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História Vestida Para Matar - Primeiro Ensaio


Escrita por: AnneVit

Notas do Autor


Olá! Tô meio atrasada, ok?! Mil desculpas, as tarefas no horário de verão acabam comigo. hashuahs
Enfim, não vou enrolar, que tô mais que atrasada.
Boa leitura. <3

Capítulo 4 - Primeiro Ensaio


Fanfic / Fanfiction Vestida Para Matar - Primeiro Ensaio

São oito e meia da manhã. Eu já estava arrumada e ainda não havia contado para David sobre o Mike, e o que ele havia me contado tarde passada. Faço questão de correr para o quarto dele, e acordá-lo.

Abro a porta devagar, e vejo-o deitado numa posição meio “bagunçada”, vamos assim dizer. David estava deitado de barriga para cima, com a coberta espalhada sobre seu corpo e enroscada entre as pernas, não havia travesseiro como base para sua cabeça, ele estava com os braços e boca abertos, a cabeça dele estava virada para o lado, e o travesseiro estava uma parte posta sobre seu rosto, com a outra maior parte jogada sobre seu braço. Ele estava sem camisa, mas o cobertor cobria seu tórax. Eu estava parada na porta, o observando, e eu dei uma risadinha ao vê-lo assim. Me lembrei do que havia dito para ele ontem antes de sair e me senti arrependida.

Entro sem fazer barulho e me sento ao lado dele na cama. David tem um sono muito pesado e só acorda com algumas sacodidas ou barulhos altos. Eu via-o dormir e senti meu coração se partir, só de pensar que eu posso ter o deixado magoado por ter lhe dito que: “seu amor não conta”.

Fico ali por alguns instantes, alisando seu rosto, e arrumando seu cabelo que estava jogado sobre a testa. Dei um sorriso bobo, ao me lembrar de alguns anos atrás, quando ele foi meu primeiro amor, e do beijo que ele me deu, em D&M, sob da árvore, quando eu estava prestes a fazer 15 anos. Ironicamente, foi meu presente de aniversário, um primeiro beijo, dado pelo meu melhor amigo. Novamente eu sorrio, mas desta vez, sinto meu coração palpitar mais forte, e meu rosto cora instantaneamente, ao lembrar das sensações que eu tive naquele dia tão especial, para mim. Respiro fundo e decido acordar David, para pedir desculpas.

- Ei, Dav, acorda. – Digo sorrindo, dando-lhe umas sacodidas. Após cerca de dois minutos, ele acorda e se vira para mim, esfrega os olhos com o dorso da mão, e faz força para me fixar. – Bom dia! – Digo empolgada.

- Bom dia. – Ele diz espreguiçando-se, mas não contendo nenhuma empolgação. Me levanto de sua cama e ele se senta, com os pés tocando o chão.

- David, me desculpa. – Uma expressão de arrependimento surge em meu rosto.

- Pelo que? – Ele pergunta, bocejando logo depois.

- Por ontem... o que eu disse... que seu amor não conta. – Ele para, pensativo. – Dav, eu te amo, muito. – Eu tenho tanta certeza e confiança quando digo isso a ele, que eu não consigo dizer isso de brincadeira.

- Não me lembro de nada disso. – Ele ri. – Mas vou aceitar suas desculpas desnecessárias porque eu também te amo. – Ele sorri, olha para mim e vem em minha direção. David me dá um abraço aparentemente frouxo no começo, mas faço questão de puxá-lo para mais perto, e ele me envolve em seus braços com mais força.

- Sabe do que eu me lembrei? – Digo ao terminarmos nosso abraço, que, para falar a verdade, eu não queria nunca me soltar dele.

- O que? – Ele pergunta, curioso.

- Faz muito tempo que não vamos àquele lugar.

- Qual lugar?

- O nosso lugar, D&M. – Sorrimos. – Faz alguns meses que estamos muito distantes, e eu não quero me afastar de você. – Sento na cama e ele permanece de pé.

Sem perceber, acabei ficando focada demais em seu corpo escultural. David é o tipo de cara que qualquer uma iria querer jogar-se aos braços dele, e lhe dar longos beijos, alisando seu cabelo e tórax. Às vezes me esqueço de olhar para seus olhos, que também são tão apaixonantes quanto as folhas secas do Outono. Ele é lindo de qualquer jeito, mas seu rostinho sonolento e cansado derrete meu coração de gelo para água, me fazendo transbordar. E quando ele diz que ama, eu não consigo deixar de sorrir, por que ele é tudo para mim, eu sou tudo para ele, e nós dois somos tudo um para o outro e nós nos amamos assim.

