tive escolha. Ou eu contava ou ela descobriria em uns meses.

- Eu não consigo acreditar que você a traiu! Por que você fez isso?

- Lembra quando a gente foi comemorar seu emprego novo e que eu me perdi na boate?

- Uhum... – se ajeitou no sofá, já imaginando o que viria pela frente.

- Não foi acidental. Eu já sabia o que queria fazer e eu fui dar uma volta ver se achava algum cara interessante.

- Você não fez isso...

- Fiz. Deve ser o destino, só pode, porque eu já tinha desistido quando vi um rapaz bonito dançando, ele tava com uma calça justa – fez uma pausa ao sentir uma leve ânsia – resumindo: a gente dançou um pouco aí rolou um clima e fomos pro apartamento dele. Eu já volto – saiu apressado para o banheiro e vomitou.

Por mais que não quisesse, as lembranças daquela noite voltaram claramente em sua cabeça. Lavou o rosto e enxaguou a boca, depois ajeitou o cabelo e voltou para a sala, já se sentindo melhor. Enquanto isso, Zi Tao tentava digerir o que o menor lhe contara, tentando imaginar a razão dele ter sido obrigado a contar para Caiqin. Entreabriu os lábios ao imaginar que Luhan tivesse contraído alguma doença ou que o rapaz o estivesse chantageando.

- Em que parte eu parei?

- Que você e o rapaz da boate foram pro apartamento dele.

- Ah sim. Bem, o problema, o primeiro deles, é que ele era estagiário na revista, no mesmo andar que o eu fico. Aí pra ficar pior, ele gosta de mim, se declarou depois que dormimos juntos.

- Puta merda, mas você já conhecia ele da revista?

- Sim, já. Eu disse que não era nada sério, que não ia repetir e fiz um favor pra carreira dele e pra minha paz, indicando ele pra assumir um cargo melhor na filial.

- Você fez isso pra se ver livre do cara?

- Também, ele é muito bom no trabalho. Acontece que esses dias aí eu não tava me sentindo muito bem...

- Desde o nosso almoço né?

- É! Aí eu procurei um médico e vieram duas notícias inesperadas. – o maior o fitava assustado -  a primeira foi que eu sou portador da síndrome Feminna...

- Aquela que passou na TV esses dias? Sabia que aquele casal mora perto da minha casa?

- Sério? Eu conheço um deles... Bem, e em consequência disso e de não termos usado camisinha nem nada... – parou antes de completar a frase, mas percebeu no rosto do amigo que ele já entendera – eu engravidei.

- O que a Caiqin disse? – perguntou após uns segundos em silêncio, tentando absorver a notícia.

- Me xingou um monte, o primo dela se meteu na conversa, aí aproveitei que a merda tava feita e contei para os meus pais, que me xingaram também. – Suspirou – pra fechar o pacote, procurei o Sehun e contei sobre a gravidez.

- Sehun é o rapaz? Ele não é chinês?

- Ele é coreano. – os olhos estavam vermelhos, como se fosse começar a chorar a qualquer momento.

- Eu tô de cara com tudo! Você nem confiou em mim pra contar o que ia fazer! Foi lá e deu pra um gringo, traiu a noiva e não me disse nada?

- Ei! Se eu te contasse você ia dizer que preferia não saber. E qual o problema dele ser coreano?

- Vai dizer que já estão juntos também – resmungou e se levantou, indignado.

- É lógico que não! – quase gritou – eu amo a Caiqin, estou péssimo com tudo isso! Se for pra ficar enchendo o saco pode ir embora, te chamei aqui porque precisava conversar. – Desabafou e foi até a cozinha pegar mais água.

- Desculpe, eu me exaltei com tudo isso. Foi muita informação de uma só vez.

- Não tem que dar chilique, nem eu que tô com tudo de cabeça pra baixo tô surtando – reclamou mais um pouco.

          Os dois se abraçaram por fim e o menor começou a chorar e a contar o que ouvira da ex-noiva e que ela não atendia suas ligações. Durante a conversa, o telefone de Lu Han começa a tocar e ele revira os olhos ao ver que é Sehun.

- Alô? – atendeu impaciente.

- Oi Luge, tudo bem? – esperou um pouco e ao não obter resposta além da respiração pesada, prosseguiu – eu queria saber se você já se consultou para saber como o bebê está...

- Ainda não, marquei pra depois de amanhã à noite.

- Posso ir com você, não é?

          Antes de responder, o chinês afastou o celular do rosto, suspirou e voltou a falar com o mais novo.

- Pode sim, vou te mandar a hora e o endereço por mensagem. Boa noite.

- Tá bom. Boa noite, Luge. Se precisar de qualquer coisa me ligue.

- Okay, tchau. – Desligou e se virou, vendo a curiosidade na cara do amigo – era ele querendo saber da consulta. Quer ir junto.

- Como ele reagiu ao saber que vai ser pai?

- Surpreso, assustado. Quis saber se era uma reaproximação e eu disse que não, que só estava contando porque ele merece saber já que é o pai também. Ir às consultas faz parte do papel dele, então não vou implicar com isso – comentou derrotado.

