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História Verdade Ou Consequência - Oportunidade


Escrita por: beabea

Notas do Autor


Ei pessoal como estão todos neste fim de semana??
Eu sei que a fic está a viajar por tensões no nosso casal principal, mas estava na hora de isso acontecer, mas eu prometo que vocês não se vão decepcionar com o rumo que a história vai tomar a partir de agora. Aliás, eu acredito que este vai ser um dos capitulos que vocês mais esperavam desde da briga Stydia.
Sem mais delongas, espero que gostem.
Kiss, bea

Capítulo 58 - Oportunidade


Deixei os meus olhos correrem uma vez mais para à porta da casa dos Martin certificando-me que a mesma continuava fechada tal e qual como à minutos atrás, depressa demais desviei a minha atenção para o capô aberto do carro da Lydia desejando mais que tudo acabar com aquilo o mais depressa possível.

Fazia, talvez, uns bons dez minutos que eu estava ali com aquela ferramenta na mão enquanto tentava ganhar coragem para cortar aquela ligação.

Eram cinco da manhã e ali estava eu de frente para o carro da Lydia pronto para fazer uma das maiores loucuras que já cometi na minha vida que por um lado podia fazer com que a Lydia me finalmente perdoasse ou podia arruinar todas as hipóteses que eu tinha.

Aquela ideia tinha me surgido após acordar no meio da madrugada depois de horas a fio a viver os pesadelos que não me abandonavam nem na realidade nem no mundo dos sonhos. A figura da minha irmã mais nova foi a primeira coisa que vi assim que abri os olhos com o meu coração quase a saltar pela minha garganta, ela mantinha-se aos pés da minha cama com aquele seu olhar de preocupação que só ela poderia ter.

A verdade é que eu não sei muito bem como me lembrei daquela ideia, acho que foi apenas uma das minhas formas de fugir daquele quarto e consequentemente tentar colocar para trás a presença permanente de Charlie que tinha ficado desaparecida por alguns dias. Eu tinha que admitir que mesmo que aqueles delírios constantes devessem preocupar-me eu sentia algum certo alívio por não estar a vivenciar os piores momentos da minha vida com a voz de Jordan presente na minha mente.

Eu preferia enlouquecer com a figura de Charlie ao meu lado do que ao ouvir a voz de Jordan com a sua voz maliciosa a soltar todas as atrocidades que ele era capaz de soltar.

“Não devias fazer isso.”

A voz de Charlie ressoou dentro da minha cabeça como se ela estivesse realmente ali, bem ao meu lado como eu desejei que ela ficasse pelo resto da minha vida.

Deixei as minhas pálpebras caírem sobre os olhos para logo de seguida mover finalmente alicate contra o fio que eu sabia que não devia ser cortado, mas que ainda assim contrariando a minha consciência que estava ali bem presente na minha mente eu cortei.

-Agora é tarde. - é a única coisa que sou capaz de dizer abrindo os olhos e percebendo a ausência da silhueta de Charlie que normalmente acompanhava sempre a sua voz.

Não consegui deixar de analisar o estrago que acabara de cometer sabendo que aquilo era o suficiente para a fazer aceitar a minha boleia, ela não teria nenhuma escolha a não ser que desejasse ir para a escola sob a chuva que aquele céu nublado carregava.

Eu sabia que se Charlie estivesse realmente viva ela teria feito algo mais do que falar para me impedir de fazer aquela asneira, ela teria sido capaz de arrancar-me a ferramenta das mãos e até mesmo bater-me com ela na cabeça como se aquele seu gesto fosse o suficiente para me fazer ganhar algum juízo.

Acho que era nessa medida que Lea me fazia lembrar um pouco de Charlie, assim como a minha irmã a Lea podia fazer as coisas para tentar corrigir algo que as outras pessoas quase que tinham estragado ou fazer algo para que as coisas corressem numa boa forma para as outras pessoas.

Respirei fundo antes de voltar a olhar para a porta dos Martin ao mesmo tempo em que batia com o capô do carro certificando-me dessa forma que aquele ruído não foi o suficiente para chamar atenções indesejadas.

-Já acordado Stiles? - a voz da minha tia apanha-me de surpresa no momento em que vinha a entrar na cozinha em bicos de pés tentando fazer o mínimo barulho possível.

