História VENDETTA! VENDETTA! (Uma história sobre amor e vingança) - Timeline

                                                      Ester acordou quando alguém bateu à porta.

- Qual é?! - resmungou levantando para atender. - São cinco da manhã. Não se faz uma coisa dessa.

Ao abrir a porta, ela viu aquilo que sabia que veria em breve, só não esperava que fosse tão cedo.

- Ooi. - disse o homem. Ele aparentava ter entre quarenta e cinco, cinquenta anos, usava óculos de sol azuis e roupas de grife, mas seu cabelo estava levemente bagunçado, e estava sorrindo, um sorriso simples e simpático, como sempre.

- Você me achou. Maravilha. O que vai fazer agora, me prender?

- Não mudou nada desde a última vez. - disse ele entrando e apontando para ela com a mão, mas sem olha-la. A garota ainda estava suja de cinzas e pedaços de madeira. - Enfim, eu estou sozinho e sem a armadura, então não te prenderia nem se quisesse.

- E você não quer, por acaso?

- Não. - disse ele, sentando no sofá - Mas adoraria saber o que você é. Um aprimorado, um ser geneticamente modificado, um alienígena?

- Três opções, todas erradas. Espera um pouco aí. Eu vou tomar um banho rápido e já volto. Okay?

- Tá. - ele disse enquanto ela saía, sem esperar a resposta - Eu espero.

Ela na verdade não se deu ao trabalho de se limpar antes de desmaiar sobre a cama assim que voltou de 2012. E a menina nem se quer teve tempo de pensar em como reagir a isso e Tony Stark já estava em sua porta. Mas o quê iria acontecer dali em diante? Mais uma vez, Ester lamentou ter feito besteira no passado. Ela saiu do banho e vestiu um short e uma blusa de moletom cinza, para ficar confortável.

- Você é muito mais bonita do que pensei. - disse Tony, se endireitando no sofá.

- Obrigada, mas isso não importa. - disse ela sentando na poltrona em frente a ele. - O que quer comigo?

- Primeiro quero saber o que você é, já que não é aprimorada ou ET.

- Sou mutante. Já ouviu falar?

- Sim. Até conheço um cara que se parece com você. Um pouco. Então, o que você fez? Por que estava toda suja igual àquele dia, quatro anos atrás? Não faz muito sentido.

- Vou precisar contar isso para mais alguém?

- Provavelmente sim.

- Então prefiro contar para todo mundo ao mesmo tempo. Não estou me sentindo muito bem hoje quero poupar tempo.

- Ótimo! - exclamou Tony, com entusiasmo. - Para a torre Vingadores, então.

Sairam da casa para o tempo frio e pouco iluminado e antes de entrarem no carro, Tony pediu um momento.

- Você não vai... Me matar no caminho, vai? - perguntou ele, com um tom de voz um tanto quanto confuso.

- Por que todo mundo pergunta isso? Que coisa! Você, por acaso, ajudou a matar meu irmão?

- ... Hã... Não.

- Então não. - disse ela, e sentou no banco do passageiro. Passaram todo o caminho até a torre em silêncio.

A Torre Vingadores era ainda mais exuberante e high tech por dentro do que era por fora; andares e mais andares de pesquisas tecnológicas e científicas, painéis de alta definição espalhados por toda perte e o elevador, que surpreendentemente, não tocava musiquinhas chatas de sempre. Tony a levou para o último andar onde havia uma sala de estar enorme e moderna. A sala não estava vazia, sentados no sofá estavam os caras com quem, há poucas horas, ela tinha enfrentado em 2012.

- Senhorita Cook, - disse Tony - esses são Clint Barton e Steve Rogers, Gavião Arqueiro e Capitão América, respectivamente. Pessoal essa é Ester Cook, também conhecida como Vendetta.

- Quer parar de me chamar assim! - reclamou Ester. - Chamem-me pelo meu nome, por favor.

- Tudo bem, Ester, - disse Clint - podemos conversar? Vai ser rápido, prometo.

A garota não se sentia muito a vontade ali, diante daqueles três homens poderosos que, pensou ela, provavelmente queriam prendê-la como assassina.

