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História Vermelho e Violeta - Pelo menos eu conseguia esconder as coisas


Escrita por: LavenderFrost

Notas do Autor


Crianças, não tentem fazer isso em casa, todas as cenas ... intensas foram feitas por profissionais experientes, muito experientes, com uma longa e comprida carreira, ai ai ai, digo, Ah, esquece.

Aproveitem

Capítulo 7 - Pelo menos eu conseguia esconder as coisas


Demorou mais do que eu pensava, mas tinha que ser perfeito. E eu precisava pelo menos fingir que estava calmo, senão parte da magia sumiria. Eduarda tinha levado suas “roupas” embora, mas não me faltavam opções no armário. Aquele tarado, espero conseguir o que quero. Coloco a cabeça para fora do quarto, me certificando que a porta dos meninos estava fechada. Desço as escadas, antes de chegar ao fim, Lucas já me olhava sedento. Dou um risadinha e mordo meu lábio inferior. Um ótimo começo.

Eu o chamo com o indicador. Ele vem mais controlado do que eu queria. Pego suas mãos com as minhas, as fazendo entrar por baixo de minha camiseta. Faço suas mãos deslizarem por todo meu tórax, terminando na cintura. Ele me puxa, mas me afasto e nego com um dedo. Ele parece respirar fundo para se controlar. Seguro sua mão e o guio até o quarto. Seu olhar, se pudesse, arrancaria a saia curta que eu usava. Ou talvez fizesse isso com os dentes? Não, se controla.

Realmente achei que ele fosse resistir ou partir para cima, mas ele me deixava fazer o que eu quisesse. Faço-o sentar na beirada da cama, perto o suficiente para que pudesse sentar em seu colo. Tiro sua camisa, dando leves mordidas do pescoço até perto do umbigo. Eu já estava de joelhos entre suas pernas, perto o suficiente para ver, e as vezes sentir, cada vibração de seu pênis contra o jeans. Afundo-me em seus olhos antes de dar um sorriso talvez mais safado que os dele enquanto soltava o botão da calça.

Sua respiração parece falhar quando meu rosto desce até sua virilha. Ele teve que se inclinar para trás e se apoiar com as mãos na cama, seus braços tremiam vez ou outra. Seguro o zíper com a boca, puxando-o para baixo sem quebrar o contato visual. Com menos pressão, seu pênis parece querer rasgar a boxer, vermelha, e já era visível um pouco de meus esforços com a mancha escura feita pelo líquido pré-ejaculatório. Delicadamente passo a língua nessa parte, sentindo seu membro vibrar. Com sua ajuda, retiro seu jeans, sentando-me em seu colo, com uma perna de cada lado do seu corpo.

- Lucas... - Ele não responde, mas sabia que estava prestando atenção. Seguro novamente suas mãos com as minhas, deslizando de minha cintura até a parte de trás da saia. Assim que passa pelo tecido, ele geme baixinho de antecipação. Eu não estava usando nada por baixo da saia. - Quero te sentir dentro de mim. - Gemo perto de seu ouvido, vendo seus pelos se arrepiarem.

- Tem... tem certeza? - Alfa bobinho.

- Absoluta. Quero ser todo seu. - Mordo levemente sua orelha, sentindo minha bunda ser apertada com força, me fazendo gemer. Quando ele vai me entrar com seus dedos, sorri safado. - Eu já me preparei, para você não perder tempo. Gostou?

- Muito, gatinho, muito.

Fico de joelhos, dando espaço suficiente para que ele tirasse a última peça de roupa. Toma meus lábios em um beijo quente, invadindo minha boca com sua língua. Ele desce até meu pescoço, chupando com vontade, dando leves mordidas pelo ombro. Ele se inclina sobre mim, levantando minha camiseta e atacando um dos mamilos com a boca e o outro com uma das mãos, trocando seus alvos várias vezes. Sinto seu pênis logo abaixo de mim, seguro-me em seus ombros, sentindo uma mão em minha cintura.

Eu tinha me preparado com um lubrificante que achei escondido no banheiro, mas não parecia ter sido o suficiente. Sinto a invasão e automaticamente cravo minhas em seus ombros, o ouvindo gemer de dor. Quem tinha que gemer aqui era eu, imbecil. Ele percebe meu desconforto e começa a me masturbar. Ele ameaça tirar minha saia, mas eu o impeço. Era o fetiche dele, então ficaria com aquelas roupas até o fim. Ele parece entender e o sorriso, antes preocupado, volta ao safado, acelerando sua mão e voltando com os beijos. Nem percebi quando comecei a me mover.

