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História Vestida Para Matar - Em Busca da "Desaparecida"


Escrita por: AnneVit

Notas do Autor


Oláá!! Quarta-feira é dia de capítulo novo!
Como vocês já devem ter percebido pelo 1° capítulo, na maioria deles, eu colocarei fotos dos personagens que estão participando do cap., ou algum personagem novo que aparecer por aí. (haha)
Um beijo, boa leitura, espero que gostem! <3

(Ah, e um Feliz Dia das Crianças!)

Capítulo 3 - Em Busca da "Desaparecida"


Fanfic / Fanfiction Vestida Para Matar - Em Busca da "Desaparecida"

- Para onde vais assim tão bela, minha Cinderela? – David pergunta sentado na cadeira da mesa tomando café da manhã.

- Vou matar o Bradley. – Digo, dando uma risada nasal, enquanto David acaba se engasgando com o suco de fruta que ele estava tomando.

- Entrou ontem na empresa e já quer matar o cara? Pera lá, mocinha. – Ele ri, incrédulo.

- Claro que não, David. O meu plano mal começou, não vou me arriscar assim, logo no começo. Primeiro, eu o seduzo, o induzo, e depois... CATAPLAN! Eu lhe dou uma morte lenta e dolorosa. – Dou uma risada um tanto psicopata e David me fita com um olhar estranho, que não consegui decifrar, depois ele encara o copo e continua a beber do suco.

- May?! – Ouço-o me chamar, depois de um tempo que eu já estava sentada, tomando café da manhã junto a ele.

- Sim, Dav? – Levanto o olhar do prato para os olhos castanhos dele.

- Por que quer tanto se vingar? – Ele pergunta, passando a mão no cabelo, jogando-o para trás.

David é contra minha ideia de vingança. Ele tem medo que eu me machuque, ou que eu não volte nunca mais. Ele já tentou me convencer a desistir antes, mas seus argumentos eram tão falhos, que me fizeram revirar os olhos a cada vez que ele falava.

- Bradley precisa sentir a dor que senti quando ele fez aquilo tudo comigo.

- Você já ouviu que violência não é a solução?

- No meu caso é.

- Marilyn, você não vai conseguir nada se matar ele.

- Vou sim.

- Então me diga, o que?

- Sossego, alívio, satisfação. – Ênfase na “satisfação”.

- E se ele fizer alguma coisa contra você? Existem pessoas que te amam e que não suportariam te ver partir. – Reviro os olhos.

- Ninguém me ama, David. Estou sozinha neste mundo idiota.

- Eu te amo, Marilyn. – Ele segura minha mão e me fixa. Respiro fundo.

- Eu também o amo, mas neste caso, você não conta, David. – Solto sua mão, e pego minha bolsa em cima da bancada, pendurando-a no ombro logo em seguida. Pego o pedaço de bolo que estava no meu prato e saio, apressada.

(***)

Primeiro dia de trabalho, chego na Soul’s e tenho que ir ver aquele imprestável na sala dele, como ele me pediu ontem.

- Bom Dia, Srta. King!

- Por favor, me chame de Chelsea. – Sorrio, tentando engolir pelo menos uma parte de todo o ódio que eu tinha apenas de vê-lo e ouvi-lo com sua voz nojenta e irritante.

- Hoje irei apresentar você para os nossos fotógrafos, e modelos, com quais irá trabalhar regularmente.

- Ah, que ótimo. – Forço um sorriso.

- A reunião começa daqui há meia hora, esteja pronta até lá.

- Eu já nasci pronta.

 

Estamos em uma grande sala, cheia de holofotes e câmeras, todos que ele havia mencionado, aparentemente estão por aqui. Confesso que fiquei nervosa, acho que ser uma modelo nunca foi meu objetivo, mas espero que tudo dê certo.

- Pessoal, esta é Chelsea. – Bradley anuncia, dou um sorriso de lado, e fixo todas as pessoas com os olhos voltados para mim.

