1. Spirit Fanfics >
  2. Vermelho e Violeta >
  3. Pequenos ômegas, grandes ciúmes

História Vermelho e Violeta - Pequenos ômegas, grandes ciúmes


Escrita por: LavenderFrost

Notas do Autor


Aproveitem

Capítulo 5 - Pequenos ômegas, grandes ciúmes


Não devo ter dormido nem uma hora. Ainda era possível ouvir muito barulho lá fora, principalmente dos carros e motos. O que me fez parar de tentar continuar foi um cheiro doce, fraquinho, chegando perto de mim. Eu sentia o movimento no colchão, como se alguém engatinhasse em cima do lençol. Definitivamente era uma criança. Espero ela chegar mais perto antes de me virar. Eu não tinha percebido a luz acesa, me obrigando a esconder o rosto no travesseiro.

Era o garotinho ômega do hospital. Ele me olhava, levantava a mãozinha como se quisesse me tocar, mas logo a puxava de volta. Ele era um felino como eu, porém seus cabelos eram bem loiros e curtinhos, o que contrastava com suas orelhas negras. Não parecia assustado como antes, mas muito curioso. Eu solto Meia-noite de meus braços e empurro em sua direção. Ele olha bem antes de pegar e abraçar a pelúcia. Era tanta fofura que me fazia rir.

- Quem é você? - Ele me olhava, ainda apertando a pelúcia.

- Meu nome é Ariel. Eu sou... amigo do seu irmão.

- Por que tá deitado? Tá dodói? - Ele coloca uma de suas mãozinhas em minha testa.

- Um pouquinho sim, mas daqui a pouco fico bem. - Ele parecia querer me falar algo, mas não sabia se deveria. - Quer falar alguma coisa?

- Você guarda um segredo?

- Claro que sim! - Ele solta Meia-noite e chega bem perto.

- Quando eu tô dodói, o Lu pega chocolate escondido e me dá. Tia Beti não pode saber, senão briga com a gente. - Ele fala baixinho, olhando para a porta, com medo de alguém aparecer. Depois sai correndo. Crianças, definitivamente, são estranhas. Eu me levantei para desligar a luz e tentar dormir de novo, mas ouço a voz distante do garotinho. - Ali, Lu – Claro que Lu era Lucas. Eu devia fechar a porta e trancar.

- Ariel... - Ele solta do pequeno e corre em minha direção me abraçando apertado. Sem me soltar ele vira para o pequeno ômega. - Vou cuidar dele agora, Daniel, vai ver TV.

- Mas eu quero ajudá! - Ele infla as bochechas e faz um biquinho.

- Lucas. - O alfa me olha. Eu levanto uma mão lhe pedindo calma e saio do abraço. Pego a gata de pelúcia e vou até Daniel, me ajoelhando para ficar na altura dele. - Ela chama Meia-noite. - O pequeno balança a cabeça. - Você cuida dela até eu ficar melhor?

- Sim! - Ele sorri e sai correndo, parando na beira da escada. Ele vira e olha para nós. - Lu bobão cara de melão. - Mostra a língua e desce, saindo do nosso campo de visão. Eu começo a rir, me levantando e voltando em direção ao alfa cara de melão.

Eu precisava de mais abraço. Chego bem perto, ele parecia querer falar algo, mas isso não me importava agora. Aperto-o em meus braços, com medo que ele não quisesse me abraçar de novo, que me ignorasse de novo. Ele me aperta mais forte ainda, me fazendo perder o ar, mas eu não queria parar. Meu coração batia como louco. Seus olhos queimavam minha pele, mas eu não tinha coragem de olhar.

- Vem. - Perecia mais uma pergunta que um pedido. Confirmo balançando a cabeça, olhando para baixo. Ele segura minha mão e vai até a cabeceira da cama, me deixando sentar primeiro, de costas para a parede, e ele depois, de costas para a cabeceira. Ele puxa minhas pernas sobre as dele, repousando suas mãos sobre elas. - Eu fui um idiota hoje.

- Eu... - Eu não sabia o que falar, mas felizmente ele também não me deixa.

- Eu fiquei te provocando, mas não aguentei quando você fez o mesmo. Fui um imbecil, desculpa. - Meus olhos se arregalaram. Lucas me pedindo desculpa? - Acho que eu sou ciumento demais...

- Acha? - Dou um pequeno sorriso, que o faz revirar os olhos.

- Tá bom, muito ciumento. Eu prometo que não vai acontecer de novo.

- Eu fiquei com medo. - Minha boca era mais rápida que minha razão. - Você parecia ter voltado ao Lucas violento de antes. - Dobro os joelhos e os envolvo com os braços, para ficar na menor forma possível.

- Hey, olha pra mim. - O observo por cima do joelho. - Eu sei que fiz merda, mas eu não aguentei pensar nos outros te olhando e perdi o controle e descontei em você – Sua mão faz carinho em meu rosto. - Me perdoa?

- Lucas...

