História Very Gay, Ok? - Capítulo VII. - Se Goku é por nós quem será contra nós?

 Estava escuro, não enxergava com clareza nem se quer um móvel do ambiente, a única coisa que podia sentir era os lábios de Luhan tocando-me em uma fricção, olhei para os lados tentando verificar se as portas estavam realmente trancadas, porém de nada adiantou, pelo menos não quando eu senti minha epiderme ser sugada de forma brutal, soltei um gemido sôfrego e levantei a cabeça, vendo apenas que o de cabelos róseos sustentava um sorriso maroto, e ah!, como quis batê-lo naquela hora! 

— Você está muito abusado pra quem à alguns minutos estava se dizendo o cem-por-cento-hétero. 

 — Ah mas você vai ficar jogando isso na minha cara ou vai me beijar? — sorriu sacana perante minha reação, que é mais do que óbvia. 

Desci minhas mãos ao cós de sua bermuda e… 

 Você deve estar querendo saber como acabamos nessa situação não é? Creio que sim. 

Bem, podes também ser um daqueles pervertidos, os famosos “só quero mesmo é ver o sexo”, mas como sou eu quem narro isso aqui, vou contar desde o princípio do dia até agora, exatamente dez e dez da noite.

 [...]

 Era de manhã cedo e a preguiça me dominava, até agora nenhuma novidade.

 Descobri meu rosto esfregando as costas da mão para tentar livrar-se do sono, não adiantou, mas seguimos o baile. 

 Olhei para Kyungsoo que se trocava em minha frente e me veio a famosa frase de Platão na cabeça de cima - pois a de baixo não queria saber de nada, risos - “Que homem gostoso da porra bicho”.

 Assobiei na intenção de chamar-lhe a atenção, o menor dirigiu-me o olhar, e então sorri de lado, rindo do que estava prestes a dizer: 

 — Kyunggie, você é de exatas, 'né? — o vi confirmar confuso  — Então que acha de brincarmos de matemática? Subtraímos nossas roupas, juntamos nossos corpos e multiplicamos a espécie. 

 Ele como sempre se manteve apático, mas nada de novo até agora não é? 

 — Mas eu e você somos homens Chanyeol, não rola essa de procriar.

 — ‘Poxa crush você tá mais difícil que trigonometria hein!! Vamos de novo, e dessa vez não estraga a cantada. — disse inconformado.

 O menor concordou soltando uma risada baixa, acho que hoje ele está de bom-humor, caso contrário essas horas  já estaria sendo agredido. 

 — Gato, eu não gosto de maltratar animais, mas com você ‘tô afim de afogar o ganso. — sorri sacana e recebi uma almofada na cara seguida de um riso gostoso do moreno, aff Kyungsoo é um anjo bicho não tem como.

 Após muito mais travesseiradas e um baixinho correndo atrás de mim na casa com um abajur só porque ousei dar um selinho nele - vê se pode - fui até a cozinha em busca de algo pra comer, e logo achei o Baekhyun no sofá jogando cartas com o Minseok. Ambíguo eu? Imagina. 

Suspirando fui até a geladeira e peguei o leite, indo depois ao armário e tirando de lá o meu cereal. 

Observei os dois gritando e acusando um ao outro de trapaça enquanto tomava meu café, e ao estar quase no fim senti uma mão em meus ombros, virando-me dei conta que era Zitao, pedindo freneticamente a mim que fosse o comprar um shampoo no shopping, pois o dele havia acabado e ele não podia usar outra marca além daquela porquê dava frizz e todo aquele blá-blá-blá de pessoas vaidosas. 

 — Por que você se importa tanto com isso de cabelo?

 — E porque você acha que eu sou tão bonito? — respondeu fazendo-se de ofendido.

 [...] 

 Cheguei à loja mais morto que F(x)? Sim, cheguei, mas é pelo Tao, e o que a gente não faz por um chinês gostoso, né? 

Fui até o balcão não entendendo bulhufas do que se tratava todos aquele nomes estranhos, afinal que raios é queratina? 

Desistindo de tentar fui ao balcão da loja onde a recepcionista estava e a perguntei: 

 — Moça, tem shampoo? — Se ela me responder com ignorância eu até fico calado porque eu ‘tô numa loja disso. 

 — Sim, que tipo o senhor procura? — ai meu deus que gracinha, amei a menina, pena que sou viado.

 — Então, como se chama aqueles que deixam o cabelo sem cair e nada de frizz? — sorri amarelo.

   — Ah sim,  os anti-queda! — sorriu indo até a prateleira atrás de si e trazendo junto um frasco. 

 — Anti-o-que? — perguntei ainda confuso, ainda bem Junmyeon que você que cuida disso viu, ‘tô mais perdido que filho de puta em festa do dia dos pais. 

 — Queda. 

 — Quero. 

 A moça não pareceu compreender minha piada nem mesmo quando saí da loja, coitadinha, ela deve ser inocente demais. Mas vamos pra casa antes que um certo loiro venha me puxar pelos cabelos e saia me arrastando por causa da demora. 

