História Vermelho - Coração Valente

Hanabi PDV

─ O que a Mi tá fazendo com aquele bastardo? – Masaki questionou apertando as mãos em punhos.

─ Porque isso te incomoda? – questionei em meu ciúmes. “Por Deus, Hanabi! Eles são irmãos!”, gritei em minha mente.

─ Você sabe o motivo. – ele disse calmamente – Por que está agindo dessa forma estranha?

─ Estranha como? – perguntei num fio de voz.

─ Desse jeito. – ele me apontou com o nariz. Não tive tempo de responder, eu nem sabia o que dizer mesmo. Oji já estava cumprimentando meu pai.

─ Onde está Taeyeon? – questionei à guisa de “bem-vindo”.

─ Ela e Kiro resolveram ter um passeio. Devem chegar ao fim da tarde. Não vi mal… há algum? – ele perguntou perspicaz.

─ Nenhum. – Tenten respondeu entre dentes. – Eles estão se entendendo então?

─ Estão. – Mi-Young respondeu com um sorriso jovial. – Kiro está agindo diferente. É bom. – ela nos assegurou e me deu um abraço.

Manti meus olhos no homem. O que ele estava fazendo? Meu coração bateu dolorosamente e eu me senti mais confusa. Eu sabia que tinha que me manter calma, meu corpo não era confiável com tantos Otoris aqui. Seria por o nome dos Hyuuga em perigo.

Itachi deu um passo na minha direção, meu pai ficou tenso, mas manteve as aparências, enquanto ele se curvava para mim – muitos centímetros menor – e me deu um abraço, como se fosse um amigo ou irmão.

O cheiro me embriagou e as memórias estranhas me atingiram como balas de canhão.

─ Uchiha Itachi está desposando minha queria Mi-Young. – Oji explicou para Naruto e Hinata que chegaram depois e estavam petrificados no lugar.

─ Entendo. – tio Hizashi disse lentamente. – Vamos entrar?

[…]

Taeyeon PDV

─ Aonde vamos? – perguntei.

─ À um lugar especial. – ele respondeu cheio de mistério, ainda sem olhar na minha cara.

Nós chegamos perto de uma das termas mistas, meus olhos se arregalaram nele, mas ele não viu. Ele continuou me puxando, passamos reto das termas e paramos numa área de piquenique.

Ele sentou e me puxou para baixo, eu engasguei quando ele me colocou encostada no peito, entre suas pernas. Fiz o ar circular em meus pulmões, mesmo sob protesto e tentei acalmar meu coração.

Os braços dele, corados do sol, estavam ao meu redor gentilmente. Algumas pessoas passavam olhando, mas ele não viu. Ele estava de olhos fechados, seu queixo contra o meu ombro. A respiração arrepiou os cabelos da minha nuca.

─ Kiro? – perguntei baixinho.

─ Shii. – ele disse e ficamos uns bons minutos assim. Eu estava me sentindo flutuar, quase dormindo, quando ele levantou a cabeça. – Taeyeon – ele disse lentamente, a voz rouca o deixava muito mais sexy do que já era. – Sabedoria. Perseverança. Humildade. Eu vi tudo isso em você, então me diz… onde eu errei? Eu não sou bom o suficiente? – o olhei e me arrependi. Só vi uma dor tão grande estampada no rosto, isso fez meu coração explodir dentro do peito. Levou lágrimas aos meus olhos. Eu pisquei para limpar a visão.

─ Você é. Esse é o problema. – eu suspirei. – Kiro… eu estou apaixonada por Itachi. – eu revelei pela primeira vez e mordi o lábio esperando uma atitude, mas ele ficou em silencio, esperando. Manti meus olhos em seu rosto. – Mas eu não o quero na minha vida. Quando… ─ engoli audivelmente – Quando minha criança se foi… ele nem se importou… isso me quebrou muito além do que algo que ele possa fazer para consertar.

─ Então porque foi no encontro? – ele questionou, angústia passou pelos seus olhos. Mordi a língua. Como ele sabia? Teria me seguido? Ele não precisava e eu sabia. Ele podia ouvir tudo de onde estava dormindo.

─ Eu queria me dar alguma desculpa. Mas… no encontro… eu olhei para ele e… bem, eu realmente olhei para ele.

─ E daí? – confusão permeavam a voz e sua testa vincada me deu vontade de beijar a boca carnuda dele.

─ Você não entende? Por muito tempo eu fui escrava sexual dele e enquanto não me machucasse, eu estava bem. Eu estava feliz. Eu pensei que estava. Mas… você veio e me tratou tão bem… tão diferente… ─ desviei meu rosto dos olhos dele, tentando arrumar meus pensamentos, eu estou tão confusa!

Ele quebrou o abraço e quando eu pensei que fosse se afastar, ele trouxe o meu rosto de volta.

─ Eu te amo desde que me entendo por gente, você entende agora?

─ Entendo o quê? – perguntei desnorteada pelo toque.

─ Que eu não estou abrindo mão de te ter na minha vida. – ele respondeu e me abraçou mais apertado.

A tarde já começava a avançar para noite quando quebrei o silencio. A dúvida martelando na minha cabeça.

─ Kiro?

─ Hm?

─ Porque você não me beijou ainda? – questionei sentindo meu coração acelerar e minhas bochechas aquecerem.

─ Você não me quer do jeito que eu te quero. – ele respondeu, apoiando o queixo na minha cabeça.

─ Eu sei. – eu respondi num fio de voz. – Mas eu queria um beijo seu.

Kiro soltou lentamente uma respiração dolorosa contra o meu ouvido. Ele virou o meu rosto, eu manti meus olhos nos dele enquanto ele beijava a minha mão e depois a minha bochecha.

Ele finalmente desceu para os lábios, parecia que o mundo havia parado de girar. Eu perdi o folego, não foi o beijo. O toque foi muito rápido e casto. Apenas um tocar de lábios. Separamo-nos minimamente, eu continuei olhando no seus olhos.

Eu não poderia frear o pequeno sorriso que apareceu no meu rosto com a conclusão precipitada: eu facilmente me apaixonaria por Kiro.

─ O que foi? – ele perguntou, seus olhos indo para os meus lábios novamente.

─ Estou feliz que o casamento será depois de amanhã.

─ Ele te contou foi? – ele perguntou se afastando com um olhar triste.

─ Sim, ele disse. – respondi sem entende-lo. Eu disse que estou feliz! Qual o problema dele afinal?

─ Você não está feliz?

─ Que você se encontrou com ele? – ele rosnou contra a minha boca, ficando muito próximo numa velocidade sobre-humana.

─ Que nos casaremos. Ficaremos juntos. – tentei enfatizar, ele arregalou um pouco os olhos sabendo sobre o que eu estava me referindo.

─ Não faremos isso até você estar no amor comigo. – ele me respondeu, a pele oliva levemente mais escura, ele estava corado.

─ O que é uma pena. – eu respondi me afastando e levantando. – Gostaria de saber como é ser amada.

Me virei, ele segurou o meu braço antes que eu pudesse dar um passo e me emparelhou com a árvore. Seu hálito quente bateu no meu rosto, enquanto ele me beijava muito vorazmente.

Nossas emoções fizeram o beijo ser como uma fagulha que dá inicio ao incêndio.

Ele descansou a cabeça no meu pescoço, respirando pesadamente.

─ Vamos para casa. Temos tempo. – e eu soube que ele não se referia à hora, mas ao futuro.

Eu sorri, imaginando que, talvez, não fosse assim tão ruim uma vida com Kiro.

To Be Continued…