- Certo. - disse ela, sentando no sofá ao lado de Steve. - Qual o assunto da conversa?

- Depois da guerra - começou Steve - procuramos por qualquer criatura com corpo feminino, garras nas mão e que pudesse se teletransportar, durante seis meses, sem sucesso. E de repente, depois de quatro anos, alguém com características parecidas começou a matar pessoas pela cidade. Até que Tony conseguiu rastreá-la e agora você está aqui.

- Temos mesmo que conversar. - disse Ester, com um sorriso de divertimento.

- O que significa "mais rápido que a luz"? - perguntou a garota depois de contar rapidamente sua história até a noite anterior. Contara sobre o assassinato do irmão, sua tentativa de assassinato, a fome de vingança, a ilha, o adamantium, todas as mortes até ali.

- Táquions, provavelmente. - disse Tony, sem entender muito bem a pergunta. - Por que?

Ester estendeu a mão para ele mostrando o bracelete que David deixara para ela.

- Lá em casa também tem uma espécie de receptáculo com uma massa de partículas douradas. Eu coloquei um pouco delas ai e escolhi (por burrice, simples assim) o dia da guerra, quando vocês me viram. Um segundo depois eu estava lá. Mas só tive uma hora, então, quando esse tempo acabou, eu voltei para cá.

- Está me dizendo que você viajou no tempo? - indagou Steve, com atenção.

- Isso. - respondeu ela. - E pelo que deu para perceber eu acabei criando uma linha de tempo alternativa, mas graças a Deus as mudanças foram mínimas.

- Mínimas quanto? - perguntou Clint.

- Mínimas, tipo, vocês não sabiam da minha possível existência até eu aparecer matando aquela gangue ridícula.

- Depois de seu sumiço, na guerra, desistimos de te procurar depois de seis meses. - explicou Clint.

- E só tornamos a desconfiar de seu retorno quando surgiu o Vendetta. - completou Tony.

- Enfim, naquele dia eu não me teletransportei, eu voltei para 2016. E também, as vezes eu esqueço de por o planador em modo furtivo. Acho que foi assim que o Stark me achou.

- Foi exatamente assim. - disse ele, sem tirar os olhos bracelete, que ele girava enrre os dedos analisando cada detalhe. - Ao que parece isso é um acelerador de partículas. Bom um mini acelerador de partículas. O táquion que você falou, ao atingir a supervelocidade abre uma brecha no tempo que te leva para a data escolhida.

- Bom, David sabia que iria morrer, mas, por quê ele deixou essas coisas para mim é que eu não sei.

- Como assim? - disse Tony. - Explica isso melhor.

- Ele deixou um vídeo para mim, e garantiu que eu só o visse depois que ele estivesse morto. Depois eu descubro que há dez anos ele deu a um cara, que só seria meu amigo pelo menos cinco anos depois, um objeto que, posteriormente, me levaria a uma viagem no tempo.

- Esse objeto é o bracelete?

- Não, é o colar. - disse ela, mostrando-o para ele sem tirar do pescoço. - Nesse pingente tem escrito o nome "Morrigan", uma deusa de uma lenda que meu irmão me contava quando eu era criança. Os números correspondentes a essa palavra eram a senho do cofre onde ele guardou isso e o receptáculo.

- Acho que você tem perguntas que só o tempo poderá responder. - disse Clint.

Minutos depois a conversa acabou. E para a surpresa de Ester ela não foi presa. Eles nem se quer comentaram o fata de ela cometer vários assassinatos por semana. Tony prometera lavá-la de volta para casa no fim, e agora estavam indo em direção ao Brooklyn.

- Você pode me levar na casa de um amigo, agora? - perguntou ela.

- Claro. Onde fica? - disse Tony. Ester disse a ele para levá-la até o onde Peter morava.

- Obrigada, Stark. - disse, se abaixando para falar com ele dentro do carro. - Pela carona e por não me prender.

- Sem problema. - disse ele, com um sorriso. - Sempre que precisar é só chamar.

- Claro.

Cinco minutos depois ela estava batendo novamente à porta do garoto aranha com incerteza. Mas, também, com algo diferente alí. Saudade? Desejo? Ester não sabia dizer. Só sentia que deveria estar ali.