História Vendida. - Capitulo 22

Três dias depois eu já estava recuperada. Max estava me tratando como uma inválida ele não deixava eu fazer nada e deixou uma empregada a minha disposição.

-Pronta?- Max perguntou assim que entrou no quarto. Ele falou que iria me levar até o Lincoln hoje, eu não via a hora de cometer minha vingança. Eu esperava por isso a muito tempo, não sabia muito bem o que tinha acontecido naquele dia, no dia que o Max me salvou e pegou o Lincoln.

Estava curiosa para saber mas não tinha perguntado nada pro Max.

-O que aconteceu com as meninas?- Pergunto ao Max pela primeira vez.

-A polícia cuidou de tudo.- Olho pra ele assustada. Como a polícia tinha cuidado de tudo sendo que ele ainda estava aqui e não preso?

-E por que você ainda está livre?

-Porque foi uma denúncia anônima.- Ele diz e me olha como se eu fosse idiota por ter feito aquela pergunta. Dei de ombros e segui ele até o carro.

O caminho até a casa onde o Lincoln estava foi em completo silêncio, eu estava muito perdida em pensamentos. Hoje iria ser meu primeiro assassinato, eu iria matar uma pessoa. E sinceramente, eu estava nervosa e com medo.

Meu ex pai, me ensinou a atirar e mais algumas coisas. Mas eu nunca matei ninguém, ele nunca me ensinou isso.

-Savannah chegamos.- Max diz e eu passo minhas mãos suadas pela calça jeans.

-Você está bem?

-Sim.- Respondo e saio do carro. Sigo ele pra dentro, ele puxa um portão grande enferrujado e entramos.

O lugar é um galpão onde tinha inúmeros carros velhos, no canto tinha o que parecia ser um quartinho.

-Eu já volto.- Max diz e entra, eu fico na porta ouvindo.

-Max por favor, não me mate.- Pude ouvir a voz de Lincoln ecoando pelo lugar.

-Eu não vou te matar... Quem vai te matar vai ser ela.- Max diz e eu entro.

Lincoln me olha sem acreditar. O rosto dele está inchado, ele com certeza levou uns socos.

-Ele é todo seu, eu estou aqui fora. Qualquer coisa grita.- Max diz e sai, me deixando sozinha com o monstro.

Ele me olha e respira fundo. Um dos seus olhos está quase fechado pelo inchaço.

Eu pego uma madeira que o Max tinha deixado ao lado da porta e seguro com as duas mãos. A ponta da madeira está cheia de pregos.

Giovanni, um dos homens que trabalhavam pro pai do Max falou que seria muito barulhendo usar uma arma pois eles estavam sem um silenciador.

-Não acredito que vou ser morto por uma mulher... Ainda mais uma ex escrava.- Ele diz e da um sorriso sarcástico.

-O meu maior prazer vai ser acabar com você. Masss, antes quero lhe devolver isso.- Fui até um pedaço de fio que estava jogado no canto do quarto. -Não é um chicote, mas vai me servir.

Por sorte ele está sem blusa, só assim vou poder vê sua pele sendo esfolada. Eu vou fazer com ele como ele fez comigo.

Antes que qualquer outro pensamento me atingisse eu acerto a pele dele com o fio. Logo uma marca vermelha aparece em sua pele.

-Vamos vê se você é boa nisso. Vamos vê se a escrava é boa torturando.- Ele diz e da uma risada. Um ódio enorme toma conta de mim, e eu bato com fio nele inúmeras vezes não me importando onde está pegando.

Acerto em suas costas, braços e rosto. E finalmente ouço seu grito de dor.

E como a alguns dias atrás eu chego perto de seu ouvido.

-Isso eu quero ouvir você gritar.- Digo e volto a acertar o fio em sua pele. Ele tinha feito isso comigo. Antes era eu em seu lugar enquanto ele mandava eu gritar, enquanto ele me massacrava com um chicote e ainda ria da minha miséria.

Acertei ele inúmeras vezes até vê o sangue em sua pele.

-Eu me arrependo de não ter matado você, eu tinha que ter comido você e depois ter lhe estrangulado sua va..- Antes dele terminar com as ofensas eu acerto sua cabeça com a madeira cheia de pregos.

Uma coisa desconhecida toma conta do meu corpo, e a sangue frio eu começo a da uma sucessão de golpes nele com aquela madeira cheia de pregos.

Os gritos dele são de desespero. Mas eu não paro, em minha mente aparece vários flashes dele me maltratando, e rindo da minha dor. A cada pensamento é um golpe novo, e quando ele já está no chão ainda amarrado contra a cadeira, eu paro. Paro e vejo minha camisa cheia de sangue, minhas mãos também.

Olho pro homem agora morto em minha frente, irreconhecível e largo a madeira no chão a realidade me bate e ao invés de me sentir feliz, um desespero e agonia que eu nunca havia sentido antes me bate e eu caio no choro.

Eu choro como uma criança, minhas mãos tremem como nunca. Saio correndo de dentro daquele lugar e me choco contra o corpo de Max, ele passa os braços ao meu redor e me aperta fortemente, meu choro me enlouquece e os soluços mais ainda.

Eu devia está feliz, agora estou vingada... Mas ao invés disso só sinto tristeza e uma coisa inexplicável que me faz chorar, soluçar e tremer.

-O que aconteceu?- Max pergunta ainda abraçado comigo.

-Eu quero ir embora, quero sair desse... lugar por.. favor.- Digo entre soluços e ele me leva pra fora daquele lugar.

[...]

Quando chegamos na casa do pai dele, eu vou direto pro quarto. Tiro aquela blusa suja de sangue e jogo ela longe.

-Pode me dizer o que aconteceu?- Max pergunta e fecha a porta atrás de si.

-Nem eu sei, depois que acabei de descontar minha raiva nele algo aconteceu e... um desespero sem igual. Foi muito estranho.- Explico e ele me abraça novamente.

-Você entrou em pânico, isso é normal pra primeira vez.- Ele diz em tom de brincadeira.

-Agora eu só preciso de um banho.- Ele acena com a cabeça e eu vou pro banheiro. Encho a banheira e entro, antes eu fui no chuveiro pra tirar uns pingos de sangue que estavam pelo meu corpo. Depois disso entro na banheira e relaxo.

Quando resolvo sair, a água já está fria e meus dedos enrugados.

-Eu tenho um presente.- Max diz assim que saio do banheiro, levanto uma sobrancelha e olho pra ele.

-E o que é?- Ele sorri e me aponta um celular. Fico um pouco receosa de pegar.

-Eu quero que você fique com isso, você pode se comunicar com quem quiser e ir embora a qualquer hora. Você está livre Savannah.