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História Verdadeiro Ōtsutsuki - Nada Mais que Angústias.


Escrita por: DarkMark

Notas do Autor


Bom galera, quase duas semanas sem postar.
Eu sei.
Mals ae. Não sei o que aconteceu, minha mente simplesmente esqueceu e passou (e muito) do dia de postar.
Mas tamo ae de novo. QUERO DIZER QUE VOU VOLTAR A POSTAR UMA VEZ POR SEMANA! Eu sei, meio chato, mas quero que entendam que esse foi o ritmo que comecei e acabei me acostumando, e não estava muito feliz postando dois por semana.
Bem, além disso queria dizer que NÃO VOU MAIS PEDIR QUE CADA CAPÍTULO TENHA 10 FAVORITOS. Sei lá, não sei por que comecei a pedir isso para vocês, nunca curti muito essa prática, e não entendo por que a aderi, desculpe.
Acho que é apenas isso, então nesse caso até quinta-feira que vem.

Capítulo 15 - Nada Mais que Angústias.


Uma semana inteira se passou após a reunião com minha família na casa de Kushina. Desde aquele dia, eu e minha mãe não nos encontramos muitas vezes, afinal a falta de tempo era constante.

Eu também não tinha tempo. Fazia missões de rank-C ou D, que se resumiam em levar uma mensagem trivial para outro Kage e realizar serviços comunitários para Konoha, respectivamente.

Falando em meu time, nossa relação parecia estar cada vez mais complicada. Yuhi procurava se manter o mais afastada o possível de minha pessoa desde o acontecimento em frente à mansão Uzumaki. Saki estava cada vez mais calada e conservada, se mantinha longe de nós, e as raras vezes que falava alguma coisa, era com Yuhi, sua melhor amiga. Amaya passou a ficar muita calada e várias vezes posso afirmar ter a visto chorando enquanto fazíamos missões. Fuyu muitas vezes faltava a treinos e também a trabalhos na vila, passamos a desconfiar levemente, mas não queríamos a deixar nervosa pelo nosso, talvez, envolvimento desnecessário.

Como eu disse, aos poucos nossa equipe ia se separando cada vez mais, tornando nosso trabalho em grupo, muitas vezes infrutífero.

Isso não passou despercebido pelos olhos de Asahi. A mesma sempre nos propunha treinos para recuperar o trabalho em equipe que por muito tempo foi nosso forte, e que agora, parecia ser nossa fraqueza.

Mas tinha a sensação de que por bem ou por mal seríamos obrigados a refazer nosso laço de amizade, algo perigoso, mas que faria com que voltassemos a nos falar normalmente.
E isso não tardou a acontecer.

Estávamos reunidos em um campo de treinamento, coisa que não acontecia a um tempo, já que, como falei, andávamos separados a alguns dias.

Asahi estava a nossa frente com um olhar irritado no rosto e nos encarava com olhos acusadores.

“A dois dias atrás combinei com vocês de nos encontrarmos nesse mesmo lugar e vocês não apareceram! Eu não vi Yuhi o dia inteiro, Naruto também não apareceu e não o vi em nenhum lugar pela vila, Saki ficou o dia inteiro em casa, pelo que soube Amaya ficou o dia inteiro treinando em seu clã, e Fuyu... Fazia dias que não a via! Poxa gente, o que está acontecendo?! Vocês não se veem a mais de uma semana, isso só vai atrapalhar vocês!”

A mesma estava exaltada, balançava os braços em um estilo cômico, mesmo que sua expressão não fosse parecida.

Apenas escutamos calados, não podíamos discordar, ela estava certa, a intenção em se formar um time de genin era mostrar aos shinobi que nada se conquistava sozinho.

Ouvimos uma risada humorada, e sentimos uma presença por nossas costas. Viramos ao rostos e encontramos um Uchiha que tão bem conhecíamos. Mas diferente da última vez que o vimos. Ele estava com parte do corpo enfaixado, um de seus braços permanecia em um tipoia, nos levando a crer que estava com o membro quebrado. Um de seus olhos permanecia enfaixado, mesmo que mais tarde vim a descobrir que ele não havia o perdido.

