Hanabi PDV
‒ Tá apertado, mamãe! – reclamei novamente. Parecia que estava querendo que eu vomitasse meu estomago!
‒ Seu noivo virá passar uma semana aqui, como mandam as tradições. Você deve estar impecável como Taeyeon já está!
‒ Eu não apertei a minha roupa, nem coloquei espartilho. – ela comentou lendo um pergaminho, enquanto seu rosto vincava. Com certeza tinha haver com Yoshihiro.
‒ Mãe… chega! – ofeguei.
‒ Agora parece bom. – minha tia aprovou a vestimenta. Vinquei o rosto, esse tipo de roupa não era a minha, sou muito mais uma calça e uma blusa e um bom treinamento, do que passar o dia jogando conversa fora enquanto mostro o clã.
‒ Você já preparou suas coisas? – mamãe perguntou para Taeyeon, ela meio que tinha adotado ela e Tenten.
‒ Sim, Neji-sama me avisou que iria passar o mês na casa dos Otoris.
‒ Porque? – questionei irritada.
‒ É normal. – minha tia disse cansada. – Muito bem, vocês estão lindas, vamos descer.
‒ Espere, Taeyeon, quero que use esse pingente. Hanabi tem um igual, já que vocês tem quase a mesma idade. Se perguntarem algo sobre sua família ou sobre nós, não fale nada…
‒ Incriminador? – ela brincou. – Eu serei discreta, mas não posso aceitar o pingente.
‒ Aceite! – insisti. Ela fez uma cara de quem está pensando em algo, ou em alguém. Eu podia imaginar quem.
‒ Tudo bem. – ela respondeu, deixando minha mãe coloca-lo em seu cabelo. Mamãe pegou uma caixa de veludo preta com o símbolo do nosso clã.
‒ É sua e não ouse recusar.
Taeyeon deixou escapar uma risada irônica e pegou o presente. Começamos a descer, os Otori estavam no jardim junto com meu pai, Tenten e Neji, minha irmã e seu marido conversando seriamente e baixo, quando eles notaram a porta ser aberta e nos aguardaram em silencio. Novamente Aiko não estava aqui. Claro, ela não é da família. Nenhuma das crianças estava aqui também.
‒ Ora, ora, ora, se não são as duas jovens mais bonitas de Konoha! – Oji aprovou. Taeyeon me deu um olhar cumplice de “Aí tem coisa”, mas nossa conversa não continuou.
‒ Bem, então… ‒ Mi-Young puxou papo – Vamos né?
‒ Tia! – Cho gritou vindo correndo com Hikaru e Aiko no encalço dos dois.
Taeyeon PDV
‒ Oi, anjo? – eu lhe disse, me abaixando na sua altura. Hanabi não pode fazer o mesmo, ela estava muito ocupada tentando respirar.
‒ Queria te dar isso. Papai disse que você vai ficar longe da gente por um tempo, então eu fiz isso para você não sentir nossa falta tanto. – ela me entregou um caderninho com um desenho-rabisco, sorri.
‒ Obrigada! É tudo o que eu poderia querer. – lhe respondi e ela pareceu muito feliz consigo mesma.
‒ De nada! – ela me abraçou e depois recebi um abraço de Hikaru que foram guiados de volta à casa por Aiko.
‒ Quem era aquela adorável moça? – Oji quis saber, notando o olhar de repreensão que Neji deu à Aiko.
‒ Aiko é uma colega. – Neji respondeu sem dar margem para mais perguntas. Sua expressão dizia tudo.
Coloquei o caderninho na bolsa de mão e me junte à Hanabi. Era o momento da despedida.
‒ Cuide bem da nossa menina, Oji-sama. – Chyio disse me dando um abraço apertado. – E você se alimente direito, tudo bem?
‒ Ok. – respondi, segurando a mão que meu sogro me oferecia.
Foi apenas um momento, um piscar de olhos, mas eu jurava ter visto Itachi nos portões. Respirei fundo. Não pode ser ele, disse a mim mesma, desejando que a esperança perdesse força.