Suas mãos seguravam minha cintura, ajudando o movimento e acelerando aos poucos. Eu tentava controlar os gemidos, mas quando ele acerta o lugar certo, o gemido sai alto e longo, fazendo-me parar um pouco. Ele pareceu se animar mais com isso, começando a se mover embaixo de mim, me acertando mais fundo e conseguindo mirar com mais facilidade. Eu já perdia todo o controle, segurando-me em seu pescoço e mordendo levemente sua orelha. Eu sentia meu orgasmo chegando, mas não conseguia me controlar mais. Sinto seu membro tremer e jorrar dentro de mim, fazendo-me chegar ao ápice, melando a saia.

- Gostoso. - Ele morde meu pescoço. - Quero mais gatinho. - Ele não tinha saído de dentro de mim, voltando a se mexer.

- Safado – Arranho suas costas, ouvindo-o gemer. - Tira minhas roupas.

Ele não responde nem espera, tirando a camiseta. Sem sair de dentro de mim, consegue me deitar na cama, ficando entre minhas pernas. Gemo quando, mas ele puxa logo a saia, jogando em algum lugar do quarto, descendo e começando a me chupar. Eu não conseguia levantar minha cabeça para olhá-lo, só sentir. Levo minhas mãos aos seus cabelos, emaranhando-o entre os dedos. Ele enfia três dedos de uma vez, me fazendo gemer. Não parecia querer parar, mas se continuasse assim...

- Lucas, para... assim eu vou...

- Vai, gatinho, goza pra mim, vai. - Droga, estou ficando tarado como ele.

Não resisti aos movimentos e palavras, chegando ao orgasmo. Ele continua me lambendo. Chamo-o para um beijo e sou atendido. Ele coloca todo seu corpo sobre o meu, prensando-me contra a cama. O calor de sua pele contra a minha me faz suspirar. Minhas pernas ainda estavam dobradas, o que permitiu que ele entrasse sem muito esforço. Seu calor dentro de mim, por sua vez, me fazia gemer como se eu só soubesse fazer isso.

Ele usa os cotovelos na cama como apoio, eu me agarro em suas costas, começando a arranhar. Ouço seus gemidos roucos, ele não parece nem um pouco incomodado com isso. Envolvo sua cintura com minhas pernas, o puxando com mais força para dentro de mim. Ouço um gemido alto, escapado por entre seus lábios surpresos. Tudo que eu conseguia ver eram seus olhos mirando os meus e estrelas, quando acertava onde eu e ele queríamos. Eu não achava que conseguiria chegar ao orgasmo mais uma vez, mas meu pênis, duro, parecia dizer outra coisa.

Seus movimentos eram cada vez mais rápidos, mais fortes. O som dos corpos batendo se misturava com os gemidos. Minha garganta já estava rouca, pois eu praticamente gritava. Beijava Lucas como se não houvesse amanhã, arranhando suas costas com uma das mãos, enquanto a outra usava para me masturbar. Seu membro dentro de mim parecia crescer, o retesar anunciava o que ia acontecer. O gemido rouco em meu ouvido foi o culpado pelo meu terceiro orgasmo da noite, sentindo o segundo do alfa dentro de mim. Ele sai e desaba em cima de mim, nossos corpos suados e cansados pareciam não querer mais se mover.

- Mais uma? - Ele não cansa?

- Não aguento nem me mover mais. - Eu não aguentava mesmo. Ele começa a rir e me dá um beijo na bochecha.

- Só estou te provocando, gatinho. – Ele respira fundo e continua. - Mas se quiser...

- Lucas!

- Tá bom, tá bom, parei – Aperto sua bochecha, vendo-o sorrir. - Adorei a surpresa. - Depois de tudo o que fizemos, eu fico envergonhado por um simples comentário. Corpo imprestável.

- Preciso de um banho, me leva? - Uso minha melhor carinha fofa.

- Fui tão bom que não consegue andar? - Imbecil, custa ser bonzinho de vez em quando?

- Foi perfeito. - Pior que eu realmente achei isso. Ele fica envergonhado, o que me fez sorrir. - Não poderia ter uma primeira vez melhor. - Beijo a ponta do seu nariz.