- Olá. – Digo tímida, acenado delicadamente.

- Chelsea é nossa mais nova modelo. E ela é exatamente o que estávamos procurando, uma imagem da juventude atual. Achei que seria interessante chamá-la para divulgar a marca, pois é esse tipo de pessoa que adolescentes querem ver usar nossas roupas em nossa revista. Vamos romper os padrões de cabelos e roupas “normais”, transformá-los em algo novo e revolucionário. E a Srta. King, é uma boa iniciativa para isso. – Ao final do minidiscurso de Bradley, todos batem palmas, e voltam a fazer o que estavam fazendo antes de aparecermos lá.

Um garoto alto e magro, com o cabelo loiro demais e olhos azuis, se aproxima de mim.

- Olá. – Ele diz.

- Oi, como já sabe, sou Chelsea King. Hm, e você, quem é?

- Onde foram parar meus modos? Sou Mike Clark, prazer. – Ele tira as mãos do bolso do paletó para me cumprimentar. Mike deposita um beijo em uma de minhas mãos, e as elogia: – Lindas unhas.

- Obrigada. Você é filho do Sr. Clark? – Sorrio, e ele assente com a cabeça, em um ato movimentando-a.

Que legal conhecer meu mais novo irmãozinho bonito e sexy.

- O que faz na empresa, Mike? – Pergunto, com um sorriso.

- Está aí mais um detalhe que me esqueci de mencionar. – Ele estala os dedos, dando meia volta, começando a andar, e eu, consequentemente vou atrás dele. – Me desculpe pela lerdeza. – Rimos. – Meu pai, o Sr. Clark, me deixou encarregado de orientar todos os nossos modelos novatos, e hoje serei seu acompanhante. Te mostrarei como as coisas por aqui funcionam, onde são e o que são os andares, a deixarei ciente de tudo. – Ele andava se virando para trás, sempre conferindo se eu estava seguindo-o.

- Só isso que você faz por aqui, ou tem mais alguma coisa? – Rimos.

- Eu sou o futuro herdeiro deste lugar. Meu sonho não é administrar empresas, então, meu pai me deixou seguir a carreira de modelo por aqui, que é do que eu realmente gosto.

- Então, que ótimo para você. – Ele sorri.

- Acho que está na hora de você conhecer a Soul’s. – Mike para e olha para mim.

- Eu também acho. – Ele me estende a mão, eu a seguro e ele passeia comigo pelo prédio.

(***)

Já era fim de tarde, e final dos nossos expedientes, foi um pouco complicado para eu entender as coisas, dificultando as explicações dele. Nós lemos e relemos todo o meu contrato. Passamos duas horas para conhecer cada canto e setor da Soul’s. Foram tantas coisas que ele me explicou, que o próprio me disse que eram em vão, mas essas são as normas, e como Mike já disse: “De cem por cento que estou te falando, você só precisará de dez dessa porcentagem”.

- Fim do Tour, Srta. King. – Mike diz com um sorriso nos lábios.

- Poupe esforços e me chame de Chelsea, ou Else, se preferir. – No momento eu não havia pensado em um apelido melhor do que “Else”, o que acabou soando bem ridículo.

- Gosto de Else. – Sorrimos. – Então, Else, você gostaria de sair comigo? – Que garotinho rápido.

- Para nos conhecermos melhor, além do meio profissional, não é mesmo? – Ele dá uma risada nasal.

- Me desculpe se chegou a pensar em outra coisa, mas é exatamente isso. – Fico corada.

- Ah, tudo bem. – Dou uma risada, sem graça. – Se é assim, então vamos. – Sorrimos, ele enrosca um de seus braços no meu, e vamos para um Café do outro lado da rua.

