1. Spirit Fanfics >
  2. Challenge >
  3. You accepted the challenge

História Challenge - You accepted the challenge


Escrita por: Yoongseok

Notas do Autor


---> AVISO: essa foi minha primeira fanfic e tinha uns erros simplesmente grotescos, eu tentei reescrever e ajustar tudo. Se tiver algum outro erro que eu não tenha notado por favor me avise.

Capítulo 1 - You accepted the challenge


Chanyeol encarava a porta com um semblante tão assustado que se alguém de fora o visse acharia que o garoto estava indo em direção a própria morte. Não que fosse de total mentira, afinal, não sabia o que esperar por trás daquela porta, e apenas ao imaginar que ficaria ali sozinho já sentia vontade de chorar.

 

O adolescente nunca fora medroso, longe disso, porém aquela história conseguira mexer com seu sistema nervoso e lhe fazer sentir calafrios espalhados por todo o corpo. E naquele momento ele choramingava, segurando na barra de sua fantasia e pensando no que havia feito contra Deus pra ter se metido naquela furada.

 

Ouvia os risos de seus amigos por suas costas e queria ter alguma força para xingá-los, mas sabia que se estivesse no lugar deles também estaria rindo, a situação devia ser cômica se fosse outro adolescente prestes a se mijar todo em seu lugar. As gargalhadas apenas lhe faziam tremer e apertar cada vez mais a fantasia de coringa, era um perfeito frangote.

 

A cada momento as risadas aumentavam e sabia que o motivo era a imagem do seu corpo congelado em frente a porta branca, a culpa não era dele se não conseguia se mexer, o medo havia paralisado totalmente seu corpo. Não queria entrar naquele banheiro e tampouco queria ficar sozinho lá dentro, correndo o risco de ser devorado por alguma alma penada e psicopata. Infelizmente, não havia mais saída. Chanyeol mesmo fora quem escolhera o desafio, e por mais arrependido que estivesse não poderia voltar atrás e escolher a droga da verdade. Malditos sejam esses adolescentes e suas brincadeiras estúpidas.

 

Ainda tremendo levemente, o jovem levou a mão até a maçaneta fria, ouvindo as risadas pararem em expectativa, e a abriu de uma vez, encontrando somente o banheiro limpo e incrivelmente branco da escola. A única diferença eram as pequenas decorações de dia das bruxas estampadas nas portas das cabines, mas aquilo não tirava a aparência incrivelmente limpa para um banheiro de garotos. Era quase como se ninguém tivesse entrado ali, nem mesmo a poeira. De fato, ninguém o usava mesmo, não tinha como o sujar, ninguém se atrevia a ir naquela parte da escola já que todos temiam a história, com exceção única do zelador. Ele passaria por cima até do próprio demônio para deixar aquela escola impecável.

 

—  Não temos a noite toda, Dumbo.

 

Chanyeol arquejou de susto ao ouvir a voz atrás de si e virou o corpo, encarando o amigo que tinha um pequeno sorriso zombeteiro formado nos lábios com formato de coração.

 

— Relaxa, Chanyeol! Você tem uma hora pra se divertir aí dentro, e quando der meia noite eu e Kyungsoo voltaremos por você. — Daquela vez fora Jongin quem falara, sorrindo e passando o braço pelos ombros do pequeno garoto de olhos de coruja, o mesmo o qual tinha falado antes.

 

—  Só não prometemos que você vai ficar inteiro até lá. — Kyungsoo riu sarcasticamente, sendo repreendido pelo namorado que também tentava esconder a risada discreta.

 

Chanyeol bufou descontente, não precisava de inimigos tendo amigos como aqueles. Cansado e sem outra alternativa, o garoto entrou no banheiro iluminado e tentou ignorar a brisa gélida que lhe percorrera o corpo a cada passo, como se lhe dissesse um "olá". Olhou em volta, assegurando-se de que era seguro seguir e fechou a porta atrás de si, não demorando a ouvir o barulho da chave roubada do inspetor a trancá-lo por fora, deixando-o sozinho em meio aos azulejos brancos.



 

-x-



 

Dez minutos dentro daquele banheiro foram mais do que suficientes para fazer Chanyeol sentir o suor frio escorrendo por suas costas, molhando a fantasia e fazendo com que ela grudasse no corpo esguio. Embora pareça tolo contar de tal forma, aquele lugar realmente fazia mal a Chanyeol. O adolescente sentia uma pressão na cabeça desde o momento em que entrara ali, o banheiro vazio era frio e mesmo com todas as janelas fechadas era possível sentir constantemente um ar gelado lhe percorrer entre os dedos e pelo rosto, acompanhado da sensação de estar sendo vigiado.

