História Verdade Ou Consequência - Primeiro Passo

Não consegui deixar de sorrir vendo Lydia com aquele sorriso que eu tinha tantas saudades de ver nos seus lábios.

Ver aquela beleza agora mais perto depois de longas semanas sem presenciar algo daquele tipo enchia-me o coração de uma forma que eu nunca pensei que fosse capaz de me encher.

-Porquê é que me estás a olhar dessa forma? - a pergunta partiu de Lydia enquanto erguia os seus olhos e cruzava-os com os meus dando-me o privilégio de ver a profundidade daquele verde que nos seus olhos que era capaz de levar qualquer homem à hipnose.

-És linda. - aquela verdade escapou de mim com uma facilidade assombrosa ao mesmo tempo em que eu me atrevia em tocar na sua maçã do rosto para dessa forma certificar-me que ela estava realmente ali, que aquilo não era mais nenhum sonho.

-Stiles... - o embaraço como tom de voz da ruiva foi acompanhado pelo seu rosto ser abaixado quebrando assim o nosso contacto visual ao mesmo tempo em que as suas bochechas adquiriam aquele tom rosado do qual eu tinha saudades de ver ali presente.

Depois do que aconteceu na noite passada, depois de eu ter me certificado que tanto a Lydia e a Lea estavam bem, depois de eu ter arrumado toda a confusão criada na sala de estar da casa dos Martin, depois de eu ter verificado que estava tudo bem eu dei-me por rendido e deitei-me no chão do quarto da minha ruiva querendo ter a certeza que ela não passava mal.

Por duas horas eu dormi naquele chão para acordar com o raiar do sol a bater bem na minha cara.

Querendo fazer as coisas certas daquela vez e sabendo que naquele momento a Lydia precisaria de um momento longe de mim para poder interiorizar aquilo que acontecera algumas horas atrás eu sai da casa, mas não antes de deixar um recado para que Lydia se assegurasse que não se ia livrar de mim tão cedo.

Eu tinha um plano, um plano que tinha levado alguns dias a planear, tinha criado esse plano com a esperança de que Lydia me desse uma segunda oportunidade, mas agora aquele plano tinha caído por água abaixo porque no momento em que vi a Lydia sentada nos bancos de pedras perto do pavilhão desportivo a única coisa que soube fazer foi aproximar-me dela e ficar ali até a sua fragrância fazer parte de mim.

-Eu tenho que fazer uma coisa. - confesso assumindo finalmente coragem para colocar o meu plano em prática, eu sabia que o plano a ia reconquistar.

Eu precisava de acreditar nisso para continuar com a esperança.

-Eu não...

-Eu não te vou beijar. - asseguro-me rapidamente percebendo para onde os seus pensamentos se dirigiam ainda que esse fosse um dos meus principais desejos.

A verdade é que eu tentara beija-la mais cedo naquele dia, assim que me aproximei dela na escola agarrei-a pela cintura e tentei-a beijar, mas antes de eu poder sentir os seus lábios sob os meus ela virou o rosto e deixou que o contacto dos meus lábios fosse com a sua bochecha deixando mais do que claro que ainda era cedo para esse tipo de gesto.

-Então qual é a coisa? - interroga Lydia franzido a sua testa na minha direção fazendo-me sorrir perante a sensação que eu tinha de querer passar os meus dedos naquela zona e poder alisar aquele lugar.

-Para a fazer eu preciso que vás até aquela árvore. - peço apontando para o velho Carvalho onde Lydia estava encostada no primeiro dia do desafio, Lydia olhou para mim desconfiada e no momento em que abriu a boca pronta para dizer alguma coisa eu apressei-me para falar impedindo-a que ela pudesse dizer o que fosse. -Faz-me só essa vontade, por favor.

Como se não tivesse outra escolha Lydia ergueu-se do lugar em que estava levando consigo o livro de Orgulho e Preconceito que ela estava a ler talvez pela décima vez, eu já tinha perdido a conta de quantas vezes eu já a vira a ler aquele maldito livro que parecia persegui-la para todo o lado, e caminhou em direção à tal árvore fazendo-me seguir cada passo seu com o olhar.

