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História Verloren (HIATUS) - Acht


Escrita por: Kirsche_

Notas do Autor


eu
gosto
de
diálogos

Capítulo 9 - Acht


Fanfic / Fanfiction Verloren (HIATUS) - Acht

Jungkook passou a gostar daquela sensação. Deitado em sua singela cama de solteiro após o jantar, de olhos fechados, ouvindo o rádio, que não ligava há anos, transmitindo as músicas de uma estação de clássicos que achou. Passou a gostar da surpresa que era ser agraciado por uma boa música que ele não fazia ideia do título ou intérprete, até ela acabar e o locutor revelar. Aquilo o fazia lembrar de Yoongi, de quem ele também passou a gostar, ou descobriu que sempre gostava mas tinha medo de sua personalidade, não sabia ao certo. Nunca tinha certeza do próximo movimento do mais velho, se ele sumiria por dias, ou se acabaria por procurá-lo. Era estranhamente gostoso, a expectativa se apossava de seu corpo e só de pensar no de cabelos vermelhos — que já começavam a desbotar para um laranja meio escuro — um sorrisinho nascia no meio de seus lábios.

Seu celular vibrava vez ou outra sobre o colchão, indicando uma nova mensagem de provavelmente algum colega de escola, perguntando alguma coisa chata que ele não estava a fim de dar trela naquele momento. A batida da música que ecoava pelo cômodo era relaxante e o fazia querer se isolar mais e mais do mundo externo, tentando diminuir o volume das vibrações do aparelho eletrônico no equalizador de sua mente. Mas elas eram insistentes, a ponto de Jungkook se dar conta de que agora ele recebia uma ligação, contraindo as sobrancelhas em confusão. Quem ainda ligava hoje em dia?

— Alô? — atendeu por impulso, sem chegar a ver na tela quem estava do outro lado da linha.

— Até que enfim, achei que tava morto aí! — a voz grossa e aparentemente irritada soou pelo alto falante, fazendo o moreninho sorrir.

— Suga!

— Aish, desde quando você me chama assim? Prefiro quando me chama de Yoongi, ou só hyung… — resmungou, fingindo estar bravo, mas não deu muito certo ao ouvir a risada gostosa do mais novo ecoando pelo celular. — Hey, essa música aí de fundo é boa.

— Né? Só não faço ideia de quem canta.

— Como não? É Duran Duran! — exclamou indignado. — Você ainda tem um longo caminho a ser trilhado, jovem Padawan…

— Essa referência eu entendi.

— Ainda bem, senão eu subia aí e pegava minha faca de volta.

— Subir aqui? — ponderou por alguns segundos, desconfiado. — Você tá me espionando, Min Yoongi? — seguiu até a janela de seu quarto, deixando parte do tronco para fora, procurando o ruivo e seu Comodoro pela rua, porém não viu nem sinal do carro vermelho.

— Não adianta procurar, Kookie. ‘Cê acha que eu ia ficar plantado na porta da sua casa, correndo o risco da sua mãe aparecer e me arrastar aí pra dentro? Tá doido? — riu baixinho, fazendo o mais novo sorrir ao ouvir.

— Minha mãe nem é tudo isso aí que você tá achando. — continuou apoiado no parapeito da janela, esticando a cabeça, olhando de uma esquina à outra, procurando por alguma pista de onde o ruivo estaria. Até que viu um corpo encostado em uma moto alguns metros mais à frente, porcamente iluminado pelo poste de luz da rua, com um cigarro entre os dedos; óbvio que era Yoongi. Sorriu mais abertamente. — Por que você tá de moto? — perguntou desafiador, vendo o corpo magro se retesar levemente em surpresa.

— Mas já me achou? Que sem graça você é… — brincou. — Aproveita e vem aqui.

— Agora?

— Não, vou vigiar seu sono até você acordar amanhã e vir. — ironizou. — Claro que agora!