Apressei-me a esconder o alicate por baixo do casaco que vestira para sair de casa naquela madrugada, prendi o entre as minhas calças não querendo que houvesse nenhuma chance que ele caísse, antes de ser capaz de me virar na sua direção e forçar um sorriso a inundar os meus lábios enquanto a sombra de Charlie atrás da minha tia era a primeira coisa que os meus olhos apanhavam.

-Fui dar uma volta. - pronunciou-me encolhendo de ombros obrigando a fixar o meu olhar no rosto da minha tia e não no de Charlie na tentativa de passar despercebido, a última coisa que eu precisava naquele momento era da minha tia perceber dos delírios que tinham voltado a inundar o meu dia-a-dia.

-Às cinco da manhã? - interroga à minha tia erguendo uma sobrancelha em total descrença fazendo-me engolir em seco e passar nervosamente uma mão pelos meus cabelos, ela melhor que ninguém sabia que os meus hábitos noturnos só aconteciam por uma única razão: pesadelos. -Stiles...

-Eu estava com a Lydia. - revelo duma vez decidindo-me por basear por metade da verdade.

Eu tinha estado na casa dos Martin, mas não propriamente dentro da mesma muito menos na companhia da Lydia, mas a minha tia não precisava de conhecer esses pormenores.

O sorriso que rasgou os lábios da minha tia fez-me sentir culpado por eu ter usado aquela mentira com ela, aquele seu sorriso era direcionado para mim em raras ocasiões e pelos vistos aquela era uma delas.

Aquele era o tipo de sorriso que eu não merecia.

-Porquê é que não disseste logo isso? - questiona a minha tia erguendo-se do seu lugar para logo de seguida despejar algum café para um copo que rapidamente foi direcionado na minha direção obrigando-me dessa forma a aproximar-me da mesa enquanto sentia os seus olhos alegres sobre mim. -Quando é que a trazes novamente cá em casa? Eu realmente gosto dessa garota, acho que ela é a certa para ti Stiles.

A culpa que já era sentida por mim pareceu ficar agora mais intensa depois de ouvir aquelas suas palavras fazendo-me, dessa forma, lembrar-me do erro que eu cometera.

-Ela vai estar ocupada nos próximos dias. - ou nas próximas semanas, não consigo evitar de acrescentar mentalmente enquanto impedia que os meus olhos se encontrassem com os da minha tia, eu sabia que a minha tia teria facilidade em perceber que algo estava errado só ao olhar para os meus olhos.

-Eu tenho a certeza que havemos de arranjar forma de a trazer cá em casa. - confirma a minha tia pousando uma mão em cima do meu ombro de deixando por lá um aperto como se ela estivesse a tentar mostrar alguma confiança, mesmo que eu não estivesse a encarar o rosto da minha tia eu tinha a certeza que ela naquele momento estaria a esboçar o seu típico tímido sorriso que ela reservava para aquele tipo de situações.

-O que é que fazes tão cedo acordada? - obrigo-me a perguntar na tentativa de mudar de assunto para logo de seguida levar o copo de café até à minha boca não levando muito tempo para sentir a minha língua a queimar por causa do líquido escaldante.

-Eu ouvi-te a sair. Fiquei preocupada que algo tivesse acontecido e por isso não consegui dormir mais. - e ali estava, uma vez mais aquela razão tão simples, mas ainda assim tão poderosa que revelava com tanta clareza o peso que a minha tia poderia ter na minha vida.

Ela era como uma segunda mãe para mim, talvez até me arrisca-se afirmar que ela era realmente a minha mãe visto que as poucas coisas que eu trazia da minha mãe biológica eram pequenas lembranças que despontavam apenas em momentos especiais.

Humedeci os meus lábios antes de pousar o copo em cima da mesa e voltar o meu corpo na direção da minha tia que estava mais próxima de mim do que aquilo que eu inicialmente pensara, os seus olhos atentaram em mim observando-me com aquele vinculo na sua testa transparecendo dessa forma a sua preocupação que banhava o seu coração naquele momento.

Deixei as minhas mãos encontrarem os seus ombros para logo de seguida fechar os olhos por meros segundos, segundos esses que foram o suficiente para me fazerem suspirar e arranjar a coragem que precisava para falar aquilo que eu queria.