-Senta-te! - grito ignorando os olhos que podia estar a chamar naquele momento, a minha atenção estava toda focada para a figura da ruiva que me olhava agora com aquela sua típica confusão que ela sempre mantinha nos seus olhos quando estava perante algum problema de Química.

Deixei as minhas pálpebras caírem sobre os meus olhos para de seguida respirar fundo e abrir uma vez mais os olhos e arranjar coragem para caminhar na direção de Lydia que seguia os meus movimentos com grande desconfiança e desorientação.

-Stiles...

Pousei o dedo indicador sobre os meus lábios orientando-a para se manter em silêncio para logo de seguida fazer com que os meus lábios se esticassem para os lados sem nenhuma dificuldade.

-Olá sou o Stiles. - as palavras escapam de mim arrancando-lhe uma vez mais um olhar confuso o que me fez alargar ainda mais o sorriso ao perceber o quão encantadora ela podia ficar daquele jeito.

-O que é que...

-Sou o Stiles. - volto a repetir ainda com o mesmo entusiasmo, mas agora tentando deixar claro aquilo que eu estava a tentar fazer.

Lentamente a compreensão tomou conta dos olhos de Lydia e antes de eu ser capaz de prever o que iria acontecer uma gargalhada gostosa escapou de dentro da minha ruiva que abraçou a sua barriga como se estivesse a tentar controlar a dor que dali vinha.

Não consegui deixar de rir perante aquele riso tão descontrolado que dominava a Lydia e que eu talvez nunca tenha visto nela.

-Vamos Lydia, eu preciso da tua parte para continuar. - falo ainda com um largo sorriso nos meus lábios vendo o divertimento estampado no rosto da ruiva como à muito tempo eu não ouvia.

-Certo, certo... - solta Lydia enxaguando o seu rosto que tinha agora desenhado caminhos que as lágrimas tinham deixado para trás para logo de seguida o corpo da ruiva tomar uma postura direita como aquela que devíamos ter nas aulas do Haris. -Sou a Lydia Martin, minha alteza.

Uma vez mais o riso escapou dos lábios de Lydia antes mesmo de eu poder interiorizar o significado das suas palavras.

Ainda assim, mesmo o plano não estando a correr como eu queria, ficava feliz por ver a Lydia daquela maneira como à muito tempo não acontecia.

Talvez, só talvez, aquilo fosse um sinal de que as coisas iam ficar bem entre nós.

O toque da campainha fez-a levantar-se do lugar para de seguida surpreender-me com uma vénia desajeitada.

-Dá-me permissão, minha alteza? - o tom trocista ainda continuava presente na voz de Lydia o que me fez revirar os olhos perante aquela sua atitude.

Sem ser capaz de lhe dizer nenhuma palavra atrevi-me agarrar na sua mão puxando-a em direção ao pavilhão desportivo onde nós teríamos a primeira aula daquela manhã.

O contacto com a mão quente de Lydia pareceu o suficiente para o meu coração palpitar novamente dentro do meu peito ao mesmo tempo em que apertava a mão de Lydia com a minha certificando-me que aquilo era mesmo real.

-Stiles...

-Vamos com calma, eu sei. - falo percebendo o tom sério que tinha voltado a voz da minha ruiva fazendo assim passar o momento descontraído que compartilhamos à instantes atrás, senti um vazio frio preencher-me quando Lydia se soltou da minha mão mantendo assim os nossos corpos distantes um do outro como tinha acontecido naquelas semanas.

Senti os olhos de Lydia sobre mim antes da mesma apressar os seus passos adentrando em primeiro lugar no pavilhão, mas antes mesmo dela poder entrar dentro do balneário eu agarrei-lhe no braço e virei o seu corpo na minha direção encostando-a contra a parede e deixando a distância entre nós mínima.

-Mas eu preciso de saber que tu vais continuar aí. - e ali estava o efeito que ela tinha sobre mim fazendo-me dizer tudo aquilo que pensava sem se quer refletir nas consequências que essas minhas palavras podiam trazer. -Eu preciso de ter a certeza que tu te vais esforçar para ficar de mente aberta, eu preciso de saber que tu me vais dar realmente uma segunda chance. Lydia, eu...