Ele parece ficar constrangido por falar sozinho, enquanto eu não tiro os olhos do corpo dele. Eu não estava prestando atenção em nada do que ele dizia, então ele pegou a blusa vestindo-a, para me tirar dos meus transes curtos e repentinos.

- E aí, May? – Ele me fita esperando respostas.

- E aí o que? – Eu estava perdida na conversa, por culpa de David. Ele me deixava assim, ele quem fazia eu me sentir assim. Anestesiada, drogada, bêbada e apaixonada.

- O que você pretende fazer, May? – Ele se senta ao meu lado, e me olha, esperando que eu conte. Finalmente me lembro do que estávamos falando antes, e retomamos o assunto.

- Você sabe o quanto eu adoro piqueniques e faz muito tempo que não vamos para D&M, então eu pensei que... – Ele me faz perder a concentração, ao começar a gargalhar. Abro um sorriso sem entender o que estava acontecendo. – Por que está rindo?

- Acho que você e piqueniques não se dão muito bem. – Ele diz, bagunçando meu cabelo, pelo simples fato dele adorar me ver nervosa, e eu odiar que mexam em meu cabelo. Mas, por incrível que pareça não fiquei brava, apenas revirei os olhos, colocando as mechas no lugar novamente. – Você lembra da última vez que fizemos um piquenique? – Eu não o respondo, havia sido uma pergunta retórica, pois ele sabe que me lembro muito bem. – Você reclamou de tudo! O sol que estava muito forte, a grama pinicando suas pernas, das formigas... – Ele bufa, dá mais uma risada sarcástica, sorri, e rola os olhos.

O.K., eu fui chata? Fui. Mas, naquele dia eu não estava afim de sair para fazer piqueniques. Ninguém gosta de estar sendo esquentada por um calor de quarenta graus, em um lugar em que a grama coça mais as suas pernas, do que areia de praia quando entra na calcinha.

- Eu sei que fui importuna, mas aquele dia eu estava muito aborrecida. – Cruzo os braços um pouco abaixo dos seios, e o encaro, revirando os olhos.

- Tudo bem, mas eu tenho uma coisa mais interessante do que piquenique. – David fala com um sorriso em seus lábios.

- O que? Me conte! – Me empolgo.

- Será surpresa. Quando você chegar, iremos.

- Uma pista, por favor? – Peço, fazendo cara de cachorrinho pidão.

- Não. – Ele se mantém firme.

- Te dou um beijinho. – Digo, pondo meus braços ao redor do pescoço dele, e ele sorri, passando a mão por minha cintura.

- Eu posso pensar... – Ri, malicioso. Deposito um selinho em seus lábios e o fixo novamente.

- Para onde vamos, meu Dav? – Minha voz soou doce, e eu alisei o cabelo dele com a mão. David não diz nada, apenas sorri, negando me contar sobre algo que ele estava planejando.

- Não vou dizer, Mayzinha. – Reviro os olhos e bufo. – Você não me deu um beijinho direito. – Ele ri, apertando minha cintura, quase me fazendo arfar.

- E nem vou dar mais nenhum beijinho. – Solto um suspiro, revirando os olhos. – Primeiro porquê você é mentiroso, segundo porquê estou atrasada e tenho que ir. – Saio apressada, ele acena com uma das mãos, se despedindo ainda com um sorriso estampado no rosto.

(***)

Quando chego na recepção da empresa, vejo Mike, tínhamos chegado quase na mesma hora. Eu o vi descer de um BMW preto, mas ele provavelmente não deve ter me visto descer do táxi.

- Olá! Bom dia. – Ele diz, com um rosto e tom de voz ainda sonolentos.

- Bom dia! – Retribuo.

Estamos no elevador, e há um silêncio constrangedor que nos separa. Percebo ele juntar fôlego, algumas vezes, para falar, mas ele não o fez.

- O que faremos hoje? – Quebrei o silêncio com minha pergunta.

- Sr. Clark disse que eu iria tirar fotos com alguém, não sei sobre você. – Diz sorrindo.

- Que coincidência seria se fossemos nós dois. Não é mesmo? – Tento continuar a conversa, não deixando aquele silêncio horrível de antes prevalecer novamente.

- Pois é! – No momento em que ele disse essa frase o elevador abre as portas e nós descemos no andar onde acontecem as sessões de fotos. – É aqui. – Ele diz.