- Espero que goste de café. – Mike diz, puxando uma das cadeiras para eu me sentar. Estávamos do lado de fora do local, e lá se parecia com aqueles cafés vintages e chiques, lembrando-me da França. Estive lá uma vez com mamãe, quando ela estava de férias e decidimos viajar juntas, já que o Bradley sempre estava ocupado demais. Eu era pequenina e acabei aprendendo algumas palavras, já que era curiosa e sempre fui apaixonada pelo idioma francês.

- Eu adoro, todos os tipos.

- Que bom. Este é o melhor lugar que conheço na cidade.

O garçom nos entrega um cardápio, com acompanhamentos e cafés dos mais variados tipos.

- Por favor, vou querer um café expresso e um croissant. – Mike pede.

- Eu irei querer um donut de chocolate, juntamente a um cappuccino. – O garçom anota nossos pedidos e os leva junto com os cardápios, agradecemos.

- Else, você ainda não falou nada ao seu respeito para mim.

- Não tenho muito o que falar sobre mim.

- Ah, vai! Alguma coisa deve ter sim. – Ele diz empolgado. – Como é sua relação com sua mãe?

- Bem... A minha mãe. – Pauso e penso por um instante. Eu não sabia que desculpa eu poderia dar, afinal, eu não posso falar a verdade. – A minha mãe está desaparecida desde meu nascimento. – Sinto uma ardência nos olhos e fungo o nariz. Não foi muito difícil me derramar em lágrimas, pois eu sei como é ter a ausência da mãe. Estava sendo difícil dizer aquilo, tanto para a Chelsea, quanto para a Marilyn.

- Else, mil perdões eu não sabia. – Mike me olha, e parece estar arrependido por ter feito aquela pergunta.

- Não precisa desculpar-se, você não sabia. – Enxugo os olhos, e ao olhar para o lado, vejo nossos pedidos chegando, o que acabou me deixando contente pois eu estava realmente com fome.

Enquanto nós comíamos, Mike também me contou coisas sobre ele, e evitou ao máximo perguntar para mim sobre minha família novamente. Provavelmente, ele poderia estar com receio das lágrimas que ele provocara em meus olhos com a primeira pergunta.

- Eu também tenho uma irmã desaparecida, mas não me importo com isso, afinal, meu pai me disse que ela era uma vadia. – Fico boquiaberta e ao mesmo tempo com ódio, ao ouvir as palavras saírem da boca dele, mas tento não demonstrar minha fúria pelo nosso pai, ou melhor dizendo: aquele babaca. Vou adorar chamá-lo assim em meus pensamentos. – Todos sabem que eu a odeio, sem ao menos a conhecer.

- Que terrível! O que ela fazia para ser uma vadia? – Ênfase nas minhas últimas palavras.

Não me impressiono muito por ter sido taxada como “vadia” todos esses anos, vindo daquele babaca eu não duvido de nada. Demonstro estar impressionada por Marilyn ser uma pessoa “tão ruim”, segundo aquele homem boçal.

- Ela batia nos pais, mas a mãe quem a ensinou, pois ela também era uma imprestável. – “Contente-se Marilyn, ainda não é a hora certa para socar o rosto de alguém”. Repito esse mantra, para mim mesma em pensamento, estampando um sorriso no rosto. Respiro fundo e bebo meu cappuccino, como se eu não estivesse enfurecida por dentro. Apenas fico prestando atenção na “bela história”. – Tudo que eu sei, é que ela chamava Marilyn, e ela fugiu de casa com a mãe, deixando meu velho desamparado e sem rumo. – Fechei as mãos, por debaixo da mesa, em um ato de raiva. Nem eu mesma sabia mais como eu ainda aguentava manter o autocontrole. – Agora meu pai e eu estamos à procura dela. Bradley diz que não quer nada, apenas rever a filha que tanto ama. Mas se eu a encontrar... expressarei meus sentimentos por ela, os quais não são muito agradáveis.  – A frase “deixando meu velho desamparado e sem rumo”, me fez sentir mais nojo de Bradley e suas mentiras.