— Ahn… Tá bem, ‘tô descendo. — murmurou, meio incerto, tendo o fim da ligação como resposta. Desligou o rádio do seu quarto e saiu pela porta após apagar a lâmpada que iluminava o cômodo, descendo as escadas antigas em direção à sala de estar do sobradinho suburbano.

— Mãe, vou sair!

— Pra onde? — ouviu a voz vinda da cozinha, junto com o barulho de metal e porcelana se chocando delicadamente, provavelmente a mulher se preparava para lavar a louça, retirando os restos de comida dos pratos.

— Pra casa do Jimin! — inventou, pensando o mais rápido que podia.

— A essa hora? Vai dormir lá?

— N-não sei, mãe… Talvez. — disse, inseguro, rezando pra que a mulher não desconfiasse de nada. Ledo engano. Ouviu os barulhinhos das louças se chocando cessarem, dando espaço para os passos firmes de sua mãe.

— Me explica essa história direito, Jungkook. — cruzou os braços na frente do filho mais alto que si, que estava bem próximo à porta, com os dedinhos coçando para abrir a maçaneta e sair disparado pela rua em fuga, mas imaginava o que ouviria ao voltar, porque uma hora ele voltaria, e desistiu. — Você ficou conversando com o Jimin depois da escola e nem veio pra casa almoçar, agora já vai com ele de novo? Abandonou o Yoongi?

— Mãe! — exclamou indignado, e levemente envergonhado.

— O quê? — perguntou se fingindo de desentendida. — Não precisa mentir pra mim, meu amor. — caminhou com calma até chegar pertinho do filho, acariciando seus fios negros. — Pode falar que vai dar uma saidinha com aquele garoto das cicatrizes, eu te entendo. Eu já tive sua idade, sabia? Também era caidinha pelos bad boys. — sorriu, piscando um dos olhos e matando o adolescente de vergonha por ouvir aquilo. — Só… Toma cuidado, tá bem? Não deixa ele te convencer a fazer uma coisa que você não quer, e não vai pra lugares que você não tem como voltar sozinho, ok? Qualquer coisa, corre, se esconde e liga pra mamãe, que eu vou te salvar. — sorriu complacente, se esticando para dar um beijinho na testa do moreno, que abaixou a cabeça, feliz com o carinho.

— Tá bom, mãe. — sorriu pequeno, agora sim girando a maçaneta antiga da porta e saindo da casa, caminhando com tranquilidade.

— Hey! — ouviu a mulher chamar, correndo porta afora ao seu encontro. — Leva um casaquinho, tá frio! — o alcançou e entregou o agasalho. — Não é o Yoongi que vai ter que cuidar de você se pegar um resfriado, menino!

Ele pegou o casaco grosso, que ia até o meio de suas coxas, o vestindo e se despedindo definitivamente daquela vez, a vendo voltar para a casa. Viu o mais velho ainda escorado na moto, alguns metros a frente, e andou um pouquinho mais rápido, sorrindo de canto ao ficar de frente para Suga.

— Caralho, como você demora, garoto… — rolou os olhos, puxando o mais novo pelo casaco e colando os lábios em questão de milésimos de segundos, sorrindo com o toque quentinho e reconfortante dos lábios e língua de Jungkook.

— Essa moto é sua? — perguntou entre o curto beijo, mexendo nos fios curtos da nuca do ruivo.

— Não, é do Hoseok, meu carro tá pra lavar.

— Ué, por quê?

— Bom, ele… — ponderou propositalmente, pra ver se Jungkook entendia o que ele queria dizer apenas com o olhar. — Ficou um pouco sujo no banco de trás, sabe? — frisou a última palavra, vendo o cenho franzido do moreninho, completamente compenetrado em entender aquele curto enigma. Fofinho.

— ‘Peraí, sujo de… Sangue? — chutou, com os olhinhos arregalados.

— Bingo. Agora sobe aí. — disse neutro, montando na moto e esperando que o mais alto subisse atrás de si, sentindo o veículo se mexer um pouco e logo depois teve a cintura rodeada pelos braços fortes de Jungkook.