-Eu acho que nunca te agradeci por me acolheres nesta casa. - não conhecia nenhuma outra forma para começar se não a falar aquilo que eu já devia ter dito há muito tempo, levantei uma mão quando a minha tia abriu a boca para falar. -Eu talvez nunca demonstrei o quão grato eu estou por me teres aceite nesta casa mesmo depois de todas as merdas que eu fiz, depois de toda a destruição que eu causei tanto na tua vida como na do tio e na de Erica, mas eu sou... Eu sou tão grato por tudo o que fizeste desde do primeiro dia, eu sou grato por teres tido a paciência que nenhuma outra pessoa teve quando eu passei pela minha fase de raiva. Eu sou grato por nunca teres feito perguntas sobre a Charlie.

-Stiles...

-Eu só... Eu só precisava de ter dizer isto, eu sinto que abusei da tua confiança e da tua hospitalidade e que nunca te dei nada em troca. Eu só queria que soubesses que eu reconheço o teu esforço e que estou mais do que disposto a fazer algo para recompensar todos os problemas que eu possa ter provocado.

-Stiles... - foi a vez da minha tia falar uma vez mais dizendo o meu nome como se fosse uma mãe cansada, pegou no meu rosto entre as suas mãos como há anos fizera após o suicídio do meu pai e com aquela sua voz calma e maternal que só ela conseguia ter naqueles momentos deixou as palavras desenrolarem-se por si mesma. -És o meu sobrinho... Tiveste a tua mãe morta aos cinco anos e o teu pai aos dez, viste a tua irmã desaparecer quando tinhas apenas 14 anos. O que tu passaste, aquilo que tu viveste nenhum outro adolescente viveu. O mínimo que eu podia fazer por ti era aceitar-te na minha casa como membro da família que és. Stiles tu podes ser meu sobrinho, mas eu amo-te como se fosses o meu próprio filho. Eu tenho orgulho em ti e nada do que possas fazer pode mudar isso, tornaste-te o homem que a tua mãe sabia que irias tornar-te, o homem que eu queria que te tornasses.

Eu sempre soube que a minha tia sabia escolher bem as suas palavras para as situações certas, mas aquilo que ela acabara de dizer, aquilo que ela deixara escapar com tanta espontaneidade como era respirar?

Todas aquelas palavras?

Fizeram-me sentir como se voltasse a tenra idade dos oito anos em que eu entrara por aquela porta pela primeira vez em três anos e a primeira coisa que a minha tia me dissera fora as boas vindas como se realmente aquela casa fosse a minha.

Na altura eu o primeiro sentimento que tive foi de lar, como se eu tivesse finalmente encontrado o meu lugar no mundo e talvez tivesse encontrado por aquele era o sentimento que me preenchia no momento.

-Eu também te amo. - a declaração escapou de mim com uma facilidade assombrosa, mas ao contrário da primeira vez que eu a dissera aquela vez era inteira e totalmente no sentido fraternal, como um filho diria para uma mãe.

A minha tia esboçou um pequeno sorriso na minha direção antes de acariciar com os seus dedos a minha maçã do rosto para logo de seguida afastar-se e pronunciar quebrando dessa forma o silêncio que se instalou entre nós após a minha declaração.

-É melhor ires-te despachar.

-Ainda são só seis da manhã. - anuncio atrevendo-me a olhar para o relógio na cozinha certificando-me assim que eu estava longe de estar atrasado para a escola.

-Eu tenho a certeza que não te vais querer atrasar para apanhar a Lydia. - a afirmação da minha tia foi acompanhada por uma piscadela de o olho e de uma das suas mãos irem parar ao lugar onde eu escondera o alicate deixando mais do que claro que eu não conseguira enganar ninguém.

-Tia...

-Não preciso que me expliques o que fizeste Stiles, quanto menos eu saber mais fácil vai ser para eu proteger no futuro.

Não consegui deixar de sorrir depois de ouvir as suas palavras, atrevi-me a inclinar na sua direção e a depositar um beijo na sua testa como em raras ocasiões eu fazia para logo de seguida pegar no meu copo de café e abandonar a cozinha em direção ao banheiro no andar de cima.

Tinha que aproveitar que a Erica continuava a dormir para poder tomar o banho que eu urgentemente precisava.

“Eu também amo a tia.”

As palavras de Charlie assustam-me fazendo-me desequilibrar e bater com as costas contra a porta do banheiro fechando a mesma de forma mais rápida, lancei uma mão ao meu coração enquanto deixava os meus olhos caírem em cima da figura da minha irmã mais nova sentada em cima do lavatório.

-Saí daí Charlie. - é a única coisa que sou capaz de dizer não conseguindo colocar de lado os hábitos antigos.