- Realmente, ela parecia ser uma garota terrível. – Paro por um segundo, penso com cuidado. E não vejo porquê de não “ajudá-lo”. – Talvez eu possa ajudá-los a encontrá-la, ou sei lá. – Pauso por um instante. – Hm, tem alguma foto dela aí com você?

- Sim, quer ver? – Pergunta, já tirando o seu celular do bolso, e logo após o desbloqueando. Faço que sim com a cabeça e ele não demora muito para achar uma foto antiga em seu celular.

Era uma foto minha que mamãe havia tirado, alguns meses antes dela morrer. Eu estava tão linda, com os olhinhos azuis brilhantes, e um vestido branco com estampa floral, sandália dourada e um belo e resplandecente sorriso estampado no rosto. A luz do sol iluminava o jardim, com grandes arbustos de rosas vermelhas ao fundo. Naquela época era tudo tão bonito, tudo tão bom para mim.

- Ela deve estar bonita hoje em dia. – Digo, o que o faz olhar a foto novamente e virá-la para que eu possa dar uma última olhada.

- Não deve estar tão bonita assim. – Diz, indiferente. Ele bloqueia a tela e guarda o celular no bolso. – Cara de anjinho, mas era o próprio capeta. – Ele engole a risada junto com o café.

Naquela época eu era um anjinho, e hoje, bem... não fui eu quem mencionei nada. Eu poderia continuar sendo um anjinho, mas ao invés disso, minha inocência sobre a vida e o mundo foram tiradas pelo meu próprio pai, em um ato bárbaro e cruel contra uma criança de apenas oito anos de idade. O pior de tudo isso é que (eu) a Marilyn ainda é a culpada de toda essa história.

- Com quantos anos você acha que ela deve estar hoje, Mike? – Bebo do meu cappuccino, vendo ele retirar a xícara da boca para poder me contar mais mentiras inventadas pelo Bradley.

- Hm. Não sei, um pouco mais de vinte, talvez.

- Entendo. – Suspiro, e penso em mais perguntas, preciso de informações e ele parece ser uma fonte bastante fluente delas. – Mike. Quantos anos você tem?

- Vinte e Dois, por quê?

- Você e a Marilyn são filhos da mesma mãe?

- É aí que está o erro do meu pai. – Ele ri, sem graça e bebe de seu café expresso, passando a mão no cabelo, talvez meio incômodo com a pergunta. – Meus pais não foram casados, mas quando estavam a cinco anos juntos, eu nasci. E quando eu fiz um ano de idade minha mãe descobriu que ele era casado e a mulher dele estava grávida. Então, eles se separaram quando minha mãe descobriu sobre a Marilyn e a mãe dela. – Ele bufa. – É meio complicado. Sou um bastardo. – Ele revira os olhos, rindo junto comigo.

- Entendi. – Dou uma breve pausa. – Mas, você não acha que a mãe da Marilyn e ela tenham sofrido também? – Indaguei.

- Claro que não. – Ele revira os olhos, correndo o dedo pela boca da xícara.

- Hm. – Suspiro algumas vezes. – Acho que isso é o suficiente para eu ajudá-los a encontrar a Marilyn. – Damos sorrisos vitoriosos.

É um pouco questionável o porquê deu tê-lo oferecido ajuda. Mas eu acho que, se pensarmos na Marilyn como uma vagabunda de lindos cabelos castanhos e olhos azuis radiantes, eles não saberão que ela sou eu. O que pode facilitar bastante para mim, pois eles não estarão mais tão centrados em achá-la, já que estão contando como uma ajudante a mais. E, a tão odiável Marilyn pode ser qualquer pessoa, já que para eles, eu sou a Chelsea. 


Notas Finais


Comentem o que acharam do capítulo, deixem sugestões... qualquer coisa, até mesmo um coração me deixa feliz. u.u <3
XOXO


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