Deixei as palavras ecoarem por alguns segundos ao mesmo tempo em que me rendia e deixava as pálpebras caírem sobre os meus olhos e apoiava os meus braços ao lado da cabeça de Lydia anulando qualquer possibilidade de fuga que pudesse estar a passar pela cabeça da Martin naquele momento.

-Eu preciso de ti Lydia. - a nova declaração libertasse de mim com um suspiro num tom tão baixo que me fez duvidar que ela pudesse ter ouvido, mas antes de eu arriscar em repetir aquelas mesmas palavras senti os dedos delicados de Lydia a tocarem no meu rosto com alguma hesitação fazendo-me abrir os olhos e encarar a imensidão do verde que dominava os olhos expressivos dela. -Eu preciso de ti!

Mantive-mo-nos naquela posição por algum tempo, os nossos olhos conectavam-se comunicando-se entre si sem ser necessário as palavras para expressar aquilo que podíamos estar a sentir naquele momento. Foi Lydia quem quebrou o nosso momento desviando os olhos de mim e escapando da minha prisão ao baixar-se e passar por baixo de um dos meus braços fazendo-me virar na sua direção enquanto a mesma caminhava em direção ao balneário.

Estava ao ponto de a chamar e certificar-me que eu não tinha dito nada de errado quando a ruiva hesita à entra do balneário e vira o seu rosto na minha direção voltando a cruzar os seus olhos com os meus:

-Eu dei-te uma segunda oportunidade a única coisa que te peço é para não estragares tudo.

Vi a silhueta de Lydia a desaparecer dentro do balneário deixando-me para trás com um pequeno sorriso a beirar os meus lábios para logo de seguida ser arrancado da linha dos meus pensamentos bruscamente quando senti uma tapa a ser desfigurada na parte de trás das minhas costas.

-Que merda Liam, és algum atrasado? - questiono não conseguindo evitar elevar a voz perante a atitude agressiva de Liam que se postara agora à minha frente bem ao lado de Zoe que se ria do que acabara de acontecer.

-Foi impressão minha ou vi-te ali com a tua donzela? - interroga Liam ignorando estrategicamente dessa forma a minha pergunta arrancando-me um revirar de olhos ao perceber a palavra escolhida para se referir à Lydia.

-Ela deu-me uma segunda chance. - confesso tendo a plena noção que eu já tinha tido aquela conversa com o Liam e a Zoe no dia anterior.

-Isso é ótimo Stiles! - a animação que vinha de Zoe vinha acompanhada com um sorriso nos lábios fazendo contraste ao corte que ela tinha no seu lábio inferior e que começava finalmente a sarar.

-Eu só a preciso de a conquistar antes. - esclarece encolhendo os ombros enquanto tentava manter a minha atenção nos olhos de Zoe para assim continuar com a curiosidade de saber o que se tinha passado daquela vez escondida dentro de mim.

-Algo me diz que já tens um plano. - é a vez de Liam falar deixando um braço circular os ombros de Zoe aproximando assim os corpos dos dois e fazendo-me erguer uma sobrancelha enquanto tentava perceber aquilo que podia ter perdido, mas facilmente foi ignorado pelos dois e Liam acrescentou tentando desviar as atenções. -Tem sexo à mistura?

-Liam! - a repreensão toma conta da voz de Zoe ao mesmo tempo em que a mesma se afastava do corpo do Dunbar deixando cair o braço do mesmo.

-Que foi? Está na cara que ele precisa de fazer sexo.

-Isso é a última coisa que vamos fazer na minha aula Menino Dunbar. - a voz do treinador Finstock torna-se presente bem atrás de mim fazendo com que por alguns segundos nenhum de nós três reagisse. -Agora se o Menino está com falta eu sempre lhe posso aconselhar o lugar certo para tirar essa falta, mas se não for isso que procura então a única coisa que eu posso pedir é para deixar os seus namoros sossegados e entrar duma vez no balneário porque você assim como o Menino Bilinski e a Menina Carter estão atrasados para a aula.