- Por favor. - Ele parecia ansioso. - Quando eu voltei e você não tava aqui eu fui procurar na sua casa, mas ninguém atendia, fui até na casa da sua amiga, que me encheu de perguntas e quando eu falei que não te achava parecia mais preocupada que eu. - Eu já percebia algumas lágrimas em seus olhos. - Eu pensei que você tinha me deixado, fugido, sei lá. Que eu não ia mais te ver nem sentir seu cheiro. Por favor... - Ele chorava, alguns poucos soluços escapavam, mas era um choro baixo, dolorosamente baixo.

- Eu te perdoo. - Ele levanta a cabeça, limpando o rosto de qualquer jeito. - Mas se fizer isso de novo eu vou te chutar tão forte que você vai ficar broxa! - Ele demorou a entender, mas depois riu.

Eu queria um pouco de carinho. Movo-me na cama, sentando de lado em seu colo. Ele me abraça, puxando para ficar mais junto. Deixo cada uma de minhas mãos sobre suas iguais que me apertavam. Deito a cabeça na curva de seu ombro, sentindo o seu cheiro que agora não me incomoda tanto. Estava bem assim, não precisava mais que isso por enquanto. Ele afasta um pouco o rosto, me fazendo olhar em sua direção e me toma os lábios. Acho que me enganei...

 

Não sei quanto tempo ficamos assim, entre carinhos e beijos, mas eu achei pouco. Logo Daniel bate na porta, chamando para jantar. Lucas me disse que ele era seu irmão e tinha sete anos. O problema foi ele ter-me visto sentado no colo do irmão, sendo abraçado e desviando dos beijos que Lucas queria me dar. Quando finalmente dou uns tapas e saio de cima do alfa, ele me entrega Meia-noite, saindo sem falar mais nada.

Olho Lucas com apreensão. Ele se levanta e vem até mim, laçando-me a cintura. Eu não queria que o pequeno desgostasse de mim nem que Lucas brigasse com ele por isso. Apenas coloco o short que usava antes e descemos. Daniel estava na mesa junto com a velha beta, Elizabeth, ou tia Beti para o pequeno. Eu tenho certeza que o alfa também a chamava assim quando queria algo dela. Com os quatro na mesa, começamos a comer.

Estranho não ver os pais deles, mas achei que não era a melhor hora para me intrometer. Elizabeth cozinhava bem e como eu não tinha comido nada o dia inteiro, acabei virando a risada de todos quando repeti. Daniel vez ou outra ficava me olhando, mas assim que eu o pegava no ato, ele desviava e fingia que nada tinha acontecido. Logo após o jantar a beta se despede, dando um beijo na bochecha de cada um, inclusive na minha. Eu não sabia o que ela deveria estar pensando, só sei que com certeza não é o que está acontecendo. Não, não vamos pensar nisso.

Daniel correu para a sala antes que eu pudesse ter a dúvida se ia falar com ele ou não. Enquanto o alfa lavava os pratos, volto ao quarto. Eu não sabia se devia desfazer minha “mala”. Ele poderia se cansar de mim e me mandar embora, ou o que aconteceu hoje poderia se repetir e eu sairia só com a roupa do corpo. Bem, eu saí assim porque não aguentava ficar com ele ali, ele não me obrigou a sair assim. E ele também prometeu. Já que tudo que posso fazer é escolher uma dessas opções, escolho acreditar na promessa. Eu ainda tinha que ligar para Bia e tranquiliza-la e prometer explicações, ou é bem capaz dela vir aqui me bater.

Coloco meus remédios, por enquanto, na mesa junto com o computador de Lucas. Eu teria que guardar em algum lugar para não deixar Daniel mexer. Não tinha a menor ideia de onde eu colocaria meus materiais escolares, então deixo na bolsa mesmo. Tudo o que tinha além disso era shampoo, condicionador, perfume, tudo produtos que ficam no banheiro. Quando volto ao quarto, Lucas estava em frente a meus remédios. Ele não os tinha visto antes porque eu os tinha escondido em uma repartição da bolsa.

- Você toma tudo isso? – Ele olha para as caixinhas, tentando ler os complicados nomes que eu já tinha decorado.

- Todo dia. - Ele me olha espantado. – Quatro desse – Aponto a caixinha azul em sua mão. – Quatro daquele. – Aponto as caixinhas brancas. – E mais um daquele. – Aponto a caixinha amarela.

- Para que servem? – Ele parecia genuinamente curioso, mas eu não queria falar disso, não agora.

- São para o tratamento. Outro dia te falo o que é, tudo bem? – Eu não tinha vergonha do meu transtorno, só que não divertido falar sobre ele pela primeira vez com alguém. Alguns olham com pena, outros acham que é frescura, mas em geral era sempre cansativo. Acho que minha expressão incomodada deve ter deixado isso claro, porque ele concordou. – Obrigado. – Dou-lhe um beijo na bochecha e por fim coloco os remédios no armário embaixo da pia do banheiro.