 

Logo, Chanyeol apoiou suas costas na parede gelada de azulejos, escorregou o corpo até se encontrar sentado no chão e suspirou ao sentir o peito doer apertado por aquela sensação horríve,l e abraçou as próprias pernas, fixando-se no pensamento de que aquilo logo acabaria, então poderia voltar para casa e roubar os doces que sua irmã havia pegado naquela noite.

 

Era ridículo, estava sozinho ali, convicto de que fantasmas não existiam e aquele banheiro era tão comum quanto os outros banheiros daquela escola, mas ainda assim continuava a olhar em volta como se as paredes fossem criar vida e lhe atacar com ladrilhos pontiagudos.

 

Seu peito subia e descia acelerado, seus olhos mais abertos que o normal, os lábios secos. Ele iria morrer, algo sussurrara em seu ouvido enquanto estava distraído. O ar lhe faltava a cada lufada de ar e doía para respirar, o peito apertava com a sensação agoniante de que algo estava para acontecer, a luz branca fazia seus olhos doerem e o suor escorria com mais rapidez a cada segundo que passava. E como se não fosse suficiente, Chanyeol não sabia onde havia deixado seu celular. Se o tivesse poderia ligar para algum de seus amigos que não estavam metidos no jogo idiota e pedir ajuda, mas ao passar a mão no bolso da fantasia e não sentir o aparelho, logo soube que Kyungsoo o havia pego. Provavelmente achando engraçado o fato de deixar o maior sem nenhum tipo de comunicação durante o desafio.

 

Sua única opção era ficar ali tremendo de medo e esperando com a ansiedade de uma criança pelo badalar do relógio, grudado na parede ladrilhada, que indicava a meia noite.

 

Congelou no lugar ao escutar uma movimentação do outro lado da porta. Chanyeol levantou a cabeça, olhando no exato momento em que a maçaneta rodou e a porta se abriu, revelando um garoto baixo e franzino sustentando um sorriso retangular caminhando tranquilamente para dentro do cômodo, arrastando a capa negra pelo chão lustrado. Ele era lindo, uma beleza quase feminina aos olhos de Chanyeol. Mesmo que fosse hétero convicto, o Park tinha certeza de que beijaria aquele garoto sem pensar duas vezes.

 

—  Cara, você tá bem? —  O menor riu, fechando a porta atrás de si e ouvindo ela se trancar novamente. O coração de Chanyeol parou ao escutar a risada melódica, mal ligando para o fato de ter perdido sua única chance de escapar daquele desafio ridículo.  — Não se importa de dividir o lugar, né? Sabe como é, foi uma aposta. — Caminhou animado em direção ao maior, ainda com o sorriso bonito no rosto.

 

Chanyeol suspirou aliviado, percebendo que ao menos teria alguma companhia em seu leito de morte e observou o menor sentar ao seu lado, se embolando um pouco com a fantasia e passando a mão pelos fios pouco desgrenhados. Chanyeol acompanhou aquele movimento sentindo o aperto em seu peito aumentar junto com uma nova sensação estranha, quase como excitação.

 

O menino sentado ao seu lado vestia uma fantasia bem apropriada para a noite. A capa preta e vermelha descia por suas costas até o chão, as lentes em tons distintos a fim de forjar uma heterocromia ocultavam a real cor de seus orbes e em sua boca, para completar a fantasia, estavam as famosas presinhas de vampiro.

 

O garoto sorria tanto que nem parecia estar na situação que estava, ou ele era muito corajoso ou muito estúpido. Se bem que no tempo que havia perdido encarando a beleza do menor, Chanyeol praticamente perdera aquela sensação de medo, o aperto no peito ainda estava lá, mas não era aquele medo esmagador que ele sentia.

 

O desconhecido o olhava sorrindo e esperando que ele falasse alguma coisa, mas o Park estava muito mais interessado em apenas observar a beleza do garoto sentado ao seu lado. Vendo que se dependesse do maior eles continuariam ali até que o relógio batesse meia noite e alguém aparecesse para buscá-los, o menor tomou uma iniciativa, aproveitando o pouco de tempo que ainda teriam a sós.