[…]
‒ Aqui será seu quarto, por enquanto. – Mi-Young me disse, levando-me a um quarto muito bonito e confortável. – Não costumamos usar o tipo de vestimenta que vocês usam, então meu irmão se encarregou que você tivesse roupas mais apropriadas para a tranquilidade do campo, elas devem chegar logo. Enquanto estiver aqui, eu vou te ajudar a se localizar também. Qualquer dúvida, me pergunte. – Mi-Young continuou explicando. Enquanto nós entravamos no quarto.
‒ Elas quem? – perguntei alheia ao que ela falava.
‒ As costureiras. Não se preocupe com nada. Se… bom, se por acaso algum dos rapazes vir com indecência, você deve falar com minha tia. – eu ri enquanto ela continuou, com um pouco de nostalgia ‒ Esse quarto era da minha mãe quando ela era viva, por favor, cuide bem dele.
E dizendo isso ela saiu, para me deixar desfazer as malas e descansar. Pelo que ela já tinha me dito, aqui não era exatamente campo. Era uma área mais afastada de Konoha, uma área nobre comprada pelos Otoris e que era mais baseada no campo sim, mas não tinha muito haver com isso.
Era um conjunto de casas bem ornamentadas que ficavam circulando a casa principal – a que eu estava – e as outras eram de pessoas importantes, filhos de conselheiros e parentes de primeiro grau. Segundo Mi-Young, esses eram os que eu ia conhecer primeiro, depois conheceria a parte secundaria.
Nada disso me ocupou a mente, nem nada do resto que ela me falou. Eu não queria pensar nos olhos vermelhos que eu vi. Eu me concentrei e disse baixinho “Kai”, quando reabri os olhos, ainda estava no quarto que me foi designado com a mesma roupa e uma mala esperando ser desfeita.
Me sentei na cama. Diferente do clã Hyuuga, aqui havia uma. Liguei o rádio em som ambiente, não queria incomodar os ouvidos de ninguém, e coloquei meu álbum favorito para tocar. Comecei a descompactar e jogar as coisas em cima da minha cama.
Abri o guarda-roupas para começar a guardar a bagunça que eu tinha feito e levei um choque. Haviam algumas roupas já, dizer que eram luxuosas seria eufemismo. Puta merda! Que roupas lindas!
Passei a mão sobre o tecido delicado, quando ouvi uma voz que me fez pular de susto.
‒ Gostou? Eu espero que sim. São seus.
‒ Desde quando…?
‒ Desde que ligou o radio. Soube que estava aqui, queria saber como foi a viagem.
‒ Boa. Não devia estar aqui. – lhe respondi sem ligar muito.
‒ Tecnicamente, não estou no seu quarto.
‒ E está onde? Na cozinha? – desdenhei.
‒ No corredor. – ele respondeu sem humor.
Hanabi PDV
‒ Fique à vontade. – disse ao meu noivo. ‒ Minha casa é sua também. Qualquer coisa errada, você deve dizer ao meu primo. Ele vai cuidar disso facilmente.
‒ Aquela moça é alguma espécie de concubina do seu primo? – ele perguntou direto, me olhando. Senti como se ele pudesse me ler muito mais do que eu gostaria.
‒ Foi noiva dele, Cho é sua filha, mas agora ele está casado com Tenten e resolverá essa questão dentro de alguns meses. – respondi friamente. Nada me tirava da cabeça que ele queria perguntar mais, mas não o fez.
‒ A menina… ‒ ele começou timidamente.
‒ O que tem ela?
‒ Ela parece feliz com duas mães.
‒ Sim, ela está. Ela é muito nova para entender certas coisas.
‒ Crianças espalham amor, foi bonito o que ela fez pela sua prima. Eu não sei se algum dos nossos faria o mesmo.
‒ Não é habitual do nosso clã. Desde crianças somos muito centrados. – lhe respondi com medo de que algo no comportamento de Cho fizesse parecer que nós, Hyuugas, somos tão impulsivos.
‒ Oh eu vejo. De qualquer forma, foi bom revê-la.
‒ Se quiser, eu posso ajudar a guardar suas coisas. – ofereci. Como mulher devia ser mais fácil para mim do que era para ele.
‒ Somente se puder continuar ouvindo sua agradável voz.
To Be Continued…
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