Sabendo que as chances do treinador Finstock nos fazer passar por uma humilhação à frente da turma se não entrássemos logo nos balneários eram enormes nenhum de nós teve nenhum remédio se não abandonar a conversa que se tinha instalado entre nós para entrar finalmente nos seus respetivos balneário.

-Ei o que é que se está a passar entre ti e a Zoe? - atrevo-me a perguntar para Liam quando estávamos na segunda volta de corrida, não consegui deixar de olhar na direção onde Zoe se encontrava a correr sozinha.

-Porquê é que perguntas isso? - questiona em resposta Liam evitando assim a minha pergunta fazendo-me desviar os olhos da figura de Zoe para olhar o moreno que se mantinha ao meu lado com o rosto tão impassível como poderia ter no momento.

-Vocês estado muito juntos ultimamente, para não falar das conversas que eu vos vi a ter e que vocês interrompiam sempre que me aproximava de vocês. - declaro relembrando-me das inúmeras vezes em que isso acontecia, houve até uma vez em que a Zoe chegou a corar como se tivesse sido apanhada a fazer algo embaraçoso.

-Nós somos amigos, amigos podem fazer tudo isso.

-Amigos também se beijam? - arrisco em interrogar percebendo a distração de Liam naquele momento, a resposta aquela pergunta poderia seguir dois caminhos distintos e eu estava a arriscar a minha pele quanto a isso.

-Foi só uma... - Liam para de falar assim que se apercebe aquilo que dizia, lançou-me um olhar zangado na minha direção enquanto eu não era capaz de conter o sorriso ao perceber o quão certo eu estava sobre as minhas desconfianças, mas antes de eu poder ser capaz de dizer alguma coisa já Liam tinha aumentando a sua velocidade criando uma maior distância entre nós, mas o que ele ainda não tinha aprendido é que eu não desistia tão facilmente ainda mais quando já sabia a verdade.

Com o interesse de alcançar Liam foi a minha vez de aumentar a velocidade conseguindo postar-me à frente de Liam sem qualquer dificuldade obrigando-me dessa forma a correr de costas viradas para o sentido onde corria com o objetivo de poder encarar de frente o Dunbar que parecia ao ponto de deitar fogo pela boca.

-Então é verdade? Vocês beijaram-se? - questiono já sabendo a real resposta, mas querendo ouvir da boca de Liam cada mínima palavra. -Porquê é que não me disseste nada?

-Porque isso é um assunto que não te diz respeito. - a resposta surgiu de Liam num tom mais duro do que era realmente necessário ao mesmo tempo em que ele parava de correr bruscamente obrigando-me a seguir os seus passos.

-Então e desde quando o assunto entre mim e a Lydia te diz respeito? - é a minha vez de soltar não importando do tom que estaria a usar, ele não tinha nenhum direito para me falar aquilo quando eu ainda por cima de contava-lhe tudo o que se passava entre mim e a Lydia.

-Sabias que a Zoe é atacada quase que diariamente pela sua própria mãe? Sabias que ela dorme por baixo da sua cama todas as noites com medo de que em alguma noite a sua mãe tenha um ataque e a arranque da cama? Sabias que ela todos os dias vem para a escola com um sorriso nos lábios mesmo que tenha a enorme vontade de chorar durante grande parte do dia e implorar para alguém a impedir de ir para casa? - as acusações desferidas por parte de Liam vinham em conjunto com pequeno empurrões que ele me dava a cada nova pergunta que fazia não me dando quaisquer chances para responder a qualquer pergunta.

-É claro que sabia! - soltei com um enorme exasperação, não consegui deixar de encara-lo agora com uma fúria que nunca sentira pelo moreno.

-E não fazes nada sobre isso?

Ele não tinha o direito de me olhar com aquela repulsa que via as pessoas a encarem por vezes a Zoe sempre que a mesma caminhava pelo corredor com mais um hematoma a somar aos anteriores.

Ele era a última pessoa que me devia acusar de algo que eu tentei fazer desde do inicio da minha amizade com a Zoe.

Foi a minha vez de empurrar Liam para trás, as mesmas vezes que ele me empurrara à instantes atrás, ao mesmo tempo em que eu ignorava os olhares que eu sentia agora que caíam em cima de nós à medida que se apercebiam o que se passava.