“Vais brincar comigo esta tarde?”

Suspiro ao ouvir a sua pergunta para logo de seguida puxar a blusa para cima na tentativa de ganhar algum tempo para pensar na resposta que lhe poderia dar.

Eu nunca tentara dizer-lhe que ela estava morta.

Nas primeiras vezes que ela me apareceu a sua silhueta era acompanhada pela figura do Jordan sendo que nessa época quem falava era o Jordan, depois quando ela começara aparecer sozinha eu fazia a única coisa que sabia que devia fazer: comecei a ignora-la, mas a cada dia que se passava tornava-se cada vez mais difícil fazer isso até ao dia em que eu finalmente aceitei a sua ilusão na minha vida.

-Talvez. - falo finalmente enquanto desabotoava o botão das minhas calças depois de dar as costas a ela, a última coisa que precisava era que o delírio que eu criara me visse nu.

A sensação da água quente a cair sobre os meus ombros fez-me fechar os olhos e deixar-me ser invadido por aquela onda de prazer insubstituível, mergulhei a minha cabeça por baixo da água no momento em que ouvia a voz da minha irmã bem atrás de mim fazendo-me desequilibrar e obrigar-me a apoiar-me na parede para não haver chances de escorregar no chão da banheira.

-Merda Charlie, eu estou a tomar banho. - deixo escapar não me importando de ter acabado de dizer um xingamento à sua frente, a Malia obrigara-me a morder a língua sempre que estávamos perto da Charlie.

“Eu estava a sentir-me sozinha.”, são as únicas palavras que vieram da minha irmã mais nova fazendo-me suspirar antes de deixar uma mão passar pelo meu rosto tentando limpar as gotas de água que ali repousavam.

-Charlie... - o seu nome escapou de mim com uma facilidade assombrosa como se não tivesse passado quatro anos desde da sua morte. -Eu preciso de privacidade.

“Mas...”

-Eu prometo que mais tarde, quando eu sair da escola eu vou brincar contigo. Eu prometo... Mas agora, agora eu preciso de alguma privacidade pequena. - tento usar o tom mais calmo que podia usar naquele momento deixando os meus olhos encararem a figura da minha irmã que parecia ser intocável pela água, as suas roupas continuavam perfeitas, sem qualquer pinga de água.

Vi Charlie a baixar o seu olhar para os seus pés e sem dizer uma palavra desaparecer diante dos meus olhos como uma ilusão faria, ela não se esfumou como acontecesse nos filmes que vemos ela simplesmente desapareceu, num momento estava ali e no outro já não estava como se ela nunca tivesse existido.

A tensão que por breves momentos tinha desaparecido quando eu entrara na banheira e sentira aquela água quente a cair sobre mim voltou a instalar-se sob os meus ombros fazendo-me apoiar a cabeça na parede e deixasse as pálpebras caírem sobre os homens enquanto tentava arranjar forças para continuar com aquele banho que tinha o intuito de me ajudar a relaxar.

As lágrimas alojaram-se nos meus olhos sem qualquer ordem e antes que eu tivesse tempo já elas desceram pelo meu rosto juntando-se à água que continuava a cair do chuveiro.

-Estás atrasado, ela acabou de sair. - essas são as primeiras palavras que a minha tia me diz no momento em que entro na cozinha com as chaves do carro a girarem no meu dedo indicador.

Não foi preciso dizer mais nada para perceber o que ela queria dizer com aquela sua afirmação, peguei-me numa maçã sabendo que ir de estômago vazio para a escola seria a razão indicada para a minha tia mais tarde brigar comigo por eu não me estar a cuidar melhor, voltei a deixar um beijo no rosto da minha tia antes de sair da casa pela porta da cozinha que me levaria até às traseiras da casa.

A chuva miudinha que eu tinha previsto que cairia começou a cair com mais força no momento em que deixei o meu corpo encontrar o lado do condutor do meu Jeep.

Não consegui deixar de olhar para entrada da casa dos Martin deparando-me com a imagem do carro sucata da Lydia ainda ali parado, pelos vistos o meu estrago tinha sido o suficiente.

Foi impossível não sorrir de satisfação com o meu resultado, mas depressa demais obriguei-me a voltar ao meu objetivo principal: encontrar a Lydia.

Não seria muito difícil distinguir o ruivo do seu cabelo no meio daquela cidade se não fosse aquela chuva forte que caia agora com grande intensidade obrigando-me a esforçar ainda mais a vista e a ficar atento ao mínimo sinal da sua presença.

