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História Vende-se Um Véu de Noiva - A Primeira Paciente


Escrita por: SnillyHayffie

Capítulo 7 - A Primeira Paciente


Fanfic / Fanfiction Vende-se Um Véu de Noiva - A Primeira Paciente

 

(...)

 

No dia seguinte...

 

Neville chegou dando passos pesarosos na recepção relativamente vazia do St. Mungus, cumprimentou a recepcionista de plantão, mas, ao invés de seguir adiante, ele encostou no balcão onde ela estava com uma cara de quem precisava de um conselho, porém não iria admitir, e disse:

 

— Bom dia, Aurell!

 

— Bom, dia, quase-doutor-Longbottom! — ela disse num tom zombeteiro de provocação.

 

— Precisa ficar me lembrando disso? — Neville retorquiu, incomodado.

 

— Não se fala em outra coisa entre os medibruxos e curandeiros nos corredores — comentou Aurell, distraída com o preenchimento de alguma coisa. — A curandeira Abbott ameaçou uns dez ou quinze deles, dizendo que ia fazê-los ficar com cara de Pufoso pelo resto da vida, caso não parassem de espalhar boatos. Falou que não era para compactuarem com a ideia de que você teve preferência nesse processo, afirmou veementemente que deram esse tratamento para você cuidar por mérito.

 

— A minha Anna é esplêndida — ele concluiu com o olhar distante, como se a estivesse vendo à sua frente, suspirando e retomando o foco logo em seguida. — Falando nela, você sabe por que ela chegou na minha casa hoje no fim da madrugada parecendo um zumbi?

 

— Era o dia do plantão dela ontem, esqueceu? E a chegada da sua paciente deu trabalho. Ela disse que ficou tão cansada com isso e com as outras obrigações que decidiu ir para a sua casa porque era mais prático.

 

— Ah tá... Bem, ela chegou lá e já capotou, nem conseguiu explicar muita coisa. Eu a deixei dormindo e espero que ela consiga descansar hoje, porque é um dos únicos dias de folga que ela conseguiu depois que virou curandeira-chefe.

 

— Eu acho que não. — A voz de Anna se manifestou, fazendo Neville se sobressaltar ao se atentar à sua chegada repentina enquanto Aurell permaneceu praticamente imóvel.

 

— Bom dia, Anna — ela desejou à recém-chegada.

 

— Pelo amor de Merlin, não faça mais isso. — Neville pediu, recuperando-se do susto.

 

Anna apenas soltou uma gostosa gargalhada.

 

— Melhores reações que essas eu não poderia esperar — concluiu com um trejeito deliciosamente sapeca depois que se controlou do acesso de riso. — Digamos que eu gosto de surpreender e inovar.

 

— Anna, não faz nem três horas direito que você deitou para dormir! — Neville mudou o foco da conversa em um tom de preocupação. — O que você está fazendo aqui?

 

— Ora, eu não iria perder você atendendo seu primeiro paciente por nada!

 

— Ah, tem mais essa! ... — ele devolveu, fazendo Aurell revirar os olhos enquanto organizava algumas folhas. — É o seu dia de folga! Você só dormiu umas poucas horas.

 

— Tudo bem — Anna deu de ombros. — Estava querendo extorquir alguns galeões a mais das horas extras mesmo, sem falar que essas horas de sono já me bastaram.

 

— Anna... — Neville falou em um tom de advertência.

 

Ela simplesmente se voltou para a recepcionista e disse:

 

— Você nos dê licença, Aurell, mas eu vou levar este moço aqui para começar o expediente, porque se deixar ele fica aqui o dia todo.

 

— Como quiser — Aurell devolveu, dando de ombros e despedindo-se.

 

Então, Anna saiu arrastando-o em direção à escadaria que teriam que subir, aparentando estar extremamente animada. Quando ele foi se vestir, percebendo que ela se posicionou para ficar esperando do lado de fora do vestiário, aproveitou para perguntar:

 

— Ué, você não vai se arrumar também?

 

— Espero que você não tenha acreditado quando eu disse que vim fazer hora extra aqui — retorquiu Anna como se aquilo fosse óbvio. — Não planejo mover um dedo por causa de trabalho hoje.

 

— Anna, eu preci... — Neville começou a falar, contudo ela colocou o dedo indicador sobre seus lábios, interrompendo-o, e gesticulou-o em direção à porta do vestiário.

 

— Vai logo se você não quiser que eu te jogue lá dentro!

 

Neville assentiu com uma expressão de impotência e decepção na cara, virou-se e foi colocar o uniforme. Quando voltou, Anna começou a arrastá-lo novamente ao mesmo tempo em que desatava a falar:

 

— Bem, como ontem antes do seu expediente acabar você deixou tudo arrumadinho para recebê-la, o que me restou fazer foi acalmar a fera, que chegou atacada. Porém, se o efeito daquela poção do sono de impacto imediato já tiver passado e alguma coisa acontecer, lembre-se de que é sempre uma ótima opção oferecer suco de abóbora para quebrar o gelo. — Anna soltou um risinho cúmplice, como se o que houvesse acabado de dizer fosse uma piada interna totalmente clara entre ela e Neville, o qual tentou parecer o menos perdido possível.

 

Ela falou mais algumas coisas, no entanto, quando chegaram à frente da porta onde a paciente de Neville estava instalada, ele a interrompeu.

 

— Eu preciso de você! Não posso fazer isso sozinho, por favor, vá até lá comigo!