Me surpreendi, Obito é extremamente forte, e se alguém foi capaz de o ferir de um jeito tão impactante, deveria ser muito poderoso.

“Parece que sem minha presença por aqui, vocês acabam não funcionando direito.”

Solto um pequeno sorriso e estendo meu punho para o Uchiha, em uma forma de cumprimento. O mesmo apenas bate sua mão fechada na minha.

“Bem, agora eu voltei. Obrigado por cuidar desses garotos Asahi, o Hokage já me falou sobre o progresso de vocês.”

Após falar, Obito libera um sorriso nervoso e tira cinco papéis de seu bolso da calça, eles possuíam uma margem vermelha brilhante e pequenas letras negras. Mesmo que fossem pequenas, pude notar que algumas citavam sobre o Chunin Shiken.

“Não sei se vocês sabem, mas em breve o teste de graduação para chunin será realizado em nossa vila. Receberemos vários shinobi de várias outras partes do mundo e com certeza vários oponentes fortes estarão presentes. E apontei nossa equipe para participar. Tenho cinco formulários, levem para casa e me tragam amanhã com a assinatura dos pais. Caso algum de vocês não queira participar me avisem, e assim, a equipe inteira não fará parte do exame.”

Ele nos entregou os papéis, passei os olhos rapidamente pelas palavras, ali dizia que a vila não se responsabilizaria em caso de morte dos genin, entre outras burocracias sobre a morte dos participantes.

Olhei para minhas companheiras ao meu lado. À minha esquerda Fuyu olhava para o papel com os olhos queimando em determinação, ao lado dela, Amaya lia os termos nervosa, suas mãos tremiam e seus olhos estavam arregalados de medo. Coloquei minha mão em seu ombro, seu rosto se virou para o meu. Lhe passei um sorriso reconfortante, que passava a mensagem de que não importava sua decisão, a apoiaria. Amaya-chan esboçou um mínimo sorriso.

Olhei para minha direita. Saki olhava para aquele papel sem esboçar muita emoção, apenas colocou o objeto no bolso e voltou a olhar para o nada a sua frente. Yuhi lia tudo atentamente, logo depois soltou um grito animado, que fez com que todos nós, com exceção de Saki, ricemos.

Obito olhou para a pequena Uchiha, depois para mim, com um semblante de dúvida. Apenas fiz um sinal, de que explicaria a ele mais tarde.

“Entendo que estejam animados, mas lembrem-se que quero eles assinados ainda amanhã, afinal, tenho que os entregar para o Hokage no mesmo dia.”

“Ainda não concordo com isso.”

Asahi estava sentada no chão, com as pernas cruzadas e um olhar irritado no rosto.

“Eles ainda não são fortes o suficiente para algo do tamanha de um Chunin Shiken, eles apenas vão se matar em busca de um cargo que ainda não podem conquistar.”

Asahi se levantou e passou a caminhar em direção a vila. Iria falar alguma coisa, mas Yuhi foi mais rápida.

“Nee-chan! Você duvida de nossa força! Mas nós somos fortes e não iremos desistir de sermos mais reconhecidos por causa de suas palavras desanimadoras!”

Mesmo um pouco longe – e com uma pequena ajuda de meu Byakugan – pude notar um sorriso de minha irmã, e sua boca de mexer em palavras silenciosas que não seriam ouvidas por nenhum de nós.

“Então provem isso. Sobrevivam ao teste e mostrem que podem ser reconhecidos como Chunin.”

E assim, a mesma sumiu em um Shunshin.

Após minha irmã mais velha desaparecer em um nuvem de fumaça, a pequena ruiva mais uma vez olhou para o papel, e depois para Obito.

“Obito-sensei, pode ter certeza de que iremos passar nesse exame, seremos chunin e depois disso jounin. E depois que isso acontecer, irei me tornar a primeira Hokage mulher dessa vila!”