 

— Eu estava te observando lá embaixo. Você estava jogando, não é? —  Riu baixo e novamente Chanyeol se viu enfeitiçado pelo som maravilhoso que era aquela risada, soava quase que como o tilintar de sinos. —  A propósito, sou Baekhyun.  —  Estendeu a mão para o mais alto, vendo que continuava sem resposta. Arqueou uma sobrancelha ainda com a mão estendida no ar. —  Você tá com medo ou algo do tipo? Relaxa, eu não mordo. Só se pedir. — Riu novamente se divertindo com as bochechas coradas do maior.

 

—  Desculpe. —  Chanyeol se encolheu constrangido ao perceber que não parava de encarar o menino, ergueu sua mão e apertou a do mesmo notando o quanto era menor e mais macia que a sua, tão delicada quanto a de um nobre. —  Sou Chanyeol. —  Sorriu de lado ainda envergonhado. — Você é novo aqui? —  Começou, tentando puxar assunto e querendo saber mais sobre o desconhecido bonito que sorria para si.

 

O menor sorriu de lado e desfez o aperto de mãos, mas não sem antes deixar um singelo carinho na mesma. Ele lhe olhava quase como se soubesse o que se passava em sua mente, o carinho dado em sua mão só deu a Chanyeol mais vontade de tocar no menor em sua frente, de sentir a pele pálida contra a sua.

 

—  Digamos que estou fazendo um pequeno passeio por aqui essa noite. —  Baekhyun respondeu, virando de frente para Chanyeol e apoiando o ombro na parede fria. —  Infelizmente terei que ir embora ainda hoje. Sabe, não é muito seguro para eu ficar por aqui depois da meia noite, coisas estranhas podem acontecer.

 

O maior franziu o cenho, curioso, mas antes que pudesse tentar adquirir mais detalhes sobre aquilo Baekhyun levou a mão até seu rosto, fazendo um carinho em sua bochecha e descendo com o polegar até seus lábios. Chanyeol suspirou ao sentir novamente a pele do menor contra sua, mesmo que fosse um toque quase inocente, ele se encontrava totalmente hipnotizado pela beleza do garoto. Era impossível de sair do estado em que se encontrava, totalmente preso ao olhar marcante e bicolor de Baekhyun.


 

—  Mas sabe, podíamos aproveitar esse momento que estamos aqui. — Baekhyun sorriu de lado, falando com a voz calma e aveludada em um tom baixo e descendo com a mão que estava em seu rosto até a gravata roxa da fantasia, o puxando para mais perto, deixando os rostos colados. —  O que acha, Chany?


 

-x-


 

Fora tudo muito rápido. Não sabia como tinha ido parar dentro daquela cabine, nem como Baekhyun, o estranho bonito tinha ido parar sentado em seu colo. Não sabia quando aquele banheiro tinha ficado tão quente de repente e muito menos quando sua calça se tornará tão apertada assim, apenas sabia o quão maravilhosa era aquela sensação de ter Baekhyun o beijando, as línguas se enroscando uma na outra em um beijo molhado, produzindo estalos altos pelo banheiro vazio. As sensações que sentia pelo beijo e pelos toques em seu corpo, mais o calor que atingia aquela cabine a tornando sufocante eram fortes demais para ele ao menos lembrar de como havia parado ali.

 

Suspirou baixinho ao sentir seu lábio inferior ser puxado pelos dentes do menor em seu colo, apertou sua cintura com mais força ao sentir o mesmo subir com seus lábios por seu pescoço até seu ouvido, soltando a respiração pesada ali e sugando seu lóbulo, causando um arrepio que desceu por sua espinha e tomou conta de seu corpo.

 

—  Sabe em que cabine nós estamos, Chany? — O maior apertou os olhos e respirou fundo ao sentir o hálito quente tão perto de sua pele, ele era tão sensível ali e Baekhyun, ao perceber toda sua tez se arrepiando, apenas intensificou suas investidas, soltando pequenos gemidos propositais.

 

Chanyeol arfou e moveu lentamente a cabeça em negação, não lhe importava em que cabine eles estavam, só queria acabar com o aperto incômodo dentro de sua cueca. Além de que com os lábios de Baekhyun o tocando com tanta voracidade não o deixava raciocinar direito, não tinha com forças para dizer nada do momento.

