História Vazia - O choque -parte 2

Finalmente, em casa. Sozinha e com um pouco de dificuldade eu tiro a mala vermelha da esteira. Anda ansiosa ando até o portão e respiro fundo esperando ver meus amigos e nem meu pai, o responsável por mim nos primeiros meses de volta, estava lá. Então, vejo um homem suado acenando. Ah sim, meu pai. Corro até ele e penduro meu cachecol na mala feliz para sair do aeroporto e sentir a brisa quente batendo em meu rosto.
-Eles estão lá fora?-perguntei ansiosa
-Eles quem?-meu pai me perguntou confuso
-Ué, meus amigos! A Julia não está aí?-(Julia é a best da personagem)
-Ninguém me falou nada sobre isso-meu pai falou carregando a mala até o estacionamento, onde entrei no carro e aproveitei a viagem no escuro observando o cristo.
Eu estava tão iludida. Uma lágrima de felicidade desceu do meu olho direito molhou a gola da minha camisa naquele dia porque eu iria ver meus "amigos" em breve.
Acordei no dia seguinte sem informações sobre ninguém, quer dizer, sem informações sobre a ausência de todos no aeroporto na noite anterior. E assim continuou até a festa junina. Que eu acidentalmente fiquei sabendo e organizei tudo para ir e surpreender a todos. Eu não recebi abraços e conversas longas como a que eu chamava de melhor amiga que os via quase todos os dias. Eu recebi um oi com falsa animação de uma parte do grupo, enquanto o resto enchia Julia de perguntas. Eu até me enganei pensando que iam me abraçar mas era ela que eles procuravam. Eu até recebi um abraço rápido dela mas não era o que eu esperava. Não queria mais ficar perto deles e fui até o banheiro, onde fiquei até o momento em que uma faxineira me explusou. Achei todos sentados em um círculo, verdade ou desafio, pensei e entrei no jogo. Pensando que iriam prestar atenção em mim por um único segundo, mas parecia que cada rodada era calculada para o meu possível crush e uma das minhas "amigas mais íntimas" ficarem se beijando na minha frente. Então desisti do jogo e tentei conversar com Sofia, que costumava ser uma das minhas melhores amigas.
-Eu estou indo muito bem na escola esse ano, estou me sentindo uma nerd dos filmes-falei sorrindo para ela
-Ah. Mas você sabe que isso só tá acontecendo por que a sua escola nova é muito fácil né?!-Então no final da frase eu dei um soco na cara dela, dentro da minha cabeça, de qualquer modo, a simpática e atraente garota que eu chamava de amiga se revelou como meu maior ódio dos últimos tempos. Assim, o ano continuou com mais 3 festas onde eu sentava em um cantinho isolado do edifício e pensava como a situação seria se eu estivesse em um filme e meu amor para a vida aparecesse e me chamasse de volta para a festa. Mas não foi assim. As pessoas que eu conhecia me viam e me ignoravam completamente. Eu então concluí que eram um bando de babacas e me isolei completamente.