 

          Os dois se encontraram na sala de espera do consultório e trocaram algumas palavras antes de entrarem para a consulta. O médico examinou e fez as pesagens, passou orientações aos dois e pediu mais alguns exames.

- Se quiser, posso ir com você nesses exames.

- Acho que não há problema eu ir sozinho, mas se eu precisar te ligo.

- Você já jantou, Luge?

- Ainda não, saí da revista e vim direto. – Comentou já imaginando o convite que viria a seguir.

- Tem um restaurante bom aqui perto e que serve uma comida mais leve. Podemos ir lá.

- Tudo bem... – os dois foram andando e após chegarem e serem atendidos, começaram a conversar.

- Como tem passado esses dias, depois da notícia?

- Péssimo... – suspirou – não pela gravidez em si, mas pelas consequências. A Caiqin saiu do apartamento, meus pais ainda estão me evitando e quando contei para o meu amigo ele surtou e me deixou pior ainda. E você?

- Mesmo hoje na consulta, ainda é um pouco surreal pensar que vou ser pai. E não vou mentir que fiquei feliz com nossa reaproximação, mesmo que não aconteça nada entre nós.

- Não vai acontecer – revirou os olhos.

- Já contrataram outro estagiário? – mudou de assunto ao ver o menor se armar.

- Já sim, um sonso. Acho que não fica até o final do mês que vem. É difícil encontrar bons profissionais.

- Vai ver ele ainda vai se soltar...

- Não, vocês são bem diferentes. Em você dá para perceber a seriedade com que trabalha, já ele... Está lá só pela bolsa auxílio. Falando nisso, seu chefe me ligou ontem agradecendo a recomendação. Ele está encantado com seu trabalho.

- Obrigado. – sorriu envergonhado ao ser elogiado pelo mais velho.

- Para todos os efeitos você não sabe disso – sorriu e ficou observando o garçom servir os pratos. Comeram praticamente em silêncio e voltaram devagar até os carros, se despedindo rapidamente e indo cada um para um lado.

 

 

          Sehun recebeu a ligação por Skype dos pais e respirou fundo antes de atender, afinal aproveitaria o momento para contar a novidade. Após se cumprimentarem e os mais velhos falarem sobre a família, foi a vez do rapaz falar de como estava na China.

- Parece que meu novo chefe gostou bastante do meu trabalho, ele até agradeceu a recomendação – começou.

- Mas não foi sua antiga chefe que o indicou né?

- Não, foi outro redator. Nós nos encontramos ontem.

- Ah, então vocês são amigos? Ele deve te ajudar bastante.

- Na verdade não somos tão próximos assim... Pai, mãe, eu tenho uma novidade – coçou a cabeça – mas estou um pouco nervoso para falar.

- É algo bom, não é? – a mulher quis saber.

- Eu acho que sim, quer dizer, eu estou feliz... Eu vou ser pai...

- Hã? – o casal se surpreendeu – mas como assim? Você comprou um animal de estimação?

- Eu tô falando sério. Vocês serão avós. – ele ria das reações dos mais velhos.

- É que você nunca disse que estava namorando e sinceramente é uma surpresa que você tenha se envolvido com uma garota – a mulher falava ainda sem acreditar.

- Tá, eu não estou namorando – fez uma careta – e acho que não tenho chances por enquanto da gente namorar. Tem mais uma pessoa envolvida na história.

- Que rolo! Explique direito o que aconteceu.

- Eu saí com um rapaz esses tempos e depois descobri que ele tinha uma namorada que virou noiva. Ele me dispensou há algumas semanas, mas voltou a me procurar porque descobriu que é portador da síndrome Feminna e que engravidou na vez que nós, vocês sabem.

- Mas isso só pode ser obra do destino! Filho, não se preocupe, vocês ainda vão ficar juntos. – a mulher disse convicta.

- Mas que safado ele! Trair a noiva com você. Como ele está?

- Segundo ele mesmo me disse, péssimo. A noiva largou ele, os pais dele ainda não aceitaram muito bem e ele teve que me procurar de novo – deu de ombros.

- Você gosta desse rapaz?

- Muito. E-eu não quero criar falsas esperanças, mas é difícil, porque agora temos algo que nos conecta...

- E vocês se conheceram como? – o pai estava curioso em saber mais sobre o filho e como ele estava.

- Na revista... Foi ele quem me indicou para o cargo que estou agora e ontem fomos na primeira consulta.

- Calma aí. Ele te dispensou, mas ainda assim te indicou pra uma vaga melhor?

- Sim, ele uniu o útil ao agradável. Me ajudar e me afastar dele. O pior é que eu nem consigo ficar com raiva dele.

          Os pais fizeram ainda outras perguntas e perceberam que apesar de empolgado com a paternidade, ele estava triste pelo fato de o outro não querer nada com ele. Assim que encerraram a ligação, Sehun deitou na cama e ficou pensando na vida.



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