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História Vermelho Fluorescente - Capítulo 13 - Manhã Insana (parte 2)


Escrita por: mochileirao

Capítulo 13 - Capítulo 13 - Manhã Insana (parte 2)


Catherine dormiu na mansão do patrão de Sr. B. Estava ciente da aula que teria de matar por causa da ressaca, então dormiu agarradinha em Sr. B,que ainda se recuperava do PT mais histórico de todos. Acordou e mandou mensagens desejando um bom dia para Danda como sempre faz. Sr. B foi acordado com o barulho irritante do teclado de Catherine. As ondas sonoras batiam em seus tímpanos como tiros. Tudo em sua cabeça doía. Os cabelos em sua cabeça fazendo atrito no travesseiro doíam. Cada vez que puxava oxigênio doía. Cada reflexo de luz que seus olhos captavam doía também. Estava ultra-sensível e teria um dia cheio. Sua cabeça dói só de pensar nas tarefas futuras.

—Catherine... —sussurra Sr. B incomodado com a própria voz— Para com isso aí...

—Ei, voltei a falar com a Danda, cê acha mesmo que vou parar só por que você tá de ressaca?

—Aí,faz menos barulho aí, cara!—diz Sr. B botando a mão sobre a boca de Catherine.

—Que bicha nervosa... Uma hora você aprende a lidar com a ressaca, que nem eu estou fazendo.

—Eu só não vomito mais porquê já botei tudo o que eu comi na minha vida inteira pra fora no canto da casa da Júlia. Mas o estômago ainda dói,viu, viada.

—Vamos caçar boldo no jardim dessa mansão,que eu faço um chazinho e a gente faz alguma bobagem até o fim do dia.

—Coitada de você achando que meu dia é assim. Segunda-feira é dia de ajudar a Moreira lá na editora.

—Ah,ela me mandou algumas mensagens perguntando cadê você.

—Olha,é bom ela revelar,né...tivemos um dia cheio ontem. Cheio de cachaça.

—Você quis dizer relevar, né? —pergunta Catherine confusa.

—Ah,mesma coisa. Arruma-se aí,que já estamos atrasados e só eu sei o mal humor de Moreira de manhã numa segunda-feira. Bora.

Catherine se surpreendeu com o guarda-roupas de Moreira: só tinha blusa de banda.

—Porra,entendo o motivo dela e Dandara serem amigas. Se vestem igual,mano...

Escolheu uma blusinha de banda aleatória,uma calça meio larga e foi tomar um banho. Sr. B foi até sua parte do guarda-roupas e pegou um dos vários ternos que guardava ali. Foi até o outro banheiro da casa e começou a se arrumar. Minutos depois Catherine estava pronta. Seu visual estava lindo e ao mesmo tempo muito diferente: estava com os cabelos soltos,a blusa preta e sem mangas do Linkin Park e uma calça larga. Parecia um membro de banda de Rock dos anos 90. Por outro lado,Sr. B levou quase uma hora para se arrumar e saiu do banheiro como todos os dias: parecendo um príncipe rico,só que mordomo. Os dois partiram para a editora de Júlia,que não ficava muito longe dali. Catherine estava o tempo todo teclando naquele maldito celular,parecia que estava escrevendo a bíblia e enviando para Dandara. Sr. B estava exausto e ainda com dores de cabeça. Os dois andavam sem conversar entre si,a rua estava deserta. Sr. B ouve passos de longe. Sua audição está mais apurada que o normal.

—Catherine,vamos andar mais rápido,querida. E guarda esse celular também.

—Já é... só deixa eu compartilhar mais alguns memes. E mandar mais nudes.

—Não,cara, tô falando sério. Eu não confio na VK de jeito nenhum...

De repente aparece um rapaz de cabelos descoloridos e aparelho verde fluorescente surge do meio de uma moita e pega o celular de Catherine. Catherine se assusta,mas corre atrás do ladrão. Sr. B está perplexo com a situação e não sabe se corre ou se observa,mas começa a correr antes de decidir. Catherine não se cansava de jeito nenhum,mas corria tão rápido quanto o ladrão. Sr. B estava mais na frente,já que suas pernas eram maiores e ele tinha mais fôlego. Estava cada vez mais perto do ladrão ,o suor estava destruindo sua chapinha maravilhosa e escorrendo por sua testa e por seu corpo. A cada centímetro que se aproximava do homem suas pernas cansavam mais. Quando estava a menos de trinta centímetros do homem, Breendom arriscou um salto. Pulou como uma onça nas costas do jovem fazendo com que ambos caiam no chão. O celular de Catherine voa durante a queda e Sr. B e o jovem ladrão se embolam na porrada em cima da calçada. Catherine, que acompanhava os dois de longe não entende o que está acontecendo e não sabe o que fazer.