- Primeiro, hm, gostei disso. - Bobo. Mas eu realmente precisava me lavar, além de ter que limpar... dentro de mim. Eu ia pedir novamente, mas não precisei.

Ele me pega no colo, indo para o banheiro. Eu estava cansado, mas feliz. O banho foi calmo, nem parecia o mesmo que estava agora pouco me fazendo gemer. Ele me tocava com cuidado, quase como se tivesse medo de me quebrar. Eu estava gostando de todo esse carinho, essa preocupação. Peço que ele saia do box para poder “terminar”. Não parece entender, mas obedece. Foi um pouco difícil, mas com mais prática... Eu não acredito que pensei nisso!

Lucas me esperava do outro lado, com uma boxer nele e segurando algumas peças para mim. Termino de me secar e colocando a peça íntima e uma camiseta dele. Eu sabia porque ela chegava perto de meu joelho. O que eu não esperava era ele me pegar novamente no colo e me deitar na cama. Claro que eu não reclamei. Ele se deita após abrir uma janela e me puxa para seu peito, deixando-me ouvir seu coração. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde eu perderia tudo isso, mas até lá, eu aproveitaria o máximo que eu pudesse.

 

Na manhã seguinte eu não queria levantar da cama. Meu corpo doía, principalmente em partes que nunca haviam doído antes. Minha garganta parecia uma lixa, meus braços e pernas não queriam me responder direito. Acho que a única parte menos pior era minha cabeça, já que o sorriso feliz pelo que aconteceu ontem não saía de mim. Ter alguém beijando meu pescoço ajudava muito o sorriso continuar ali.

- Fica deitado, vou fazer o café e volto para você. - “volto para você” essas três palavrinhas fizeram meu interior tremer. Eu sabia que interpretava no sentido que eu queria que tivessem, não no real, mas ainda assim era bom o suficiente.

A porta é fechada me deixando sozinho. Viro, roubando seu travesseiro e o abraçando forte. Ele demoraria pelo menos quinze minutos, eu poderia aproveitar assim mais um pouco. Eu enfiava o rosto no travesseiro, sentindo o cheiro do alfa. Eu não entendia como esse cheiro, que me causava ânsia, agora me fazia tão bem. O simples fato de estar usando uma camiseta sua me passava uma inexplicável segurança. Eu queria ficar nesse sonho por um bom tempo ainda.

- Por que não agarra o de verdade? - Lucas me abraça por trás, apertando meu corpo contra si.

Eu sequer tinha o ouvido entrar. Eu estava um arco-íris de vergonha, usando o objeto culpado por isso como escudo. Não precisava olhar para saber o sorriso safado em seu rosto, nem tiraria o travesseiro da frente até sentir a vergonha indo embora. Lucas se encaixa atrás de mim, conseguindo passar um braço por baixo de minha cintura, fechando um forte abraço, tentando tirar meu ar.

- Não vai responder? - Só consigo negar com a cabeça, as palavras não saíam. - Então vou continuar.

Ele consegue levantar meu corpo com seu abraço, ou quase isso. Lucas vira-se e trás meu corpo junto, fazendo-me deitar, de costas, em cima de seu corpo. Eu tentava sair, mas ele fazia questão de me manter preso. Suas mão começavam a fazer cócegas no pouco espaço que conseguiam se mover, mas foi mais que o suficiente. Quanto mais eu ria, menos força tinha e mais as mãos podiam correr livres. Eu já estava sem ar, de alguma forma ainda em cima dele, quando finalmente desisto.

-Para, por favor... - Ele me deixa respirar, mas logo continua. Consigo tocar em seus pulsos, que param e me abraçam. - Você venceu. - Consigo um espaço mínimo para me virar, fazendo questão de causar o máximo de dor no alfa imbecil. Ele parece reclamar, mas não ligo.

- Que maldade, gatinho, isso doeu.

- Culpa sua, fazendo maldades comigo.

- Quem fez maldade aqui foi você, ontem a noite. - O comentário é malicioso, mas nem as mãos nem os olhos transmitem isso. Ele continua me abraçando, seu olhar um pouco vago.

- O que você está pensando? - A curiosidade ainda vai me matar, certeza. Ele volta seu olhar para mim, com um sorriso meio triste nos lábios.

- Ontem... por que você fez aquilo? - Eu fiz muitos “aquilos” ontem.

- Aquilo o que?

- Por que se entregou a mim? Não foi por causa do que aconteceu na piscina, foi? - Ah, entendi. Mas espera, por que ele... Não, deixa para pensar quando isso não for aumentar suas esperanças.