Eu me surpreendi. Não esperava que minha irmã buscasse um sonho tão grandioso. Mas não deveria esperar menos, sendo ela filha de Uzumaki Kushina.

Ela saiu correndo com animação, com ansiedade para contar a mãe sobre as novidades.

Saki apenas se levantou e sumiu em uma nuvem de fumaça.

Fuyu ainda parecia paralisada olhando para o papel, ainda com os olhos brilhando. Me levantei e balancei a mão em frente à seu rosto com a intenção de a despertar. E tive o resultado esperado.

“Hm? Naruto-kun? Ah, é mesmo, tenho que entregar isso a Mikoto-san!”

“Fuyu, seu pai já me entregou um formulário assinado, preciso apenas da confirmação do responsável atual, nesse caso a de Mikoto-sama, ou Fugaku-sama.”

A mesma acenou com a cabeça várias vezes antes de sair correndo e seu corpo se desmanchar em raios azulados, Kaminari no Shunshin (Técnica de Cintilação em Raios).

Apenas me levantei e tirei a poeira acumulada em minha calça preta e bati no ombro de Obito, em despedida. Logo sinto uma mão delicada segurando minha camiseta também negra. Quando me viro para verificar, encontro Amaya com a face levemente corada e o rosto voltado para algum objeto imaginário ao seu lado.

“E-eu posso conversar com você, Naruto-kun?”

Fiz uma expressão de dúvida e acenei com a cabeça, ela rapidamente se despediu de Obito e saiu andando apressada em minha frente, me arrastando enquanto segurava minha mão.

Fomos um pouco mais longe do campo de treinamento, um lugar onde se encerrava as áreas de treino e começava a vila. Ela se sentou sob as copas de uma frondosa árvore, colocou a cabeça entre as pernas e começou a se desabar em lágrimas.

Lhe lancei um olhar preocupado, me sentei a sua frente e coloquei minha mão direita em sua cabeça.

“Ei, ei pequena, o que aconteceu? Qual o motivo das lágrimas?”

Amaya não me respondeu de imediato, continuou com a cabeça baixa. Não a obriguei a fazer algo que talvez não quisesse.

Mas foi naquele momento que percebi que todas as vezes que parecia a encontrar chorando, não eram apenas impressões. Ela realmente estava sofrendo por algum motivo.

Amaya-chan aos poucos levantou a cabeça, seus olhos permaneciam vermelhos, algumas lágrimas solitárias escapavam pelo canto de seus olhos, sua boca ainda tremia após os soluços.

“E-eu não aguento mais!”

Levantei uma sobrancelha, ainda não sabia do que a mesma estava falando.

“Todos eles... Me pressionando... Me privando do que quero... Tomando decisões sobre meu destino... Eles não tem o direito!”

Amaya passou a me abraçar com força, as lágrimas molhando meu peito enquanto as pequenas e delicadas mãos apertavam minhas costas firmemente. Não pensei em nada mais tranquilizador que a abraçar de volta, passando meu braço direito em volta de seu pescoço e nos aproximando ainda mais.

“Amaya... O que está acontecendo? Se você quiser eu posso ajudar em alguma coisa.”

“Eu sei que tudo que está acontecendo é problema meu... Que eu devo resolver... Mas eu sou fraca... Não tenho os olhos da Saki ou até mesmo da Fuyu, não tenho o poder de Yuhi e nem mesmo a sabedoria e o poder que você possui... Então o que eu sou para esse time?!”

Ela queria ser forte. Mas notei que o problema não era apenas por ser a menos destrutiva do time. Amaya estava escondendo algo pessoal que a mesma estava guardando a sete chaves.

“Amaya, você realmente não tem os olhos das garotas, não tem toda aquela reserva de chakra da Yuhi, e também não tem minha “sabedoria” e meus poderes...”

Ela voltou a me olhar, os olhos dizendo que estava carente, que precisava de ajuda, que queria alguém ao seu lado para um ombro amigo, uma pessoa que pudesse a ouvir e a entender.

