História Vermelho - Amada

“E quando ele me olha,

Seus olhos castanhos mostram sua alma”

DC – Brown Eyes

Taeyeon PDV

Embasbacada era pouco. Eu já havia visto a casa com Kiro uma vez, mas nunca entramos. Na época estávamos passeando pelo clã e ele só me disse que seria nossa casa.

Agora que eu via a dita cuja por dentro, parecia incrível. O dojo não me chamou atenção, mas eu vi que a mãe do Kiro decidiu não me abençoar com bordados, ao contrario disso, alguém colocou fotos da minha família e dele com a dele, e uma maior, no centro, nossa em baixo de uma cerejeira de sakura.

Masaki explicou o porque das flores, não que eu achasse preciso, roxo era mais frio como a Hanna, além do que na parede que sucedia o lado da casa onde devia ser o dela, estava ricamente decorado com bordados e mais bordados.

Sorri de lado, se a mãe de Kiro achava que isso ia me magoar, ela errou feio. Nunca me importei com tradições e muito menos em segui-las.

Kiro me puxou enquanto um vento frio dava vazão para um calor agradável, eu ainda estava meio fora da casa. Olhei brevemente o dojo enquanto ele me puxava pelo corredor da direita.

Era uma bifurcação que tinha dois corredores, o portal tinha o símbolo dos Otori bem pequeno formando um colar desenhado e pintado à mão.

Além disso, na parede tudo estava pintado ricamente e de várias formas, eu não poderia dizer o que era.

─ Desculpe pela minha mãe. – ele disse calmamente, me deixando observar o lugar melhor – Eu não queria dizer na frente da Hanabi por ela ser Hyuuga, mas minha mãe, querendo ou não, vai ter que te respeitar. Estamos casados agora, e ela vai entender.

─ Se é pelos bordados – eu ri alto – Não precisava! Nem se preocupe, eu não me importo, para ser sincera, ia tirá-los assim que passasse o período de núpcias. – ele riu assombrado – É sério, eu realmente odeio coisas amontoadas na parede, prefiro assim – passei a mão na parede lisa, por cima dos desenhos – É muito mais aconchegante.

─ Sabe o que significam? – ele questionou atrás de mim, uma mão na minha cintura.

Eu me surpreendi por não estar sequer nervosa com isso, eu estava muito calma na verdade. Algo na minha mente queria apontar isso como errado, mas eu não me lembrava porque.

─ Não. Significam algo? – questionei-lhe com uma mão por cima da sua.

─ Aqui – ele apontou um desenho de um rio – É prosperidade. Aqui – ele mostrou algo que me lembrava vagamente uma árvore de sakura seca e sem vida – É que sobreviveremos aos piores desafios. As sakuras no chão, perto e longe da árvore significam filhos. E os raios esverdeados, são esperança. – ele disse e as ultimas palavras sopraram perto do meu ouvido, me deixando consciente do meu corpo.

─ É lindo. – lhe disse e voltei a andar, ele se soltou de mim e manteve-se perto.

Haviam três portas, abri a mais próxima para encontrar um quarto comum, com um futon, armário de roupas, uma penteadeira e um abajur perto da cama, que completava a iluminação falsamente tradicional da parede, perto do teto.

No quarto não haviam desenhos nas paredes, apenas um tom de azul claro que dava tranquilidade. Havia uma janela, e cortinas em um tom de vermelho-vinho completando a decoração.

─ Esse quarto é o de hospedes. Você tem uma sobrinha pequena, ela pode vir aqui quando quiser e dormir se quiser. – eu sorri com a consideração, Cho adoraria com certeza. – Não tínhamos certeza se deveríamos por ou não um símbolo da família de sua irmã, mas como você é como filha deles, colocamos no teto. – eu olhei instantaneamente no mesmo momento, ele bateu palmas.

Luzes se acenderam tranquilamente e se tornaram claras, com as cores do clã Hyuuga, e no centro, uma grande luz branca, que ele acendeu manualmente.

─ Ela pode acender somente uma das duas se quiser, ela é pequena, deve ter medo de escuro. – ele riu – Ou não, ela não me passa essa sensação.

─ Ela não tem medo do escuro, mas vai amar esse negócio de bater palmas pra acender e desligar. – ele riu concordando e eu o segui para o próximo cômodo.

Esse tinha tudo o que eu mais gostava: livros e espaço para dançar.

Devo ter sorriso muito porque ele riu de algo que não entendi.

─ Fico feliz de ter gostado.

─ Adoro dançar! – eu lhe respondi, vendo que meus principais artistas estavam aqui, obvio. Quando minhas coisas vieram, eles vieram junto. – E ler!

Corri pra prateleira e peguei um livro, ele não saia, tentei outro e este veio até a metade do caminho e um clique foi ouvido. Olhei pra ele sem entender, ele estava sorrindo, com uma mão levantada na minha direção.

─ A casa tem esse esconderijo. – ele disse me guiando pelo escuro, ele estralou os dedos e luzes acenderam, mas ele não deixou de me guiar.

As mãos na minha cintura me empurravam levemente enquanto eu via o lugar conhecido do outro dia.

─ Se formos atacados, te quero segura. Hanabi deve saber disso também, Masaki já deve estar mostrando a ela. Foi a única informação que recebemos. – ele parou de me empurrar e suas mãos apertaram levemente a minha cintura.

Minha respiração acelerou e eu me obriguei a pensar, primeiro veja a casa depois sexo selvagem. É!

Kiro deixou um beijo no meu pescoço e me soltou, brincando com meus instintos.

─ Aqui tem três quartos, uma cozinha totalmente elétrica, três banheiros e um dojo. É um esconderijo que nos liga diretamente com a nossa sede na vila da Névoa. Se alguma coisa acontecer, temos como fugir e cuidar dos feridos. Cada quarto é uma enfermaria com 5 camas.

Ele começou a voltar e eu o segui. Chegamos rapidamente à sala e ele me mostrou a estante.

─ Somente a segunda funciona como alavanca no livro do meu clã, conta a nossa história, então é bem obvio. Além disso, você pode trocar os outros livros se quiser. A casa é sua.

─ Certo. – lhe disse e puxei um, não era famoso e eu ainda não havia lido “Bem Profundo”, o cheiro de novo invadiu minhas narinas me dando vontade de começar a lê-lo imediatamente!

Ele retirou o livro das minhas mãos antes que eu pudesse decidir lê-lo ao invés de ir pro quarto e riu.

─ Viciada!

─ Não sou não! – lhe respondi e ri alto novamente – Talvez só um pouco!

Não me demorei mais, meu corpo já começava a latejar pelo que queria e eu não dava, então segui direto para o quarto no fim do corredor.

─ Não quer ver este? – ele disse me provocando, uma mão no nó do kimono.

─ Eu quero outra coisa agora. – lhe respondi sem qualquer vergonha ele riu e concordou. Eu podia ver muito bem o porquê.

─ Eu também te quero. – ele disse com uma mão no nó do meu kimono. Minha respiração acelerou novamente na hora e eu senti meus seios eriçarem.

─ Então me tome. – eu não precisei repetir, ele me imprensou contra o portal da porta de correr, mas ao invés de me beijar ou terminar qualquer distancia entre nós, ele me olhou profundamente e disse a frase que eu me lembraria por toda a minha vida.

─ Eu amo, profundamente, só você. Não me deixe. ─ ele nem me deixou tempo para pensar, as palavras se transformando em gestos.

To be continued...