 

Anna pareceu refletir um pouco e, após isso, olhou para ele com um olhar calmo, solícito e terno:

 

— Amor, uma relação a dois é sinônimo de ajudar a pessoa a trilhar o próprio caminho, não trilhar por ela. Eu vim aqui te dar apoio moral porque essa é a ajuda mais justa que eu posso te dar agora...

 

— Anna...

 

— Shh, eu confio em você. Você vai entrar lá, arrasar e mostrar para todos que será um ótimo medibruxo!

 

Nevillle fez uma cara de desgosto, entretanto depois sentiu-se agradecido pela confiança que ela estava depositando nele e a abraçou. Depois de algum tempo, Anna se desvencilhou dele e disse:

 

— Agora vai lá. — incentivou-o.

 

Ele se voltou para a porta, receoso, engoliu em seco uma vez e logo em seguida começou a andar em direção a ela, abrindo-a de uma só vez para não perder a coragem. Virou o rosto para trás uma última vez, buscando vislumbrar o rosto da própria noiva, que estava parada em algum ponto próximo à região da porta e toda sorridente por conta orgulho que sentia da cena que estava vendo, fazendo um gesto para que ele fosse. Por fim, Neville adentrou totalmente o espaço e fechou a porta.

 

A primeira coisa que ele avistou foi uma mesa posicionada ao lado da porta, mantendo uma distância segura dela. Nessa mesinha, havia apenas alguns lençóis limpos, para substituir os que estavam sendo utilizados dentro do quarto em caso de necessidade, e uma inocente jarra contendo suco de abóbora acompanhada de um copo ao lado. Tudo naquele móvel parecia normal, porém uma espécie de força superior o impeliu a ir até lá conferir.

 

Neville agarrou a jarra com afinco, analisou-o por uns instantes, tirou sua tampa e a levou cautelosamente até o nariz. Ao sentir o aroma, identificou prontamente o cheiro do suco de abóbora feito já há certo tempo, no entanto concluiu também que havia algo diferente misturado a ele. Refletiu um pouco sobre o que poderia ser até que estas palavras lhe voltaram à cabeça: “ Porém, se o efeito daquela poção calmante de impacto imediato já tiver passado e alguma coisa acontecer, lembre-se de que é sempre uma ótima opção oferecer suco de abóbora para quebrar o gelo.

 

— Poção calmante! — sussurrou para si mesmo, intrigado. — Suco de abóbora batizado... Assim ela mesmo bebe e se acalma... Genial!

 

Neville ia terminando de botar a jarra novamente em seu lugar quando o movimento repentino de alguém que lhe tirou a varinha do bolso e um ataque violento pelas costas o pegaram desprevenido e o desnortearam. Alguém havia se pendurado por trás nele e tentava enforcá-lo com toda a força que possuía, aproveitando para apontar a varinha que havia usurpado para o seu o pescoço.

 

— Então é você com quem o Rolf vem arquitetando o plano dele durante todo esse tempo, doutorzinho de araque?! — exclamou uma voz de mulher que beirava os extremos da raiva e da fúria. — Achou que ia demorar muito até eu descobrir que era essa sua pessoa nojenta um dos responsáveis, não foi? Pois então vou falando que se você não estiver aberto a acordos para me tirar daqui, a coisa vai ficar feia para o seu lado!

 

— Me...solta...! — Neville respondeu quase sem ar.

 

— Está achando que eu vou liberar fácil assim para você?! — ela quis saber, sentindo uma descomunal sede de vingança.

 

Vendo que não haveria muita escapatória antes de ficar sem ar de uma vez por todas, como um último truque, ele se lançou forçosamente contra a coisa sólida mais próxima, virando-se para que o impacto recaísse todo sobre a pessoa que estava em suas costas e fazendo com que ambos fossem parar no chão.

 

Ao sentarem-se para se recompor, acabaram olhando na cara um do outro. Neville, ainda que soubesse de quem se tratava, e Luna, ao reconhecê-lo e concluir que ele era última pessoa que esperava ver, ficaram estupefatos e um brilho cheio de significado perpassou os olhos deles, fazendo-os ficar parados enquanto nenhum dos dois tomava coragem para voltar a falar.

 

— Neville, você tem a ver com tudo isso? — perguntou Luna, confusa, quebrando o silêncio e optando por evitar as formalidades que os vários anos em que não o vira exigiam.

 

— A ver com o quê?! Seja lá o que for, só estou cumprindo ordens... — Neville retorquiu taxativamente, passando a mão de olhos fechados por conta da dor sobre um galo que sentira ter se formado em sua cabeça.

 

— Por que será que eu me sinto tão compelida a acreditar no que você está falando?

 

 — E por que será que eu me sinto tão compelido a tentar entender o que você quer falar, Luna?

 

Eles passaram a se observar de uma maneira um tanto quanto superficial para não deixar o silêncio que se seguiu ainda mais constrangedor quando se atentaram ao que disseram.

 

— Bem, acho que eu lhe devo explicações sobre muita coisa... E um pedido de desculpas. — Luna comentou, sem graça.

 

— Imagino que sim... Só que agora eu esperaria poder conferir o seu estado, enquanto minha paciente, como manda o figurino. — Neville pediu delicadamente.

 

— Acho que posso assegurar que não esperaria estar em melhores mãos. — Luna afirmou com um sorriso singelo, indo ajudar Neville a sair do chão.

 

(Continua...)

 


Notas Finais


Obrigada por ler até aqui :D


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