História VENDETTA! VENDETTA! (Uma história sobre amor e vingança) - Perdida no Tempo

                                                    Como não poderia ser diferente, o ferimento no ombro sarou um instante depois, mas aquela flechada a fez pensar, "com essa guerra toda acontecendo contra um exército de alienígenas pirados o Arqueiro veio implicar logo comigo?". Mas o Gavião não insistiu e virou para atacar outro alienígena, Ester aproveitou o momento para sair do meio da batalha e do campo de visão do Arqueiro, e aproveitou para pensar em tudo que estava acontecendo. Ela estava de fato no passado, David havia criado uma máquina do tempo e escondido para que apenas ela a encontratrasse, mas por quê? Em que momento do passado ele queria que ela fosse? As possibilidades de momentos em que poderia viajar eram infinitas, mas a massa dourada responsável por isso era finita, assim como seu tempo ali. Agora então percebeu que o irmão era realmente cheio de segredos; ela tinha certeza de que ninguém no mundo conhecia David tanto quanto ela, que ela era, não só a pessoa que mais o conhecia no mundo, mas que também o conhecia por completo, que sabia tudo sobre ele, mas estava enganada; ainda assim o compreendia, se todos os acontecimentos recentes faziam algum sentido, era que ele guardava aquele segredo à onze anos, e a descoberta da viagem no tempo não é algo que se conta a qualquer pessoa, nem a uma garota de sete anos de idade, tampouco em um mundo onde existe gangues malucas, como a 'Potens', e agências governamentais corrompidas, como a Hidra, que usam o que chamam de "aprimorados" para destruir o planeta.

A batalha estava a toda no ar e na terra com cada vez mais aliens irrompendo pelo buraco-de-minhoca e destruíam o centro da cidade. Tendo vindo do futuro, Ester sabia que os Vingadores ganhariam a guerra contra o irmão psicótico do Thor e seu exército, mas ainda assim, rever tudo aquilo novamente a afligia. Mas estava bem perto do fim, o míssil já se aproximava, o Homem de Ferro já o carregava para dentro do buraco-de-minhoca, segundos depois o buraco se fechou e, quase que por milagre, o homem de armadura vermelha escapou, mas estava caindo, rápido demais.

Foi quando o Hulk saltou e o pegou no ar, salvando sua vida.

Caminhando pelas ruas destroçadas da cidade, Ester tentava se lembrar de onde estava naquele dia: em casa, no Brooklyn, vendo tudo pele tevê. Mas seus pensamentos não viajavam muito longe, seus sentidos estavam supersensíveis e qualquer movimento ao redor a deixava em estado de alerta.

De repente uma flecha a atingiu nas costas, seguida de mais duas; ela se virou e viu o Arqueiro novamente, com o arco-e-flecha pronto e apontando em sua direção, mas ele não estava sozinho, Capitão América e Homem de Ferro o acompanhavam. Ester levou as mão às costas e tirou as três flechas dalí, jogando-as no chão. Ela tentou se explicar, tentou dizer que apesar de estar cheia de pedaços de madeira e metal grudados no corpo e coberta de cizas alienígenas (o que lhe dava a impressão de ter o corpo cheio de escamas) e ainda com garras metalizadas saindo de entre os dedos (o que a fazia parecer ainda mais alienígena), não era um deles, mas não teve tempo. Ao perceber que as flechas não tinham nenhum efeito sobre ela, o Homem de Ferro lhe lançou um raio de luz, da mão, que a atingiu no peito e a lançou contra a parede. O tiro abriu um buraco em seu peito e o impacto levantou uma nuvem de poeira em volta dela, por tempo suficiente para que a ferida enorme se curasse e deixasse apenas um buraco na blusa, que outrora era branca.

Depois que a poeira baixou - literalmente - Ester baixou a cabeça, olhou para o buraco na roupa e depois olhou novamente para os três Vingadores à sua frente.

- Minha blusa favorita. - disse ela, com tom sarcástico e se jogou na direção deles.

Uma flecha voou em sua direção e ela desviou com o corpo; um tiro a atingiu de raspão no rosto quando tentou desviar desse também, mas isso não fez nela nem uma careta. Seus olhos brilharam dourados quando o Capitão surgiu na sua frente e a atingiu no queixo com o escudo, jogando-a no chão.

- Qual é? - disse ela, com indignação enquanto levantava. - Eu sou terráquea, imbecil.

Ela retraiu as garras e deu um soco no Capitão, o que também não o abalou muito, masmas a força dela o pegou de surpresa. Outra flecha foi lançada e a menina colocou a mão no caminho, a flecha a atravessou, ela chutou o Arqueiro no peito, lançando-o longe enquanto o Capitão e o Homem de Ferro se lançavam contra ela ao mesmo tempo, ela liberou as garras e girou no ar fazendo as garras da mão direita atravessarem o escudo do Capitão, parando a poucos centímetros de seu rosto, enquanto a mão esquerda voou junto com seu corpo e raspou pela máscara do Homem de Ferro abrindo três cortes profundos alí.

Ao parar de pé e retrair novamente as garras que estavam presas ao escudo, o bracelete começou a apitar, um som baixo apesar de agudo. Ao olhar para o relógio ele indicava que lhe restava apenas dez segundos alí. Ela parou, olhou para a máscara quebrada de um Homem de Ferro imóvel, para a expressão de surpresa do Capitão América olhando para o escudo perfurado e depois para a expressão indiferente da garota, por fim, ela olhou para o Gavião Arqueiro desmaiado sobre o que restou de uma parede derrubada. O relógio apitou mais algumas vezes e o vórtice começou novamente. Segundos depois ela estava em casa novamente, em 21 de março de 2016.

- Scott? - disse ela assim que o tumulto em volta acabou.

- Sim, senhorita.

- Você estava lá? Você... foi comigo?

- Sim, senhorita. Também fui à 2012.

- Então me fala, alguma coisa mudou? Eu quebrei o escudo do Capitão América e quase rasguei o rosto do Homem de Ferro, alguma coisa mudou depois disso? - perguntou Ester, entrando em desespero.

- Não, nada mudou, tudo está igual. Exceto que logo depois da guerra a S.H.I.E.L.D. passou seis meses procurando por você. Mas, como você só surgiu como está agora há dois meses, eles não a encontraram.

- Mas agora eles sabem que eu apareci. - disse ainda em choque. - O que eu fiz? Por que raios eu fiz isso? Eu devia ter voltado no tempo para salvar o irmão em vez de ir para o meio de um guerra. Sou muito idiota mesmo.

Ela guardou as coisas de volta no cofre e se jogou na cama, lamentando repetidas vezes ter escolhido a data errada, o lugar errado e as ações erradas.