[...] 

 Entreguei o frasco a Tao e pedi um beijo de agradecimento, ele só disse que agora estava tomando banho e não podia.

 Fiquei chocado? Sim, mais vou esperar pela famosa chance. 

 Depois de tomar meu próprio banho e vestir-me, corri mais do que criança no dia que tem comida boa na cantina e liguei a televisão, hoje tinha episódio novo de RuPaul's e simplesmente não podia perder. Yixing passou por mim e não resisti em cantar ele, porquê jesus, ele não é um homem, é um deus. 

 — Tive que conferir a data do meu celular agora por sua causa hyung! — sorri sentando-se no sofá. 

 — E por quê? — pareceu curioso.

 — ‘Pra conferir se era primeiro de abril, pois você não pode ser de verdade.

   E como sempre ninguém me leva à sério aqui, e fica rindo, porém Yixing ainda me mata com suas pérolas, principalmente a de agora:

 —  Chanyeol, me chama de telefone, que eu perco a linha com você. — e abaixou a cabeça envergonhado, ai gente alguém me salva antes que eu mate o hyung de beijinhos e prenda ele num potinho, que gracinha! Af me fode.

 — Essa foi boa Lay, agora me diz, você sabe a propriedade conotativa? Aquela que não importa a ordem dos fatores, não altera o resultado? — indaguei nervoso, essa era um tanto insinuativa. 

 — Sei sim, e daí?

 — Então que tal primeiro o beijo depois a cantada? — ri já imaginando que ia levar um fora, mas o que aconteceu foi exatamente ao contrário. 

 E Yixing me beijou. 

 ELE ME BEIJOU PORRA EU NÃO ACREDITO QUE ISSO ‘TÁ ACONTECENDO, ALGUÉM ME DIZ QUE ISSO NUNCA VAI ACABAR, SE EU NÃO MORRI ATÉ HOJE AGORA EU MORRO. MINHA PRESSÃO ‘TÁ BAIXA O QUE ESTÁ HAVENDO??

 Depois de meu pequeno surto me dediquei a beijar o hyung como ele merecia, do melhor jeito possível, e olha que se eu já sou bom sem querer, imagina querendo. 

Ao afastarmos nossos lábios ele parecia  estar esperando algo, demorei pra entender o que era, mais lerdo que Chanyeol aqui só fila de banco. 

 — Se eu me afogar na tua beleza tenho direito a respiração boca a boca? 

 Beijos e boa noite. 

 [...] 

 Luhan havia acabado de chegar, provavelmente ele saiu em um encontro com a namorada, pois é gente, gostava tanto desse menino e ele me vem com essa de ser hetero. 

Mas nem tudo na vida é lindo como eu, então a gente dá uma chance.

 — E aí menino, o que rolou pra você ‘tá com essa cara de quem fez o outro se engasgar no boquete e ele desistiu? — perguntei levantando e passando o programa.

 — O certo seria dizer o que não aconteceu né Chan, meu deus eu ‘tô muito puto. Sério. 

 Ih rapaz, é por isso que sou piranha, imagina brigar com a namorada com quem se tem um relacionamento sério, deve ser horrível. 

 — Conta pra mim? — supliquei o vendo massagear as têmporas enquanto respirava fundo.

 — Hoje a gente foi em uma festa, e estávamos todos bêbados, então eu me afastei da Xiao por um tempo e depois quando fui procurar ela, acabei notando que ela me deixou sozinho, e agora, eu tive que vir pra casa à pé, com dor de cabeça e o corpo todo fodido de dor. — caralho, que vacilona.  

— Nossa, quer ajuda pra tomar banho, um remédio, algo assim? — fui gentil, afinal sempre gosto de ter empatia. 

 Luhan apenas confirmou e sendo assim o trouxe uma caixa de remédios que o Yifan deixava separada dentro das coisas dele  - pois é, tenho visitado bastante o quarto dele esses dias, mas não é pra fazer boquete nem transar nem nada disso não gente, que calúnia  - e uma toalha.

 Fomos ao quarto. Saído do chuveiro o observei calado, o Luhan não ‘tava nada bem. Vestiu-se com uma bermuda e veio até mim, agradecer-me. 

Senti uma vontade de abraçá-lo naquele momento, e foi o que fiz. 

Retribuindo de maneira calorosa o senti suspirar sobre minha pele desnuda, na parte dos ombros por estar usando uma regata  e me arrepiei de leve.

 — Hyung, já que você ‘tá mal assim, que tal a gente brincar de algo? — sorri empolgado com a minha ideia.  

O rosado confirmou rindo de minha agitação, eu sei que fico muito neném as vezes, na verdade quase sempre, mas como sou modesto - além de lindo, talentoso, gostoso e crush de muitos que gosto de iludir - vamos dizer que só as vezes. 

 — É assim, cada um faz uma confissão pro outro, tipo uma novidade, sem prendas, desafios nem nada, só uma confissão. 

 O analisei, parecia estar divagando sobre minha sugestão, e Luhan ficava ainda mais lindo quando pensava e sorria ao mesmo tempo.