Os seus cabelos loiros morangos entraram dentro do campo da minha visão quando faltava dois quarteirões para chegarmos à nossa escola, o seu pequeno corpo era abraçado pelos seus próprios braços ainda que Lydia continuasse a caminhar sob aquela chuva forte sem qualquer proteção de um guarda-chuva.

Seria ela imprudente? Será que ela não tinha visto o tempo quando saíra de casa? Será que ela tinha um desejo para ficar doente.

-Lydia! - grito depois de parar bem ao seu lado e inclinar-me para abrir a janela. -Lydia entra no carro.

-Não. - é a única resposta que sou capaz de obter da sua parte antes dela continuar o seu caminho como se nada tivesse acontecido, a determinação na sua voz ainda que de alguma forma eu pudesse achar sensual naquele momento não passava mais do uma atitude irritante.

Não consegui deixar de revirar os olhos perante a sua atitude infantil de ignorar o bem estar da sua saúde só para não ter que dividir o mesmo espaço que eu.

Travei o Jeep para logo de seguida, sem pensar nas consequências que aquilo poderia trazer para mim, saltei de dentro do meu carro não levando muito tempo para sentir a minha roupa a colar-se ao meu corpo à medida que eu era chicoteado com a chuva intensa que caia no momento.

-Lydia por favor... - imploro enquanto corria tentando alcança-la, agora de frente para a figura que eu tinha mantido distância por mais de duas semanas, as piores semanas da minha vida, a nostalgia falou mais alto fazendo-me esticar a mão em direção ao seu rosto, mas sem coragem para lhe tocar com medo de descobrir qual seria a sua reação ao meu gesto. -Entra no carro.

-Qual é a parte do eu não querer ver-te que tu não percebeste?

Deixei um suspiro escapar de mim antes de deixar cair o meu braço ao lado do meu corpo enquanto reconhecia ainda a mágoa no verde dos olhos de Lydia.

-Lydia por favor, eu só quero te dar boleia. - peço não sabendo se me devia colocar de joelhos à sua frente e juntar as mãos como uma imploração se devia atrever-me aproximar-me um pouco mais dela sabendo dos riscos que esse meu ato teria. -Eu não quero que fiques doente.

-Agora de repente preocupas-te comigo? - interroga Lydia franzido a sua testa em descrença para logo de seguida se rir não me dando oportunidade para dizer algo, a gargalhada que escapava de si era forçada, falsa fazendo-me engolir em seco ao perceber na pessoa que a ruiva se tinha tornado naquelas poucas semanas. -Quando fizeste a aposta nem se quer te preocupaste com a minha existência, e agora, subitamente, estás preocupado com eu poder ou não ficar doente? Isso é alguma piada?

-Eu preocupo-me contigo desde do inicio. - o olhar de descrença que recebi da sua parte obrigou-me a reformular a minha afirmação anterior sabendo que naquela altura do campeonato a única coisa que podia fazer para corrigir tudo era ser o mais sincero e honesto possível. -Talvez no inicio não, mas... Lydia tu és a pessoa mais importante que eu tenho na minha vida, és a única pessoa que me vê como verdadeiramente sou. Nem a Malia me conhece tão bem como tu me conheces.

-Mas ainda assim eu fui estúpida o bastante para não perceber a verdadeira razão para te aproximares de mim.

As suas palavras foram como uma pancada na parte de trás da minha cabeça fazendo essas mesmas palavras ecoarem na minha mente ao mesmo tempo em que a culpa voltava a surgir no meu corpo.

Envergonhado por fazer a Lydia pensar menos do que aquilo que ela realmente era, deixei os meus olhos caírem em cima das minhas mãos antes de ganhar coragem para enfrentar o seu olhar.

-Eu nunca quis... - tento falar abanando a cabeça para logo de seguida interromper-me a mim mesmo sem saber aquilo que podia dizer para consertar o mal que eu fizera, deixando-me levar pelo impulso que eu tentara controlar por toda aquela semana arrisquei-me aproximar um pouco mais do seu corpo ao ponto de atrever-me a descansar as minhas mãos nos seus quadris. -Lydia eu só quero uma segunda oportunidade. Eu sei que isto é pedir muito, eu sei o mal que te fiz, mas tu não consegues perceber Lydia? Eu não te falei a verdade para te proteger, eu tentei arranjar maneiras para sair daquela aposta sem consequências, mas eu não consegui arranjar nenhuma. Em todas as maneiras tu acabavas por te magoares e essa é a última coisa que eu quero que aconteça contigo.

