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História Vestígios - VKook - Taekook - Ao te ver outra vez


Escrita por: BtsNoona

Notas do Autor


O retorno do biscoito! A fic volta aos eixos e nosso Jungkook retorna com sua narração <3
Sorte que tinha praticamente terminado esse capítulo ontem porque depois desse Teaser eu não consegui fazer nada desde o meio dia. Juro.
Tô tão no chão que posso ter deixado passarem erros no texto, apesar de ter sido revisado.
Estou tremendo! Mas, enfim,

Boa leitura!

Capítulo 14 - Ao te ver outra vez


Fanfic / Fanfiction Vestígios - VKook - Taekook - Ao te ver outra vez

A Sra. Kim ouviu o celular vibrar e olhou com desinteresse ao ver uma chamada do marido. Não era muito comum que ele ligasse, e por um segundo ela teve medo de que pudesse ter descoberto algo.

- Alô, querido? – Forçou uma voz animada – Como você está?

- Trabalhando feito um condenado – Ele respondeu com uma voz cansada do outro lado da linha – Volta para cá, Sooyun. Você faz falta, estou tendo que atender a todos os compromissos sociais, e sou péssimo nisso. Além do mais, mal tive tempo para dormir, quem dirá comparecer a eventos.

Tinha que ser – pensou a Sra. Kim. Seu papel era bem claro na família e apesar de não passar de uma socialite, era muito boa confraternizando e negociando com pessoas importantes. Suspirou aliviada, ele não parecia saber de nada.

- Volto em no máximo duas semanas, querido. Estou resolvendo o problema de Taehyung.

- Deixa o garoto em paz, Sooyun. Ele já abdicou do testamento e é um adulto, você não tem nada que se meter na vida dele. Já fizemos tudo o que poderia ser feito a esse respeito.

- Não, não. – Ela crispou os lábios, a falta de interesse do marido em seu próprio filho desagradando-a – Ele está aqui em casa. Kim Dahyun tem vindo todos os dias, acho que vão voltar a namorar.

- Como assim, do nada? Ele brigou com aquele garoto? Você não está mantendo-o preso em casa como da outra vez, não é Sooyun? – Advertiu.

- Não querido, ele e o garoto terminaram. – Mentiu – Acho que Taehyung está criando juízo. Não se preocupe com nada, estou tomando conta desse assunto e logo estarei de volta.

- Tudo bem, mas não force o menino. Ele se rebelou, abriu mão da família e não tinha nem porque estar aí! – Exclamou o Sr. Kim, com a voz levemente aborrecida – Espero que saiba o que está fazendo.

 

Capítulo 14 – Ao te ver outra vez

Dahyun me disse que estava indo à casa de Taehyung todos os dias durante a última semana e que ele estava muito bem. Segundo ela, era tudo parte do plano e ela precisava reconquistar a confiança da Sra. Kim, mas mesmo assim eu não deixava de sentir ciúmes. Sei que é estúpido da minha parte, já que a Dahyun só estava tentando ajudar, mas era ruim saber que ela podia vê-lo todos os dias e eu não.

“Se ocupe em reconquistar o coração do seu namorado via telefone mesmo que eu cuido do resto.”

Lembrei-me das suas palavras de uma semana atrás e sorri. Estava fazendo exatamente isso, já que parecia a única coisa que eu poderia fazer. Eu e Taehyung conversávamos todos os dias por telefone, apesar de ele sempre evitar assuntos mais sérios. Ele dizia que nosso tempo conversando era a única hora do dia em que ele realmente conseguia relaxar, e não queria desperdiça-lo falando de coisas tristes. Geralmente conversávamos sobre amenidades, ele me perguntava como estavam nossos amigos e minha mãe, dizendo que logo estaria de volta e que me mataria se eu assistisse sem ele os episódios novos do anime que acompanhávamos. Nos dias em que parecia desmotivado, Taehyung nem se dava ao trabalho de puxar assunto e apenas me pedia para cantar.

Eram muitos, mais do que eu gostaria, e meu repertório musical já estava ficando curto.

Mas saber que ele gostava tanto da minha voz, e não lhe poupava elogios, fazia meu coração se aquecer e um sorriso apaixonado escapar de meus lábios. Cantaria sempre que ele quisesse, mesmo que estivesse sem voz ou precisasse aprender músicas novas. Eu tinha o hábito de cantar para Taehyung sempre que ele estava triste, mesmo antes do acidente, e ele costumava dizer que era a única coisa que conseguia tranquiliza-lo.

Enfim, depois de uma longa e solitária semana, finalmente chegara o dia em que eu iria revê-lo. Estaria mentindo se dissesse que estava ansioso, porque na verdade eu estava muito mais do que isso. Eu era uma pilha de nervos! Minha mãe – que havia voltado de viagem há alguns dias – tentou me tranquilizar em vão, e eu mal consegui dormir à noite.