 

—  Foi aqui que ele morreu, sabia? —  Baekhyun sussurrou novamente, dessa vez fazendo com que Chanyeol prendesse a respiração e abrisse os olhos, os deixando levemente arregalados, sentindo o mesmo medo de antes voltando e se juntando com a excitação que sentia. O menor apenas riu divertido pela reação de Chanyeol, o pegando pela gravata da fantasia e desfazendo o aperto da mesma. —  Dizem... — Começou com a voz calma, passando a gravata pela cabeça do maior e a jogando no chão —  Que ele foi perseguido até esse banheiro enquanto gritava por socorro... —  Continuou, descendo as pequenas mãos pelo peito do mais alto, abrindo sua camisa e expondo seu corpo.

 

—  B-Baekhyun eu não acho qu...

 

—  Shhh! —  Foi interrompido pelo mesmo e por um dedo tampando seus lábios. —  É só uma história, Chany. —  Passou as unhas levemente compridas por seu peitoral, vendo-o voltar a ficar de olhos fechados e arquear levemente o corpo em direção ao contato. — Ele foi jogado em direção ao espelho e bateu sua cabeça ali com tanta força que foi um milagre ter sobrevivido, sabe? O espelho ficou todo quebrado e escorria tanto sangue... —  Suspirou baixinho como se pudesse lembrar e abaixou sua cabeça, lamentando tal acontecimento. Esticou a língua para fora e a passou por todo o pescoço de Chanyeol, sentindo o gosto salgado da pele. —  Mas, sabe... se eu fosse ele gostaria de ter morrido. —  Fez um som de desgosto abafado pelo pescoço do maior. —  Aquele bastardo o jogou no chão e o tomou de todas as formas possíveis. Ele sujou todo aquele chão de sangue, preencheu essas paredes de gritos, mas ninguém pensou em vir ajudá-lo. Todos tinham medo de se envolver. —  Deixou uma mordida e um chupão na pele observando o tom vermelho aparecer no corpo rígido e atento. —  Ele o marcou por inteiro, assim como estou fazendo com você, Chany. —  Ondulou o corpo contra o seu causando atrito entre os dois membros cobertos e arrancando gemidos sôfregos dos dois.

 

— O que a-aconteceu depois? —  Chanyeol disse com um pouco dificuldade pela situação que se encontrava, não era momento para aquilo mas estava realmente curioso pelo fim da história, ninguém nunca tinha lhe contado afinal, a história era praticamente um segredo entre os estudantes daquela escola. Então mesmo com medo, se aproveitou da situação para sanar sua curiosidade.

 

Escutou o menor rir sobre seu ouvido ao passo que continuava rebolando sobre seu corpo.

 

—  Depois que o bastardo chamou os amiguinhos para ajudar na diversão... Ele foi jogado aqui mesmo, nesta cabine e deixado pra passar a noite sozinho. Nu e sozinho, com todo aquele sangue escorrendo por seu corpo. Ele morreu, Chany. Sozinho e congelado. —  Suspirou pesaroso. —  Se não o tivessem deixado aqui, ele teria sobrevivido. —  Sorriu triste e levou as mãos até a própria camisa, a retirando e jogando na mesma direção de sua capa que já tinha sido retirada a muito tempo. —  Ele morreu sentado nesse mesmo vaso que você está planejando me comer. —  Mordeu o lábio inferior, sentindo a carne de sua bunda sendo apertada com vontade pelas mãos grandes. — Mas ele voltou... — Puxou os cabelos do maior fazendo com que o mesmo ficasse com o pescoço a mostra e abrisse os olhos, lhe encarando curioso e levemente assustado. – Voltou e matou cada filho da puta que lhe tocou o corpo naquela noite.

 

— Como foi que ele os matou? —  Perguntou confuso ao notar um brilho estranho por trás das lentes do menor, ao mesmo tempo que sentia algo frio e pontiagudo lhe tocar a pele da garganta.

 

O menor em cima de si aproximou-se novamente de seu ouvido, sentindo o corpo do mesmo travar ao perceber o que estava acontecendo. Sentindo a respiração do maior se tornando irregular e abafada, ao mesmo tempo que empurrava o objeto frio contra a garganta do mesmo, fazendo o sangue quente escorrer entre seus dedos e os olhos se tornarem mais arregalados do que nunca.

 

—  Eu cortei a garganta de cada um deles, Chany. —  Sussurrou em seu ouvido como um segredo e sorriu ao ouvir os últimos arquejos em busca de ar que o maior embaixo de si soltava, nas últimas tentativas falhas de segurar sua mão que enfiava cada vez mais fundo a faca em sua garganta, vendo lentamente a vida sumindo de seu olhar e sorrindo como se aquilo fosse maravilhoso.

 

Porque, para Baekhyun, aquilo era.

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...