“Não. Você não é como a gente.”

Sua expressão era de descrença. Provavelmente não eram aquelas palavras que ela desejava que saíssem de minha boca. Amaya tentou se afastar, mas a segurei com gentileza, sem muita força, apenas o bastante para que ela entendesse que não a queria longe.

“Você é totalmente diferente. Seus ideais, suas crenças e suas habilidades são totalmente distintas. Afinal ninguém pode ser igual ao outro. Cada um possui um papel importante dentro de uma equipe, e enquanto nós somos a tropa de força, você é aquela que nos mantém em pé, seja nos curando com suas técnicas ou nos motivando a lutar mais e mais. Amaya... Você, é um dos cinco pilares , e talvez o mais essencial para manter nosso time unido, então, você não é fraca.”

Ela permaneceu estática, seus olhos negros encaravam os meus como se não pudesse acreditar no que ouvia. Apertei ainda mais o abraço, colocando sua cabeça contra meu peito.

“Mas eu sei que não é isso que mais lhe deixa angustiada, caso queira se abrir comigo, saiba que sempre estarei aqui com você.”

Senti a mesma se afastando levemente. Seus olhos acumulavam lágrimas, logo ela voltou a me olhar, não pude evitar de notar o quanto estava bonita, com o rosto corado. Amaya se sentou a minha frente e com um suspiro começou a falar.

“Já te falei que estava sendo pressionada por todo meu clã para que recebesse o treinamento para me tornar a líder futuramente, não é?”

Apenas acenei com a cabeça, ela havia me falado isso algumas semanas antes.

“Pois bem, alguns dias atrás começaram a passar dos limites. Eles começaram uma votação para que eu parasse de seguir uma carreira shinobi e me dedicasse apenas aos meus estudos.”

Aquilo me pegou de surpresa. Eles realmente queriam a tornar fraca, alguém que pretendiam manipular facilmente apenas para tomarem decisões importantes dentro do clã.

“Isso não é tudo... Meu pai e minha mãe são separados. Ele ainda vive no clã e é uma pessoa extremamente amargurada... E-e esses dias e-ele...”

Percebo que as lágrimas voltaram a rolar por seu rosto, suas mãos tentaram abafar os soluços.

“A-amaya v-você não precisa me contar se...”

Ela se obrigou a parar de chorar, e após alguns minutos continuou.

“E-ele me sequestrou e queria colocar em mim algum jutsu que me fizesse seguir suas ordens cegamente... Tenho que agradecer a minha mãe, ela chegou antes que ele...”

Aquilo me deixou incomodado, eu já possuo uma vasta e perturbadora história de maus tratos paternais, se bem que não posso chamar a maldita cobra amarela de pai. Mas aquilo que Amaya me contou era ainda pior em meu ponto de vista, ser controlada por uma pessoa que um dia pensou amar, devia ser algo angustiante.

Ela continuou encolhida, sentada sob a copa da mesma árvore de antes, abraçando as pernas com uma expressão triste na face. Me levantei e me sentei ao seu lado, ficando em um silêncio confortante.

“Pode não parecer, mas eu entendo seu problema, não tenho uma relação com o maldito ser que deveria chamar de pai. Isso aconteceu, mas agora você deve levantar a cabeça e ver que isso que esse acontecimento foi uma experiência ruim que deve ser superada. E caso precise eu estarei ao seu lado.”

Ainda continuamos naquele silêncio, Amaya não mais chorava e apenas encarava uma árvore a sua frente, seu rosto não transmitia muita emoção, apenas um olhar vazio.

Encarando a mesma árvore coloco minha mão em sua cabeça, fazendo um carinho que ela tanto necessitava.

“Naruto-kun...”

“Hm...?”

“De onde vem toda sua sabedoria?”

“Ah Amaya, eu não sou uma pessoa sábia, eu não sei de tudo que gostaria de saber, todas as coisas que falo são experiências próprias, algo que vivi e não quero que outras pessoas passem pelo mesmo sofrimento que eu.”

