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História Vermelho em Do Maior - Capítulo Único


Escrita por: MimeFalk

Notas do Autor


Hej!
Este é um pequeno conto que dedico a @Lisle a eterna namorada de Mime Falk!
Faz um tempo que escrevi e o nome original era Season's Call (chamado das estações). Iria incluí-lo junto com a fanfic Season's Call que postei anteriormente a este - e que ainda não está finalizada. Mas ocorreram algumas mudanças e decidi postá-lo assim mesmo em separado.
Tentei deixar o mais poético possível, meu modo de escrever é este, cheio de nuances e metáforas... Bem, espero que seja de agrado...

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Vermelho em Do Maior - Capítulo Único

“Oh Senhor Odin, Deus de Asgard. Nós somos o povo que mora em Asgard, no extremo norte do mundo. Nunca vimos os campos verdes e nem o azul do céu. Este castigo foi nos dado para a salvação de um outro povo. Esta é a vontade do grande mestre e o nosso destino; portanto, estamos satisfeitos em suportar esta pena pelo bem e salvação da paz sobre a Terra.”

Quantas vezes ouvi essa prece de Hilda, nas manhãs frias e geladas de minha terra natal. O vento cortante rasgava minha pele, e pequenos flocos de gelo se formavam nos fios de meus cabelos claros. Aquela sensação gélida poderia ser dolorosa e cruel para a maioria dos habitantes dali. Mas para mim soava tão familiar... Terrivelmente familiar. Talvez, aquele inverno interminável era apenas reflexo do meu interior. Assim eu pensava. Talvez...

Não havia planos e muito menos mapas em meu bolso. Não havia cores, formas e muito menos palavras para descrever o que eu era ou o que eu sentia. A única coisa que havia, era uma simples melodia composta por mim. Diziam ser bela e ao mesmo tempo triste. Não entendia com lucidez o significado daquelas palavras. E nem queria saber. Talvez, fosse melhor assim. Talvez...

Ninguém compreendia como uma pessoa como eu, que nunca demonstrou sentimentos, se é que os possuía, poderia ser capaz de ser músico. De compor e tocar as pessoas com simples notas que, juntas, formam uma melodia suave, agradável, bela e única. Eu tocava a alma das pessoas, e Hilda uma vez, disse que até a natureza de Asgard parecia se mover conforme a música que soava de minha harpa. Entretanto, ninguém conseguia o mesmo de mim. Talvez, fosse o meu destino. Talvez...

Mesmo com a incredulidade alheia, eu me formei musicista e logo em seguida, fui à Alemanha aprofundar meus conhecimentos. Meses depois, segui para Áustria, onde haveria uma audição para uma das maiores e mais desejada sinfônicas do mundo: a orquestra de Viena. Resolvi tentar, não tinha nada a perder, e ganhar não era uma palavra tão forte em meu dicionário. O que acontecesse estava bom. O maestro ficou impressionado com minha técnica e destreza no piano, embora faltasse algo em mim. “Um dia, você ainda encontrará. Talvez, não seja um dos seus melhores dias”. Assim ele disse. Talvez...

Respirei fundo, tentando mastigar aquelas informações. Não sentia falta de nada, minha vida era plena e agradável. Asgard estava em paz, eu não precisaria lutar tão cedo, e, lutar, nunca foi um desejo tão grande em minha alma; embora eu fosse um guerreiro deus. Eu era técnico, categórico e racional, não via objetivos concretos tangíveis ou intangíveis que uma luta poderia proporcionar a mim. Refleti aquelas palavras do maestro que ecoavam em minha mente. Não sei mais o que poderia faltar. Não sabia e acho que na verdade, eu não queria saber. Ou talvez, realmente não me falte nada. Ou quem sabe, eu tema em descobrir. Talvez...

Foi num sábado, uma manhã quente e despretensiosa que vaguei por um caminho desconhecido. Não havia expectativas dentro de mim; e muito menos fora dela. Era um dia comum, como todos os outros. Assim eu achava. Até que, por um segundo e alguns milésimos, uma doce melodia ecoou naquele minúsculo espaço de tempo, desviando meu olhar. Algo dentro de mim se mexeu, revirou e me desnorteou. Pela primeira vez, fiquei desconcertado. Os compassos não me obedeciam, as notas não cadenciavam, o ritmo acelerou antes da ordem da regência. Mesmo assim, eu acabei sorrindo e respondendo, com uma sinceridade que espantou até a mim mesmo:
“Godmorgon, lady”.

Era meu nome que ecoou, de forma descontraída e alegre, naquela voz doce e aveludada. “Se sereias realmente existem, devem ter a voz tão linda e encantadora quanto a dela”, pensei. Era como se fosse composta por notas maiores. “O tom deve ser Do Maior”, pensei, categórico como sempre. Talvez fosse Fá maior, essa seria a progressão perfeita... Talvez?

 Fui embalado naquela doce melodia, aliado a um sorriso ainda mais sincero que o meu. Repentinamente, um turbilhão tomou conta de mim. Eu era um vazio sendo preenchido pouco a pouco – mas em medidas altamente generosas. A forma era daquela bela mulher, tingindo-me de rubro e apenas uma palavra: Ana. Assim que pensei naquele lapso de segundo, tão decisivos quanto um maratonista disputando uma corrida de cem metros, ao ver seus olhos azuis e profundos como o mar, os fios de cabelo cor de fogo e a pele alva como a neve de Asgard. Sorri.

E deste dia em diante, eu comecei a guardar recordações, palavras, sentimentos, planos e mapas em meu bolso. Um invólucro vazio tomou o tom escarlate; a cor da dominância, da chama, da energia e paixão. A cor austera, vívida, arrebatadora e pecaminosa. Assim eu me sentia, e assim o quis por toda a eternidade. Porque ela arrancou o inverno de dentro de mim, transformando meus dias em eternas primaveras, derretendo a neve que habitava há tantos anos o meu coração na qual eu mesmo o tranquei sem perceber... Pela primeira vez, senti o sol aquecer dentro e fora de meu corpo, e, dia a dia, tomava sua forma para iluminar os dias daquela que se tornaria o sonho, o destino, o futuro, o motivo, a escolha, a pessoa mais importante para mim. E, a partir daquele momento, a palavra “talvez” saiu de meu vocabulário e foi substituída por uma única certeza:
Eu te amo.


Notas Finais


Sobre a progressão em F(Fa) ou C(Do) maior, é que ambas são progressões harmônicas que fazem com que as melodias soem alegres e românticas. Muito usadas para baladas.
A todos que leram: tack så mycket! (muito obrigado)


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