-Achas que eu não fiz nada? Achas que eu gosto de ver uma das minhas melhores amigas a ser espancada diariamente? Eu estou aqui à mais tempo que tu Dunbar e o que tu achas que vai resultar já eu tentei e fracassei. - censuro não desviando em nenhum momento os olhos da figura do Liam que achava-se maior que eu.

Ele lá sabia quantas vezes eu já tinha tratado Zoe a meio da noite, quantas vezes eu lhe fizera companhia em conjunto com o Jackson para a impedir de ir para casa mais cedo.

-E a polícia? Não significa nada para ti? - pelos vistos Liam não ia desistir tão cedo de jogar à minha cara a incompetência que ele achava que existia dentro de mim.

-A mãe é a polícia! - clamo perdendo a calma por alguns segundos obrigando-me no momento seguinte a fechar os olhos e a dar um passo para trás ao perceber a leve inclinação que existia no meu corpo na direção do Liam.

O silencio assentou-se entre nós e no momento em que eu abri os olhos fui capaz de perceber a compreensão finalmente dominar os olhos do Dunbar ao mesmo tempo em que a surpresa se expressava através da sua boca levemente aberta.

-Rapazes e que tal guardarem as vossas bolas? - a voz do treinador Finstock foi quem quebrou o silêncio instalado fazendo-me olhar em redor e perceber os olhos de todos em cima de nós. -A última coisa que eu quero é o meu chão sujo de sangue.

Não consegui deixar de revirar os olhos e bufar decidindo-me por morder o interior da minha bochecha para dizer algo que pudesse piorar a situação em que me tinha metido.

É claro que o treinador iria ignorar o que acabou de acontecer, a única coisa que ele sabia fazer era ignorar tal e qual como os outros faziam esperando ansiosamente que toda aquela situação complicada desaparecesse.

Eles não faziam nada e eu, por mais que me custe dizer, tinha acabado por me conformar com isso e acabado por aderir ao mesmo.

Passara-se dois anos desde da última vez que eu tentara ajudar Zoe.

-Agora que vocês bestas estão controlados que tal concentrarem-se naquilo que interessa e voltarem toda essa raiva para a minha aula? - interroga o treinador Finstock arrancando-me dos meus pensamentos antes de eu conseguir encontrar algum xingamento que descrevesse a pessoa que eu me tinha tornado naqueles dois últimos anos.

Que tipo de pessoa era aquela que abandonava um amigo quando ele mais precisava de ajuda?

Antes de alguém ser capaz de espelhar alguma opinião sobre o que tinha acontecido ali a figura de Zoe cortou a distância que existia entre ela e a saída do pavilhão não levando muito tempo para desaparecer do campo de visão de todos os presentes e rapidamente ser seguida pela silhueta de Liam que não foi detido por ninguém ao contrário de eu que assim que dei o primeiro passo já sentia a mão do treinador agarrar o meu braço.

-Deixa-os Stilinski, eles vão precisar deste momento a sós.

Era a primeira vez em muito tempo que o treinador acertava no meu sobrenome.

Foi trazido de volta para a realidade no momento em que senti a mão quente de Lydia a agarrar na minha fazendo com que os meus olhos se desviassem para a figura que eu nem tinha percebido que se tinha materializado perto de mim.

-Estás bem? - a preocupação presente na sua voz fez-me deixar um leve aperto na sua mão antes de libertar a mesma sabendo que naquele momento o que eu precisava era de ficar sozinho.

-Vou ficar.

Atrevi-me a olhar para trás uma última vez à medida que me afastava de Lydia, os meus olhos focaram-se por alguns segundos na sua figura com o cabelo loiro morango preso num rabo de cavalo bagunçado, mas rapidamente desviaram-se para a sombra que se fez existir ao lado de Lydia.

Era uma sombra um pouco mais alta que Lydia e com grandes contraste nos seus físicos, o seu sorriso foi a primeira coisa que eu notei, mas rapidamente os meus olhos focaram-se nos olhos dóceis que sempre me olharam como se tivesse todo o amor dentro deles.

-Mãe?