Amaya se vira para mim, seus olhos transparecendo dúvida. Apenas sorrio e faço um gesto para que a mesma me ignorasse. Após isso me levanto, e estalo as costas.

“Bem, agora devo voltar para casa, Kurama deve estar me esperando, ela disse que queria treinar um pouco hoje, tenho a sensação de que vou apanhar bastante.”

Vou saindo quando escuto Amaya. Me viro e a encontro logo atrás de mim, com o rosto corado.

“N-naruto-kun, obrigado por tudo, pode não parecer, mas você me ajudou muito.”

“Não precisa agradecer, pequena. Amigos servem pra isso não é?”

Ela acena com a cabeça e lentamente se aproxima de minha pessoa. Pensei que seria um simples e inocente abraço. Como estava errado.

Sinto suas mãos sendo colocadas em meu rosto, seu rosto se aproximava lentamente, podia sentir o calor de sua respiração, seu hálito com cheiro de hortelã.

Toda aquela sensação... Não pude evitar fazer outra coisa além de me aproximar também. Nossas bocas se tocaram levemente antes de começarmos um beijo calmo.

Uma sensação de calma preencheu todo meu ser. Não sabia que Amaya possuía todo aquele poder sobre mim.

Depois de alguns segundos nos separamos. Ela olhava em meus olhos, mas logo ela pareceu notar o que fez e seu rosto começou a ficar muito vermelho. Amaya se afastou com a mão na boca.

“M-me d-desculpe e-eu não queria... Q-quer dizer, eu queria mas...”

Amaya se despede com um simples e rápido aceno. E ainda com o rosto corado some em Shunshin. Permaneço parado ali, lembrando do beijo, logo vem a mente os momentos com Saki e Yuhi.

“O que está acontecendo?!”


...


Andei até o apartamento, ainda pensando no que havia acontecido alguns minutos antes. Rapidamente destranco a porta e a fecho logo em seguida, vendo Kurama olhando em um pergaminho negro, seu olhar estava irritado.

Ao ouvir a porta abrir, olhou e me encarou com raiva.

“Parece que você tem mantido uma relação muito “profissional” com a espiã encarregada de Orochimaru.”

“E você não poderia estar lendo um pergaminho que está endereçado a outra pessoa. Agora me entregue quero ver o que ela tem a me falar sobre aquela cobra maldita.”

Kurama começou a praguejar, e após enrolar o pedaço se papel, o lançou a mim. Rapidamente o abro e começo a ler.

Dizia que Tayuya havia se desvinculado do Quarteto do Som, e planejava, junto com Muna vir a Konoha, já que Orochimaru começava a desconfiar da filha. Isso me deixou atento.

Entendia o lado de Muna, ela já estava se arriscando muito ao permanecer junto com aquela cobra, mesmo depois da desconfiança do mesmo. Agora era hora de mobilizar meu outro informante ali dentro, uma pessoa que era tão próxima de Orochimaru quanto a morena. E também, tão fiel a mim quanto ela.

Muna também dizia procurar um lugar para morar, e se poderia ficar nesse apartamento. Kurama estava tendo mais uma crise idiota de ciúmes.

Peguei um pincel que sempre mantinha guardado dentro de meu coldre e escrevi que seriam muito bem-vindas, mas que o apartamento estaria um pouco apertado, e ficariam aqui até que a sede do clã Ōtsutsuki estivesse pronta e em funcionamento.

Após isso bato a mão direita no chão, marcas negras se espalham sobre o piso.

Kushyose no Jutsu – Saru

Um pequeno macaco negro, usando um simples traje shinobi apareceu a minha frente. O mesmo escalou meu corpo e se colocou em meu ombro.

“Yo Naruto-nii-chan. Faz um tempo que você não me invoca, o que quer?”

Sua voz infantil se espalhou pela sala quase vazia, Kurama ainda se mantinha sentada encima do tapete, com um olhar irritado em seu rosto.