- Beijou no lugar errado. – Ele faz bico. Finjo uma expressão pensativa. – Vai logo. – Ele me puxa e beijo-o. – Gatinho... – Ele parecia... culpado? Isso não vai dar certo...

- O que você fez? – Ele parecia surpreso.

- Como você... ah, esquece. – Ele estava frustrado. Tão bobinho. Eu sabia que se risse, ele não falaria nada, então espero. – É mais fácil eu mostrar. – Vamos até a última porta do armário, de onde ele tirou minhas “roupas” que tinham algum tecido. Ele abre as portas. – Na verdade foi isso que eu comprei para você.

- Eu sou uma pessoa calma que não mata ninguém. – Murmuro alto o para que o babaca ouvisse. As roupas ali tinham bem mais tecido, mas ainda tinha algumas saias e micro shorts. Eu ia brigar com ele, mas percebi que tinha alguns jeans dobrados no fundo, junto com algumas camisetas que pareciam ser capazes de cobrir meu corpo. – Menos mal. – Falo, apontando os jeans. Ele fica emburrado. Melhor ele que eu.

- Essas são só para fora de casa.

- Como assim?

- Eu queria que você usasse essas para mim. – Ele passa os dedos pelas saias e shorts. Sem contar que eu também teria que usar calcinhas. Ele quer morrer sufocado enquanto dorme. – Você faria isso para mim, gatinho? – Eu. Quero. Me. Bater. Eu achei o modo como ele me olhava com o rosto e as orelhas abaixadas fofo. Só eu que posso usar fofura aqui!

- Vou pensar, se você merecer, claro. – Eu fui fraco. Mais cedo ou mais tarde vai ter volta, viu? Se prepara.

Ele parecia feliz e, pelo bem de seu corpo, não sugeriu que eu usasse nenhuma delas hoje. Se bem que eu já estava usando uma de qualquer jeito. Ele se deita na cama e chega mais perto da parede, batendo na sua frente para eu me deitar. Eu não entendia, mas quando ele pega um controle e liga a TV, vou apagar a luz, fechar a porta e me deitar com ele.

Ele se encaixa em minhas costas, porém mantendo uma distância segura do meu quadril. Prendo meu cabelo para que não ficasse espalhado na cama ou em seu rosto. Eu deitava no travesseiro, ele parecia que também estava em cima de seu braço, para ficar mais alto e conseguir assistir. Conversamos um pouco, falamos mal dos filmes, ouvi os gritos de Bia quando liguei, em grande parte por ter usado o celular de Lucas. Eu disse que contaria tudo direitinho amanhã na escola. Ela não parece concordar, mas aceita. Eu não sabia que horas eram, mas sabia que estava ficando tarde.

- Está com sono? – Eu viro a cabeça um pouco, mal conseguindo vê-lo.

- Um pouco, por que?

- Está tarde, precisamos ir na escola amanhã. – Ele pensa um pouco e concorda. Se afasta um pouco e começa a tirar a camiseta. Quando tira a bermuda, ficando só de boxer, eu falo. – Porque você sempre tem que ficar nu? – Ele começa a rir. Imbecil.

- Eu durmo só de cueca, gatinho. Ontem foi para você se sentir confortável. – Até parece, se fosse por mim ele dormia de calça jeans. Saio de meus pensamentos quando sinto suas mãos puxando meu short. Seguro suas mãos.

- O que você pensa que está fazendo? - Acho que soei assustado, pois ele pareceu soltar por um segundo, mas voltou a segurar.

- Calma, só vou tirar seu short. – Ele chega perto do meu ouvido. – Você fica muito sexy usando só uma camisa minha. – Eu fraquejo um pouco e ele usa a oportunidade para conseguir o que queria. Ele volta com as mãos para dentro da camisa e agora segura a calcinha. Minha respiração trava. – E tirar essa, pode?

- Pode. – Eu não sabia direito o que ele queria dizer com aquilo. Ele poderia realmente só querer que eu ficasse somente com sua camiseta em mim, mas eu achava que não era só isso. E meio que também queria que não fosse só isso. Ele começa a baixar a peça, lentamente.

- Dobra os joelhos. – Sussurra a ordem em meus ouvidos, beijando meu pescoço. Eu definitivamente estava certo. Faço o que ele pede, facilitando seu trabalho. – Sabe, está muito calor...

- Está mesmo, né? – Eu estava gostando de onde isso estava indo.

- Muito. – Ele se afasta um pouco de mim, mas volta logo. Ao se ajeitar atrás de mim, esfrega a ereção livre bem entre as nádegas. Não seguro um suspiro. – Melhor agora. – Ele se empurra mais contra mim, começando um movimento de vai e vem. – Eu amo seu cheiro. – Seu nariz desliza por meu ombro até a base do pescoço, onde respira profundamente.

