- Você tinha que ter visto como meus pais trataram ele! Como se fosse filho! E meu pai ainda ficou me olhando com ar de reprovação! – Lu Han reclamava com Baekhyun, seu mais novo amigo e confidente.
- É você quem está com raiva dele, não seus pais. E quem fez a merda foi você.
- Tá, eu sei que não deveria ter me envolvido com ele... Mas poxa, ele não sai do meu pé, ainda mais agora que tem a desculpa de perguntar sobre o bebê - passou a mão na barriga.
- Você comentou que lembra da noite que tiveram... Foi bom?
- Aish, mas que pergunta! – ficou vermelho de vergonha.
- Me conta, vai. Sou muito curioso – deu risada.
- Já percebi... Ah, eu nunca tinha me relacionado com outro homem... Apesar de bêbado, eu estava com medo, mas foi bom.
- Não pensa em repetir?
- Vai se ferrar! – fechou a cara e bufou ao ouvir as risadas sonoras do menor.
- Desculpe, não consegui evitar. Bem, vamos mudar de assunto, meu corpo até esquentou agora.
- Você e o seu namorado...
- Com frequência, ele é ótimo em tudo – sorriu e se abanou – e o seu amigo?
- O que tem ele? – parou para olhar uma vitrine.
- Estão se falando? Você disse que ele surtou quando soube do rapaz.
- Ah, estamos sim. Mas eu me sinto mais à vontade pra falar desses assuntos com você, sabe? Ele parece ter raiva do Sehun.
- Mas você também tem...
- A minha é diferente, porque me irrita que ele fica atrás, se preocupa demais e é prestativo demais. Além disso eu sei que ele gosta de mim e gosta de falar coisas pra me irritar, só que eu ainda penso na Caiqin.
- Aish! Não pronuncie esse nome perto de mim - fez uma careta.
- Por quê?
- Porque... Porque o Chan trabalha com ela e disse que ela o trata mal. – fez um bico.
- Sério? – olhou surpreso.
- Ela ri dele porque ele erra algumas palavras no chinês e nunca o convida para nenhum happy hour do setor. Acho que ela não gosta por ele ser estrangeiro.
- Então, foi isso que me irritou no Tao! Ele achou ruim do Sehun ser coreano! De tudo que aconteceu isso é o que menos importa, não?
- Com certeza. Será que ele não ficou com ciúmes?
- Talvez, com medo de eu parar de falar com ele e me aproximar mais do Sehun...
- Ou por você ter se envolvido com o Sehun.
- Ah, isso não, ele não é gay. Nós somos amigos desde pequenos e logo que eu percebi que gostava tanto de meninos quanto meninas, conversei com ele e bem, ele nunca falou sobre gostar ou não.
- Vai ver foi ciúmes de amigo mesmo. Olha essa calça! Que linda! Vai ficar boa em você - deu uma olhada rápida no corpo do chinês antes de afirmar.
- Ela é bonita mesmo. Acho que vou provar – os dois entraram na loja e Lu Han pediu a calça da vitrine para experimentar. Ela era preta e rasgada na altura dos joelhos. Atrás, marcava o bumbum.
- Olha só que papai mais sensual! – sorriu largamente.
- Obrigado – sorriu de volta e foi se vestir. Pagaram a calça e foram em uma loja infantil.
- Quero escolher umas pelúcias pra enfeitar o quarto. O Chan ficou de pintar as paredes hoje.
- Mas vocês já sabem o sexo do bebê?
- Não, estou de 15 semanas ainda, mas decidimos fazer amarelo claro e branco.
Eles olhavam tudo atentamente e Baekhyun já havia escolhido alguns acessórios enquanto que o chinês folheava um diário do bebê. Suspirou e devolveu na prateleira, voltando sua atenção para um ursinho de pelúcia branco. Pegou o brinquedo e apertou em suas mãos, sentindo a maciez.
- Vai levar o urso? – a voz melodiosa do coreano o tirou dos pensamentos e ele se virou sorrindo.
- Vou. Já terminou suas compras?
- Sim, você ficou uns bons minutos ali com a pelúcia. Tá tudo bem?
- Está sim...
Assim que saíram, deram de cara com Sehun e um amigo andando no shopping.
- Luge! Tudo bem?
- Tudo e você?
- Também... Ah, esse aqui é meu amigo Xiao Bai. – eles se cumprimentaram e Lu Han apresentou o amigo também e deu uma desculpa para poderem ir embora.
- Waa, como ele é bonito, Han! Eu deveria ter deixado vocês a sós pra conversar um pouco.
- Que deixar a sós o quê! – resmungou e o outro riu.
- Estou brincando... Viu que ele estava com uma sacola de loja infantil?