“Como vai Koro-kun? Preciso que leve esse pergaminho para a Muna, fale para ela vir o mais rápido possível.”

“Hm? Enviar para a Muna-nee-chan? Faz tempo que não vejo ela também.”

Soltei uma baixa risada e passei a mão em sua cabeça, ele grunhe e pega o pergaminho em minha mão.

“Naruto-nii-chan, missão requisitada é missão cumprida.”

Após isso o pequeno ser desaparece em uma nuvem de fumaça. Volto meu rosto para Kurama.

“Você disse que queria treinar um pouco, onde vai ser?”

A ruiva apenas se levantou e fez um breve sinal com o dedo, para que a seguisse. Saímos de minha moradia e passamos a caminhar para um lugar afastado, provavelmente faríamos um destruição de proporções titânicas, não queria chamar nenhuma atenção indesejável para nós.

Caminhamos alguns quilômetros de distância dos muros de Konoha, enquanto isso conversávamos sobre algumas coisas, e não me pergunte como, mas acabamos chegando ao assunto da noite em Suna, quando tivemos nosso primeiro contato realmente amoroso.

“Eu me esqueci de agradecer a noite maravilhosa daquele dia. Eu... Me senti muito feliz.”

Kurama falou com o rosto corado e encarando algum animal que por ali passava.

Sabia que dizer aquilo feria profundamente seu orgulho, mesmo que eu a amasse de todo coração, e achando que esse sentimento seja recíproco, devia perceber que ela era arrogante e orgulhosa, mesmo que eu adore esse seu jeito.

“Bem, eu também gostei, a um tempo eu começava a sentir algo a mais por você, mas acabava não sabendo muito bem o que fazer.”

Devia admitir que meu rosto possuía uma leve coloração vermelha. Eu não estava mentindo, aquilo estava realmente acontecendo dentro de mim.

“Mas agora Naruto... Quem você vai escolher?”

“Hm?”

“Essa semana eu conversei com Shukaku, e ela disse que realmente gostava de você. Além de que parece que as duas outras moradoras do seu apartamento estão bastante interessadas em sua pessoa.”

Não respondi de imediato. Aquela decisão poderia muito bem deixar as garotas que moram comigo extremamente tristes, assim como minhas companheiras de equipe que acabaram me beijando.

Kurama notou a hesitação e colocou a mão em meu ombro, para em seguida sair andando, em direção a um lugar mais isolado.

Por fim, chegamos em uma extensa clareira, a grama verde era notável e a vegetação ao redor se baseava em grandes árvores com vinhas que impossibilitavam a passagem para o outro lado, sendo que o único jeito de entrar ali, era por cima ou pela abertura descoberta por Kurama.

A ruiva se distanciou de mim e parou alguns metros a frente, logo tirou as sandálias shinobi e amarrou o cabelo em um rabo de cavalo.

Também me preparei, meu longo cabelo antes soltou foi amarrado em um coque frouxo e me coloquei em uma básica posição de luta.

Passamos alguns segundos nos encarando, seus olhos vermelhos encarando meus azuis. Sem querer os esconder mais, desativo o Henge que ocultava a verdadeira cor da esclera de meus olhos.

O escuro cinza, quase preto consumiu o branco, fazendo um diferente, mas bonito contraste com o azul de minha íris.

Percebi a expressão de Kurama se tornar hesitante, notei que era o momento perfeito para um ataque.
Parto para cima dela com velocidade e com a intenção de lhe acertar um forte soco no estômago. Mas a ruiva rapidamente se recupera, e desvia para o lado, quando passo por ela sinto um dor em minhas costas.

Sinto meu corpo se chocar com a grama, fazendo com que uma pequena cratera se forme. Mesmo estando ali por menos de um segundo, voltei a receber mais socos.

Doton – Kouka no Jutsu (Estilo Terra – Pele de Ferro)!

Sinto meu corpo ser consumido por pedras, logo minha defesa se torna ainda mais poderosa, rapidamente me levanto, como se meu corpo ignorasse o peso das rochas.