- Me beija? – Eu mordia o lábio inferior, ansioso. Ele distancia o mínimo possível, me permitindo virar. Ele segura meu cabelo preso e o tira de meu caminho. Nossos pênis se batem e começam a se esfregar. Puxo seu rosto com as duas mãos, enquanto as suas vão descendo, apertando minha cintura, minha bunda, puxa minha coxa para cima de seu corpo, o que me deu uma ideia. Separo o beijo, me impulsionando em cima dele – Você foi um menino mal. – Tiro minha camiseta, deslizo minhas mãos por seus braços, até segurar seus pulsos acima da cabeça.

- E o que você vai fazer? – Uso uma das mãos para levantar um pouco a cintura, o ouvindo reclamar. Sento um pouco mais a frente, depois deslizando para trás, usando a mão agora livre para segurar seu pênis entre minhas nádegas. – Que castigo horrível. – Eu suspiro alto, atraindo sua atenção.

- Eu sei que você quer. – Só parece entender depois que eu começo a rebolar. – Mas hoje você não vai me ter. – Ele ri pelo jogo de palavras. Livra os pulsos, segurando minha cintura e empurrando para trás. Eu não entendi, será que ele não gostou? Seu pênis deslizou por baixo de mim, causando um leve arrepio, até escapar e bater em seu corpo.

- Eu consigo esperar. – Ele se levanta um pouco, chegando bem perto. Um dos braços envolve minha cintura enquanto a mão do outro recobre minhas costas. É a vez dele me surpreender. Ele consegue dobrar um pouco as pernas, as usando como apoio para me jogar de costas na cama. Se ajeita entre minhas pernas abertas, roçando seu pênis onde ele queria entrar. Meu gemido sai longo suspirando prazer – E você, consegue? – Ele geme em meu ouvido, me arrepiando.

- Lucas... – Novamente seguro seu rosto com as duas mãos e o puxo para mim. Vou bem perto de seu ouvido. – Me faz gritar seu nome? – Isso! Consigo sentir o arrepiar de todos os pelos de seu corpo. Ele tremeu um pouco, fazendo o roçar ficar mais rápido e me obrigando a gemer. – Gritar muito alto.

- Não me tortura, gatinho. – Ele afasta um pouco e volta, esfregando seu pênis contra o meu. Leva dois dedos à minha boca e manda. – Lambe. – Eu obedeço, fazendo uma cara pedinte enquanto os colocava inteiros na boca. Fico assim por pouco tempo, ele os tira, um fio de saliva os conectava a mim. Seus dedos ficam brincando e me torturando, ameaçando entrar para depois sair. Eu gemi frustrado. – Você quer? – Ele pressiona um dedo com força, quase entrando.

- Quero, por fa... Ahhhh – Ele não me deixa esperar, enfiando o dedo inteiro. Doeu, mas também foi bom. Ele começa a entrar e sair, calmo, ficando cada vez mais impaciente a cada investida. Ele enfia o segundo, causando bem menos dor que o primeiro, mas mantém a mesma velocidade louca de antes. – Mais... Mais... – Seguro nossos membros com as duas mãos, tentando nos masturbar na mesma velocidade que era invadido.

- Meu gatinho safado – Ele retira totalmente e depois enfia os dedos com tudo, me fazendo delirar. Ele já sabia muito bem onde me acertar. – Pronto para gritar? – Eu não conseguia mais falar, só mexer a cabeça. – Você é meu, gatinho. – Ele se aproxima de meu ouvido. – Eu sou todo seu... Ariel. – Isso é golpe baixo.

- LUCAS!!! – O grito escapa antes que eu consiga controlar. Meu corpo todo treme. As mãos não conseguem parar. Sinto-o tremer junto a mim. Meu nome escapa rouco e longo de seus lábios. Nosso prazer se mistura em cima de mim. Seu corpo recobre o meu, tirando qualquer distância possível entre nós. Eu levo alguns minutos para recobrar o fôlego. – Gritei alto demais. – Ele começa a rir. – Culpa sua, chato. – Dou um tapa leve, mas também começo a rir.

- Só fiz o que você pediu. – Ele levanta só o suficiente para me beijar. – Eu prometo te fazer desmaiar quando entrar aqui. – Os dedos que antes me invadiam agora acariciavam.

- Tarado. – Um último suspiro sai quando ele para. – Mas eu gosto assim.

- Meu gatinho safado. – Ele se levanta e me puxa junto. Tomamos um banho rápido, o sono já começava a nos atingir após tanto... exercício. Obrigo-o a colocar a boxer, enquanto coloco apenas sua camiseta e me deito. – Não faz isso, senão não te deixo dormir. – Começo a rir, pegando uma calcinha nova no armário, praticamente ficando de quatro para o alfa, e a coloco. – Gatinho malvado.

Solto meus cabelos antes de voltar para cama. Lucas já estava deitado, deixando para mim a parte mais próxima da parede. Ajeito-me em seu peito, fazendo carinho na lateral de seu corpo. Ele faz o mesmo em minhas costas, fazendo o sono chegar logo. A melhor parte de adormecer rápido, é que não deixa a mente livre para pensar em coisas errada. Como, por exemplo, o que estou sentindo por esse alfa idiota.

