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História Vestida Para Matar - Memórias Ruins


Escrita por: AnneVit

Notas do Autor


Olá, amores.
Espero que vocês nunca me matem por postar meio tarde, mas é que eu sou meio perdida. Por enquanto eu vou colocar a capa com fotos aleatórias mesmo, mas logo quando a inspiração voltar, eu volto a fazer as capinhas bonitinhas de antes. u.u 💞
Enfim, boa leitura. ❤

Capítulo 8 - Memórias Ruins


Fanfic / Fanfiction Vestida Para Matar - Memórias Ruins

“Ele puxou meu cabelo e selou nossos lábios em um beijo nojento que eu não conseguia sair, por que em um piscar de olhos ele segurou meus pulsos com suas brutas mãos gélidas. Meu pesadelo se repetiria novamente? Eu estava com um medo súbito me invadindo lentamente.” 

Eu me sentia suja, apodrecida e imunda. 

Estava fraca, apesar de todo meu esforço, eu tentei chorar, mas não consegui. Tentei afastá-lo, mas ele logo pôs sua mão em minha barriga, invadindo meu espaço pessoal, passando sua mão por debaixo de minha camisa, apertando minha cintura com força. Eu me senti incomodada, mas parece que ele não percebeu. 

Será que ele achou que eu estava gostando? Eu não estava, eu não sou seu brinquedo. 

Sua mão saiu dos meus pulsos finalmente, e seus lábios foram separando-se dos meus. Ele me olhava com um sorriso. E eu não sabia como reagir, não sabia se sorria, ou se eu mandava-o, com todo respeito, ir se foder. 

Por que eu estava sendo tão estúpida? Era para eu usá-lo, e não ao contrário. Eu sou uma vadia por pensar assim? Sou má por pensar em me vingar do meu próprio pai?

Comecei a respirar em uma velocidade rápida, e ele me fitou, ficou desesperado, destravou as portas e abriu os vidros novamente. 

- Porra... Me desculpa, eu esqueci que você é claustrofóbica. – Ele jogou o cabelo para trás e me olhou, vendo-me inalar o ar que vinha da janela. – Você não estava gostando por causa disso? – Ele riu. – Se for isso a gente pode começar de novo eu... 

- Tenho que ir. – Foi tudo que saiu da minha boca quando eu finalmente consegui abrir a porta.   

- Tchau então. – O idiota falou, e eu o olhei por uma última vez, sem expressões. 

Saí do carro, assustada e trêmula, um pouco cansada e estupefata. Olhei-o ir embora em seu Audi A7 e fixei meu olhar na rua escura e vazia. 

Me sentei no meio-fio e comecei a chorar, esperando por um táxi que pudesse me levar para casa às 10hrs PM. 

Eu devo continuar fazendo isso? Eu deveria seguir meus instintos de vingança ou os conselhos significativos de David? Eu estou perdida. 

Essa é uma das piores noites da minha vida.

(***) 

Entrei em casa gritando de agonia, e me deitei no chão frio da sala, eu chorava como um bebê, e estava me sentindo fraca. 

- O QUE ACONTECEU, MARILYN? PUTA QUE PARIU! – David chegou gritando ao me ver perturbada e jogada no chão. 

- Ele – minha voz saiu em um sussurro, e eu não conseguia dizer mais nada.   

- Calma, por favor, eu estou aqui. Vai ficar tudo bem. – Ele me sentou no chão e me abraçou, enterrei meu rosto em seu peito e chorei como nunca havia feito antes. 

Um Flashback da primeira noite em que os abusos e agressões começaram a acontecer, – há treze anos atrás – veio em minha cabeça. 


Flashback On – 13 Anos Atrás 

- Marilyn, você já se trocou para dormir? – Papai apareceu na porta, autoritário, me vendo sentada na cama com meu olhar mais triste.

- Eu ainda não quero dar adeus para a mamãe, papai. – Disse a ele, e este veio até mim, sentando-se ao meu lado na cama. 

- Mas ela já foi. – Papai parecia frio. 

Por que ele estava agindo assim? Será que está tão abalado com a morte da mamãe quanto eu? 

- Mas... papai. – Respirei fundo, tentando conter as lágrimas que eu sei que estão por vir. 

- Já falei pra você ir dormir, Marilyn. – Ele ordenara, parecendo estar ficando irritado.

- Pai... – Retruquei. 

- QUE MERDA, MARILYN! VAI DORMIR! – Ele gritou comigo, se levantado e apontou o dedo em meu rosto. 

Papai gritou comigo! Ele GRITOU! 

- E NÃO ME RESPONDA POR QUE EU NÃO ESTOU TE CRIANDO PARA SER UMA VAGABUNDA! – Ele me deu um tapa no rosto.