 — Se me perdesse na tua beleza nem o google me achava. — deixei escapar. 

 — Chanyeol… Hoje eu não ‘tô afim de rir! — disse como quem tenta repreender. 

 —  A única coisa por quem eu estou afim é você! — mandei beijinhos no ar. 

 Riu e pareceu lembrar de algo, me encarou e sinalizou, querendo me dizer que já ia começar.

 — Acho que uma vez eu já bati uma pra uma personagem 2d. — escondeu a cara entre os lençóis, e ri de nervoso, ah gente, quem nunca 'né?  

— ‘Tá, mas e a novidade?

 — Ah é, e o que você tem pra me contar? — jogou o lençol em mim e me deu tapas fracos. 

 — Tenho quase certeza que sou gay. 

— ‘Tá, mas e a novidade? — procurei por quaisquer indícios de brincadeira na fala do outro, mas não achei, então é tão óbvio assim? 

 — Fala sério? Olha pra mim, minha cara de hétero, tenta enxergar ela. 

 — Não se pode enxergar o que não se tem, Channie. — sorriu — Acho que isso não é novidade pra ninguém aqui dentro, e bem… eu nunca beijei outro cara antes, então não sei  o que dizer. 

 Fiquei surpreso com a revelação, isso sim é novidade, como assim um membro do Exo - OK, foi pesado  - nunca beijou outro homem?

 — E por que não? 

 — Acho que é porque as pessoas falam muito sobre isso sabe, da gente ser gay. E eu não sou gay, Chan, não sou.  — falou com convicção. 

 — Okay hyung, mas lembre-se de que não precisa ser gay pra beijar outro cara, não mesmo, você pode ser bi, ou pansexual, ou até mesmo pode “culpar” a curiosidade. Isso você já teve, não é? — perguntei esperando uma resposta negativa, mas assim como a de Yixing, esta não veio. 

 — Admito que sim, mas não tenho coragem sabe, o que os outros vão pensar, todo mundo… 

 — Não se importa com isso, a vida é sua ‘tá? — sorri e ele também, como que nossa conversa cheia de duplo sentido acabou nisso? 

— Você vê? — perguntei. 

 — Vejo o que? 

 — Minha vontade de te beijar. — pareceu aflito com minha resposta, provavelmente por causa da namorada, ele não podia fazer isso comigo à tendo. 

— Sua namorada é forte? Então ela aguenta um chifre de boas. 

 — Chan… Eu, não sei, ah! — bagunçou os cabelos em sinal de confusão.

 — Escuta, você nunca vai saber se gosta se não fizer! — o disse calmo, isso era decisão dele.

 — Então desliga as luzes. — mandou como uma garotinha que está prestes a dar o primeiro beijo no menino que gosta. 

 Feito isso, me pus em sua frente, enxergando quase nada, mas sabia que estava próximo por sentir sua respiração, e juro que podia escutar as batidas do coração dele.

 — Esquece esse  “todo mundo’, e me faz o seu mundo agora. — após proferir minha fala, senti meu corpo ser jogado na cama, e logo depois alguém por cima de mim, sentado em meu colo. 

 Estava escuro, não enxergava com clareza nem se quer um móvel do ambiente, a única coisa que podia sentir era os lábios de Luhan tocando-me em uma fricção, olhei para os lados tentando verificar se as portas estavam realmente trancadas, porém de nada adiantou, pelo menos não quando eu senti minha epiderme ser sugada de forma brutal, soltei um gemido sôfrego e levantei a cabeça, vendo apenas que o de cabelos róseos sustentava um sorriso maroto, e ah!, como quis batê-lo naquela hora! 

— Você está muito abusado pra quem à alguns minutos estava se dizendo o cem-por-cento-hétero. 

 — Ah mas você vai ficar jogando isso na minha cara ou vai me beijar? — sorriu sacana perante minha reação, que é mais do que óbvia. 

Desci minhas mãos ao cós de sua bermuda e acarinhei sua pele, subindo com calma até o seu pescoço e fazendo o mesmo lá, sorri no meio do beijo ao sentir seus pelos arrepiarem. 

 Ele estava gostando. 

 E eu? Você não imagina quanto. 

Separamos os lábios devagar, dando selinhos nesse período, o olhei sorrindo, e tenho certeza que ele retribuiu, pois estava com as mãos em suas bochechas, com o polegar, pra ser exato. 

 O senti sair do meu colo devagar, fiquei frustrado por minha ainda excitação, mas entendia o fato dele ter uma namorada, e que talvez só por aquilo ele se culpasse. 

 O vi andar de um lado para o outro pensativo, e finalmente, mesmo no escuro pude ter seu olhar sobre mim. 

 — Chanyeol, eu… E se ela descobrir? — perguntou vindo para perto de mim. 

 — Você gosta de Dragon Ball Z, Luhan? — sorri me encostando em seu ombro. Ouvi seu murmúrio como um “sim” e então proferi: 

— (Insira aqui o título do capítulo.)