 

Eu só precisava fazer uma escolha simples. Eu poderia continuar dormindo e ser assassinado pela Bia mais tarde ou poderia levantar, ir para escola e provavelmente prestar atenção em nada que fosse dito. A primeira opção era bem mais tentadora. O maldito despertador acorda, fazendo-me virar em direção a parede, queria o máximo de distância possível daquela coisa irritante. E falando em seres irritantes... Lucas se encaixa atrás de mim. Eu já tinha minha própria ereção matinal para me preocupar, mas ele insistia em me fazer notar a sua.

- Tira a camisa. - Ele morde meu pescoço, entrando com suas mãos por debaixo da camiseta.

- Vamos nos atrasar, Lucas...

- Eu juro que não vou fazer nada! - Olho para ele, que realmente parecia inocente. Guio suas mãos até a barra e me levanto um pouco, deixando que ele fizesse todo o trabalho. Ele me puxa contra seu corpo, mas dessa vez me coloca de frente a si. Seus braços me esmagam – Bem melhor agora.

- Verdade. - Junto ainda mais os corpos. Lucas tinha um corpo quente, ficar juntinho assim era relaxante. E, por incrível que pareça, ele realmente não tentou nada. Nem uma mão boba, nem um movimento com a cintura. Eu quase estava achando que ele estava doente. Estava quase pegando no sono novamente, quando o infeliz do despertador acorda de novo. Eu queria destruir aquilo. - Temos que levantar. - Minha voz sai nada convincente.

Lucas ri, tão sonolento quanto eu. Consigo me soltar de seu abraço e me espreguiçar, ouvindo o corpo todo estalar. Vou ao banheiro só para jogar uma água no rosto, sendo seguido pelo alfa, que quando passa por mim, aperta-me a bunda e ri. Tarado. A água me acorda um pouco. Não queria tomar banho hoje de manhã, decido só colocar o uniforme e descer. Como a calcinha tinha menos tecido que as cuecas que usava, sinto o toque estranho do jeans contra algumas partes da pele, além de estar me sentindo um pouco nu com isso.

Devo ter feito uma cara muito estranha, pois o alfa parece rir assim que termina de se arrumar. É culpa sua, imbecil, para de rir. Belisco sua cintura, que parece ter surtido o efeito desejado de fazê-lo parar. Ele segura minha mão antes de sairmos do quarto para tomar café. Eu sei que é bobo, mas eu sorri com aquilo. Ele não precisava fazer isso, sabe? Não tinha ninguém lá nos olhando, nem era algo sexual. Era só algo que eu não deveria pensar no momento.

O cheiro do café nos acerta quando entramos na cozinha. Isso me faz lembrar de vovó. Eu iria vê-la depois da aula. Ainda não sei se conto para Lucas o que aconteceu, não tinha certeza se ele realmente se importaria com isso. Balanço a cabeça para fazer esses pensamentos irem embora, atraindo a atenção dos outros dois por um instante, antes de voltarmos a comer.

Daniel aparece correndo, diminuindo a velocidade quando me vê. Eu iria conversar com ele quando voltasse da escola, torcendo para que ele aceitasse conversar comigo. O pequeno vem até Lucas, que afasta um pouco a cadeira e puxa o ômega para seu colo. Elizabeth coloca em sua frente um copo com achocolatado com algumas torradas. Ele não parece mais prestar atenção em mim, só em devorar tudo que seus bracinhos alcançavam. Lucas o olhava com carinho, quase uma devoção. Enquanto uma de suas mãos segurava a xícara cheia de café, a outra fazia cafuné.

Ainda estava cedo quando subimos para escovar os dentes e pegar nossas mochilas, mas eu sabia que o alfa gostava de chegar cedo para ficar com os amigos e, conhecendo Bia como conheço, tenho certeza que ela já estava fazendo o pai ir mais cedo para o trabalho. Quando chegamos à garagem, estranhei não ver Daniel lá. Estranhei mais ainda ver Lucas andando em direção a uma moto.

Eu soltei um grito desnecessariamente alto quando Lucas começou a correr pelas ruas. Sua risada saía abafada pelo capacete. O reserva, que usava quando dava carona aos amigos, estava em minha cabeça, segurando grande parte do meu receio de cair. Não era medo, era receio pela velocidade. Eu me agarrava no alfa como se minha vida dependesse disso, o que era verdade, mas eu sabia que estava usando muita força desnecessária. Minha respiração só voltou ao normal quando eu pude descer e tirar o capacete.

Sentia olhares curiosos em minha direção. Eu também olharia. Afinal, até outro dia eu fazia de tudo para fugir não só dele mas de todos os alfas, e agora estava ali, pertinho de um. Quando ele segura minha mão e puxa para dentro da escola, a quantidade de olhares aumenta. Eu tentava ignorar, mas ainda me sentia um pouco incomodado. Deixamos nossos materiais na sala e fomos para o mesmo lugar em que vi Lucas e sua gangue, digo, seus amigos na quarta.