- Claro que não, bobo. - Eu beijo o sorriso doce que aparece em seus lábios. - As roupas foram. - Ele ri baixinho, me dando um aperto na coxa. Pelo menos foi leve. - Eu... queria. Queria que fosse com você. - Isso era o máximo que eu poderia responder.

- Agora eu estou mais feliz. Obrigado por confiar em mim. - Eu não queria mais falar, se continuasse eu provavelmente falaria demais e estragaria o momento. Um beijo longo e profundo era a melhor resposta.

A preguiça tomava conta de meu corpo. Lucas me faz sentar, não sem rir da minha cara de dor. Imbecil, não foi você que aguentou tudo aquilo entrando, né? Ele tinha pegado algumas coisas para nós. Café, bolachas e um pedaço de bolo de chocolate feito por Elizabeth, segundo ele. Admito que a fome ganhou da preguiça, me fazendo devorar tudo, mas assim que a comida acabou, a força de vontade de me manter acordado também acaba. Lucas tinha acabado de comer primeiro e já estava deitado, então só precisei me enrolar nele para dormir tranquilo.

 

Na segunda eu acordei não me sentindo muito bem. Minha barriga doía um pouco e minha cabeça parecia querer explodir. Eu fiz meu melhor para esconder isso de Lucas e Daniel, mas Elizabeth parece ter notado algo, porque alguns comprimidos milagrosos apareceram em minha mochila. O estranho é que ontem eu estava bem. Com preguiça e aproveitando os mimos que recebia, mas bem. Lucas cuidou dos pequenos e até levou Vinícius para casa, claro que acompanhado do irmão. Dormi bem, não comi nada suspeito e tinha certeza que não estava grávido, nem tinha tido meu primeiro cio ainda.

No intervalo eu estava melhor. A cabeça só incomodava as vezes e a barriga parecia ter acalmado. Conversei com Bia sobre esse mal estar. Sua mãe e ela tinham feito um curso sobre doenças e prevenção semestre passado, mas ela também não sabia. Avisei Lucas de minha consulta com a psicóloga e ele insistiu em me acompanhar. Eu falei que a política da clínica não permitia a entrada de alfas, mas mesmo assim ele me esperou.

 

Eu nunca tinha tido vontade de ofender minha psicóloga antes. Claro, xingar e brigar sim, mas ofender até a sétima geração era novidade. Quando eu lhe contei tudo o que tinha acontecido desde nossa consulta semana passada, ela reagiu bem parecido com Bia. Choque, repreensão, conselhos e toda sorte de dicas. O problema foi depois, quando comecei a falar, claro, sem deixar explícito meus sentimentos, sobre como eu estava, agora que vivia com Lucas. O simples fato de eu não tê-lo matado parecia alegrá-la. Depois eu que preciso de avaliação médica...

Mas, como toda boa psicóloga, ela logo percebeu o que eu escondia, o que me deixou puto. Será que ela não percebeu que eu não tinha falado por um motivo? A partir do momento que começamos a conversar sobre isso, esse sentimento virou assunto, chegando cada vez mais próximo do mundo real. Felizmente a profissional cuja cabeça eu queria retirar não falou explicitamente o nome do sentimento, me deixando um pouco menos raivoso. O consultório tinha pequenas janelas perto do teto, senão eu teria certeza que ela estaria me observando quando me encontrei com Lucas logo em frente a clínica.

 

O caminho até a casa do alfa foi rápido. Claro, ele correndo feito um maluco com aquela moto. Eu devo ser o menos louco das pessoas que conheço. Não salva um! Quando entramos, Daniel corre em minha direção, segurando o choro. Eu não entendi nada, Lucas menos ainda, pelo menos foi dar uma olhada pela casa enquanto eu tentava acalmar o pequeno, que não falava nada, usando todas suas forças para conter o choro. Quando eu me acalmei, senti um cheiro diferente nele, não era de Lucas e duvido que o de Vinícius tivesse essa intensidade depois de tanto tempo do fim das aulas. Eu já temia o pior quando senti novamente esse cheiro, guiando minha atenção até o topo das escadas, onde um lupino alfa me olhava com um misto de emoções que eu não consegui decifrar. Só o medo e o arrepio em minha coluna fazem algo, colocando Daniel atrás de mim para protegê-lo.