— Não tem capace- — iria perguntar enquanto Yoongi ligava a motocicleta, mas se calou assustado assim que sentiu o veículo se movimentar, ganhando as ruas escuras do bairro.

— Se segura. — avisou sorrindo, acelerando a Black Shadow e fazendo o ventinho gelado daquela noite bater contra seu rosto pálido. Não era o maior fã de motocicletas, achava um veículo que o deixava muito exposto, mas aquela sensação até que era gostosinha, talvez comprasse uma moto algum dia.

Já Jungkook, apesar do leve medinho de andar de moto sem capacete, coisa que sua mãe teria um infarto ao ver, estava adorando a sensação em níveis estratosféricos. A adrenalina da velocidade, o calorzinho do corpo de Suga coladinho ao seu, contrastando com o vento frio que bagunçava seus cabelos escuros… Tudo era tão bom que o moreno nem prestava atenção no caminho que faziam, muito menos havia lembrado de perguntar para onde estava sendo levado; só se concentrava nas sensações potencializadas por seus olhos fechados e o cheiro gostoso que provinha do pescoço branco de Yoongi. As pontas de seus dedos gelados alcançaram a barriga magrinha de Yoongi por baixo da camiseta cinza do filme Trainspotting que ele usava por baixo da jaqueta de couro, sentindo a pele quente em seus dígitos e a musculatura de seu abdômen se contrair levemente pelo choque térmico, fazendo o moreno rir baixinho, encostando seu queixo no ombro direito de Suga. O sorriso gigante simplesmente se recusava a abandonar seu rosto bonito.



 

(...)



 

A corrida não levou muito tempo, em parte graças a velocidade que o ruivo ia, pois logo chegaram a um prédio pequeno, de cinco andares, meio antigo, que Jungkook conseguiu reconhecer ao cavar fundo em sua memória; era onde Suga morava. Enquanto descia da motocicleta, tentava se recordar melhor das imagens de sua infância quando via o, na época moreno, sentado naquelas calçadas com seus amigos do grupinho de Seokjin, conversando animadamente sobre coisas que Jungkook chegava a passar horas imaginando o que seriam. E agora estava ali, sendo guiado pelo ruivo escadaria acima do prédio antigo, inerte demais para falar alguma coisa para o mais velho.

Quando chegaram ao segundo andar do pequeno edifício, Jungkook conseguia ouvir conversas ao fundo, junto com uma batida de música, brigando com as vozes para saber qual dominava o ambiente. O corredor continha apenas dois apartamentos, uma porta de frente para a outra, e conseguiu notar que o som provinha da porta da esquerda; porta essa que Yoongi abriu, lhe dando passagem antes de fechá-la.

— Olha quem chegoou…! — ouviu Taehyung gritar animado, levantando uma garrafa long neck de cerveja, vendo Jimin ao seu lado acenar tão animado quanto, porém com ainda certa timidez.

Reconhecia todos ali. Além de Tae e Jimin, que estavam sentados no sofá, Seokjin, Hoseok e Namjoon também estavam na sala de estar do apartamento antigo, apesar de nunca ter trocado uma simples palavra com os dois últimos. Sorriu tímido, fazendo uma pequena reverência aos mais velhos. Sentiu um toque singelo no fim de sua coluna, o encorajando a dar mais alguns passos à frente. Jungkook não precisava perguntar o motivo de estar ali, já sabia que aquela pequena reunião seria necessária em algum ponto se o moreninho realmente quisesse se juntar a eles.

— Eu saio por cinco minutos e vocês já colocam essas músicas estranhas… — Suga resmungou, ouvindo a batida densa de alguma subvertente de Hip-hop que provavelmente era Namjoon que tinha colocado.

— Ah, qual é, Suga! É $uicideboy$, é legal! — Namjoon argumentou antes de dar um trago no baseado que fumava, rindo.