- Cansou de matar aula, Lobão? - O lupino, André se não me engano, começa todo feliz, não parecendo se importar comigo ou pelo fato de estar de mãos dadas com o alfa.

- Ele cansou com outra coisa, Andy – Um dos caninos fala, apontando para mim. Eles pareciam olhar meu pescoço, deixando-me envergonhado. E o imbecil do alfa o que fez? Riu. Era para você negar, peste. - Pelo visto foi isso mesmo.

- Cala boca Jorge. - A risada não deixa a bronca parecer de verdade. Ele vira para o outro beta. - Nando, cadê a Duda e o Mateus?

- A Duda me disse que eles teriam prova hoje, devem estar na sala, estudando. - Enquanto Jorge era negro, com cabelos fofos que pareciam molas, Fernando era quase tão branco quanto eu, mas seus cabelos eram loiros. - Por que?

- Preciso devolver as roupas dela que peguei emprestado. - Roupas, que roupas?

- Você não rasgou nenhuma, né? - O loiro olha para meu pescoço. - Se fez isso ela te mata.

- O que menos usamos foi roupa. - Acerto um tapa bem mais forte do que eu esperava em Lucas, mas ele mereceu. - Ai, não faz isso, gatinho. - Ele me puxa contra si, deitando minha cabeça contra seu peito e ombro. Ele me abraça antes de continuar a conversar. - Bom, não preciso falar nada, né? - Eu olho sem entender.

- Sim, sim. - O lupino responde cansado. - Não deixar ninguém tocar no seu ômega.

- Senão vamos morrer. - Jorge completa. - Cara, você é muito ciumento, vai se tratar.

- E você vai tomar no cu. - Dou um beliscão em Lucas. Ele sente mas não emite sua dor. - Que foi?

- Você fala muito palavrão. - Eu estava com um pouco de vergonha e, porque não, receio dos amigos do alfa. Eles já tinham me batido antes. Minha voz sai baixa, mas eles devem ter ouvido, porque riram logo em seguida.

- Ele nem começou ainda, bichano. - Fernando para de rir quando recebe um tapa na nuca, vindo do alfa – Ei, por que fez isso?

- Respeito. - Eu sorrio, mas ninguém viu porque estava encostado no alfa. Eu vejo Bia se aproximando. Eu cutuco o alfa.

- Vou conversar com a Bia. - Ele vira o rosto e vê a vulpina, que parecia querer matar uns cinco, vindo em nossa direção. Ele me dá um beijo na testa e me solta. Ela chega, segura minha mão e nos distanciamos do pequeno grupo.

- Explique. E você já está me devendo todas as barras de chocolate do mundo! - Ela tentava ser engraçada, mas eu percebi que ela estava magoada.

- Desculpa, eu não queria esconder nada de você, só não queria te atrapalhar mais.

- Você sabe que não me incomoda, bobinho. Eu sei que esses dias foram ruins, eu só queria ajudar. - Nós dois precisávamos de um abraço, e foi o que fizemos. - Agora conta tudo, de como o senhorito ficou juntinho daquele idiota.

- Não chama ele de idiota. Só eu posso fazer isso. - Eu faço um bico e ela ri. Respiro fundo antes de continuar – Eu fiquei procurando emprego o dia todo, a maioria dos lugares nem me deixava falar ou me assediar. Eu estava desesperado, sem saber o que fazer, eu sentia que iria explodir. - Paro um pouco, para regularizar a respiração e me acalmar. - Aí eu tive uma ideia. Você vai falar que foi uma péssima ideia, e eu vou concordar com você.

- Que besteira você fez, Liri? - Ela começa a massagear as têmporas, simbolizando uma dor de cabeça.

- Eu estava sem esperança e achando que teria me prostituir. - Ela me olha espantada. - Aí eu pensei que, já que eu ia ter que me vender, que eu fizesse isso para alguém que eu pelo menos conhecia. E os únicos alfas que eu conhecia eram os da escola.

- E você escolheu o Lucas. - Eu confirmo. - Não tinha outro menos pior não?

- Ele é o menos pior. - Ela começa a rir e eu o acompanho. - Definitivamente não era o que eu esperava para o meu futuro, ele também é difícil, é ciumento, é possessivo...

- É tarado. - Aponta meu pescoço e ri. Por que todo mundo tem que fazer isso???

- E muito. Mas ele também consegue ser carinhoso e até um pouco fofo. - Ele era mesmo, quando me abraçava, quando me beijava, quando ficava juntinho de mim, quando dormia junto comigo. Droga. Eu sabia o que estava sentindo, não queria pensar sobre isso, mas ao ver a cara que Bia fazia, eu a interrompo. - Nem começa a falar. Eu sei, e sim, tenho muitas chances de me dar mal, mas não quero pensar nisso agora.

- Mas Liri...

- Eu tenho você e vovó, se algo der errado, eu sei que posso contar com vocês. - Eu a abraço. Era verdade, eu sempre teria as duas para mim, e eu sempre estaria lá quando elas precisassem. O sinal do começo das aulas toca, eu desfaço nosso abraço. - Vamos?