Ele me bateu! Papai me bateu e gritou comigo! O que está acontecendo? 

Ele me bateu de novo, como se descontasse toda a sua raiva em mim. 

O que eu fiz? Será que sou uma filha ruim? 

Ele me jogou na cama, deu passos largos até a porta e trancou-a. Ele me olhou fumegante e se pôs sobre mim. 

Por que ele fazia aquilo? Ele é meu pai, não deveria querer me machucar. 

Senti seus braços ao redor do meu pescoço, fui enforcada por alguns segundos. Fiquei tonta, confusa, e quase inconsciente.

Suas mãos arrancaram minhas roupas com brutalidade, e eu comecei a gritar e a chorar cada vez mais. Então, ele amarrou um pano em minha boca, para que eu me calasse e não gritasse mais. 

Eu não sei o que está havendo. 

Ele tirou suas roupas e se colocou por cima de mim. Algo muito doloroso aconteceu, eu não sei o que é. Eu só consigo chorar enquanto papai faz isso, mas por quê?

Por que ele faz isso? Será que ele ainda me ama? 

(***) 

Mais tarde ele me disse que aquilo era segredo, mas eu nunca entendi, ele entrava em meu quarto todos os dias à noite.

Eu estou com medo. Por que papai continua fazendo isso? 

Flashback Off

           - Marilyn, me olha aqui. – David levantou meu rosto, me fazendo encará-lo. – Me diz o que aconteceu. Você precisa dos seus calmantes? – Ele falava preocupado, mas quando eu tentava abrir a boca, nada saía.

- Preciso. – Foi tudo que eu finalmente consegui dizer, então ele me ajudou a levantar.

Sentada na minha cama, no meu quarto, abraçando meus joelhos enquanto David pegava meu remédio e um pouco d'água para engoli-los. 

- Toma. – Ele me deu um copo e meu remédio mais forte, que me fazia dormir a noite inteira.

Já um pouco mais calma, consegui os engolir, e secar as lágrimas, com o rosto ainda úmido e vermelho. 

- Quer falar agora? – Ele ainda insistia, afagando meu cabelo. – Se não disser, nunca saberei como te ajudar. 

- OK. – Respirei fundo e o fixei. – O Bradley me beijou a força, e eu achei que ele fosse me machucar. Eu estou apavorada, tudo que veio em minha cabeça naquela primeira noite há anos atrás veio à tona de novo. – Fechei os olhos e respirei fundo, sentindo David me abraçar. – Eu não estou bem. – Eu não chorava mais. Abri os olhos para ver David me olhar, incrédulo. 

- Que horror, May. – Ele beijou minha bochecha, acariciou meu cabelo... fez de tudo para tentar me acalmar. – Você tem certeza que irá continuar com isso? – Ele suspirou e eu fiz que sim com a cabeça. – Vá tomar um banho e durma. Amanhã a gente conversa sobre isso. – Ele me deu um último abraço apertado. – Eu te amo, tá?! Esquece isso. 

- Também amo você. – Falei baixinho, mas ele me ouviu, e sorriu, saiu do quarto deixando-me sozinha. 

Fui para meu banheiro e tranquei a porta, após me despir, fiquei sob a água fria do chuveiro. A maioria das pessoas não gosta desse tipo de temperatura, mas é a minha preferida e é a única que me acalma. 

Fechei os olhos, e deixei as lágrimas quentes escorrerem pelo meu rosto junto à água fria.

Flashback – 14 Anos Atrás, Dia do Acidente da Olívia. 

A mamãe estava tão bonita quando a vi, seu lindo cabelo ondulado solto. Mas seus grandes olhos azuis, como os meus, estavam caídos na maior parte do tempo. 

- Mamãe! – Gritei ao vê-la, indo abraçá-la.

- Meu amor. – Ela sussurrou em meu ouvido, ao me abraçar forte. 

- Pra onde você vai? – Perguntei, olhando papai colocar suas malas dentro de seu carro que estava estacionado na rua.   

- Marilyn, era pra você estar no jardim, brincando com sua amiga. – Ela acariciou meu rosto e o beijou. 

- Mas eu queria te ver, mamãe – falei com as mãos em seu rosto. Seus olhos ficando cada vez mais tristes, quase marejados.   

- Eu vou viajar, filha... – Ela suspirou, quase chorou, beijou minha mão e afagou meu cabelo. 

- De novo? Por favor não vá, mamãe. – Meus olhos se enchiam de lágrimas aos poucos, e quando tomei conta daquele ato, eu já estava chorando. 