Ao me levantar acerto um poderoso chute em seu queixo, a arremessando para longe.

Rapidamente concentro poder em meus pulmões e libero a técnica requisitada.

Fūton – Shinkuugyoku (Estilo Vento – Projéteis de Vácuo)!

Várias esferas de ar comprimido são expelidas de minha boca, e avançam em direção de Kurama. Habilmente a mesma desvia de todas, enquanto lançava kunais e shuriken contra mim, nas quais eu repelia com outra arma ninja.

Por apenas alguns milésimos de segundos desviei minha atenção da ruiva. E isso foi o bastante para perceber que ela me acertava um forte chute nas costelas, este estando embebido em chamas.

Sinto o impacto e as chamas se espalhando por minha camiseta. Mesmo que tenho sido jogado a alguns metros para trás o fogo ainda persistia, logo tiro a parte de cima de minha roupa.

Novamente corro até Kurama após concentrar chakra para me impulsionar. Tento um soco em seu rosto, a ruiva defende com o antebraço e me devolve um soco no nariz. Me afasto, sentindo o sangue escorrer por meu rosto.

“Oh parece que o pequeno Naruto está apanhando feio da grande Kurama.”

Passo braço, limpando pouco do sangue que ainda escorria. Sinto o selo em meu pescoço esquentar e brilhar, anunciando que estava o ativando.

Percebo que as asas brancas brotavam em minhas costas, meus olhos queimavam. Subo voo com uma aparência soberana, logo estendi a mão em direção a Kurama.

RaitonSaaji Kaminari (Estilo Trovão – Surto Elétrico)!

De minha mão diversas rajadas azuladas feitas inteiramente de eletricidade avançam contra Kurama. Eram extremamente velozes e não davam chances para que a ruiva desviasse se todas, tanto que ela foi acertada por várias delas. Uma nuvem de poeira logo se formou por ali.

Ativei o Byakugan e passei a olhar pela área. Não encontrava nem mesmo um só movimento da antiga Kyūbi. Tudo se resumindo apenas a poeira e alguns pedras caindo.

Sem qualquer pressentimento sinto um poderoso golpe em meu rosto. Como é possível que escapou do raio de visão dos olhos brancos?

Mesmo que o golpe tenha sido de uma grande força, consigo me estabilizar ainda no ar, abrindo as asas e planando até alcançar a terra firme. Vejo Kurama caindo suavemente alguns metros a minha frente.

Olho em volta e percebo toda a destruição causada pelos golpes e técnicas usados. Algumas árvores estavam tombadas e ainda soltando fumaça, a vegetação rasteira aos poucos ia se desfazendo em cinzas.

Cancelo minha transformação, a desfazendo a meu comando. Concentro um pouco e logo sinto meu corpo ser coberto por pelos. Meus braços começaram a ser dominados por uma penugem vermelha, essa ia até meu ombro. Uma massa de chakra de um vermelho escuro passou a me cobrir.

O tal chakra forma uma cauda semelhante a de um macaco. Olho para Kurama, que me lançava um olhar desafiador.

Corro para cima da ruiva, notando que minha velocidade estava ainda maior, assim como das outras vezes que usava o manto das outras garotas. Seu punho e minha perna se chocam, formando um pequeno vendaval.

Suiton – Mizu no Taijutsu (Estilo Água – Técnica de Combate Corporal de Água).”

Juntando minha incrível velocidade adquirida através de Son e meus golpes causando impactos aquáticos, levava uma ligeira vantagem sobre Kurama.

A mesma procurava manter distância de meus ataques de água. Sendo que seu elemento era Katon, ela passava a ter desvantagem.

Acerto um soco em seu rosto, seguido de um chute nas costelas, outro na perna direita, uma joelhada em seu estômago e por fim um chute em seu peito com ainda mais força. A ruiva foi lançada para trás, e com dificuldade para seu avanço colocando as mãos no chão.

“Oh parece... Que você resolveu levar isso a outro nível.”