Ela insiste em fazer uma noite de filme e pipoca esse fim de semana. Só que quase tem um ataque ao descobrir que eu estava morando com Lucas. Ela pensava que eu só ia ficar lá um tempo, não morar. Mas sua cara foi muito engraçada. Olhos esbugalhados, boca aberta, deixando um grito mudo sair. Pedi para ela não contar nada sobre a internação de vovó, pois eu não tinha contato isso ao alfa. Ela descorda, mas aceita. Lucas e sua gangue, droga, seus amigos, amigos, chegam logo atrás. Enquanto os caninos se sentam mais à frente, perto da parede, André se sentava em frente a Lucas, ou seja, ao lado de Bia. Ela, por sua vez, encara o alfa, querendo matá-lo ou pelo menos fazê-lo sofrer muito.

O professor chegou, nos impedindo de continuar. Eu só imagino a cara que ela fez quando Lucas bateu na sua casa. Nem sei como ele sabia onde a beta morava. Ela com certeza culpava o alfa, mesmo sem ter lhe contado o que aconteceu ontem, ela já o tinha julgado e condenado. Eu ficava feliz por tê-la como amiga. Ela sempre me defendia, e eu fazia o mesmo por ela. Estava tão quente que a escola parecia derreter e eu fiquei feliz quando Lucas corria com a moto, o vento me acariciando.

Quando chegamos, ele me disse que as roupas que me mostrou no primeiro dia eram na verdade roupas antigas de Eduarda, sua prima. Eu, claro, bati nele mais um pouco antes do almoço. Eram ela e o namorado, Mateus, que estavam de mãos dadas outro dia. Os dois eram vulpinos betas, mas os cabelos de Mateus eram mais próximos do castanho que do vermelho. Nem o cabelo dele quis o vermelho, isso só prova que eu estou certo.

Elizabeth nos esperava com o almoço na mesa. Eu estranhei não ver novamente os pais e dessa vez nem o pequeno ômega. A beta nos disse que ele ia ficar a tarde na casa de um amigo, mas que ligaria para Lucas ir buscá-lo. O melhor foi ver o alfa fazer mil perguntas sobre quem era esse amigo, onde morava, quem eram os pais, mas quando a beta disse que era um pequeno canino alfa, ele deixa o garfo cair e se levanta da mesa, provavelmente iria até sua moto, se eu não o segurasse. Gente, eles têm sete anos, não fazem nada além de brincar e se sujar. Esse alfa ciumento, viu.

A beta pediu o resto da tarde de folga para ir visitar a irmã, que morava na cidade vizinha. Despediu-se de nós com um beijo na bochecha. Eu estava morrendo de calor. Vou até o quarto, pegar uma roupa mais leve. O jeans parece me amar, não quer sair de mim. Depois de algumas quedas na cama, ele finalmente sai. Lucas olhava tudo da porta do quarto, rindo como o idiota que é. Eu ia tirar o uniforme primeiro, mas pego o short que usava antes e coloco antes, só por precaução.

O alfa também começava a se trocar. Ou melhor, se despir. Ele fica só de boxer, sem nem fingir que ia pegar alguma roupa. Ele deita na cama e liga a TV. Eu pego uma camiseta leve qualquer e vou para junto dele. Igual ontem a noite, ele me abraça por trás quando no deitamos. Eu estava com preguiça, não com sono. Eu queria ir no hospital mais tarde, só para não deixar minha mente pensar besteira. O alfa se remexe atrás de mim, chamando minha atenção. Ele aperta o abraço.

- Tudo bem?

- Tudo, só estou pensando em formas de matar alfas que se engraçam com o irmão dos outros. - Eu não conseguia parar de rir. Ele estava realmente irritado com isso. - Para de rir, você devia ficar do meu lado.

- Lucas, eles são só crianças, é bom ter muitos amiguinhos.

- Mas não podia ser outro ômega? Tinha que ser um alfa?

- Bobo. - Pego a mão que me abraçava e a beijo. - Eles só estão se divertindo. Agora deixa de ciúme bobo.

- Você bem que poderia me distrair para eu me esquecer disso. - Ele desliza a mão por baixo da minha camiseta. - Tá calor, gatinho, tira isso. - Eu impeço sua mão de continuar.

- Eu não estou com vontade, Lucas. - Na verdade, eu estava um pouco incomodado por  ficarmos fazendo só essas coisas quando estávamos sozinhos. Sabe, eu queria me divertir, queria rir, queria conversar.

- Fiz alguma coisa errada? - Ele não parecia irritado ou incomodado. - Quer fazer outra coisa?

- Não, é só que... Eu não quero... - Ele retira sua mão de minha camiseta. Eu achei que ele estava bravo comigo, mas sua mão volta, agora por cima do tecido. - Desculpa.

- Hey, tá tudo bem. Não tem que fazer se não quiser. - Ele beija meu pescoço, involuntariamente me causando um arrepio. - Não quero te forçar.