Sempre fui muito chorona, por que mamãe diz que quando a gente ama demais, nossos olhos choram. E eu a amo demais, por isso eu choro. 

- Meu amor, eu volto logo, são só duas semanas.   

- Me promete que você sempre vai voltar? – Pedi em seu ouvido, como se lhe contasse um segredo. Ela começou a chorar, e eu sabia que era por que ela me ama demais também.   

- Sempre, meu amor, sempre. – Ela beijou minha mão, e minha bochecha e minha testa... E eu sorri, em meio a tantas lágrimas, eu sou feliz por que a mamãe vai sempre estar aqui para me amar. 

- Vamos, Olívia. – Papai surgiu ao nosso lado, e mamãe pigarreou, limpando as lágrimas e olhando firme para papai. 

- Tchau, Marilyn. – Ela falou, e entrou em seu carro, dando partida e indo embora.
Ela me deixou para trás... mas ela voltará, eu sei, ela sempre volta. 

(***) 

A casa estava escura e estranha sem mamãe, faziam algumas horas que ela tinha ido e até agora não havia me ligado.
Vi papai sentado perto do sofá da sala, ao celular, e ele parecia aflito. Será que era mamãe? 

- Oi, Marilyn. – Ele falou ao me ver. 

- Oi, papai – olhei-o nos olhos. – Era a mamãe? – Perguntei. 

- Filha, a gente precisa conversar. – Ele me pegou pela mão e me levou até o sofá. Nos sentamos. – Sua mãe, ela não está muito bem. 

- Ela passou mal na viagem? 

- Ela não viajou – ele bufou. – A Olívia se machucou no caminho... sofreu um acidente, e ela está no hospital. 

Eu nunca entendi o porquê de papai só chamar a mamãe pelo seu nome, ele deveria chamá-la de esposa. Pelo menos, é assim que os casais fazem, né?! 

- Ela vai ficar bem? – Perguntei, já começando a sentir meus olhos arderem e meu coração doer. 

- Eu não sei ao certo. – Ele mordeu o lábio inferior. – Ela está em coma, o acidente foi muito feio. 

- Eu vou poder vê-la quando? – Perguntei, quase chorando. 

- Eu não sei de mais nada, querida. – Ele sempre me tratava com tanta frieza quando estávamos à sós... 

- Eu quero que ela fique bem. 

- É. – Ele falou frio, e sorriu mais frio ainda. Apenas assenti, e papai me abraçou... ele estava estranho, diferente, não sei descrever. 

Flashback Off 

Limpei as lágrimas que ainda fluíam, e terminei o meu banho. Vesti meu pijama e me deitei na cama. Esta noite está sendo uma noite de memórias passadas, tanto ruins quanto boas, por isso foi inevitável não lembrar do dia em que eu soube que mamãe havia morrido... após ter passado um ano em coma. 


Flashback – 13 anos atrás, Morte da Olívia 

- Filha – Papai me chamou, eu estava brincando sozinha de boneca no chão do meu quarto. 

- Oi? – Perguntei, com um sorriso no rosto. 

- A gente precisa conversar. – O tom de voz dele era completamente sério. Ele entrou, se sentou, e apalpou o lugar ao seu lado para que eu me sente. 

- Pode falar, papai. 

- Não chora, tá?! – Eu apenas concordei, pondo uma mecha de cabelo para trás da orelha, e sentando-me ao seu lado. – Olha, você sabe... a Olívia, estava muito mal, estava internada... 

- O que quer dizer com isso? – Eu tive um pressentimento ruim em meu peito. O que aconteceu agora? 

- Ela não resistiu... Está em um lugar melhor agora, com o Deus que vocês acreditam. – Pus a mão no lado esquerdo do peito, eu me negava a acreditar nisso. 

- Não, não, não, papai, não! A mamãe me disse que ia voltar, ela sempre volta... Você está brincando? – Comecei a chorar e andar de um lado para o outro, caí em desespero. – Meu Deus, isso não pode... não. 

Eu não soube reagir, e papai pouco se importou com meu sofrimento... ele saiu do quarto e me deixou lá, triste e desamparada. 

Chorando sozinha, sofrendo sozinha. 

Será que ele ainda gosta de mim? 

Flashback Off 

Eu estava sentada na cama com todos aquelas memórias dolorosas, meu coração se apertava cada vez mais, mas eu já havia chorado tanto que nem soube mais como reagir. Apenas fiz o que David disse para eu fazer: dormir. Me deitei na cama, já anestesiada de remédios, e caí no sono gradativamente. 



Notas Finais


Eu achei esse capítulo meio deprê, mas gostei muito. hahsha
E vocês, o que acharam das memórias ruins da nossa May? Comentem. ❤❤


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