Levantei cedo, desistindo de empenhar a difícil tarefa do sono e comecei a me arrumar. Demorei-me num prolongado banho, porque queria estar limpinho e cheiroso. Fiquei outro bom tempo tentando decidir que roupa usaria, mas acabei me decidindo por camisa e calças pretas, minha clássica bota amarela da Timberland e uma touca – que ainda estava com o cheiro do cabelo de Taehyung – porque não queria parecer que tinha me esforçado demais. Borrifei perfume e fui perguntar à minha mãe se tinha passado em demasia. Estava ciente de que parecia uma garotinha se arrumando para o seu primeiro encontro, mas não pude evitar.

Quando a campainha tocou, lá pras dez horas da manhã, segurei todos os meus instintos de sair correndo e atender à porta. Ao invés disso escondi-me covardemente no corredor, esperando que minha mãe fosse recebê-lo.

- Senhora Jeon! – Ouvi a voz grossa de Taehyung exclamar em um tom animado, e meu coração apertou-se no peito, batendo num ritmo frenético.

- Filho, você está ótimo, lindo como sempre! Espere só até ver Jungkook, ele passou a manhã toda se aprontando!

Aish, ela tinha mesmo que dizer isso? Que falta de noção! Senti meu rosto ruborizar e pensei em me sentar bem ali e morar no corredor para sempre.

Ouvi a risada sem graça de Taehyung antes que ele continuasse.

- Eu te trouxe um presente. – Ele disse, e eu agradeci aos céus por ele ter mudado de assunto.

Juntei toda a minha coragem e adentrei o cômodo a passos lentos, tentando parecer casual, mas assim que vi Taehyung meus planos foram por água abaixo e meu corpo resolveu me desobedecer.

Congelei no lugar e ele nem reparou na minha presença, ainda conversando jovialmente com a minha mãe. Ele estava virado na direção dela, com seu singular sorriso retangular no rosto e os olhos apertados. Nem parecia ter estado doente. Seus cabelos caíam-lhe sobre a testa exatamente como eu me lembrava e ele vestia um sobretudo marrom. Reparei que uma órtese preta tinha tomado o lugar que antes ocupava o gesso. Tinha o aspecto saudável e alegre, e eu senti meu sangue borbulhar dentro das veias, um sentimento de euforia enorme tomando conta do meu corpo.

- Jungkook. – Ele disse ao finalmente me notar, seus olhos amendoados se arregalaram e sua boca pendeu entreaberta.

Senti um frio na barriga e perdi o controle das minhas pernas, que cortaram depressa a pequena distância entre nós dois. Joguei os braços irrefletidamente ao redor do seu pescoço e colei nossos corpos num abraço apertado.

- Taehyung-ah. – Suspirei aliviado ao pé do seu ouvido, e notei que ele também tinha se perfumado. Apesar de ter sido apenas pouco mais de uma semana eu senti como se não o tivesse visto em meses.

- Anh... Oi. – Ele parecia sem graça. Lembrei que minha mãe ainda estava no cômodo e me afastei, encarando suas adoráveis bochechas coradas.

Virei-me para observar a Sra. Jeon, mas ela estava completamente alheia ao nosso abraço, encarando a embalagem em suas mãos com os olhinhos brilhantes, o papel de presente jogado no chão. Cheguei mais perto dela para ver o que era e contemplei diversos talheres, como conchas de sopa, colheres e espátulas de diferentes tamanhos, todos com o cabo estampado de um floral colorido.

A cara da minha mãe. Ela surtou.

- Taehyung, que coisa mais linda, não precisava! – Disse, sem tirar os olhos do presente – Não vou ter nem coragem de usar, pendurarei tudo na parede da cozinha. – Taehyung abriu um sorriso e se curvou educadamente.

- Não foi nada. – Garantiu – Que bom que a senhora gostou.

- Vocês podem puxar o saco um do outro depois – Interrompi, pegando um casaco e minha mochila – Nós temos que ir.

- Temos? – Taehyung perguntou, olhando-me em dúvida. – Aonde vamos?

É claro que eu tinha algo planejado. Fiquei a semana toda antecipando nosso reencontro mil vezes na minha mente e decidi leva-lo a um lugar especial. Pedi minha mãe para fazer-nos sanduíches artesanais e embalá-los para viagem, já que almoçaríamos fora.

Depois de nos despedirmos da Sra. Jeon, saímos de casa e entramos no carro. Meu coração deu saltos quando eu me curvei sobre o corpo de Taehyung, a fim de colocar o cinto de segurança nele, já que um de seus braços estava incapacitado.

- Cuidado! – Advertiu enquanto eu voltava a me sentar no banco do motorista – O médico disse que eu não posso esbarrar a órtese nas pessoas, o que para mim pode ser um pouco difícil.

- Muito difícil! – Retorqui, lembrando-me do quão desastrado Taehyung podia ser às vezes, enquanto dava a partida e saía com o carro – Você está rindo na cara do perigo.

Ele gargalhou alto e eu senti minhas pernas fraquejarem, o que não era nada bom quando se estava dirigindo.