Vejo Kurama concentrar chakra nas mãos, logo uma esfera negra se forma por ali. Em um movimento rápido ela a engole sem nenhum hesitação.

Bijū Dama (Bomba da Besta com Caudas)!”

Maldita, ele vai mesmo fazer isso?!

Ninshou FuruidesuFaibu Hana no Genshi Shōheki (Arte Ninja Antiga - Barreira Primordial das Cinco Flores)!”

Cinco pedras cinzas se formaram a minha frente, uma a frente da outra. Elas possuíam uma forma semelhante a de flores com oito pétalas, e em seu centro cada uma possuía outra pedra brilhante de cores diferentes uma da outra, representando os elementos dos ninjutsus.

O raio formado por chakra escuro bateu de frente com as barreiras. A primeira havia sido destruída, espalhando estilhaços para todos os lados. O golpe continuou.

A segundo cedeu. Um buraco se formou, fazendo com que ela se desmanche em sólidos pedaços, logo depois de ser danificada.

A energia começou a forçar passagem brutalmente contra a terceira barreira, após alguns tensos segundos ela também se partiu.

A quarta resistiu bravamente, mas não conseguiu segurar e também foi pelos ares.

A energia só parou na quinta, e mesmo assim, causou diversas rachaduras antes se desaparecer.

Sinto minhas forças se esgotarem. Meus poderes vindos do chakra de Son esvaíram. Caio de joelhos respirando em um ritmo descompassado. Havia esgotado todas as minhas reservas naturais com essa defesa, não era surpresa que estaria nesse estado.

Ouço os passos de Kurama aos poucos se tornando cada vez mais altos. Olho para sua silhueta, a mesma me estendia a mão e lançava um sorriso amigável, uma coisa bem rara.
Ainda cansado aceito sua ajuda e me mantenho em pé.

“Parece que ainda não consigo lhe derrotar, que decepção...”

“Não se esqueça que ainda tenho o mesmo poder de quando era conhecida como a grande Kyūbi, o reencarnação do puro ódio.”

Aquela maldita raposa arrogante nunca perdia uma oportunidade.

“Mas tenho que admitir que seu poder aumentou muito desde a última vez que lutamos. E como assim você consegue usar técnicas antigas? Elas são extremamente complicadas!”

“Bem, enquanto você ficava dormindo dentro da cabana no Templo, eu lia e praticava essas técnicas, em menos de um ano, conseguia usar algumas delas, mesmo que não tão bem.”

Kurama de repente assumiu uma expressão séria.

“Então por que morreu tão facilmente para Orochimaru?”

Suspirei e me sentei no chão, um dos únicos pontos em que a grama ainda estava verde.

“Não se vai entender meu lado mas... Eu queria mostrar para Orochimaru que sua criação poderia fazer coisas ainda mais grandiosas, que poderiam ser usadas para uma causa justa. Basicamente eu queria fazer a invenção se voltar contra seu inventor. Eu fui orgulhoso e não queria recorrer ao poder de vocês para derrotar aquela cobra, pensava que o selo purificado seria o suficiente para acabar com ele. E eu estava errado.”

Ouvi Kurama praguejar alguns xingamentos antes de suspirar.

“Pode-se dizer que não o julgo. Mas espero que saiba que não quero mais você com essa atitude. Aquela sensação de perder algo dentro de mim, se não sentir mais sua consciência, de pensar que nunca mais poderíamos conversar, nos abraçar... Me promete?!”

Kurama derramava algumas poucas lágrimas, aparentemente percebeu que chorava e virou o rosto, assim como o corpo, ficando de costas para mim.

Solto um pequeno sorriso e me levanto. Em um gesto inocente e sem malícia, a abraço por trás, deixando nossos corpos colados.

“Eu prometo Kurama-chan. Eu não suportaria ver lágrimas de tristeza, saiba que eu não vou mais morrer.”


Notas Finais


E foi isso, não quero me prolongar mais aqui nas notas finais, só LEIAM AS NOTAS INICIAIS!


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