No começo eu fiquei meio em dúvida, se deveria estar naquele andar ou na sala daquele babaca, mas ao sentir Mike me segurar pela mão e me guiar pelos corredores do andar, não me importei em estar ou não no lugar certo.

Não foi preciso de muito esforço, para achar o imprestável do Clark, ele estava no andar também, parecia meio afobado, com uma caderneta preta – por sinal muito bonita – em suas mãos. Ao me ver, ele abre um enorme sorriso, com esperança no olhar.

- Mike, Chelsea, ainda bem que vocês chegaram!

- Aconteceu algo de errado? – Mike pergunta sem entender.

- Sim, algo trágico, terrível, devastador! – O babaca diz, parecendo que ia ter um treco.

- Relaxa, respira e nos conte com calma o que aconteceu. – Digo, sempre bem centrada e paciente.

- A modelo que costuma tirar fotos com o Mike, a Emma, nos ligou avisando que está passando mal, e não poderá vir. – Bradley respira fundo tentando se acalmar. – Todas as outras modelos estão ocupadas em alguma outra função, e também não poderão comparecer. – Diz eufórico quase perdendo o ar, arregalo os olhos ao vê-lo assim. – Essas fotos têm de estar prontas até amanhã – ele fita Mike, falando devagar, e com bastante ênfase – e, precisam ser tiradas com uma garota.

- Calma. – Digo, e ele respira, aos poucos voltando a ter fôlego. – Eu posso ajudar! Tiro as fotos com o Mike. – Eles sorriem, e Bradley suspira aliviado.

Já era de se esperar que sobraria para mim, mas não me importei, pois até que fiquei empolgada, iria ser a primeira vez que eu poderia ter a chance de aparecer com o rosto estampado na melhor revista do país!

- Com certeza você fará um ótimo trabalho, Else. – Mike diz, e o Clark fica um tanto quanto surpreso pela intimidade, seu filho logo percebe e concerta o que acabara de dizer. – Quero dizer, Srta. Chelsea. – Eu suponho que ele não queira parecer tão “íntimo” de mim.

- Vão se trocar, rápido! Não temos tempo a perder. – Ele diz, e me entrega várias peças de roupa.

Vou para o vestiário me trocar. Eles tinham me dado um cropped, uma saia que ficava pouco acima dos meus joelhos, meia calça, um chapéu fedora, e um salto com seus suportes bem grossos (sim! As roupas eram todas pretas). Ao olhar no espelho, me senti tão bem naquelas peças maravilhosas, que eu não queria tirá-las nunca mais do meu corpo.

Ao sair do vestiário, vi toda a equipe reunida, ajustando as câmeras e me lembrei de minha mãe... quando ela me usava de manequim para tirar as fotos mais lindas minhas no jardim da nossa casa. Ela me vestia com vestidos floridos, passava gloss em meus lábios, e ajeitava meu cabelo, que na época era loiro-escuro. Eu me olhava no espelho e me sentia tão linda quanto eu me senti ao vestir essas roupas. Mas desta vez, eu estava fazendo tudo diferente. Não era minha mãe, não eram meus vestidos floridos, e não era meu longo cabelo loiro e lábios cheios de gloss. Era uma Marilyn fria, tomada por um desejo de vingança aparentemente banal. Vestida com a cor que eu achava triste na infância, e que se tornou completamente confortante para mim no presente. Meu coração se partiu ao me lembrar disso, e sem querer, deixo uma lágrima escapar, mas logo a limpo. Não quero que eles me vejam em um estado emocional frágil e triste, isso não é o que eu sou, não é o que costumo ser. Minha criança interior foi morta há muito tempo, meu anjo foi morto, e agora tudo que eu temia tanto me tornar quando eu era criança, é tudo que sou hoje.

- Está pronta, Chelsea? – Mike vem em minha direção, e logo depois segura em minha mão.

- Sim, estou. – Digo, recuperando o fôlego, me fazendo tentar acreditar que tudo aquilo que senti há alguns segundos, era somente nervosismo de iniciante.

- E você está muito linda! – Ele sorri.

- Obrigada. – Fixo-o. – Não posso dizer menos para você. – Mordo o lábio inferior. – Está muito lindo também! – Ele me encarou por um instante, e a imensidão de seus olhos azuis pareciam ler meus pensamentos como um vidente. Sinto sua mão soltar a minha, e vejo-o andar em direção às outras pessoas, me fazendo segui-lo.


Notas Finais


Espero que tenham gostado (e que me desculpem pelo horário)!
Comentem <3


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