- Eu só me sinto um pouco mal por saber mais sobre seu corpo do que sobre sua família. - Droga, eu tinha que pensar antes de falar! Ele não precisa me contar sobre ele, eu sou só seu ômega de estimação. - Eu... desculpa, estou falando coisas sem sentido. - Tento me levantar, mas sou puxado com força para não sair do lugar. Eu não conseguia falar nada, só esperava sua reação.

- Não sou bom em falar dessas coisas... - Ele parecia... envergonhado? Mas ele estava tentando me despir a menos de um minuto! Como alguém tem vergonha de falar, mas não de transar??? - Se... se você fizer perguntas fica mais fácil... - Isso... foi uma permissão, certo?

- Tá, mas se você não quiser responder não precisa, tá? - Ele só me beija o pescoço, vou tomar isso como um sim. - Seus pais não ficaram irritados, sabe, por você ter me comprado? Foi muito dinheiro e... - Minha voz baixava a cada palavra. - E eles podem... - “querer uma ômega melhor para você”, não conseguiria falar isso. - Sei lá, te deserdarem. - Quando eu finalmente termino, a risada calma dele me alivia um pouco.

- Meu pai está em viagem de negócios, só volta no fim da semana que vem. Ele é legal, só não parece. Nós brigamos muito, mas isso é coisa de alfa. - Bem, se ele já brigava com os outros alfas da escola, é bem capaz que brigasse com o pai mesmo. Eu só sabia que o pai o achava um irresponsável, mas não sabia como perguntar isso. - Minha mãe, bom, ela sofreu um acidente de carro quando estava grávida do Dani e morreu. - Cubro meus lábios com as mãos. Eu não devia ter perguntado, não devia ter perguntado. - Ele nasceu prematuro, então ele fica no hospital de vez em quando para uns exames.

- Desculpa, eu não queria te fazer lembrar de coisas ruins. - Eu limpava o rosto para não deixar nenhuma lágrima bagunceira puxar as outras.

- Não se preocupe gatinho, eu já superei. Posso te perguntar uma coisa também? - Eu confirmo com a cabeça. - Para que precisava de tanto dinheiro? - Será que era hora de contar? Eu teria que contar hora ou outra mesmo. Sinto um arrepio gelar a espinha. Será que ele vai se sentir mal? Eu meio que usei ele, se bem que isso eu deixei claro antes. Vamos começar.

- Somos só eu e minha avó. - Ele me aperta mais um pouco. - Não temos dinheiro, mas somos muito felizes. Ela sofreu um acidente sério e o plano de saúde não cobria. Eu fiquei desesperado, mal sabia por onde começar. Ninguém quis me dar um emprego e duvido mais ainda que dariam um empréstimo. O resto você sabe.

- Ela está bem? Sua avó...

- Esta melhorando, mas o médico disse que vai ficar algum tempo no hospital. Quer saber um segredo? - Não era nada demais, mas e queria falar. Ele e sussurra um sim em meu ouvido. - Eu vi você e o Daniel no hospital outro dia.

- Quando?

- Na terça, eu te vi e minha curiosidade ganhou. O Daniel estava dormindo e você estava sentado com ele. - Ele demora um pouco para lembrar.

- Ah, me lembro. Eu tinha sentido o cheiro de ômega, mas pensei que era algum passando pelo hospital. Eu lembro do Dani ter falado algo sobre ter visto alguma ômega olhando para ele quando fui buscá-lo. Foi você?

- Foi, mas até onde me lembro, não sou mulher. - Eu rio mais que ele.

- Se bem mas ainda quero te ver com uma daquelas saias. - Era a vez dele rir e eu ficar emburrado. Vou pensar muito se ele merece. - Mais perguntas? - Eu tinha algumas, sim, mas da maioria delas eu tinha medo da resposta.

- Eu queria dar uma passadinha para ver como vovó está. - Era ao mesmo tempo um pedido de permissão e um jeito de finalizar a conversa.

- Nós vamos mais tarde, quando fizer menos calor, pode ser?

- Claro! - Droga, por que eu estava tão feliz com uma coisa tão simples?

Eu não queria pensar sobre isso, eu sei que quanto mais eu pensar e fantasiar, maior será a queda depois. Não quero falar em voz alta meus sentimentos, tenho ainda mais medo de perguntar dos dele, isso se ele sentir algo. Eu era o ômega dele, ele me considerava seu. Isso eu conseguia entender, mas a vozinha chata que sempre fica puxando a esperança lá para o alto repete sempre que eu não era seu como um objeto ou como um bichinho de estimação, mas como... Não, não pense na palavra, isso vai tornar o que você sente mais verdadeiro. A partir do momento que as coisas se tornam reais, elas podem ser quebradas...


Notas Finais


Novamente experimentação, cena de sexo "toda" em diálogos, coisa que eu nunca tinha feito antes. Agora que eu acabei de escrever, percebo tantos caminhos que eu poderia ter percorrido, mas isso fica como experiência para o futuro.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...