História Vermelho - A fortaleza ruiu

Taeyeon PDV

‒ E o que vamos fazer? Como vamos vingar a memoria do nosso filho? – perguntei.

‒ Seu filho. Ele nunca foi meu e não é agora que será. Ele nem teve vida, então não tem memoria. Não me inclua nessa ideia absurda.

‒ Mas, Itachi…

‒ O que? Além do mais, que chance de sucesso você acha que teríamos? Se não consegui muito em 10 anos, você acha que conseguiríamos em alguma vingança impensada?

‒ Eu acho que deveríamos pelo menos tentar. Era uma criança inocente, e agora é uma criança morta. – respondi e continuei friamente – E não finja que ele não era seu. Eu nem o teria se não fosse você.

‒ E não vai ser por mim que terá. – ele respondeu carrancudo. – Se o quisesse e me quisesse, me escolheria.

‒ E que motivos, tenho eu, para o fazer? – perguntei-lhe interessada. Eu realmente queria que ele tivesse algum motivo, mas eu sabia que não havia.

‒ Esqueça, case-se com o Otori e fique com sua vida perfeita. – ele deu-me as costas. – Será melhor assim.

Tenten PDV

‒ Ande, Neji! – o puxei pela mão, estávamos quase no quarto. Kiro estava sentado, no banco que ficava na sala de espera.

‒ Bom dia, Kiro. – cumprimentei – Sakura está com ela?

‒ Itachi está. – me virei para Sasuke que eu nem tinha visto chegar.

‒ Itachi? – eu perguntei e na minha voz não havia nenhuma tentativa de disfarçar que eu estava puta.

‒ Sim, Itachi. Não fique muito irritada por ele estar lá com ela. Afinal, ele se arriscou pela vila, não foi?

‒ Do que está falando? – perguntei – Ele é só um ninja renegado, não é?

‒ Não, eu não sou. – ele respondeu, parando na sala – Mas se você não sabe, deveria perguntar ao seu… tisk… marido. – ele desdenhou – Vamos, Sasuke.

‒ Vamos. – os irmãos se retiraram da sala, enquanto eu questionava meu atual marido. Atual, porque em breve ele seria o fantasma. Como ele não me dizia isso? O que, afinal, Itachi queria dizer?

‒ Tenten, eu posso explicar…

Mi-Young PDV

Ser uma Otori não era nada fácil, mas ser uma bastarda Otori, ficava incrivelmente difícil quando as pessoas faziam perguntas demais. As palavras do meu pai ecoando na minha mente: há um traidor entre nós e com influencia em quase todos os clãs, menos os devastados. Aproxime-se da Hyuuga e descubra se ela sabe quem é.

E aqui estava eu, indo ao clã que mais detesto, para fazer amizade com uma pirralha mimada. E claro que eu nem devia pensar nela como pirralha, já que ela era dois meses mais velha que eu, segundo meu adorável irmão.

‒ Olá, eu sou a Mi-Young. – me apresentei à irmã dela que me deu um adorável sorriso, gostei dela. – Meu tio me mandou aqui para ajudar no casamento. Se eu puder, é claro. – lhe perguntei no momento que ouvia algo ser espatifado na parede, muito longe para que a irmã pudesse ouvir também.

‒ Será divertido conhecer os fechados Otoris um pouco mais. – a mãe disse aprovando, enquanto uma garota mais ou menos da minha idade corria para cá, com uma caixa de tecidos.

‒ Senhora, sua filha está fora de si. – ela queixou-se.

‒ Aguarde um momento, sim? – ela falou para mim e se dirigiu para fora da casa ou assim me pareceu, até ver que era uma área interligada, um ateliê.

‒ Eu sinto muito por isso, minha irmã é muito mais controlada que isso, ela só está…

‒ Indignada por ter suas ações tiradas de suas mãos? – perguntei em compreensão, eu sabia bem como era ter alguém querendo te casar. – Sei como é, felizmente eu não terei que fazer o mesmo.

Foram apenas alguns momentos até que a mãe dela viesse nos chamar.

‒ Hanabi está trocando de roupa e vocês poderão conversar no quarto dela. Que emocionante ser tão bem recebida assim na família Otori, o que me deixa ligeiramente curiosa. – ela disse-me sem qualquer emoção no rosto, mas sua voz transparecia uma hesitação bem camuflada na ironia.

‒ Bem… o que eu posso dizer? Somos quase da mesma idade, e como sou muito próxima de meu primo Masaki mais do que sou do meu irmão, Kiro, só queria ajudar, mas se eu estiver sendo inconveniente…

‒ Bobagem, Mi-chan! – Hinata me respondeu, a olhei surpresa com o sufixo. – Posso chama-la assim, certo?

‒ Fique à vontade… hm… mas já que a senhora me perguntou algo meio que pessoal, gostaria de fazer uma pergunta também.

‒ Diga. – Chyie me respondeu, quando sua filha apareceu na sala, com uma cara muito irritada. Sem qualquer mascara.

‒ Como Taeyeon-san está? Foi possível salvar a criança?

‒ Ela está bem, mas perdeu o bebê. – Hinata me respondeu, sem se dar conta de sua irmã logo atrás.

‒ Taeyeon perdeu o bebê? – ela perguntou chocada.

Itachi PDV

‒ O que foi aquilo no hospital? – Sasuke exigiu saber, como se eu fosse explicar.

‒ Nada que lhe interesse, otouto tolo. – lhe respondi e fui para o dojo, precisava refletir.

Kiro PDV

‒ Vou deixar vocês dois conversarem. – disse-lhe me levantando e indo para o quarto da minha noiva, eu duvidava se pessoas normais não estariam escutando ela chorar. Entrei no quarto e sentei na ponta da cama.

‒ Shii, vai ficar tudo bem. – a abracei, tomando alguma coragem. Kiro você é um frouxo as vezes.

‒ Não vai não. – ela fungou no meu abraço.

Tenten PDV

‒ Você está me dizendo que ele estava a serviço do terceiro Hokage? – perguntei para confirmar.

‒ Sim. – Neji me confirmou, se aproximando cautelosamente.

‒ Que porra é essa? – perguntei irritada – Ele estuprou a minha irmã, entendeu? Ainda é um criminoso safado!

‒ Ele precisava ser. – Neji justificou.

‒ Vocês dos clãs grandes sempre se protegem, ou é porque estamos quase em guerra? Bem, não importa, vou perguntar já para ela o que ela estava pensando, quando aceitou ver aquele marginal. – desdenhei.

‒ Tenten, não força. – Neji me respondeu, enquanto eu bufava indo ao quarto de minha irmã, comigo em seu encalço. – Além do mais, sua irmã não precisa disso agora. – só quando ele disse isso é que me esforcei para ouvir algo mais do que o belo homem a minha frente.

To be continued…