- Que fofo, você está citando O Rei Leão! – Disse entre risos.

- Você lembra até das falas de um filme infantil, mas não se lembra de mim. – Deixei escapar, me arrependendo logo em seguida. Taehyung parou de rir repentinamente, e seu semblante se entristeceu. – Desculpe. Não quis dizer dessa forma.

- Não, eu, hm... Você está certo.

Meu coração se partiu em mil pedaços e eu me senti o maior babaca da face do planeta. Mal havia reencontrado Taehyung e já estava estragando tudo.

- Não estou. Não é sua culpa.

Passamos o restante do caminho imersos em um silencio incômodo até finalmente adentrarmos pelo portão verde com a placa “Parque da Cidade”. Pensei que Taehyung fosse comentar alguma coisa, mas ele não disse nada.

Nem chegamos e eu já arruinei o passeio.

Estacionei o carro em um descampado do parque e subimos por uma trilha curta e leve. Eu ia à frente, carregando as coisas, enquanto Taehyung me seguia de perto por entre as árvores. A expressão em seu rosto não havia mudado e tive a impressão de que ele estava evitando me olhar nos olhos. Ele pareceu um pouco mais animado quando chegamos ao topo. Havia uma pedra grande e lisa, de onde se podia ver toda a cidade até o horizonte. Eu deixei as coisas no chão e estiquei uma toalha de piquenique – a mesma que usamos no Rio Han – para que nos sentássemos. Estávamos completamente sós.

Taehyung sentou-se ao meu lado e ficamos alguns minutos em silencio, observando a vista. Só de tê-lo ali eu já sentia calafrios pela espinha, mesmo que nem nos encostássemos. Estava odiando aquele clima, tinha que falar algo, já que aparentemente Taehyung continuaria calado.

- Seu cabelo está bonito – Comentei casualmente – Você colocou o tal aplique?

- É. – Acenou positivamente com a cabeça, os olhos perdidos no horizonte.

Não era o que ele queria ouvir.

- Olha Tae, desculpa pela estupidez que eu disse no carro. – Suspirei – Era pra ser uma piada. De muito mau gosto, eu sei. E desculpe por te abraçar também, você pareceu desconfortável.

Por céus, Taehyung, diga alguma coisa!

Taehyung era sempre o tagarela que puxava os assuntos entre nós dois e aquele silencio estava me corroendo por dentro.

- Não é isso. – Ele finalmente falou, virando o rosto para mim e me encarando com a respiração pesada, como se ponderasse se deveria ou não continuar. – Acho que me desacostumei com a sua presença. Meu corpo está reagindo de forma estranha.

Hãn?

Senti quando Taehyung esticou sua mão direita até a minha, puxando-a de leve para si até que se encostasse ao lado esquerdo de seu peito. Ele manteve sua mão contra a minha própria, enquanto pressionava-as mais sobre a camisa que usava.

O coração de Taehyung batia acelerado, alto, retumbante, em um ritmo desvairado. Olhei para ele boquiaberto, sem conseguir me mover, meu próprio coração exaltado apressou-se em acompanhar a pulsação do dele e fogos de artificio dispararam desordenadamente por todo o meu ser.

Taehyung continuava encarando nossas mãos juntas, evitando que nossos olhares se encontrassem. Seu rosto e orelhas tingidos num tom de rosa.

- Eu não me lembro de nada, Jungkook. Mas ele lembra.

Fiquei calado pelo que pareceram os segundos mais longos da minha vida e minha cabeça parecia ter dado um nó. A realização do que Taehyung estava tentando me dizer provocou uma pontada forte no meu estômago. Ele não estava calado e estranho por estar bravo, ele não estava me evitando por ter se sentido ofendido pelas coisas que eu disse ou fiz. Taehyung apenas não sabia como agir quando estava perto de mim, seus hormônios indo à loucura com qualquer proximidade, exatamente como os meus.

Acordei do meu curto transe quando Taehyung afastou minha mão do seu peito, porém sem separa-las de fato. Ele me encarou com um sorriso de canto, soltando uma risada soprada, cujo motivo era provavelmente a cara de abismado que eu deveria estar fazendo. Eu entrelacei nossos dedos, o que me provocou um forte frio na barriga, e deixei escapar um sorriso tão aberto e aliviado que meus olhos se fecharam por completo.

- Coelhinho. – Murmurou. – Você parece feliz.

- Eu estou.

 

 


Notas Finais


pelo amor de min yoongi não me matem, ok?
mas podem comentar bastante porque só assim pra eu escrever ALGUMA COISA depois desse Teaser que foi muito tiro.
Olha, eu estou virando noites pra escrever essa fic só porque vocês comentam e eu gosto mais de vocês do que das minhas horas de sono. <3 Obrigada à todo mundo que comentou e favoritou Vestígios, cês são foda.
Bjo pros leitores fantasmas também, espero que estejam gostando.

~BtsNoona


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