1. Spirit Fanfics >
  2. Vermelho e Violeta >
  3. Tudo também tem que ter um fim

História Vermelho e Violeta - Tudo também tem que ter um fim


Escrita por: LavenderFrost

Notas do Autor


Eu não resisti a colocar o fim da história também, afinal, é só um pedaço curtinho.

Aproveitem

Capítulo 10 - Tudo também tem que ter um fim


 A chuva caía forte lá fora. O barulho das gotas contra a janela e o teto me acalmavam, mas não era suficiente para reencontrar o recém perdido sono. Eu também não atrevia me mover. Meu corpo inteiro doía, principalmente minha bunda. Apesar de tudo, eu estava satisfeito. Pela primeira vez pude passar o cio com o alfa que amo, na casa onde moro a pouco tempo, dividindo dias, noites e, especialmente, a cama. Ele dormia tão tranquilo, mas não poderia ficar ali, por que começaria a me remexer e isso o acordaria. Levanto a cabeça de seu peito, dando um beijo em sua bochecha e me retirando da cama.

O frio da noite junto com o frio da chuva me envolvia. Era muito bem vindo depois de tanto calor, nos dois sentidos, desses dias. Eu ainda usava apenas uma camiseta de Lucas, já que o imbecil tinha simplesmente rasgado minhas roupas no primeiro dia. Até perece que era ele quem estava no cio, tarado idiota. Pelo menos me cobria mais do que o suficiente. Vou até a cozinha, beber um pouco de água. Minha garganta já estava me incomodando, talvez só isso já ajudasse a trazer o sono de volta.

Foi uma boa tentativa. Fico na sala, em frente a grande janela que tinha ali. A chuva caía, com fortes ventos, mas sem raios. As gotas e as árvores dançavam à minha frente, sem se preocupar com o perigo do chão. Encolho-me um pouco em um abraço, o frio não incomoda, apenas está um pouco menos agradável. Mas nada, absolutamente nada, me tiraria o sorriso agora. Eu passava os dedos na marca em meu pescoço. Era tão estranho, sentir-me tão feliz por isso. Não quero imaginar como vão me provocar lá no trabalho. Valeria a pena, e muito. Antes de ser atacado, o cheiro já denunciava meu agressor.

- Volta pra cama, gatinho, tá frio. - Ele me envolve em seus braços, terminando em um toque na cintura, sobre minhas mãos. O corpo dele sempre era quente e fazia todo o frio perto ou em mim, desaparecer. Aconchego-me mais nele, que ri baixinho. - Confortável?

- Um pouco. - Ele me aperta mais. – Muito, muito confortável. - Eu rio enquanto levo um casto beijo em minha marca. - Eu te amo. Obrigado por, sabe, não desistir de mim. Tenho certeza que você teve diversas oportunidades de seguir em frente, mas não o fez. - Nós não tínhamos falado sobre isso desde o reencontro. Ele não gostava de falar e eu tinha medo de perguntar o que ele fez longe de mim, quantas bocas beijou, quantas pessoas passaram em sua cama.

- Eu nunca deixaria meu gatinho escapar de mim. Foi um pouco difícil sim esses dez anos, mas nada que seus beijos agora não consigam compensar. - Eu queria me virar para beijá-lo, mas ele não deixava.

- Bobo. Eu... queria que me contasse um pouco... como foi. Ah, mas não precisa se não quiser, digo, o que não se sentir confortável em falar porque... - Eu devia voltar a escola, para aprender a falar quando envergonhado. E o imbecil rindo de mim, como sempre.

- Calma gatinho, calma. Bom, não aconteceu muita coisa. Briguei feio com meu pai, que quase me mandou para um internato, só não fez porque eu concordei em nunca mais te ver. Na verdade eu falei que nunca mais ia te procurar e como foi você que veio até mim, eu não menti.

- Eu fui ver seu irmão.

- Detalhes, detalhes. – Alfa bobão. - Fui fazer a faculdade que ele queria que eu fizesse, mas eu insisti em continuar morando em casa, para não deixar o Dani sozinho com ele. Assim que ele teve o primeiro cio eu e o... Vinícius... O tiramos de casa no meio da noite. - Era engraçado como ele dizia o nome do cunhado.