- Quem é você? - O alfa grita e rosna, minhas orelhas ardem, mas não foi com isso que me importei. Daniel atrás de mim chorava encolhido, até sua cauda estava ao redor do corpo. Ele era novo, mas já conseguia sentir a dor dos rosnados.

- E-eu sou amigo do Lucas. - Eu já tinha colocado Daniel novamente em meu colo, deixando seu nariz bem perto do meu pescoço. O cheiro de outro ômega, mais velho e mais forte, ajudava a acalmar, e era isso que eu torcia que acontecesse.

- Cadê aquele imprestável do meu filho? - Nem a dor do rosnado, bem mais forte, parecia tirar o choque de mim. Aquele desgraçado era pai do Lucas? Pior, ele era pai do pequeno em meus braços, que chorava de dor e mesmo assim continuava?

- Você não percebe que está machucando seu filho? - Acho que a raiva tinha desativado a parte da dor, o que agradeço muito. Eu ia gritar novamente contra ele quando ele começa a vir em minha direção. Não sabia se para me bater ou para pegar o filho.

- Com quem você pensa que está falando, ômega? - Ele rosna tão perto que a dor volta com tudo. Daniel estava um pouco melhor que eu. Pelo menos ele não foi arrancado de mim, o que fazia a dor nele ser bem menor.

- Com um alfa imbecil, arrogante e egoísta. - Minha garganta estava bem melhor, mas não consegui gritar tanto quanto gostaria. Meus remédios deviam ter parado de funcionar. O alfa era pelo menos três vezes maior e duzentas vezes mais forte.

- O que está acontecendo aqui? - Respiro aliviado quando a voz de Lucas entra na sala, mas parece que somente eu fiquei assim. - Pai? Aconteceu algo? - O alfa mais velho chega perto e acerta um soco no estômago de Lucas, o fazendo ficar de joelhos. Eu grito, não deixando Daniel se virar para ver o que acontecia. Quando era puxado pelos cabelos, tenta se soltar.

- O que aconteceu? O que aconteceu!? A porcaria do banco me liga, falando que você tinha gastado uma fortuna! Aí seu irmãozinho – O nojo com que ele disse quase me fez vomitar – vem e me conta do seu “amigo” que era “como ele”. Me diz que não gastou dinheiro com “isso”. Vamos, Lucas, responde, seu imprestável!

- Solta ele! - Eu grito, mas estava paralisado de medo.

- Fora disso, ômega, senão vai ser pior para você.

- Pa-papai... - Daniel tenta falar, mas o rosnado do pai o assusta, se calando. Pelo menos isso distraiu aquele maldito tempo suficiente para Lucas conseguir se soltar e se colocar em pé.

- Eu gastei o MEU dinheiro, da herança que MINHA mãe me deu, isso não te interessa. - O alfa mais velho parasse um pouco surpreso por ser enfrentado. Lucas vem em nossa direção, acariciando a cabeça do irmão e perguntando a mim. - Tudo bem? Vem, vou levar vocês para o quarto.

- Na minha casa não! - O maldito volta a si, chegando perigosamente perto de nós. Lucas se coloca em nossa frente. - Já abriu as pernas para ele, é? - O maldito olhava para mim. - Deve ser muito bom para ele te pagar tanto.

- Não fala assim dele. - Lucas tenta acertar um soco, mas o mais velho faz Lucas tropeçar e cair no chão.

- Você vai sair dessa casa agora, está ouvindo? - Seu olhar era tão raivoso que eu só consigo mexer a cabeça e tremer. Se eu ver você com meu filho de novo... - Ele nem precisou terminar a ameaça para me fazer correr escada acima. - Beta! Vá com ele, vigie para que não roube nada.

Elizabeth parecia triste. Pelo que tinha me dito, ela trabalhava para os avós de Lucas e praticamente viu o pai deles crescer. Ela devia estar se sentindo culpada pelo babaca que ele era, mas não era sua culpa. Como Lucas não a deixava entrar no quarto, ela tem um susto ao ver todas minhas caixas de remédio, mas felizmente não me lança nenhum olhar piedoso. Quando acabamos, ouvimos novamente gritos escada abaixo. Corremos o melhor que conseguimos, mas tudo que vi foi Lucas ser jogado dentro de um cômodo e ser trancado lá dentro. Daniel começa a chorar, ainda mais alto quando o pai vem e o arranca de mim. Seu pai praticamente o joga em cima da beta, que deixa minhas coisas caírem. Pego minha mala, encarando o alfa que felizmente não rosnava.