-Então fizeste um trabalho de merda porque tu conseguiste magoar-me do único jeito que pensei que nunca farias. - e ali estava uma vez mais aquelas palavras que tinham o poder para me derrubar no chão num piscar de olhos.

-Eu sei e eu sinto por isso...

Naquela altura a chuva caia em nosso redor como se nós tivéssemos por baixo de uma cascata, a força aplicada na queda daquela água fazia-me ter a certeza que as consequências daquela molha seriam vistos mais tarde, mas ainda assim eu sentia-me, pela primeira vez em muito tempo, bem.

-Eu só te peço uma nova oportunidade, eu prometo fazer de tudo para corrigir a mágoa que eu te fiz sentir. - aquela situação no lado de fora para as outras pessoas podia se mostrar um pouco desesperadora, mas eu estava pronto para ignorar esse detalhe não me importando de me humilhar.

Se humilhar-me fosse o que precisava para a Lydia perdoar-me duma vez por todas então eu faria tudo o que estivesse ao meu poder para arranjar todas as formas para me humilhar.

O meu único desejo era ter a Lydia de volta.

Eu precisava dela.

-Eu não te posso dar uma oportunidade assim sem mais nem menos. - as palavras de Lydia foram o suficiente para me sentir desamparado, senti-me como se ela estivesse a empurrar-me para longe ainda que o seu tom se mantivesse calmo.

Deixei as minhas mãos quebrarem o único contacto com o seu corpo que eu tivera durante aquelas últimas semanas e ganhei coragem para dar alguns passos atrás sabendo agora que tinha chegado ao fim, que já não havia nada a fazer.

-Tu destruíste a confiança que eu tinha em ti, quebraste aquilo que era mais importante para mim num único golpe. - Lydia parecia que ainda não tinha acabado de massacrar o meu fraco coração, mas aquilo também era o mínimo que eu podia fazer.

Tinha chegado a minha vez de ter o meu coração arrancado do meu próprio peito tal e qual como eu tinha feito com a Lydia.

Um suspiro escapou dos lábios tentadores da ruiva antes da mesma passar a língua pelos mesmos apanhando, consequentemente, algumas gotas da chuva que tornaram toda aquela imagem ainda mais sensual.

-Antes de eu poder dar-te uma nova oportunidade tu vais ter que reconquistar a minha confiança, antes de eu poder arriscar em apaixonar-me novamente por ti tu vais ter que provar que mudaste, que o que aconteceu nunca mais vai voltar acontecer.

Levei algum tempo a entender o significado da sua declaração, levei ainda mais tempo aceitar que aquilo estava mesmo acontecer e um pouco mais para conseguir ter alguma reação perante aquela oportunidade que Lydia me estava a dar.

Não era a segunda oportunidade que eu lhe implorara, estava longe de ser algo que fizesse florescer a nossa relação do ponto em que estava no passado, mas ainda assim era algo.

Deus, a verdade é que era tudo o que eu desejara!


Notas Finais


Que acharam do capitulo??
Lydia deu finalmente a chance que o Stiles tanto procurava, mas se vocês acham que vai ser assim tão fácil vocês estão muito enganados. Lydia foi magoada da última maneira que ela esperava que seria por isso ela está à espera que o Stiles prove que ele quer tanto aquela relação como ela quer.
Ele vai ter que reconquista-la novamente e agora da maneira certa.
Que acharam da conversa do Stiles com a sua tia?? Muitos de vocês gostaram tanto da conversa que os dois tiveram alguns capitulos atrás que eu quis mostrar que a relação dos dois é bem forte ao ponto da tia saber o que se passa com o seu sobrinho, mas ainda assim ser capaz de se manter afastada sabendo que o Stiles será inteligente o suficiente para resolver os seus problemas.
Que acharam da figura da Charlie presente neste capitulo?? A Charlie irá estar presente em mais alguns capitulos, mas logo as coisas serão esclarecidas e chegara um momento em que o Stiles vai ter que resolver esse seu problema de ver a Charlie em todo o lado.
Sim, a Lydia estará metida na resolução desse problema.
Eu realmente quero saber o que vocês acharam do capitulo especialmente agora que a Lydia lhe deu uma segunda oportunidade.
Eu preciso dos vossos comentários.
Kiss, bea
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