—Catherine! Tá na calçada! Pega e corre.—grita Sr. B.

Sr. B fica em dúvida se usa golpes de Kung-Fu ou Jiu Jitsu no rapaz e por causa dessa dúvida baixa a guarda e leva um soco no rosto. Os dois se levantam e começam uma luta em pé. Sr. B decide misturar todos os golpes que conhece,inclusive os que aprendeu jogando videogame com Isack. O rapaz tentou um soco no estômago,mas Sr. B conseguiu proteger. Sr. B tentou dar uma banda no rapaz,mas não foi bem sucedido. Enquanto Sr. B tentava bolar alguma estratégia,o rapaz somente golpeava seu rosto e nem sempre Breendom consegue proteger. Sempre que tentava acertar o rosto do ladrão,o mesmo desviava. O jovem então decide chutar Breendom,mas o mordomo pensa rápido e é mais esperto e puxa a perna usada para dar o chute fazendo o ladrão cair. Breendom está de pé e posiciona seu calcanhar sobre os testículos do ladrão e pisa sem dó. O rapaz dá um grito irritante. Quando Sr. B pensa que venceu,o jovem o surpreende passando suas pernas pelas do mordomo e o fazendo cair. Numa fração de segundos se posiciona sobre Breendom e começa a enforcá-lo. Sr. B se debatia e tentava escapar,mas sua posição não o favorecia. O oxigênio estava fazendo falta no forte corpo de Sr. B e aos poucos ele ia perdendo as forças. Seu corpo estava relaxando,seus olhos enxergavam o rosto de seu agressor desaparecer e tudo ao redor ficar embaçado e escuro. Quando sua noção se perdeu por completo,sentiu as mãos do homem soltando seu pescoço. Sr B estava vermelho,ofegante e inconsciente no chão. O ladrão estava próximo,logo ali também deitado no chão com a cabeça sangrando muito. Catherine pegou um tijolo da casa em obra da esquina e quebrou na cabeça do bandido,fazendo com que soltasse o pescoço de Sr. B e ficasse desmaiado por um tempo. Catherine após dar a tijolada correu para cima de Breendom,que estava completamente desorientado.

—Berenice? Breendom? Me responde! —diz Catherine sacudindo o mordomo pela gola da camisa.

—Eu...tô meio perdido...—sussurra Sr. B vesgo.

Catherine suspira. Nunca passou por nada parecido, estava com medo e em choque, mas sabia que logo o homem acordaria. Então pensou rápido, pegou o braço de Sr. B e o passou por trás de seu pescoço. Após várias tentativas de levantar o forte corpo de Sr. B, o mordomo sente o esforço da amiga e dá um impulso para ajudar. Quando Catherine finalmente fica de pé,começa a dar pequenos passos,acompanhando o ritmo do mordomo. Foi perguntando o caminho até a editora. Ao chegarem lá, foram direto para a sala de espera,onde encontraram Júlia Batista desesperada e andando para os lados.

—Júlia,o que faz aqui? Cê não tinha que estar na rua?—pergunta Sr. B confuso.

— Eu acho que vou pra rua! Cheguei aqui e Júlia gritou comigo e me mandou para cá,o Luzinho disse que ela vai falar comigo mais tarde,mas acontece que eu me atrasei toda,tava tudo dando errado e ela...

—Falando no diabo...—diz Catherine.

Júlia entra pela porta da sala de espera com o rosto totalmente fechado. Sua expressão estava totalmente tomada pelo ódio. O dia estava sendo difícil,sua entregadora de jornais se atrasou completamente,seu secretário não compareceu até o momento e teve que colocar seu quase-namorado bastante lerdo como secretário e em apenas alguns minutos neste posto já havia cometido diversos erros. A Turma 5 já estava muito à frente nas vendas e a ressaca estava massacrando seu estômago e sua cabeça. Já vomitou duas vezes naquela manhã e já tomou uma cartela completa de Neosaldina que roubou da bolsa de Danda uma vez,mas parece que nada funciona. Júlia Moreira caminhou até Luizinho,pegou-o pela camisa e deu algumas sacodidas.

—Você é o pior dos secretários. Não é possível que nem um telefonema você saiba dar. Pelo amor de Deus,Luiz! Porra! Agora que o Breendom decidiu aparecer ,você vai sair dessa cadeira em nome de Jesus, e vai parar de fazer merda. Some da minha frente antes que eu termine nosso namoro.