Pouco me importando com ele, dou um beijo na testa de Daniel, que me olha choroso. Eu também estava chorando. Tanto minha dor de cabeça quando a da barriga volta, fazendo-me curvar pelo susto repentino. Vou até a porta da frente seguido do alfa. Se ele pudesse, me jogaria nos carros que passavam. Eu não queria sair, mas assim eu estaria ajudando todos. Lucas encontraria alguém melhor, seu pai ficaria calmo e Daniel poderia sorrir sem medo. Todos estariam melhores, menos eu. Mas a culpa disso tudo é minha. Se não fosse meu brilhante plano de me vender, nenhum deles estaria sofrendo agora.

A dor física me faz voltar a realidade. Sinto meu cheiro ficar mais forte e me apavoro. Não, não, não, por que agora? Eu tinha que correr para casa, o mais rápido possível. Eu estava entrando em cio, no meio da rua. Se eu fosse pelo caminho mais rápido, minha casa era longe e eu teria mais riscos de encontrar um alfa. Mas se fosse pelo mais longo, não sei se chegaria a tempo. Não tinha tempo para pensar. Pego a segunda opção e torcia para minhas pernas serem mais forte do que eu era.

 

Depois de tanta desgraça junta, parece que a sorte sentiu uma peninha de mim, fazendo chover forte. Por pior que seja ficar na chuva gelada e sentir as gotas pesadas me castigando, a chuva tirava pessoas da rua e fazia o cheiro ficar menos intenso, por ficar me lavando o tempo todo. A parte boa era que não sentia mais dor de cabeça, a parte ruim era que eu estava com uma ereção, um líquido estranho escorrendo por minhas pernas e cada foto masculina ou objeto cilíndrico mais interessante atraía minha atenção, quase me fazendo cair algumas vezes.

Eu chego em casa gemendo de dor e tesão. Se eu tivesse mais força eu teria derrubado a porta em vez de sofrer para abri-la. Minha cabeça funcionava bem, era só meu corpo que não queria obedecer. Eu precisava de um banho quente, mas tudo que meu corpo queria era um orgasmo para diminuir a dor. Consigo convencer meu corpo a pegar um dildo que eu mantinha escondido, jogando um vibrador e um lubrificante em cima da cama, e entrar no banheiro. Eu só precisava da água quente por enquanto.

Antes mesmo de entrar o corpo, molho meu brinquedo e começo a passar sabonete nele. Não tinha nada ali que fosse realmente me ajudar, tinha que ser no improviso. Eu mal tinha acabado de deixá-lo mais escorregadio e, com a mão que o segurava, prendo-o na parede, usando a ventosa em sua base, enquanto a outra tentava desesperadamente fazer os dedos entrarem em mim. Quando consigo finalmente prender, arremeto a cintura, sentindo entrar fundo e gemendo menos incomodado.

O box do chuveiro de casa era pequeno, pouco maior que um quadrado  de um metro por um metro. Assim, conseguia apoiar a cabeça no antebraço, que me segurava na parede. A água tente caía em minhas costas e escorria pelo corpo. A outra mão me masturbava furiosamente, enquanto o quadril se jogava contra o dildo preso na parede. Eu gemia alto e não conseguia controlar. Meu corpo mirava onde queria e cada vez mais conseguia acertar, me fazendo chegar mais próximo. O gemido sai longo e doloroso, não sendo satisfatório, mas suficiente.

Eu tomo o banho mais rápido da minha vida, seco-me, com a toalha amarrada na cintura pego tudo o que fosse comestível e não precisasse cozinhar e levo ao quarto. Os “protejo” embaixo da cama, já voltando a sentir a necessidade. O vibrador entra fácil e é ligado no máximo, conseguindo alguns bons gemidos. Eu não sabia quando tinha começado a chorar. Eu queria muito culpar o cio, mas eu sabia que não era só isso. Eu sabia que, a partir de agora, tudo ia mudar. E, para o bem de todo mundo, eu precisaria sumir.


Notas Finais


Ainda bem que ninguém sabe onde escondo meu brinque... Eu preciso parar de falar em frente à câmera.

Eu fui bonzinho demais com o Ariel, na ideia original o pai de Lucas espancava ele e quase fazia coisinhas piores, mas achei que seria um pouco exagerado. Amanhã tem mais.

Kissus


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