- Eu sei que essa lei foi feita para livrar alfas das acusações de assédio e estupro de menores, mas pelo menos teve um lado bom, seu pai não podia obrigá-lo a voltar.

- Sim, por isso fiz o que ele queria até aquele dia. Eu mesmo fui embora pouco depois. Não larguei a faculdade porque já estava quase formado e até tinha gostado um pouco. Ano passado terminei minha segunda graduação já com um bom emprego. Bom, foi só isso.

- Seu irmão me contou mais umas histórias... - Era bem mais fácil falar dessas coisas com Daniel, sei lá, só era.

- Ah, ele me paga, espera só eu...

- Amor, vai machucar meu filhote por minha culpa? - Eu vez ou outra brincava que Daniel era nosso filhote, então nada melhor que usar toda a fofura possível para continuar tendo meu fornecedor de informações privilegiadas.

- Depois eu que sou malvado, né? - Ele dá um tapa leve na minha cintura, mas que, nas minhas condições atuais, foi doloroso.

- Ai, chato, doeu.

- Desculpa meu gatinho fofo mais lindo do mundo.

- Meloso. - Eu rio vendo um pouco de seu rosto pelo canto dos olhos.

- Ora seu...

- Sim, todo seu. - Ele me aperta mais, com cuidado. - Vai, me conta.

- Bom, fazer o que. Meu pai tinha arranjado um casamento para mim com uma das filhas de um parceiro comercial dele. Ainda bem que deu errado!

- O que aconteceu? Nem o Dani sabia direito, ele falou que não lembrava porque ele nem tinha dez anos ainda.

- O casamento era para ser logo antes do cio dela, mas ela fugiu com a namorada e apareceu depois, marcada. Eu consegui convencer meu pai a não prejudicar a família deles, mas foi por pouco.

- Falando em casamento, temos que comprar o presente do Dani e do Vinícius.

- Ainda temos mais de três meses, se acalma.

- Eu sei, eu só... quero estar preparado. - Eu sabia que era exagero, mas foda-se. Eu consigo me soltar de seu abraço, enlaçando seu pescoço e o puxando para mim. - Seu chato. - Beijo-o calmamente, aproveitando ao máximo o contato. Sinto mãos subindo por baixo da camiseta, mais especificamente, pela parte de trás, até me apertarem. - Amor, eu estou todo dolorido, nem começa.

-Não é minha culpa, eu só ia fazer um carinho, você que me tentou com esse corpinho gostoso. Eu também estou esgotado. Você sempre queria mais e mais e mais e...

- Para, por favor. - Eu tinha certeza que todo meu sangue foi para meu rosto, tamanha vergonha que estou sentindo. - Como castigo, você vai ter que me levar no colo até o quarto.

Lucas me levanta com facilidade, permitindo-me aconchegar novamente contra o alfa. Eu fiquei um pouco triste por não morar mais com Bia, nós nos dávamos muito bem, pelo menos seu namorado veio morar com ela, então não ficaria muito sozinha. Mas morar com Lucas fazia tudo isso compensar e sobrar um pouco. Claro que vez ou outra eu sentia vontade de brincar de tiro ao alvo com ele, mas eu ainda consigo me controlar.

Deitado na cama, ficamos um olhando para o outro. Sou puxado em sua direção. Meus braços ficam dobrados entre nós, permitindo-me acariciar seu rosto. Lentamente ele fecha os olhos, pegando no sono com o carinho. Seu braço sobre mim passava segurança, mas sua expressão, tranquila no sonho, me passava a vontade de protegê-lo. Eu mudei muito desde que o conheci, mas eu garanto uma coisa, acordar todo dia com esses olhos vermelhos em meus violetas fizeram, finalmente, eu gostar dessa maldita cor.

 

 

Fim


Notas Finais


Eu gostei de escrever essa história. Ela teve capacidade de mudar minhas ideias e planos, permitiu que treinasse, tirou alguns de meus medos. Ela se baseou em um protótipo de um universo que eu "criei" lá nos anos 2000 e um dígito e que foi mudando conforme eu via novos universos ou formas de melhorá-lo
Foi a primeira história minha com um final.
Espero que tenham gostado.

Kissus na pontinha do nariz


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...