— É, abra sua mente pro Cloud Rap, Suga! — Hoseok praticamente gritou, já alterado de sabe-Deus-o-quê. — Ai! Doeu! — choramingou ao receber um cascudo do ruivo na cabeça.

— Eu vou é abrir a tua cabeça com uma machadada, otário.

— Hey, anjinho, senta aqui. — Seokjin falou pro mais novo, batendo na parte livre do estofado onde sentava, agora vestindo com roupas casuais, completamente diferente da última vez que Jungkook o viu. Seguiu até o sofá assim que retirou o seu casaco, se sentando com uma timidez anormal o tomando, o ambiente era intimidante, só não sabia porquê. — Oi.

— Oi…

— A gente já conversou isso outro dia, né? — sorriu docemente, tentando de algum jeito quebrar a casca que o mais novo tinha construído. A sala não tinha a luz acesa, a única iluminação que chegava ao cômodo vinha da cozinha, deixando o ambiente mais intimista, além das risadas dos mais velhos que por estarem chapados, acabavam rindo de praticamente qualquer coisa.

— Quer? — Yoongi chamou a atenção de Jungkook, sentando no apoio de braço do sofá, estendendo um copo largo de vidro, com um pequena quantidade de alguma bebida.

— O que é?

— Conhaque. Da Armênia. — enfatizou.

— E o que ser da Armênia tem a ver? — perguntou curioso, pegando o copo e sentindo pela primeira vez o cheiro daquilo. Forte.

— Tem a ver que foi lá que inventaram o conhaque, ué.

— Mas não é da França? — Jin pontuou, pegando o baseado da mão de Hoseok, que passava em sua frente, puxando uma longa tragada e soprando a fumaça diretamente no rosto de Jungkook, o fazendo tossir levemente.

— Só você e os franceses acreditam nisso. — retrucou convencido. — Experimenta, Kookie.

O mais novo tomou um pouco de coragem, não estava muito acostumado a bebidas fortes, só havia tomado cerveja e vinho, e escondido de sua mãe. Já estava ali mesmo, talvez fosse hora de experimentar mais coisas novas nesse momento de sua vida, não é?

— Socorro, isso é horrível! — grunhiu ao sentir a bebida descer por sua garganta, o rasgando por dentro e queimando seu estômago, fazendo o ruivo rir audivelmente.

— É esse o propósito! — explicou animado, dando um beijo curto nos lábios do moreno que, entendendo, terminou de sorver o conteúdo do copo em uma golada só, ouvindo os gritos animados dos dois ao seu lado, já se sentindo tonto.


Notas Finais


hallo
vami pra caraiada de link
primeiramente, a musiquinha show de Duran Duran (que no caso é A Matter Of Feeling)
https://www.youtube.com/watch?v=Ozy3abM4Cu8
eu fiquei em dúvida entre essa música e Come Undone, em todo caso, ouçam ela também hweiuqheqiu

E OW
YOONGI
$UICIDEBOY$ É DO CARALHO TÁ
RESPEITA

INCLUSIVE OUÇAM TBM OBRIGADA
https://www.youtube.com/watch?v=4mNpcG4Jag8
e sim, o cloud rap existe e é diferente do rap normal, apesar de ser MUITO confundindo com o trap, porém não é a mema coisa (consiste mais em batidas mais densas, não tão dançantes e com letras mais deprê)
sabe essa onda aí dos sad boys 2001/2/3/tanto faz? ENTOM, é meio que o nome do fandom de um artista de cloud rap (que eu n curto mto, mas é nois)

AAH
E ASSISTAM TRAINSPOTTING ALGUM DIA
É UM FILME MEIO DIFÍCIL (eu chorei na cena do bebê, e eu quase nunca choro com filme)
PORÉM RECOMENDO
https://www.youtube.com/watch?v=VNPXTEAIvKQ

essa noite deles aí vai render
só acho
e conhaque pra mim é a bebida mais de macho que existe
conhaque >>>>> vodka
fodac
só bicheiros e minha mãe tomam conhaque (e eu tbm)


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