História VENDETTA! VENDETTA! (Uma história sobre amor e vingança) - O Reencontro E Uma Nova Promessa

- Acho que é errado você me contar como e quando eu vou morrer. Não? - disse David, depois de ouvir a história que Ester contou, sobre o dia em que morreu. Com detalhes.

- Você mesmo quer se prevenir ou prefere que eu use seus Táquions para voltar lá e salvar você? - ela perguntou, já chateada.

- Isso é errado, Ter. Você já assistiu filmes de ficção científica? Quando as pessoas mudam o passado, nunca acaba bem.

- E você acha que saber quando vai morrer não muda as coisas?

- Acho. Mas também acho que meu "eu" que morreu também já sabia. Afinal, sou eu, não sou? O mesmo.

- Tá, mas é difícil ficar aqui sem você.

- O que você tem feito? - ele pergunta, depois de uma longa pausa. - Quero dizer, para viver. O que está acontecendo? Você não parece bem, como se estivesse sentindo algum tipo de dor.

- Muita coisa está acontecendo, David. Algumas delas eu posso te contar, outras não. Mas eu ainda estou recebendo a mesada da vovó, e ainda tenho um pouco do dinheiro que eu estava guardando.

- Você estava trabalhando? Fazendo faculdade?

- Estava trabalhando, não estou mais, e tranquei meu curso. E sim, ainda dói, muito. Sempre que eu lembro de você. Mas está melhorando. Estava, na verdade, quando eu conheci o Homem-Aranha. - ela terminou com um sorriso.

Sempre que ela lembrava dele não conseguia esconder o sorriso. Apesar de querer manter distância, e protegê-lo de si mesma, ela gostava de lembrar de Peter; mas se recusava a admitir seu sentimento.

- O que é "Homem-Aranha"? - indaga ele, sem saber do que ela está falando.

Ester riu.

- Quantos anos você tem? - ela pergunta ainda rindo.

- Dezoito. Por que?

- Ele ainda não existe no seu tempo. É um garoto de roupa vermelha que se prega nas coisas. Nada de mais.

- Não parece ser "nada de mais" para você! - ele disse, arqueando as sombrancelhas. Ester deu de ombros. - Ei, eu não quero minha irmãzinha namorando qualquer um, não.

- Ele não é meu namorado. - ela disse. - É só um amigo.

- Ok. - ele disse com um sorriso. Depois, ele a lhou, sério, com a testa franzida. - Mas, Terr, não faça nenhuma besteira, tá? Eu não quero que mude nada... no passado, quero dizer.

- Por que não? - ela pergunta e sua voz falha. - David, eu quero você aqui. O david de vinte e oito anos. Preciso de você aqiu, jundo de mim.

- Mas Ter, a vida não é sempre como a gente quer. Às vezes precisamos abrir mão de algumas coisas para ter coisas melhorer, depois. É como um remédio, às vezes é amargo, mas precisamos deles. - ele suspurou, depois continuou. - Terr, eu sei que você é mutante. Você está tentando esconder isso de mim, e não sei o que você é exatamente, mas eu já sei que você é, e não dá para fugir disso. Você será mutante pelo resto da vida, e vai chegar o momento em que você não vai querer ser nada diferente disso. Você vai sentir que tem que ser isso, e vai ser. Tudo o que aconteceu até agora foi só para você descobrir o que você realmente é. Não mude isso, por favor.

- Não precisa ser assim.

- Mas já é assim.

Ester então o abraçou. Sentiu seu cheiro de novo, e ele tinha o mesmo cheiro, mesmo dez anos atrás. Ester sentiu cada segundo se passar, desejando que aquilo durasse por horas. Mas a única hora que eles tinham estava acabando. O relógio começou a apitar e David sussurrou emsou ouvido:

- Promete que não vai fazer besteira e mudar o passado.

- Besteira eu ja fiz. - ela respondeu. - Mas vou deixar tudo como está, sim.

- Te amo, criança. - ele disse, desfazendo o abraço.

- Também te amo.

O vórtice começou, levando David para longe de Ester, de novo.

Ela não conseguiu dormir naquela madrugada. Passou o tempo todo pensando nas palavras de David. Prometeu não voltar ao passado e salvá-lo, mas, apesar de querer voltar, sabia que não seria capaz que quebrar uma promessa feita a ele.

O resto do dia foi ao som de Snow Patrol, enquanto Ester tomava cerveja olhando o céu, cheio de estrelas da varanda de casa. Foi quando a campainha tocou. Esrer ja tinha tomado, pelo menos, oito copos de cerveja com vodka, então já não estava com a mente na velocidade normal. Ao abrir a porta ela deu de cara com um par de olhos verdes, e Jem éstava a sua porta, com um sorriso que destacava as covinhas.

- Ooooi. - ela disse, arrastando a voz, por conta da bebida. - Entra aí.

- Está tudo bem? - pergunta ele, colocando as mãos dos dois lados da cabeça dela. - Você bebeu? O que houve?

- Estou bem, Jem. Para de agir como se eu fosse criança. - ela diz voltando para a varanda. Ele a segue.

- Não estou agindo como se você fosse criança. Só quero saber. Por que você bebeu desse jeito?

- Está complicado, Jem. Está tudo muito complicado. - Jem senta ao seu lado, ouvindo-a com atenção. Sabe que, se é "complicado", vindo dela, não é qualquer coisa. - Primeiro, vejo meu irmão ser assassinado, depois, deixo minha mutação tomar conta de tudo, uso isso para matar os assassinos da única pessoa importante que eu tinha na vida, sou levada pelos Vingadores (que eu achei que me prenderiam, mas não o fizeram) e, para fechar com chave de ouro, vou acabar partindo o coração do Parker. - ela se vira para ele, os olhos vermelhos e a visão embaçada pela bebida. - Quer a história detalhada?

Ele a olha, assustado. Não sabia de nada daquilo, nem sobre a morte de David, pois ela havia mentido quando lhe contou sobre um "acidente". Da primeira vez ele sentiu pena dala, sentiu a compaixão por alguém que acabara de perder um ente querido. Agora, ele tinha mais medo.

- O quê?