- Não olhei as compras dele. – respondeu desinteressado, mas por dentro estava agitado com a informação.
Sehun ficou parado olhando Lu Han e o amigo se afastarem, pensando em como queria poder ser próximo como o outro era.
- Ah meu deus! Você tá pior do que eu pensava! – Xiao Bai falou enquanto meneava a cabeça e puxava o amigo pelo braço – vamos continuar com as compras.
- Ele também saiu ver coisas para o bebê.
- Da próxima você o convida para fazerem isso juntos, o que acha? – deu um sorrisinho para o maior que o olhou com dúvida.
- Não sei se ele aceitaria, ele só foi simpático porque apenas nos cumprimentamos.
- Waa, Sehunnie está arrasado. – fez uma expressão triste e o maior concordou.
Os dias passaram rapidamente e logo os dois se encontravam sentados lado a lado no consultório. Lu Han respondeu às perguntas do médico e passou por mais exames, sorrindo ao ver Sehun emocionado ao seu lado. Mas era colocarem os pés fora da clínica que ele voltava a ser fechado e um pouco maldoso.
- Podemos sair comprar algumas coisas para o bebê qualquer dia desses, o que acha?
- Eu ainda estou no segundo mês de gravidez, Sehun. Por que sairíamos juntos escolher o que quer que seja para o bebê?
- Ah, é melhor comprar aos poucos do que tudo de uma vez...
- Para de forçar a barra! Não percebe que eu não gosto de ficar saindo com você? Ah, será que um dia vamos chegar num equilíbrio bom para nós três?
- O seu ponto de equilíbrio dessa relação é certamente bem diferente do meu. – Respondeu secamente. – se precisar de algo em relação ao nosso filho, me liga ou manda mensagem.
O coreano entrou em seu carro e foi embora, ofendido e irritado com o mais velho. Já o chinês, esboçava um sorriso de alívio ao ver o outro se afastar. Andou mais uma quadra até seu carro e viu Caiqin acompanhada de umas amigas entrando em um café.
- Mas que merda! – resmungou em voz alta e entrou no veículo, sentindo o coração acelerado com a simples vista da ex-noiva. Foi então que se lembrou do que o amigo contara dias antes sobre ela – quem vê nem imagina que ela pode ser tão maldosa.
Lu Han não aguentava mais passar os dias enjoado, mas também não conseguia seguir à risca a dieta passada pelo obstetra. Jogou uma água no rosto e se arrastou até a cozinha, ainda sonolento. Do nada, ele se recordou de algo que Baekhyun lhe falara. “...não é apenas o fato de terem ficado muito tempo juntos?”.
- Pode ser que seja... Por que já me acostumei a ficar sem ela? O quão ruim seria nós nos casarmos? Ah, isso foi como um livramento... – comentava consigo mesmo. Olhou para o relógio e, assustado com a hora, foi se arrumar e saiu em seguida.
Zi Tao parecia aliviado ao rever o amigo e conversar com ele, que até confessou achar que Lu Han estava bravo com ele pela última vez que se viram. O menor decidiu não falar sobre não sentir mais a ausência de Caiqin em sua vida e evitou também comentar sobre Sehun, para que não surgisse nenhuma discussão entre eles. Falaram sobre os trabalhos e o mais novo contou que estava saindo com uma moça que conhecera há poucos dias. Lu Han estava feliz em saber que o maior agora tinha uma quase namorada.
- Isso é muito legal, está curtindo?
- Acho que sim, é um pouco estranho depois de um tempo sem sair com ninguém.
- É, a gente acostuma com tudo, não é? E desacostuma também.
- Você se acostumou a ficar sozinho?
- Estou levando, não é como se fosse o fim do mundo, mas também não é a melhor coisa que existe.
- Pois eu acho que ficar sozinho é tão bom, então sempre que começo a sair com alguém tenho uma certa dificuldade.
- Eu acho que teria dificuldade em sair e paquerar – riu – Fiquei tanto tempo com a Caiqin que não sei o que é isso.
- Tem certeza? Por que com uns e outros o negócio foi bem agilizado.
- Eu não paquerei ninguém – suspirou pesado e pensou no coreano.
- Tem razão... – ficou pensativo. Queria perguntar sobre como o menor estava lidando com o rapaz e se ainda gostava da ex-noiva, mas percebeu que o amigo estava um tanto quanto reservado nesse assunto.
- E como tem passado esses dias?
- Mais ou menos, os enjoos continuam, mas o Sehun pelo menos está dando um tempo. Acho que finalmente se ligou que estava me incomodando.
- Hum – era um alívio ouvir que o menor não dava a mínima para o coreano.
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