Nina bateu à porta pela segunda vez, esperando que ela miraculosamente fosse aberta. Nunca desistia. Após o que pareceu uma eternidade, girou a maçaneta silenciosamente e entrou no quarto.
— K — chamou carinhosamente, mas não obteve resposta.
Sentou-se na beira da cama, encarando o corpo gélido e mórbido que ali jazia. Seus olhos pareciam cada dia mais escuros, como se adentrassem um abismo. A pele clara, agora estava cadavérica. Ele não comia, não dormia, não falava...
Nina retirou o lençol delicadamente, levantando K logo em seguida. Tirou seu pijama e sentou-o na banheira, como se fosse rotina. E realmente era.
Esfregou o corpo pálido com uma esponja suave, fazendo contornos na pele, enquanto ele encarava o nada.
— Kaileigh — chamou mais uma vez, na esperança que ele respondesse, mas nada aconteceu. — K, você tem que aparecer. Hoje é um dia importante — continuou. — Nossos pais se esforçaram muito para que isso acontece, finalmente você vai encontrar uma esposa e...
— Eu não quero uma esposa — sussurrou, mas foi o suficiente para assustar Nina.
— Eu sei que não é o ideal, mas você vai se acostumar, eu prometo. Temos que manter nossa reputação.
— Você acha que isso — apontou para si mesmo — é o ideal? Eu pareço feliz para você? — disse entre dentes, aproximando-se de Nina. — Dane-se a reputação, dane-se a realeza, dane-se todos esses filhos da puta e suas filhas. — Mergulhou na banheira, sentindo na ponta da língua o gosto das ásperas palavras ditas à irmã.
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