História Versos de um crime - Capítulo 1

Ainda nem acredito que eu finalmente estou morando em Nova York, para um garoto como eu, que vivia no Kansas com seus pais e de uma família de classe média, isso não é esperado.

Perdi minha mãe aos 16 anos e isso me quebrou de maneiras que eu me recuso a lembrar, mas graças ao apoio do meu pai, eu consegui subir na vida e vir trabalhar como Investigador Criminal, óbvio que por conta dele ser o xerife da cidade, isso influenciou na minha escolha de profissão.

Fiz de tudo para trazê-lo comigo e lhe dar uma vida melhor mas ele gosta de estar onde minha mãe esteve, então não discuti.

Moro em um apartamento simples com minha melhor amiga Lydia, nos conhecemos na faculdade e nunca mais nos separamos, trabalhamos até no mesmo lugar.

Graças a Deus estou de folga, me levanto mais ou menos umas 8 horas e vou até a sala, de pijama listrado, azul e branco, meus cabelos estão todos bagunçados e minha cara está amassada.

Lyds está sentada no sofá, de pernas cruzadas e assistindo televisão, com uma camisola de renda preta e cabelos amarrados ela está mais para alguém que saiu de uma revista do que alguém que acabou de acordar.

-Bom dia. -falei bocejando. 

-Oi lindo, conseguiu descansar? 

-Sim e você? 

-Mais ou menos.- respondeu distraída.

Me sentei ao seu lado e a abracei, essa semana não foi fácil, um pai matou suas 3 filhas de 4 anos de modo cruel, só de pensar eu fico todo arrepiado, mas a ruiva foi quem mais se impressionou, acho que por ser mulher.

-Então, quais são os planos para hoje?- perguntou.

-Nenhum, acho que vou revisar alguns casos.

-Qual é, Sti. Você nunca sai, está sempre trabalhando, pessoas como nós também precisam se divertir.

-Eu sei, mas não estou afim.

-Tudo bem, eu vou em uma boate mais tarde, se mudar de ideia...

A tarde passou voando, existiam alguns casos de pessoas desaparecidas que acabaram me prendendo a atenção por um tempo. Como alguém era capaz de fazer isso com a outra? Mas o pior Sá o as famílias que precisam seguir em frente sem uma resposta, então elas seguem a vida, incompletas e em plena tristeza.

Se são crianças, é bem mais fácil de rastrear, existem profissionais nos principais pontos de sequestro, mas adultos? Quanto mais o tempo passa, mas difícil será encontrá-los.

Cansado de ver tanta tragédia, estou prestes a desligar o computador quando recebo um email do meu chefe e refiro os olhos com isso.

Peter era um ótimo profissional mas sabia ser um ótimo babaca também, ele era o melhor, então suportava todos os gritos e deboches para cima de mim, então provavelmente ele estaria me dando algum caso ridículo para atrapalhar minha folga.

De: [email protected]

Para: [email protected] 

Assunto: Procurado.

Caro senhor Stilinski,

Espero não estar atrapalhando sua folga, mas eu preciso que investigue uma pessoa para mim, ela está na lista da Interpol a anos e ninguém sabe de fato como é seu nome.

Segue informações.

"Conhecido como Charles, sem sobrenome, mais ou menos 31 anos de idade, sem parentes vivos (pelo menos até onde sabemos) foi visto pela última vez em Washington perto de um bar de esquina com a rua principal."

Stiles, sei que não sou um ótimo chefe, mas eu só estou te pedindo isso porque sei que é o melhor e que vai encontrá-lo, afinal ele pode ter algo a ver com aquele garoto por quem você é obcecado: Anthony.

Sem mais.

Peter.

De fato o idiota sabia como me convencer, mas quantos Charles existiam só em Washington ou que passaram pelo bar? Nem retrato falado fizeram dele, como eu vou saber como ele é? Ah que ótimo. E o que esse homem tem a ver com o caso do Anthony? 

Suspiro e fecho o computador, exausto, só você mesmo Stiles, para arrumar um emprego desses.