—Pera aí... namoro?

Todos olharam espantados para Júlia Moreira,que se tocou tarde demais do que disse.

—Eu termino qualquer coisa que a gente tiver! Termino inclusive com cargos de confiança que eu tenho aqui! —diz Júlia Moreira se virando para Sr. B—Cara! Não é possível uma coisa dessas! São umas nove da manhã e você só chega agora? Mas que porra está acontecendo? Cara,você precisa ter compromisso com seu trabalho,porra. Sabe quantos telefonemas não foram atendidos porque aquele otário ali estava distraído brincando com as coisas da mesa? Você sabe que segunda-feira esse telefone é uma loucura,mas você é um completo de um incompetente,que chega aqui uma hora dessas nesse estado. Está imundo,com a roupa rasgada e todo machucado,mas que merda te aconteceu? E por que a Catherine tá aqui? Isso aqui é um local de trabalho,cara! Não é pra ficar trazendo amiguinho aqui,não! Nada pessoal,Catherine.

—Nada pessoal? É,eu entendo. Entendo que é um lugar sério e essa coisa toda. Mas acontece que você não faz ideia da manhã insana que Breendom e eu tivemos. Fui assaltada,mas esse mordomo arrebentado aqui salvou meu celular,mas esqueceu de se salvar. Entrou na porrada,quase morreu enforcado,mas eu dei uma tijolada naquele filho d’uma puta. E viemos para cá. Não fomos para a clínica da família da VK, como eu sugeri. Ele quis vir par cá e aqui estamos,no emprego dele,que ele só ocupa por que gosta de você. Então é melhor você...

—Catherine, sai daqui.

—O que? Mas eu só disse...

—Saia já da minha editora! Não preciso de ninguém dando pitaco no meu trabalho. E quero minha blusa até o final do dia. A saída é logo ali.

Catherine não estava acreditando naquela situação. Quis enfiar uma caneta no pescoço de Júlia Moreira,mas simplesmente levantou, engoliu em seco e saiu. Do lado de fora, Catherine mandou o seguinte áudio para Danda : “Danda,não sei como está sendo sua manhã,mas a minha está sendo terrível. Olha,você precisa dar uma escapada aí da aula e vir pra cá,na editora da Moreira. Tá um caos isso aqui,você é a pessoa mais pacífica e vai saber o que fazer. Beijo,não disse onde.”

Voltando à sala de espera, Júlia Moreira está dando uma bronca em Júlia Batista,que estava surpresa com a atitude de sua xará.

—Júlia,não é possível. Cara,eu confiei em você para esse cargo. Você estava precisando, eu ajudei e é assim que retribui? Porra, você é a melhor entregadora que eu tenho. Você precisa saber separar as coisas. Não é porque sou sua amiga que vou facilitar as coisas pra você! Você tem horário. Eu também tive ressaca,eu também tô passando mal,mas não é desculpa. Você tem que cumprir com suas obrigações,porra! É difícil manter isso tudo aqui sozinha, se meus funcionários não me ajudarem eu fico na merda. Hoje eu tô na merda! E não estou assim só por causa de vocês dois. Júlia,você recebeu uma visita de uma tal Andressa? Por que você precisa ler essa notícia.—diz Júlia Moreira jogando o jornal da Turma 5 no colo de Júlia Batista.

A matéria daquele jornal tinha o título “Garota Nova na vida to ator Isack, Dandara foi traída?” e uma foto de Júlia Batista. Batista parou e leu a matéria toda,que mais parecia conversa de vizinha fofoqueira. Ficou surpresa com aquilo. Todo mundo levou um susto com o barulho da porta. Era Dandara,que entrou na sala e não havia notado a força que fez pra fechar a porta. Estava com Catherine. As duas não estavam com uma cara boa.

—Eu já sei da notícia, a escola inteira estava me sacaneando hoje. Tive uma manhã horrível,pois ser a suposta sapatão que tentou ser hétero e ainda foi traída,foi horrível. Eu também estou com uma dor de cabeça horrível desde cedo,então eu fui liberada da escola mais cedo. Não sei como está sendo a manhã de vocês,mas sei que tá rolando muito stress e peço que mantenham a calma e não entrem em pânico. Vim aqui correndo pois Catherine me chamou e no caminho eu vi uma notícia no Antigo Campo Grande. Preciso que esqueçam de tudo e prestem atenção agora. Olha as fotos que eles postaram.

Danda pega seu celular e mostrou a foto de Vitu sendo rendido na rodoviária. Todos ficaram chocados.

—E aí, o que vamos fazer?—pergunta Danda.



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